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Noite longa

domingo, 21 de junho de 2015


Sobre a noite longa que contemplo
Se desenha um céu de estrelas ao alto
Que na visão se perde pois é amplo
Derrame de negro e luzes em salto

Brilhos que se movem em suspensão
Desenhando naquela leve imensidão
A pintura mais profunda e abstracta
Retrato de uma emoção pouco intacta.

Ah, e sobe, sobe, este meu coração
Inebriado por aquele mar feito celeste
Assim vai em seu ar quente, qual balão
Que se perde nos ventos de este a oeste.

Na altitude ganha a esperança certa
De, ao que antes observava, se juntar
Mas é fruto de uma paixão que aperta
A certeza entre a ilusão de amar.

E o coração, sobe, sobe,
sobe até onde conseguir respirar
porque mais nada interessa
Quando a paixão toma a dianteira
E não deixa nem o coração parar.

E o mundo avança - ora essa!
Quando tenho essa alavanca
Que faz tudo o resto haurir
Sob a máscara verdadeira
Que grita: quero estar! quero sentir!

Quero? Não, me entrego.
E estou e sinto.
E sou...













Mas o que sei eu de Poesia?

sábado, 6 de junho de 2015

Mas o que sei eu de Poesia?
Dos barcos que navegam no rio
Das flores que se viram ao sol
Na procura de um quente beijo
De versos a ondular na maresia
Que na rima provocam o calafrio
E na escrita se desnudam em desejo
Preso, no fundo do mar, no anzol
das perguntas que se perguntam
Mas o que sei eu de Poesia?

O que é isso que eu não entendo?
Algum dia virei a entender?
As emoções que me atacam o peito
Que me congelam a vontade e o fazer
E me embrulham o pensamento
Com a força de me quererem desfeito
Questionando-me se não aprendo
Ou se não há lição no sentimento.
Haverá algo a fazer?

Mas o que sei eu de Poesia?
Só sei que é a minha resposta
quando nada sei e apenas pergunto:
Haverá algo a fazer?


Não sei

domingo, 26 de abril de 2015


Não sei quem é, nem de onde vem
mas sei; sei da marca na retina
dos meus olhos, da luz que retém
como desenho que se destina:
de mim, a fazer parte;
de ti, a admirar-te;
de nós, a questionar-se
e do futuro a desapegar-se,
livre como o cintilar errante: 
dos seus olhos de liberdade;
dos seus lábios de amante,
de ingénua e pura felicidade.

Não sei porquê, nem de onde vem
essa atracção de zero a cem.
esse sonho de liberdade partilhada
essa vontade de me fazer à estrada.
Esse alguém.

Não sei, nem quero saber, do porquê
ou para o quê, da lógica ou da razão
Que se destrua toda essa minha construção!
E que só ali, sobre o que não se vê
nesse alguém
que não sabendo, eu conheço
que não conheçendo, eu abraço
que não abraçando, eu amo.
que eu amo como a minha existência.