Sabor… amargo.
Desce meigo e delicado
Num Sabor bem apaladado..
Pelas encostas carpidas pelo suor de um povo…
Que tanta admiração te concebe.
Imensas vidas seguidas de perto
Pelo teu enobrecer…
Que te choram e te acarinham
Deleitados limos verdejantes
Que adornam o teu ser,
Ao teu redor crescem papoilas luzentes
No teu entardecer passas docemente,
E, de mansinho…atiras beijos a quem te enaltece
E bebe da tua seiva,
Que, corre pela garganta embargada
De uma província revoltada.
Corre Sabor na serenidade
E com a tua humildade
Leva ao Douro a atitude
Salpica os que te querem matar!
Com borrifos de incúria que para contigo tiveram,
Porque mesmo de garganta embargada…
Tu não lhe deves nada, nem o ser, nem o engrandecer,
Porque és Sabor…o nosso rio, o nosso estar, a vida e o amar…
Fernando Silva