Tive a felicidade de ouvir "este" poema, por voz própria, numa sessão de poesia memorável no Café Progresso. Já não sei quando foi, já não o encontro - o momento (e agora lembrei-me do filme "A casa da Lagoa" porque ou se sabe exactamente o momento ou não se pode lá voltar). Trouxe-o emmigo (já suspeitava da impossibilidade de regresso) e consegui até obter uma cópia devidamente autorizada do dito que, por elementar justiça, há muito tempo queria dar a conhecer. Por pudor, aquele pudor que nos obriga a esconder o que de nós há de mais íntimo (sim: há poemas que tomamos para nós; sim: há poemas que ficam a ser nós) nunca o fiz; uma injustiça. Mas eis que hoje, por um mero acaso, o descobri algures por aí já à vista. Alguém colocou a justiça acima do pudor e eu agradeço muito a quem me tirou um peso enorme dos ombros, do peito e da consciência. Ei-lo ali à vista (e aqui inesquecível). Obrigado e obrigado incomunidade: A este Porto Ígneo e Radioactivo