sábado, 31 de outubro de 2009

Doce



(Para lavar, se possível, esta página)

Gostaria de ser capaz de descrever em palavras a fantástica concentração de doçura que vejo à volta deste pequeno chupa-chupa azul...

Como não sou... partilho. Alguém saberá...

Esgoto a céu aberto





Por vezes, podemos cair na cómoda tentação de pensar que quem já viu um esgoto a céu aberto, viu todos.

Nada mais errado! Há sempre algum que, ou pelo aspecto, ou pelo cheiro, ou pelo conteúdo, ainda nos pode enojar mais e surpreender... como é o caso de Henrique Raposo e deste seu texto no Expresso.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Grande timing!


Eu sei que muitos anos seguidos desta choldra foram fazendo de mim uma pessoa muito mais desconfiada do que era... mas vendo o “socialismo” dos "varas", "penedos" e de outros dos suspeitos e arguidos neste gigantesco caso de corrupção, como é que posso evitar ficar a pensar na tragédia que se teria abatido sobre Sócrates e o PS se esta porcaria tivesse visto a luz do dia antes das eleições?

Posso estar enganado, mas acho que foi preciso ter mão de ferro para aguentar uma estória destas no segredo dos deuses até agora.

Quem pode, pode! Grande noção de timing!

Alcateia




António Mexia é um daqueles brilhosos (nem brilhantes nem briosos) gestores "bipolares" que, afirmando-se muitíssimo neoliberais, logo, contra a intromissão do Estado no mundo dos negócios, vão intercalando esses fervores ideológicos, com largos períodos em que enchem a pança como gestores de empresas públicas. Quando são minimamente competentes, o seu trabalho nessas empresas públicas, para além de encherem a pança, consiste em prepará-las para a “matança”, separando-as em pedaços, sob a forma de “n” novas empresas, sendo que em algumas, fica a actividade que der prejuízo e serão essas a ficar nas mãos do Estado e as outras, as que dão lucros, são privatizadas. Em condições normais, estes brilhosos gestores públicos têm lugares reservados nas novas empresas privadas... ou então os filhos, ou genros, ou cunhados, amigos...

António Mexia, enquanto gestor da EDP, que para estupor e desespero mundiais, viu os seus lucros diminuídos em 20%, caindo para uns “trágicos” 748 milhões de euros, isto apenas nos primeiros 9 meses do ano, tem uma participação relevante no capital do BCP, banco que tem o privilégio de contar, na sua administração, com o contributo desse outro brilhoso gestor que é Armando Vara.

Questionado sobre a constituição de Armando Vara como arguido num caso de corrupção, declarou que “não tem por hábito falar de pessoas”... o que é muito bom, dado que quase toda a corrupção que se conhece é praticada por periquitos, iguanas, cágados e outros animais domésticos exóticos. Nunca por pessoas!

Acrescentou ainda que “o que se passa no BCP tem de ser tratado no contexto do BCP”, o que também deve ser uma coisa muito boa e eficaz. Pelo menos, por exemplo, foi assim, tratando exclusivamente dentro do futebol o que é do futebol, que o dito chegou ao estado de indigência moral e ética em que está, foi assim, tratando apenas dentro do casal o que é do casal, que a violência doméstica tem feito a carreira que se conhece, etc, etc.

Mais adiante, questionado sobre a mesma investigação, mas agora em relação à situação de José Penedos, gestor da REN, o mesmo que antes, quando fazia parte do Governo "socialista" de António Guterres, dizia que por cada empresa que privatizava, abria uma garrafa de champanhe, respondeu prontamente que “gerir é transformar complexidades em resultados. É isso que me compete, não me compete ser um regulador da moralidade ou das percepções”... o que também parece dar imenso jeito, pelo menos a figuras como Isaltino de Morais e a esta verdadeira alcateia de gestores brilhosos, dado que neste país, desgraçadamente, ainda há milhares de eleitores que dizem “Quero lá saber que ele roube! Desde que faça...”, ou outros que (esperançadamente) afirmam “Se eu lá estivesse, fazia o mesmo!”

Tanto caminho para andar... mas, felizmente, outro mundo é possível!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

"Prémio Just Perfect"





Mesmo correndo o grande risco de convocar mais uma vez a ira, ou desprezo (não cheguei a entender) de quem já aqui uma vez disse “lá estão eles, desavergonhadamente, a trocar prémios entre si”, não deixo de divulgar o que o “Activismo de sofá” me atribuiu e que agradeço.

Já toda a gente viu que é uma gata toda gira... e aqui será muito bem vinda, quanto mais não seja para fazer companhia ao gato da vizinha, de que adiante certamente falarei.

Agora devia indicar vários blogues a quem daria também o “Prémio just perfect”, mas já toda a gente sabe que quem visita este estabelecimento pode e deve levar os prémios que aqui chegam... pois a regras da casa são (quase) sempre para cumprir!

“Operação face oculta”


O estalar desta nova sujeirada entre corruptos, envolvendo “variadíssimas empresas”, segundo as palavras do PGR, veio mostrar que sempre que já estamos quase a esquecer esse grande empreendedor, Armando Vara... zás!, o nome dele aparece ligado a mais uma porcaria qualquer, sendo que desta vez foi mesmo constituído arguido. Lembrou-me também um debate que vi num programa da televisão espanhola, que costumo seguir, programa feito por jornalistas que rotativamente vão comentando as notícias da actualidade.

Num dos últimos que vi, em que mais uma vez eles comentavam a verdadeira tempestade que se abateu sobre a Espanha, com as primeiras páginas dos jornais cada vez mais ocupadas por títulos que falam de autarcas corruptos, acusados e presos, dirigentes regionais do PSOE e do PP acusados de corrupção ou financiamento ilegal dos partidos, expulsos dos ditos e alguns, igualmente presos, empresários corruptos misturados com uns e outros, numa espécie de maré negra que varre o país, os jornalistas, que ao contrário da maioria dos nossos, não perdem tempo com rodriguinhos de “alegado” para cá ou “alegada” para lá, aplaudiam as iniciativas da justiça espanhola, exigindo, mesmo perante um tal volume de resultados, que esta não abrandasse nas suas investigações.

A certa altura, uma das jornalistas que mais vezes tenho visto no programa, disse, com graça, que uma das coisas que lhe faz medo é a ideia de se sentar à frente dum mapa de Espanha e ir espetando bandeirinhas em todos os lugares onde decorre uma investigação de corrupção, envolvendo empresários e políticos.

Uma pergunta fica no ar: serão os espanhóis assim tão mais corruptos do que os portugueses, ou é a justiça espanhola que se anda a mostrar bem mais expedita?

Outra pergunta, mas está é cá uma coisa minha: se a justiça portuguesa começar realmente a abrir os olhos e a ter meios para investigar a fundo, onde raio é que eu vou arranjar bandeirinhas que cheguem para “decorar” a parte do mapa ibérico que deixei em branco?

Cavaco - Por qué no te callas?



O lamentável Cavaco Silva repetiu pela enésima vez, desta vez na Espanha, uma das suas lengalengas preferidas: “As empresas portuguesas devem ser mais competitivas... blá, blá, blá...”

Desgraçadamente, e por qualquer razão misteriosa como que num crescendo logo após as últimas eleições, a única “competição” em que algumas empresas parecem apostar fortemente, é ver quem despede mais “colaboradores”, como os patrões gostam modernamente de chamar aos trabalhadores que exploram anos a fio, para a seguir os “dispensarem”.

Os casos da Quimonda, da Delphi, da Saint-Gobain, etc, etc, são apenas tristes exemplos dos que mais recentemente “levantaram a tenda”. Gostaria de poder acreditar que o "novo" Governo tem algum plano para inverter esta situação, mas como quem vai continuar a mandar no Governo são os escroques que, como Van Zeller, contestam o aumento de 25 Euros nos salários mais baixos com a justificação de que "25 Euros não mudam a vida de ninguém", como ainda há poucas horas este disse descaradamente na televisão, ao mesmo tempo que vão continuando a exigir apoios para as empresas, apoios que quase sempre se "esgotam" nos bolsos dos gestores...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Onde pára George Bush?



Muitas vezes, em comentários ou textos na blogosfera, pergunta-se, legitimamente, porque diabo não estará George W. Bush sentado no banco dos réus sendo julgado por crimes de guerra, no seu caso agravados pela premeditação e pelo facto de ter mentido descaradamente com o fim de justificar um dos piores crimes que cometeu, a invasão do Iraque e a chacina de inocentes que se seguiu.

A verdade é que o criminoso andava algo discreto, desde a sua saída do local dos crimes, em Washington. Deixou de andar! Agora, como se pode ler em centenas de notícias como esta, ou esta, ou esta, vai passar a ser visto por todo o lado, fazendo palestras em tudo semelhantes às daqueles gurus “motivacionais”, pregadores do "evangelho" das ideias ultra reaccionárias (a que os ultra reaccionários gostam de chamar ideias neoliberais) e do individualismo egoísta mais abjecto.

Ao que parece, entre outros motivos que o levam a esta “missão” de motivação de plateias de papalvos, um pouco por todo o mundo, os cerca de 100.000 dólares que cobra por cada conferência, servirão para angariar fundos para a futura construção do seu “oximoro”. Segundo o dicionário online da Priberam, oximoro é uma “combinação engenhosa de palavras contraditórias ou incongruentes”, de que podem ser exemplos “lúcida loucura”, “ilustre desconhecido”, “silêncio ensurdecedor”… e, arriscaria eu, “gargalhada triste”… a exacta definição de qualquer coisa que venha, como se diz, a chamar-se “Biblioteca George W. Bush”.

Pormenores



E lá vai seguindo a procissão da remodelação governamental, perdão, posse do novo Governo da República, com o coro de declarações sobre o quão mais desafiante, mais verdadeiramente político, mais exigente no jogo de cintura, mais portador de um verdadeiro espírito de diálogo e negociação, mais... (acho que já chega!), quando na realidade nem consigo imaginar as lancinantes dores de garganta que toda esta gente da área governista deve sentir, depois de vários dias a tentar engolir a arrogância e a prepotência nos discursos oficiais.

Como não tenho vocação nem tempo (dois eufemismos para falta de conhecimentos) que me permitam comentar ou dissecar as reais implicações de tudo o que por aí vem, prendo-me a pormenores. Hoje foram estes dois:

O primeiro, “Sócrates pede respeito pelo programa do PS”. Assim de repente, lembro-me de dois ditados, ou frases feitas, o que se quiser... sobre o respeito, muito usadas em Portugal e ambas bastante antigas. Uma, algo fascistóide, avisa-nos de que “O respeitinho é muito bonito!”, enquanto a outra, a que eu prefiro, esclarece que “Quem quer ser respeitado, deve dar-se ao respeito.”

O segundo pormenor é o que se pode ver na imagem da capa do Público. “Cavaco Silva diz-se disposto a ajudar Sócrates a cumprir a legislatura até ao fim.”

A menos que a miserável situação interna do PPD-PSD o vá convencendo de que essa é a melhor solução para o seu partido, parece-me uma simples adaptação do discurso de candidatura da raposa que queria o emprego de guarda da capoeira.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

José Rodrigues dos Santos - Fífia "divina"




Alguns dos nossos amigos, mais a Norte, na sua imensa colecção de frases magníficas (logo a começar pelo som com que as dizem), pontuadas pelas famosíssimas “vírgulas” que lhes dão um sabor especial... mas que não são para todos os ouvidos, têm uma de que gosto muito: “Aquilo bende-se como esterco!”

Assenta como uma luva nesta notícia que nos dá conta do lançamento do mais recente livro de José Rodrigues dos Santos, “Fúria divina”, que a crer no marketing da coisa, trata da possibilidade da Al Qaeda conseguir construir uma bomba nuclear. Ao que parece, em quarenta e oito horas esgotou a primeira edição, num total de 50.000 exemplares.

Tanto se me dá! Por mim até pode vender mais que o Harry Potter. O que me chamou a atenção foi uma das declarações do autor, não sei se durante o lançamento da obra, se directamente ao CM: “A haver um atentado não vai ser aqui. Portanto, os portugueses podem ficar tranquilos.”

Mesmo sabendo da inclinação de muitos portugueses para esse grande princípio internacionalista e solidário “Com o mal dos outros posso eu bem!”, quem raio é que no seu perfeito estado de lucidez diz uma barbaridade destas a propósito de um hipotético atentado envolvendo uma bomba atómica? A partir de quantos milhares de vítimas, mesmo de outro país, é que os portugueses devem começar a ficar menos "tranquilos", vá lá... incomodados, ou no limite, impressionados?

Organizemo-nos! Dado que a bomba para além de “aqui”, também não poderá cair em New York, New Bedford, Toronto, Montreal, Caracas, Hamburgo, Genève, Bruxelas, Paris, etc, etc, etc, etc... tudo locais onde vivem mais portugueses do que em muitas das vilas e até cidades de Portugal... rais’parta se os operativos da Al Qaeda não vão acabar por ter que atentar contra os seus próprios países, ou então... África.

Mas mesmo assim... ele há portugueses por todo o lado. Não há é pachorra!

A tomada...



Não tendo posses para apoiar o nosso novo e estimado Governo (e o inigualável Presidente) com coisa mais substancial, contribuo com este excelente “xarope para a posse”, que tomado às colheres... diz que faz um bem danado.

Juro que não “martelei” muito a pobre imagem do respeitável xarope.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Os imprescindíveis





Não, não quero embrulhar-me na discussão sobre a vacinação contra a Gripe-A, nem comentar a parolice de estarmos a seguir as vacinações de "individualidades", quase em directo, pela televisão.. Bem me basta a desconfiança feia sobre os reais interesses que estão por detrás deste fabuloso e multimilionário negócio!... De qualquer modo, não deixa de ser interessante, por um lado a relutância de muitos profissionais da saúde em se deixarem vacinar, ou por outro, a embrionária polémica sobre quem está nos grupos prioritários, tão prioritários que possam até colocar-se à frente de cidadãos realmente em risco, como é o caso da discussão que começou e não ficará certamente por aqui, entre os deputados, sobre o seu estatuto de prioritários e imprescindíveis ao funcionamento da sociedade.

Enquanto penso um pouco mais sobre o assunto e tomo uma decisão sobre o que fazer se alguém no Centro de Saúde tropeçar na minha ficha e reparar que... adiante... não fará mal partilhar convosco esta pequena parábola sobre os “imprescindíveis”.

Num certo país longínquo, voavam numa pequena aeronave três passageiros e o piloto, claro. Os passageiros eram um muito jovem estudante, que regressava duma cerimónia onde tinha recebido uma medalha de “Melhor Estudante de Literatura do Ano”, o velho professor reformado que estava na origem da criação do prémio, que por isso tinha sido “baptizado” com o seu nome e um governante local, que tinha ido entregar o dito prémio, na forma da tal medalha pequenina e um longo discurso.

A certa altura, o piloto vira-se para os três passageiros e, com a calma possível, informa: “Lamento muito, mas uma gravíssima avaria eléctrica tirou-me qualquer possibilidade de controlo da avioneta e como temos pouca gasolina, continuaremos por mais algum tempo a voar a esta altura e depois, fatalmente, despenhar-nos-emos. Pior ainda do que irmos cair é o facto de só existirem a bordo três pára-quedas. O meu já o tenho posto e juro que não o vou tirar... portanto apenas sobram dois...”

O governante disse imediatamente que lamentava a situação, mas que tinham que compreender a sua posição, que tinha uma inteligência superior que punha inteiramente ao serviço da sociedade, que era uma pessoa imprescindível... e colocou um pára-quedas e saltou.

O velho professor nem hesitou. “Olha meu rapaz, o futuro precisa de jovens como tu, eu já tenho 80 anos, vivi tudo o que tinha para viver, fui feliz... vá lá! Salva-te!!!”

E o rapaz muito satisfeito: “Não é preciso, senhor professor! Salvamo-nos todos! Aquele senhor imprescindível e muito inteligente... saltou com a minha mochila da escola.”

José Hermano Saraiva



Este é José Hermano Saraiva. À direita de quem sai, uma imagem actual. À direita de quem entra, outra de há muitos anos, ao lado do fascista Américo Tomás, assinando uma patifaria qualquer.

E por que carga de água é que trago aqui este grande comunicador, inventor de estórias de fundo histórico, se, embora a figura me cause brotoeja, nem sequer pertenço ao número dos estudantes que saborearam o “privilégio” de o ter como ministro da educação nacional, nem ter as canelas abocanhadas pelas bestas, sempre acompanhadas por alguns cães, que ele costumava açular?

Simples. Porque mesmo tentando evitar os seus inúmeros shows de fantasia histórica, na televisão, mesmo assim tropeço aqui ou ali com mais uma declaração do professor. Desta vez, segundo leio, disse à revista “Sábado” que “Salazar era uma personalidade de excepção, que não voltará a haver!”

Agora é a altura em que para ficar bem na fotografia, eu digo apenas “e ainda bem que não voltará!”... em vez de cair na tentação de o aconselhar a ir elogiar Salazar pessoalmente... e esse tipo de barbaridades, vá lá... feias.

Quero mais é que o professor continue um fascista vivo, ainda por uns bons anos! De preferência lúcido, para ir percebendo dia após dia que mesmo estrebuchando aqui e ali, o fascismo não voltará!

Contra o fascismo, não haverá irmãos, primos, ou vizinhos políticos desavindos, que não se unam de novo!

domingo, 25 de outubro de 2009

A pedido...


Como já é a sétima vez que recebo este magnífico vídeo , rendo-me e publico-o, mas com um aviso:

Amigas e amigos, sempre que forem assaltados pelo pensamento pateta de que sabem tocar castanholas... pensem outra vez!

...ou então vejam o vídeo até ao fim e não pensem mais nisso.


“La boda de Luís Alonso” – Lucero Tena (solista)
(Jerónimo Giménez, 1870-1909)

Modéstia à parte...



Como o “Público” digital apenas permite aos assinante abrir o texto em causa (nem fazer link) e era bem o que me faltava, ser assinante do “Público”, ficamos apenas com a singela frase que o multifacetado comentador desportivo Eduardo Barroso, também cirurgião, produziu:

“Sou muitíssimo modesto! Aliás, desafio seja quem for a provar que é mais modesto do que eu!”

Peço desculpa... não foi esta. Onde é que estava com a cabeça? Como se pode ver perfeitamente na capa do jornal, foi:

“Sempre soube que ia ser um dos melhores!”

Pronto... não terá o “belo efeito” da primeira... mas é também um excelente “gesto técnico”!

A inocência perdida



Segundo a lenda bíblica, para uns, ou Sagradas Escrituras, para outros, a desastrosa tentação com que a serpente deu cabo da vida a Eva (e Adão), resumiu-se a tê-la convencido a comer o fruto proibido da árvore do conhecimento, o que a fez abrir os olhos, distinguir o bem do mal e sobretudo, perder a inocência. Desde então, para o mal e para o bem, todos os dias, inexoravelmente, vamos também perdendo um pouco da nossa...

Apesar disso, diz a lenda que quando Eva provou o fruto proibido, achou que era bom.

Garantiram-me que esta fotografia foi tirada cerca de dez segundos depois do “infausto” acontecimento.

sábado, 24 de outubro de 2009

Vasco Pulido Valente - O "berço"





A marca de água de uma certa aristocracia falida é o ódio cego que têm aos não aristocratas que “ousam” viver bem, ódio potenciado por uma inveja doentia pelo dinheiro destes, inveja que visivelmente os mortifica. Então quando o aristocrata falido alimentou esperanças de fama intelectual, quiçá literária e se confronta com um “filho e neto de camponeses sem terra” que chega ao cume da fama enquanto escritor e vive mais do que desafogadamente dessa escrita, isso é um verdadeiro purgatório.

É assim a relação de Vasco Pulido Valente com José Saramago.

O infeliz Pulido Valente não é a única vítima. Por qualquer razão, Saramago traz ao cimo, nalgumas pessoas, exactamente o pior que têm para mostrar.

Não estou de acordo com muito do que recentemente tem sido dito por Saramago, aliás, pelos visto, ele também não... mas quando se vê alguém com a cultura, os cursos e a prosápia de um Vasco Pulido Valente, atacar o escritor de “Levantados do chão”, “Memorial do convento”... e “Caim”, como se pode ler neste texto asqueroso, com “argumentos” mais ou menos miseráveis, mas principalmente, por falta de adequados “dotes de nascença e de educação”, temos um vislumbre da miséria intelectual em que pode cair um pobre, reaccionário e taralhouco aristocrata, cuja última bóia de salvação, à qual tenta agarrar-se patética e desesperadamente... é o “berço” e uma remota formação académica.

Vocês imaginam a quantidade de seres humanos rigorosamente analfabetos com que me cruzei ao longo da vida, todos pessoas infinitamente mais interessantes, profundas e verdadeiramente úteis para a Humanidade, do que este pobre Vasco Pulido Valente?

Rita Rato - "O dia da unidade" *





Andou uma tremenda animação na blogosfera, chamemos-lhe assim, política. Foi a grande coligação de toda a direita, aquela espécie de zona de ninguém, algo indefinida, do PS e alguma esquerda (que alguns erradamente ainda chamam extrema), a propósito, imagine-se, da jovem deputada do PCP, Rita Rato.

Se a Rita sonhava ter uma entrada na vida parlamentar, recheada de gestos simpáticos, educação e lealdade, desenganou-se rapidamente. A direcção do Correio da Manhã encarregou um dos seus empregados com jeito para, vá lá... escrever, de montar uma provocação à deputada estreante. Enquanto esta pensava, ingenuamente, que o suplemento (“Domingo”) do jornal estaria interessado apenas na sua história, projectos pessoais e políticos, gostos pessoais, opiniões sobre a situação política portuguesa, sobretudo em relação à juventude que ela, de certa forma representa... o plano do Correio da Manhã não era bem esse. O grande suplemento domingueiro que fica caído por aí, atrás das cadeiras das tascas e que praticamente ninguém lê, estava interessado em rankings de partidos partidos, em saber dos “Gulags”, de presos na China...

A Rita Rato podia ter feito várias coisas. Podia (por absurdo) ter dito que apoiava tudo aquilo... e seria crucificada. Podia (igualmente por absurdo) ter negado tudo aquilo... e seria crucificada. Podia ter respondido “à séria” a tudo aquilo, condenando o que é condenável, mas apenas isso, defendendo o que é importante defender, e há muito para defender, como ela (e muito bem) ainda tentou dizer. Não teve uma chance que fosse. A emboscada estava montada e perante o metralhar de perguntas sobre os mesmos assuntos, optou, erradamente (na minha opinião), por fugir às respostas. Das várias razões que poderia ter dado para não responder, nomeadamente a impossibilidade de naquelas condições o fazer de forma fundamentada e aprofundada (ainda tentou essa linha...), acabou por escolher a pior de todas: o desconhecimento. E claro, foi crucificada! Colocou-se no pior lugar. Um lugar onde ficou à mercê das pancadas vindas de todo o lado.

Da extrema direita e da direita em geral, apanha com as boçalidades do costume, acrescidas das apreciações abjectas sobre se fisicamente é assim ou assado, sobre “o que lhe faziam a ela e mais a todos os comunas”... o espectáculo normal que esta gente dá sempre que vai buscar as botas cardadas, para continuar o trabalho que já faziam os seus pais, na pide e no regime fascista em geral. Tudo normal, é o que se espera deles!

Da área do PS, com caceteiros e anticomunistas demenciais do calibre de um João Tunes à frente, ou uma hiperactiva anticomunista como Ana Vidigal, entre tantos outros, é igualmente um fartar vilanagem, “como é que uma ignorante chega a deputada”, ou “como é que conseguiu tirar um curso superior”, são apenas alguns dos mimos, como se acreditassem por um segundo no que estão a dizer, como se isto vingasse de alguma forma tudo o que tiveram que engolir sobre a carreira académica e o diploma de fancaria do seu chefe. Embora lamentável... também tudo normal, já pouco mais se espera de muitos deles!

Espantoso, no entanto, é ver o à-vontade com que alguns militantes e dirigentes do Bloco de Esquerda enchem páginas de blogues (e caixas de comentários), exactamente com os mesmos argumentos, vozearia e até a mesmíssima baixa educação dos seus “camaradas” de cruzada, cavalgando triunfantes esta oportunidade de fazer aquilo que é a razão da existência de tantos deles: atacar e denegrir o PCP e todos os que lhe são próximos por todos os meios ao seu alcance, tarefa que vêm prosseguindo, sem descanso, há muitos e muitos anos.

Convém aqui realçar a estranheza e franca oposição de muitos militantes e simpatizantes do BE a esta atitude de alguns dos seus dirigentes e camaradas mais antigos, atitude que já começam a ver como uma espécie de doença ou fixação. Essa crescente estranheza e oposição está bem patente em numerosos comentários que fui lendo.

Perguntar-se-á então, porque razão farão esses dirigentes e militantes do Bloco uma coisa destas?

Primeiro, porque podem! Vivemos numa democracia em que podem falar livremente, liberdade essa que muitos dos militantes comunistas que repetidamente insultam, ajudaram heroicamente a conquistar.

Segundo, porque por qualquer razão que só o capital que detém os grandes meios de comunicação social saberá e que um dia talvez saibamos todos, os jovens deputados e jovens deputadas do Bloco de Esquerda, sejam bonitos ou feios, vivem na santa paz e tranquilidade de saber que em nenhuma ocasião em que ponham o pé na rua, poderão alguma vez passar pela situação de ver um microfone espetado na cara, com uma espécie de jornalista a segurá-lo e a perguntar-lhes agressivamente, “Então e o Mao Zedong e os seus crimes?”, ou “Então e a nojeira da Revolução Cultural?”, ou “Então e que me diz da realidade trágico-ridícula da Albânia de Enver Hoxha?”, ou o prato forte, “O que é que tem a dizer sobre os milhões de assassinados por Pol Pot no Camboja?”... tudo realidades que vários dos dirigentes do BE alegremente apoiaram e que nunca vimos claramente que deixassem de apoiar.

Desta vez, depois do lixo que li por aí, e ao contrário do que tem acontecido sempre que toco em algum cabelo bloquista, espero não ter muitas queixas, nem ser trucidado pelos do costume.

Àqueles simpatizantes do BE que nos outros blogs também, como eu, não concordaram com o que por lá se escreveu, argumentando (e bem) que está mais que na hora de deixarem de eleger o PCP como inimigo principal (a inversa também é válida!), entendo que não gostem deste post, mas não sendo este, como facilmente se pode ver, um dos blogues da área da CDU que se “ocupe” muito do Bloco de Esquerda... há alturas em que “o que tem que ser”... Para esses (e os outros, pronto!) um abraço... e melhores, mais esclarecidos e leais dias virão!

Para a Rita Rato, um grande abraço solidário e votos de excelente trabalho!

* "O dia da Unidade" - Canção de José Afonso, do disco "Com as minhas tamanquinhas"


Dia da Unidade - Zeca Afonso

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Isabel Alçada





A Drª Maria Isabel Girão de Melo Veiga Vilar será a próxima Ministra da Educação. Tomará posse, certamente, como Drª Isabel Alçada, a crer no “sítio” do Primeiro Ministro, na Net, facto que a tornará quase de certeza na primeira ou primeiro membro do Governo a tomar posse com um “nome artístico”.

Mas isso não interessa nada. O que é importante é saber que há bem pouco tempo, numa apresentação do programa eleitoral do PS, a futura Ministra declarou o seu total apoio à política educativa levada a cabo por Maria de Lurdes Rodrigues. «Dou o meu inteiro apoio à política educativa que tem sido seguida, por vários motivos (...) considero que é importante a prossecução e o aprofundamento do trabalho que tem vindo a ser realizado», foram então as suas palavras.

Teremos assim, ao que parece, uma repetição do “efeito Ana Jorge”, que no essencial consiste em continuar as políticas do anterior ministro… mas “falando muito mais baixinho”, tentando assim enganar alguns mais incautos. Com a Drª Ana Jorge resultou em cheio!

Como entretanto ficou demonstrado que a muito poucas horas de José Sócrates estar no Palácio de Belém entregando ao Presidente da República a lista de Ministros para o seu Governo, a Drª Isabel Alçada negava a pés juntos ter sido convidada para o que quer que fosse, eu, mesmo cheio de vontade de dar o benefício da dúvida a toda a gente, no caso da nova Ministra da Educação vou dar um tempo… até voltar a ser capaz de acreditar no que ela diz.

Gabriela Canavilhas - Será agora que volta a existir Ministério da Cultura?



Vendo a quantidade e estirpe dos anteriores ministros que transitam para o “novo” governo, mesmo com a cansativa dança de cadeiras do costume, fica no ar aquela sensação má, de que Sócrates mesmo que tenha entendido alguma coisa do que lhe foi dito alto e bom som nas eleições, está a fazer ouvidos de mercador.

Aquele número de revista, em que indiscriminadamente propôs coligações com toda a gente, num exercício de hipocrisia notável, apenas para horas depois poder agrafar na cara o ar de bonzinho e queixar-se de que ninguém quis nada com ele... já não augurava nada de bom. Agora, perante este cenário, nem as novas aquisições para a equipa, que à partida são tudo pessoas assaz excelentes e cheias de qualidades, como sempre, nem essas, como dizia, conseguem atenuar esta impressão espessa de “mais do mesmo”.

Na cultura, onde assinalo a entrada de uma “camarada” de profissão, já que Gabriela Canavilhas vem da música... espero que esta possa contar com um orçamento para o seu ministério, que reflicta aquele tão pungente reconhecimento de Sócrates, de que errou em não investir mais na cultura. Desejo-lhe as maiores felicidades, na esperança de que ela saiba fazer da sua felicidade, a felicidade da cultura portuguesa.

Desejo ainda, embora lamentado o facto de logo no primeiro texto que escrevo sobre a senhora ministra já lhe dar uma “alfinetada”, que a paixão pela cultura que a fez aceitar o cargo de Ministra da Cultura no Governo da República, seja muito, mas mesmo muito mais forte do que a paixão que a levou, há bem pouco tempo, a aceitar o cargo de Directora Regional da Cultura no Governo Regional dos Açores, senão teremos ministra apenas por uns meses... até que apareça um convite para uma coisa mais interessante.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Maria de Lurdes Rodrigues - Em cheio no meio da cara


(In Jornal Público, 15/10/2009 - Imagem roubada indecentemente ao "Cloreto de Sódio")

Disse ela um dia: “Perdi os professores, mas ganhei a opinião pública!”

Infelizmente, como se viu nestas últimas eleições legislativas, não perdeu todos os professores. Felizmente, não ganhou toda a opinião pública... desgraçadamente, o país e as escolas perderam efectivamente quatro anos e meio!

Maria de Lurdes Rodrigues teve que esperar quase até ao seu último dia como ministra da “educação” para ouvir, da boca de uma criança, a mais dura crítica a tudo o que foi a marca da sua política e atitude enquanto governante, na forma da resposta extraordinária que a imagem documenta. De nada lhe valeram as obras, os "Magalhães" e os estranhos sorrisos (???) que traz agrafados na cara, por estes dias.

Genial!

Marcelo Rebelo de Sousa - Desliguem a electricidade!!!







Marcelo avança. Marcelo não avança. Para presidente do PPD? Para Presidente (livra!!!) de todos os portugueses? Marcelo diz. Marcelo acha. Marcelo...

E vamos nisto! Recentemente propunha que o futuro do seu PPD fosse desenhado numa “supercimeira” de notáveis, assumindo que todos os dirigentes abaixo dos notáveis e ex presidentes do partido, são uma maçada... dirigentes esses para quem as bases são um estorvo. Menos durante as campanhas e dias de eleições, claro. Grande exemplo de democraticidade! Afinal, a coisa não pegou. Nem aos notáveis a ideia agradou. Até mesmo entre os notáveis do PPD há uns tantos cérebros ainda em relativamente bom estado de funcionamento. Mesmo assim, imagino o coro de guinchos se algo de parecido fosse proposto por algum outro partido...

Um desgosto mais para o frenético Marcelo, que nas longas horas das suas noites sem dormir, não vislumbra o que seja um ideal, a lealdade, um princípio... enredado irremediavelmente nas teias de intrigas que ele próprio tece, em que tudo se resume a táctica, cálculo, veneno inoculado na hora exacta.

Afinal, o PPD não pode contar com ele. Está esclarecido! O facto de este desenlace se verificar num programa dos “Gato fedorento” faz-me imaginar o que poderia ser a adaptação de um vídeo que ficou, justamente, famoso:

- O Marcelo é um idiota?
- Não!
- Mas pode comportar-se como um idiota...
- Pode!
- Mas na realidade, não é...
- Não!
- Só que, por vezes, até pode parecer...
- Pode!!!

E por aí fora, até de madrugada... ou até à náusea.

De qualquer modo, o que eu vos quero mesmo perguntar é muito simples:

Se faltar a electricidade, digamos, por uns dias... Marcelo Rebelo de Sousa continuará mesmo assim a existir?

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Saramago go home!!! (diz ele...) *



Nesta estória do Caim, do Saramago, do alegado “manual de maus costumes” e das mais que previsíveis respostas iradas... não me meto. Nem quero ter nada que ver com religião nenhuma, nem interferir numa campanha publicitária que, pelo que se pode ver, está a correr às mil maravilhas.

Mesmo assim, esta brilhante iniciativa do ignoto eurodeputado português do PPD, Mário David, que na sua página na internet vem reclamar os seus quinze minutos de fama, pedindo a José Saramago para renunciar à cidadania portuguesa, porque, diz ele, se sente envergonhado de o ter como compatriota... chamou a minha atenção.

Eu não percebo nada de internet... mas se existe um local especial para fazer este tipo de pedidos, adoraria saber onde é, para poder pedir ao ilustre senhor eurodeputado, com todo o respeito, que vá bardamerda!

* Pronto... não sou eu que digo "Saramago go home!"... mas lendo o texto também daria para perceber.

Liberdade de Imprensa


(Ardina e vendedor de capilé - Praça do Comércio, 1908 - Fotografia de Joshua Benoliel)

Numa nocturna andança de automóvel, ontem à noite, acabei por apanhar três dos serviços de notícias de hora a hora da Antena 1. Fotocópias uns dos outros, lidos por “locutores/jornalistas” que numa rádio de qualquer país normal seriam imediatamente tirados “do ar”, tal a profusão de “aaammmms” e “huuuummms”, que tornam as leituras absolutamente insuportáveis.

Mesmo assim consegui entender que Cavaco Silva declinou educadamente o convite para ir ao “Gato fedorento”, que a PJ prendeu uns cidadãos de países de leste armados e violentos, que na Academia Militar não sei bem o quê, já que uma parte da explicação foi dada pelo Sr. Procurador Geral da República e aí é que não se entende mesmo uma palavra que seja... e finalmente o prato forte:

Segundo os Repórteres sem Fronteiras, Portugal, que no ano passado estava classificado em 16º lugar num ranking de 175 países, no que toca à liberdade de imprensa, caiu este ano para 30ª posição. “Agora vão elaborar a coisa um bocadinho”, pensei eu... mas não. Passa para o desporto... temperaturas do ar no Porto, Lisboa, Faro e Amesterdão... adeus!

Chegado a casa, ala para a net, que aí esclarece-se o assunto. Depois de várias tentativas, como se pode ver aqui, aqui, aqui, ou ainda aqui, o máximo que consegui foi uma ténue explicação para a subida no ranking de um ou dois países. Sobre o trambolhão de Portugal, sobre as causas, alguma razão ou razões que o tenham provocado, nada, nem uma palavra!

E pronto. Sobre as subidas e descidas da liberdade do nosso jornalismo fiquei “esclarecidíssimo”. Agora sobre a qualidade do dito jornalismo é que eu gostaria de ver uma tabela, um ranking, qualquer coisa, sei lá...

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sir Alex Ferguson





Não, não sou grande adepto nem entendido nos mistérios do futebol. Não, não acho que a Inglaterra, com os seus hooligans, cânticos de "guerra" e ciclópicas bebedeiras, seja a pátria do fairplay... mas lendo que Alex Ferguson, o famosíssimo treinador da equipa de futebol do grande Manchester United, enfrenta um possível processo disciplinar e um pesado castigo, por conduta imprópria, sendo que a conduta imprópria foi, segundo os critários da Federação Inglesa de Futebol, ter insinuado no final de um jogo que o árbitro talvez tivesse provocado tantas paragens na partida por estar em má forma física, não posso deixar, por contraste, de pensar no desporto-rei lusitano.

Se aquela “conduta imprópria” de Ferguson merece um pesado castigo, então as declarações incendiárias de alguns dos nossos treinadores, dirigentes e jogadores, dariam direito a uns meses de degredo na famosa Ilha do Diabo, na companhia de Steve McQueen e Dustin Offman, numa sequela de “Papillon”.

Outros apitos, outras disciplinas...

Reflexões eleitorais avulsas (3)



Se existia uma vontade por parte da comunicação social, ou quem quer que fosse, de explorar uma oportunidade de escândalo político, com a possível expulsão do PS dos seus militantes que se envolveram em candidaturas autárquicas contra o próprio partido, com natural destaque para Narciso Miranda, essa oportunidade esvaziou-se rapidamente. Primeiro porque a decisão do PS é absolutamente legítima, segundo, porque no essencial, está certa e, sobretudo, porque os outros partidos, mais nuance menos pormenor, não só estão de acordo, como têm procedimentos disciplinares semelhantes.

Com efeito, tomando como exemplo exactamente o caso de Matosinhos, se Narciso Miranda e os seus vereadores e deputados municipais se prepararem para fazer oposição à gestão do Partido Socialista (que venceu as eleições), não faz o menor sentido que continuem dentro do partido. A menos que acabassem por se entender todos e aí, o povo, na sua grande sabedoria, bem poderia chamar a todo o processo uma bela “palhaçada”.

De qualquer modo, numa das discussões televisivas a que assisti, o comunista Honório Novo chamou a atenção para o problema que está na génese destas candidaturas “excêntricas” que se auto proclamam independentes. Até hoje, nenhuma destas candidaturas teve nada de independente, sendo tão só, fruto das zangas, conflitos e perdas de confiança política que, pelas mais variadas razões, separaram esses candidatos dos seus partidos de origem. A CDU, aliás, sabe muito bem do que fala, pois pode orgulhar-se de, não poucas vezes, mesmo arriscando perder uma autarquia, como tem acontecido repetidamente, não hesitar em oferecer os clássicos “pares de patins” aos autarcas que, por tiques pessoais, desvios de rumo, deslumbramento com o poder, ou por qualquer outra razão, se têm afastado do rumo e da essência das políticas que formam os princípios e práticas decididas pelo colectivo.

A intenção dos legisladores que abriram as portas a estas candidaturas “independentes”, pensando sinceramente estarem a permitir a vinda para o trabalho nas autarquias de verdadeiros independentes, era boa. Infelizmente, está a revelar-se um desastre e um descrédito para a própria democracia!

Não é vergonha reconhecer que não se previram os possíveis efeitos perversos de uma ideia que se queria virtuosa. Como resolver o problema... isso lamento, mas não sei exactamente. Sei, no entanto, que alguma coisa devemos fazer para livrar as nossas autarquias de “valentins”, “isaltinos”... e de outras “independências” que bem conhecemos, movidas a despeito, ódio, ou interesses pessoais e que mais uma vez prejudicaram os resultados eleitorais da CDU e principalmente, o futuro das autarquias em que se instalaram de armas e bagagens.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ardi


(Esqueleto e "reconstituição" da vóvó Ardi)

Mesmo tendo que admitir o descarado surripianso e adaptação de uma piada do comediante Conan O’Brian, hoje falo da descoberta do esqueleto de um hominídeo feminino, com mais de quatro milhões de anos (portanto muito mais antiga do que a anterior “super avó” Lucy). Esta nova vedeta arqueológica é já considerada a “mais antiga antepassada dos homens”, ou mesmo “a nova mãe da humanidade”, conforme a inspiração dos jornalistas que escrevem a notícia.

A verdade é que os cientistas acreditam estar mais perto do que alguma vez estiveram de encontrar o antepassado comum dos humanos e grandes símios. Decidiram chamar-lhe Ardi.

Mais uma acha para a fogueira da antiga e dura discussão entre criacionistas e evolucionistas. Por enquanto, entre nós, a única polémica sobre este caso, foi lançada por Lili Caneças. A conhecida socialite e rainha do nosso jet-set, diz que essa coisa de lhe chamarem “Ardi” é um completo disparate. Garante que a conheceu perfeitamente, desde a escola primária... e que ela se chamava Josefina!

Cristiano Ronaldo – Homem objecto, ou jornalismo abjecto?”



Mais uma vez somos brindados com uma notícia idiota, a (des)propósito de Cristiano Ronaldo. Vários milionários, cujo respeito pelas fortunas obscenas que possuem mostra bem o quão pouco custaram a ganhar, tentam “alugar” o jogador, por vários milhões de Euros ao dia, como se fosse uma coisa, para exibir em joguinhos de “futebol” com equipas locais, lá nas suas santas terrinhas. De qualquer modo, não vá uma notícia destas não ser ainda suficientemente humilhante, os jornais vão insistindo nas imbecilidades que as “ex-namoradas” do craque têm para partilhar connosco.

Nenhuma outra das profusas ex-namoradas de Cristiano Ronaldo teve a arte de o transformar num verdadeiro filão de ouro, como esta jovem e abundante castelhana, Nereida Galhardo. Aproveitando a eterna esquizofrenia, tanto de jornalistas e jornais, como dos seus leitores, para esta constante oscilação entre a adoração cega dos seus ídolos e a total falta de respeito pela sua dignidade enquanto seres humanos, a empreendedora e fogosa moça vai cobrando milhares de euros por entrevista ou aparição pública, conseguindo em todas inventar algo de “novo” sobre a sua meteórica relação com o futebolista, num caudal sem fim à vista.

Na última destas entrevistas que se me pespegou debaixo do nariz enquanto bebia a bica da manhã, num jornal com dias de uso, como não bastava já a notícia do "aluguer" ou os copiosos pormenores de cama com que nos tem “ilustrado” nos últimos meses, ficámos todos a saber que Ronaldo demora imenso tempo a arranjar-se para sair, que se depila extensamente e (oh céus!) possui alguns DVDs com filmes pornográficos. Ah... e diz ela que nunca os viu com ele... e que não gosta. Não se percebe bem se é de os ver, ou de os fazer. Fica instalada a dúvida.

A encerrar este post verdadeiramente inútil, feito exactamente para condizer com alguma da imprensa verdadeiramente inútil com que somos inundados diariamente, sendo já evidente que é uma fantasia esperar que a comunicação social se dedique ao que Ronaldo faz extremamente bem e ao que Nereida Galhardo faz... seja lá o que for... e deixem em paz as suas “intimidades”, temo que haja muito moralista hipócrita que ainda aproveitará para se escandalizar com a dissolução dos costumes, dos valores e da moral, estampados (então não se está mesmo a ver?!!!) tanto na cara dele como na dela. E isso sim... vende jornais!

domingo, 18 de outubro de 2009

Micro férias


(Algures, nas costas de Long Island)

Um salto ao Algarve, apenas de algumas horas, para ver amigos e certificar-me de que as nossas falésias são bem menos periclitantes do que outras que há por aí... e de que ninguém fala.

Francamente... tudo nós, tudo nós!!!...

Francisco Van Zeller - Sem vergonha na cara





Agora foi para o programa da RTP2, “Ora diga lá excelência”, achar que se é afinal na inflação que os sindicatos encontram a justificação para os aumentos de salários, então como este ano estamos perante uma inflação que ronda o zero... não há nenhuma justificação para aumentar o salário mínimo nacional, o qual deve ser congelado pelo menos durante um ano. Curiosamente, este "belo" e miserável argumento parece não servir para que não possa ser aumentada a conta da electricidade em quase três por cento, ideia de aumento, aliás, que não vingará sem que se lhe dê luta.

Teve ainda a pouca vergonha de acrescentar como justificação extra, que vinte e cinco por cento das nossas exportações “vivem” exactamente dos salários baixos... “e nós não podemos prejudicar as exportações”.
Não, senhor Francisco Van Zeller! Aquilo que vive dos salários baixos são as fortunas obscenas que vossa excelência e os seus cúmplices ostentam!

O que me tira do sério é pensar que muitos dos infelizes que vivem apenas (e mal) do seu salário e repetidamente vão votando nesta gente... ou aceitam isto como normal, ou então ficam a tartamudear protestos, dizendo como sempre, que “os políticos são todos iguais”.

sábado, 17 de outubro de 2009

Teimosias



Esteve uma bela tarde para apanhar mais um pouco de sol. Esta nossa amiga decidiu que deixar as roupas “ali mesmo ao pé das flores amarelas” era um bom ponto de referência. Todos lhe dissemos que não... mas qual o quê?! Teimosa!!!...

Claro que agora nenhum de nós é “capaz” de lhe dizer onde estão as roupas... mesmo os que sabemos...

Roda Viva



Não teria o menor sentido tentar contar-vos da classe do grande grupo MPB 4, nem explicar-vos a constante e funda presença do Chico Buarque. Não faria o menor sentido tentar mostrar-vos o que tão claramente está dito e feito nesta histórica canção!

Roda Viva
Chico Buarque

Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu...
A gente quer ter voz activa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino prá lá ...

Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração...

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira prá lá...

A roda da saia mulata
Não quer mais rodar não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou...
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola prá lá...

O samba, a viola, a roseira
Que um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou...
No peito a saudade cativa
Faz força pró tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade prá lá ...

“Roda Viva” – MPB 4 e Chico Buarque
(Francisco Buarque de Holanda)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Conversas à mesa



Tive há muitos anos uma amiga, entusiástica praticante do hábito de falar de sexo durante as refeições. Quanto mais avançada fosse a hora e quanto maior o número de comensais, maior o empenho com que o fazia.

Era de tal maneira gráfica nos seus relatos, que, não poucas vezes, uma espécie de onda eléctrica varria a mesa e tudo em volta. Tudo o que era comida se transubstanciava. Pelos imaginários eriçavam-se-nos nas costas, já nenhum ovo se sentia mais seguro... e até os talheres enlouqueciam...

Chamava-lhes eu, as conversas “dos copos até à ponta”.

Não imagino por onde andará, mas dedico-lhe esta imagem.

"À margem" – Coral de São Domingos



Em condições normais o que é que se espera de um grupo de amadores de música coral? Que, como todos os verdadeiros amadores, gostem muito daquilo que fazem e, dando de barato todos os entraves e dificuldades técnicas... cantem muito bem. O Coral de São Domingos é desses!

Se acaso se proporcionar conhecermos pessoalmente os elementos do grupo coral, o que é que seria muito bom? Que fosse constituído por pessoas que militassem na primeira divisão dos seres humanos. O Coral de São Domingos é desses!

Amanhã, Sábado dia 17, ás 18 horas, o Coral de São Domingos estará apresentando aos amigos e outros amadores de música o seu mais recente CD, “À margem”, fruto de grande trabalho e a carga de nervos equivalente. Será em Montemor-o-Novo, no Convento de São Domingos (não, nem tudo em Montemor se chama São Domingos). Serão, como sempre, dirigidos pela “mão de ferro” vestida de veludo, do seu maestro fundador, João Luís Nabo, professor, escritor, blogueiro, amigo... não necessariamente por esta ordem.

Olhando para o cartaz, poder-se-á pensar: pronto... têm um amigo com jeito para as artes gráficas, e depois?! Não! No Coral de São Domingos o bom gosto da embalagem está sempre de acordo com o bom gosto do conteúdo, tal como os sorrisos dos seus elementos revelam o que eles são.

Apareçam por aí... há onde almoçar muitíssimo bem, há coisas bonitas para ver e o único “perigo” real que correm é tropeçarem em alguns dos 55% de alentejanos que aqui votaram CDU há dias, ou em mim... que na realidade não sou alentejano.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Novos rumos, ou novos arrumos?



Começada esta nova etapa política, dando de barato a profusão de Vossas Excelências para cima e Vossas Excelências para baixo e as primeiras “curiosidades”, como esta ou esta... que Sócrates e que Partido Socialista teremos? Um novo PM e PS dialogantes, negociadores, dispostos ao compromisso, ou mais do mesmo, arrogância e prepotência, avançando com políticas provocatórias acompanhadas de chantagem do género “ou é como nós queremos, ou então cai o governo, a culpa será toda da oposição e ficaremos tão “calimeros”, tão mártires, que em eleições intercalares a maioria absoluta serão favas contadas?”

Claro que a existir uma disposição real para a negociação e compromisso por parte do governo, a equivalente disposição por parte dos partidos da oposição será determinante...

Não tardaremos muito a saber.

Barack Obama - Ainda o Nobel... mas apenas porque o senhor Thorbjoern Jagland perguntou



Para dizer a verdade, não é só por o senhor Thorbjoer ter perguntado, que volto ao Nobel de Obama, mas também pelo ridículo artigo de Mário Soares, no DN (de que tomei conhecimento num excelente texto do "Cravo de Abril"), em que a notícia sobre o prémio é classificada como "um raio de luz que subitamente caiu e iluminou o mundo inteiro"... ou algo assim igualmente ridículo de tão baboso.

Habituados (mal!) a que as suas escolhas (mais amuo menos amuo) sejam acolhidas em clima de festa, os elementos do Comité Nobel estão algo incomodados com a natural estranheza que o Nobel da Paz atribuído a Obama causou no mundo inteiro. Mesmo admitindo a boa intenção de Barack Obama em relação a alguns dos imensos problemas que herdou, a crua verdade é que até agora pouco fez a não ser falar sobre eles. Falar muito bem, admitamos... mas apenas falar.

Em particular um dos elementos, o senhor Thorbjoern Jagland, antigo Primeiro Ministro da Noruega e recentemente eleito secretário-geral do Conselho da Europa, reagiu mal à contestação e num tom algo provocatório, pergunta se “alguém, no ano que passou, fez mais pela paz do que Barack Obama”. A resposta, infelizmente, é fácil:

Sim! As vítimas das bombas de Obama, no Iraque ou no Afeganistão. As vítimas das bombas, das balas e da repressão dos aliados e protegidos de Obama, na Faixa de Gaza, na Colômbia, nas Honduras... ou onde quer que seja, num rasto de morte que varre o globo, passando por todos os lugares que já disse, mais os que não disse, até chegar ao Chile, Vietname, Coreia, Nagazaki e Hiroshima… até aos escravos negros e ao extermínio dos índios americanos, no limite.

Sim! Os prisioneiros de Guantanamo, Abu Grahib e de outras prisões secretas, em vários países, alguns europeus, encarcerados há anos, sem acusação formal e indiscriminadamente sujeitos a tortura.

Sim! As gerações de crianças cubanas condenadas pelo bloqueio dos EUA a uma vida de dificuldades desnecessárias e injustificadas, pelas várias Administrações da Casa Branca, desde há mais de quarenta anos... incluindo a Administração Obama.

Sim! Os milhões de vítimas, deslocados e refugiados, crianças, mulheres e homens que é preciso abater ano após ano, como animais, ou simplesmente afastar do caminho, para que o caudaloso rio de dinheiro gerado pela indústria de armamento americana continue a fluir livremente. Para que os diamantes brilhem. Para que o petróleo jorre.

O seu testemunho trágico e a denúncia mundial do seu sacrifício constitui o melhor alerta para despertar consciências, para que se lute efectivamente pela Paz.

Muita gente deposita esperança, em alguns casos algo desmesurada, nas intenções de mudança apregoadas por Obama em vários e belos discursos. Também eu, no fundo, gostaria de estar enganado na minha desconfiança e ver toda essa esperança colectiva largamente recompensada. Infelizmente, apropriando-me de uma ideia do poeta José Gomes Ferreira (se não estou em erro), o homem está, por enquanto, apenas a tentar convencer-nos de que vai conseguir fazer um edifício novo, revolvendo e virando do avesso os tijolos já podres do edifício velho.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Reflexões eleitorais avulsas (2)



Em mais uma reflexão eleitoral, gostaria de falar de dois temas, o primeiro constituído por duas alegrias e o segundo por um facto que não sendo para mim propriamente uma tristeza (há que ser sincero) também não é de todo motivo de festa.

Primeiro as alegrias, neste caso, o facto de as populações de Felgueiras e do Marco de Canavezes, investidos da sua sabedoria popular e independentemente dos partidos em que votaram maioritariamente, terem escorraçado das suas Câmaras Municipais aquelas duas aberrações políticas que dão pelo nome de Fátima Felgueiras e Avelino Ferreira Torres, ao contrário, por exemplo, dos “licenciados” e altamente “tecnológicos” eleitores de Oeiras.

Também gostaria de poder comentar a eleição de Valentim Loureiro... mas à segunda frase do homem os meus ouvidos, em legítima defesa, bloquearam, razão pela qual não faço a mais pequena ideia do que possa ter dito. Mas imagino...

Passando para o segundo tema, desde as últimas eleições legislativas que embora não escrevendo aqui uma linha sobre o tema Bloco de Esquerda e a sua extraordinária performance eleitoral (o que poderia ser mal interpretado), tenho, em conversas privadas defendido a ideia de que teria sido muito bom terem, dirigentes e militantes, moderado a dimensão e ruído da festa, em alguns casos muito centrada na ultrapassagem da CDU pelo BE, festa apenas atenuada pelo facto de o próprio BE ter sido ultrapassado pelas propostas populistas e xenófobas do CDS-PP de Paulo Portas.

Teria sido bom, tenho eu defendido, porque vinham aí umas eleições para as autarquias locais e porque era evidente não ser fácil, em dez anos de existência, criar uma ligação às populações, criar um historial de trabalho e obra realizada, criar uma imagem de responsabilidade e credibilidade que, convenhamos, é o ingrediente que mais conta numa eleição autárquica, mesmo que aqui e ali isso não seja conseguido pelos métodos mais limpos.

Por tudo isso, fui prevendo que mais tarde ou mais cedo, o BE seria forçado a devolver ao Partido Socialista os milhares e milhares de votos que estava extemporaneamente a festejar e a chamar “seus”. Por culpa deste caprichoso calendário eleitoral a “coisa” deu-se muitíssimo mais cedo que tarde. Bastaram 15 dias!

São várias lições de uma assentada:

- O povo, felizmente muitas vezes, não está disposto a ser publicamente enxovalhado pelo seus representantes e dirigentes.
- Uma certa classe média alta, bem retratada pelos “licenciados” de Oeiras, desde que “se dê bem” e tenha “o seu” ao fim do mês, está-se completamente borrifando para tudo e todos.
- O Bloco de Esquerda tem muito trabalho pela frente e muito para aprender, como muito bem disse Francisco Louçã logo no rescaldo do anúncio dos resultados... e não, isto não é nenhuma vingançazinha pela festa esfusiante do BE na noite das legislativas ou "deboche" pelo compreensível velório da noite das autárquicas. Para isso, eu teria que estar muito contente com os resultados da CDU e ter feitio para dar golpes em quem está (momentaneamente) no chão e francamente... nem uma coisa nem outra!

A História e o percurso de todos os partidos e movimentos sociais que a vão fazendo, estão aí, como livros abertos. A arte está em identificar as coisas más e apreender as boas, que naturalmente serão (umas e outras) o pavimento dos caminhos que todos faremos.


Nota: Não, não me estou a “esquecer” da CDU. Esta coisa das reflexões é para continuar.