sábado, 31 de maio de 2008

Que nunca se ponha a lua de mel



Gosto muito destes dois espanhóis geniais. Serrat e Joaquin Sabina.
Vou partir do princípio que Sabina é o menos conhecido pelo respeitável público deste blogue. É natural de Úbeda (Jaen) e anda nisto há muitos anos. Escreve espantosamente, compõe a condizer e tem uma voz destroçada que me encanta. Portanto vamos deixar o Serrat para outro dia e concentremo-nos no tal de Joaquin Sabina
Hesitei muito entre esta cantiga e uma em que faz parceria com Pablo Milanes, que compôs a música. Fica também para outra altura. Esta, a "Noche de bodas", para além do maravilhoso embalo latino-americano, tem pormenores nos versos, que me deixam rendido, como "Que o dicionário detenha as balas", ou "Que ser valente não saia tão caro/Que ser cobarde não valha a pena"...
Como a letra é toda deste calibre, o melhor é lerem-na integralmente e a seguir verem o vídeo, ou o contrário, ou tudo ao mesmo tempo...
Sobretudo, tenham um grande Sábado!

"Noches de boda"
Que el maquillaje no apague tu risa,

que el equipaje no lastre tus alas,

que el calendario no venga con prisas,

que el diccionario detenga las balas,

Que las persianas corrijan la aurora,

que gane el quiero la guerra del puedo,

que los que esperan no cuenten las horas,

que los que matan se mueran de miedo.

Que el fin del mundo te pille bailando,

que el escenario me tiña las canas,

que nunca sepas ni cómo, ni cuándo,

ni ciento volando, ni ayer ni mañana

Que el corazón no se pase de moda,

que los otoños te doren la piel,

que cada noche sea noche de bodas,

que no se ponga la luna de miel.

Que todas las noches sean noches de boda,

que todas las lunas sean lunas de miel.

Que las verdades no tengan complejos,

que las mentiras parezcan mentira,

que no te den la razón los espejos,

que te aproveche mirar lo que miras.

Que no se ocupe de tí el desamparo,

que cada cena sea tu última cena,

que ser valiente no salga tan caro,

que ser cobarde no valga la pena.

Que no te compren por menos de nada,

que no te vendan amor sin espinas,

que no te duerman con cuentos de hadas,

que no te cierren el bar de la esquina.

Que el corazón no se pase de moda,

que los otoños te doren la piel,

que cada noche sea noche de bodas,

que no se ponga la luna de miel.

Que todas las noches sean noches de boda,

que todas las lunas sean lunas de miel. 
   
"Noche de bodas" - Joaquin Sabina
(Joaquin Sabina)


sexta-feira, 30 de maio de 2008

Lição de história




Regra geral, os barbeiros reaccionários, sempre com aquela "ciguêra" do regresso de um Salazar (quando não são mesmo dois), "Que é o que este país está a precisar!", são absolutamente insuportáveis. Já os que têm inclinações progressistas embora assustem um bocadinho os clientes quando se exaltam com "esses fáxistas", sobretudo se estiverem de navalha na mão, aguentam-se melhor. Decididamente, os meus preferidos são os progressistas, mas os calmos, que foram tecendo ao longo dos anos milhares de horas de lugares comuns sobre a carestia de vida, as pensões milionárias dos banqueiros, o Cristiano Ronaldo, a massa que ganha o Mourinho, as mentiras do "Sócras"... e assim nos embalam ali sentados na cadeira, meio acordados meio a dormir... enquanto o tempo passa.
Era nesse estado de espírito de barbearia de bairro que eu estava a ouvir a entrevista do Mário Crespo ao Manuel Alegre, em que este aproveitava para vender o seu peixe sobre encontro, ou comício, ou lá o que é que vai fazer com o Louçã e mais uns amigos um dia destes. Claro que foi aproveitando também para debitar aquelas preocupações que revela quanto às desigualdades sociais, pobreza, precariedade no trabalho, etc, etc, etc... preocupações essas que lhe ocupam uma boa parte dos tempos livres. Nas "horas de serviço" está na Assembleia da República, votando a favor de algumas das leis que têm causado as realidades que "tanto o preocupam".
A dada altura, criticando com voz grave a verdadeira desgraça a que chegou a nossa agricultura e as nossas pescas, por culpa de políticas completamente erradas, tanto da Europa como dos governos nacionais, lembrou que na devida altura houve vozes que previram, avisaram, alertaram para o que se estava a passar, mas a que ninguém deu atenção, como... (aí acordei definitivamente "deixa lá ver quem foi, Samuel") ... por exemplo, o Arquitecto Ribeiro Telles, o então Presidente, Mário Soares e eu próprio (ele próprio) Manuel Alegre. Mai'nada!
Fiquei desolado. Já ninguém liga a coisa nenhuma neste país!

A próxima vez que encontrar algum dirigente do PCP, ou dos Sindicatos, que tinham a obrigação de nessa altura ter dito alguma coisa (e visto isso não disseram), eu é que lhes digo das boas! Ai digo, digo!...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sustos, medos e mais sustos



A minha relação com alguns jornais diários tem algo de “carro-vassoura”. Com grandes atrasos sobre a data da publicação, lá vou tropeçando neste ou naquele, dependendo dos gostos do dono do café em que estou. Desta vez calhou reencontrar essa injustificável figura que é Emídio Rangel.
Este verdadeiro Pit-Bull do “socratismo”, defensor e propagandista incansável de todas as medidas do PS e do seu Governo, está visivelmente assustado. Porquê? Simples...
Alguns eleitores que votaram PS (e até de outros quadrantes políticos) estarão, segundo o genial analista, a mudar a sua intenção de voto para o BE e (valha-nos a santa!) para os com... comun... vocês sabem... esses do PCP. Claro que estes eleitores apenas o fazem para “castigar” medidas de um governo que não entendem e não têm noção do perigo que estão a correr com esta sua atitude verdadeiramente temerária, na opinião de Rangel.
Para além de assustar o nosso querido e fofo colunista, este acto dos eleitores é profundamente injusto para Sócrates e os seus irrepreensíveis ministros, pois ao arrepio das notícias de estudos que dão conta da escandalosa e miserável dimensão das desigualdades sociais em Portugal, Rangel consegue ver que em poucos anos foram corrigidas as grandes assimetrias do País.
Aqui, confesso que Rangel consegue despistar-me um pouco. É que mesmo aqueles que imitando a avestruz, enterram as cabeças na areia, têm, quando eventualmente as erguem, uma visão mais clara da realidade do que esta.
Daí a minha dúvida. Se não é na areia, então onde diabo anda o pobre e assustado Emídio Rangel a enterrar a cabeça?

Adenda: Esta crónica de Emídio Rangel foi publicada dias antes da entrevista de Mário Soares, que comentei no post anterior. Só por "pura coincidência" é que os dois abordam o mesmo tema do "perigoso avanço dos comunistas".
Se é pura coincidência, portanto, não pode tratar-se de uma campanha anti-comunista primária e parola a começar a tomar forma, mesmo a esta distância das eleições, coisa que apenas mentes muito mal intencionadas vislumbrariam nesta óbvia e inocente coincidência.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Afinal era a brincar...



O meu pluri-remendado coração já não está calhado para grandes sobressaltos e a verdade é que o Dr. Mário Soares conseguiu assustar-me à séria à conta daquela sua história das preocupações com as injustiças e os mais desfavorecidos a pobreza, as desigualdades e...
Lá fui eu, com os bofes a sair pela boca, ver do que se tratava.
Afinal era rebate falso. Depois de muito foguetório, fumo e efeitos especiais, confirmei evidentemente, embora quase no fim da entrevista, que a real preocupação do Dr. Soares se resume ao facto de os portugueses, descontentes com as politicas do governo, poderem vir a engrossar o número de votantes no PCP e no BE.
Tudo normal, portanto. A Terra continua a girar à volta do Sol e amanhã será outro dia.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Canal da crítica *



Como já sabia que aconteceria, o Sérgio Ribeiro falou bem, claro, sereno, diferente... e pouco!
Convidaram um dos tais exóticos do PC para o debate, mas sente-se o grande incómodo que se instala quando alguém, como Sérgio Ribeiro, fala serenamente de algumas das causas dos problemas que enfrentamos e diz com aquele "ar" muito dele, quando perguntado sobre o que é preciso então fazer, "é precisa outra política!".
Ora isso não é coisa que se vá dizer no meio de tão civilizado salão, onde todos, cada qual à sua maneira, tinham o único propósito de  defender com unhas e dentes o seu sacrossanto modelo capitalista, divergindo apenas no grau de selvajaria, neo-liberalismo ou convencionalismo envergonhado com que ele é imposto. A senhora patusca, "choraminrindo" as virtudes do dito. O ex-arruaceiro Basílio do CDS, agora domesticado pelo tacho gigante, defendendo "o seu" (mais o Sócrates e o Pinho que são governantes como ele nunca viu). O tecnocrata de "centrão" de que não retive o nome, muito articulado mas sem sumo, retrato do estado em que ele e os seus iguais colocaram o país. Aquele totó reaccionário (qualquer coisa Costa), da Lusa,  que falou da plateia apenas para exemplificar como se perde uma grande ocasião de ficar em casa e calado, ruminando Códigos de Trabalho em que "se fosse ainda mais longe".
A Fátima Campos Ferreira não atrapalhou tanto como noutras ocasiões.

Ah... claro que falta o Dr. Medina Carreira, mas esse não conta. Presentemente serve apenas para dinamitar conversas, entrevistas e debates, coisa que faz com garra e estrondo. 
É assim uma espécie de taxista extremamente irritado com o trânsito... mas com um curso superior.

* Um aceno ao Mário Castrim

segunda-feira, 26 de maio de 2008

País tão pequeno, mas com tão grandes distâncias!


Gostava de ter talento suficiente para pôr em palavras a náusea que sinto ao ler algo assim, de um país que há 34 anos vitoriava o 25 de Abril.
Esta notícia brutal, embora divulgada por estes dias, não é nova. Os actuais (i)responsáveis apressaram-se a destacar que isto não são números de agora, não para dizer que alguma coisa melhorou, mas para manter a tradição de desculpabilização que há-de permitir aos provavelmente igualmente irresponsáveis, daqui a 4, 8, ou 10 anos, dizerem exactamente a mesma coisa sem terem feito nada também.
Um país assim, não é bem um país, é mais um território aparentado a uma grande coutada cheia de presas indefesas cercadas por predadores calculistas e frios.
Desconfortavelmente sentado em cima da minha ignorância sobre economia, até eu sei que as desigualdades sociais não são fruto do atraso ou da falta de desenvolvimento de um país. Bem pelo contrário, os países desenvolvidos devem o seu desenvolvimento e progresso exactamente ao facto de terem no passado apostado em mais igualdade e justiça social, logo a luta pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores e dos ainda mais frágeis e excluídos pode ser um dos maiores factores de desenvolvimento. 
No mundo, existem muitos milhares de pessoas que sabem isso, como eu. Algumas sabem mesmo explicar porquê. Para minha sorte, até entre os leitores deste blog os há!
É portanto assombroso que em trinta anos de governos "social-democratas" ostentando emblemas e siglas variadas, conforme foram estando ora ao centro ora mais à direita, nada se tenha feito com sucesso (e intenção) para evitar este triste lugar neste vergonhoso pódio.
País tão pequeno, mas com tão grandes distâncias!
A distância que separa os pobres dos mais ricos, os "socialistas" do Socialismo, os sociais-democratas de qualquer princípio de justiça-social... e mesmo quanto à democracia... mas isso era todo um outro post e lá está, é enxada demasiado pesada para os meus braços.

domingo, 25 de maio de 2008

Uma pessoa não se pode distraír...




Eu sei que embora a música seja a minha profissão, o género que se pratica na Eurovisão não é de todo o meu "ramo"... mas que fazer? Há sempre aquela curiosidade, aquela ilusão de que algum país se possa sair com uma canção, quem sabe até com uma canção boa...
Não faço a mínima ideia de qual foi a última vez que gostei de alguma cantiga que tenha ganho a Eurovisão depois da minha juventude (das desse tempo, lembro-me de várias). Em contrapartida, das cantigas que foram representando a RTP, ou Portugal, como alguns dizem, lembro-me de várias de que gosto. Infelizmente já lá vão 12(?) anos desde a última cantiga boa, uma música do Pedro Osório, com letra do José Fanha. Como se não bastasse, foi cantada (e bem) por uma das "meninas dos meus olhos", ainda muito mocinha.
Desde então a escalada do nível de indigência tanto das cantigas como das opções estéticas dos próprios espectáculos televisivos é inacreditável, tendo aqui e acolá o brilho fugaz de alguém que durante três minutos canta bem uma qualquer música de difícil classificação. Foi o caso desta nossa jovem Vânia. Desejo-lhe as maiores felicidades pessoais e artísticas, de preferência com outro reportório.
Entretanto caminhamos para a possibilidade de no futuro alguém poder ganhar "aquilo" com uma coisa qualquer, cantada ou arrotada ou o que for, se continuar este patético xadrez político-amiguístico-regional em que se tornou o sistema de votações. Já não há música. Os países de leste votam uns nos outros, os balcânicos também, os nórdicos igualmente, os restantes não sabem bem e os emigrantes portugueses votam em Portugal, lá nos países em que estão, seja a cantiga assim ou assado. 
A razão da insistência neste formato de festival é um mistério.
Pronto. Está feita a croniqueta sobre o Festival Eurovisão da Canção 2008, mas agora fiquei danado! E perguntam vocês "Porquê?"
Porque durante o tempo em que estive distraído a ver o dito cujo, não faço ideia de quantas vezes subiu o preço da gasolina, ou ainda mais importante, se algum jogador da selecção mudou da sua água mineral natural para outra de sabores... e de que marca. Claro que agora vou fazer figura de parvo tendo que perguntar... num Domingo, com tudo fechado!...

sábado, 24 de maio de 2008

E agora, José Sócrates?




Como estou convencido que o seu treino especial em técnicas de encobrimento, negação e manobras de diversão, foi bastante mais aturado do que o de engenharia, como é que "chuta para a frente" este pequeno contratempo dos vôos da CIA?

1. Pede desculpa e promete que vai deixar de... mentir?
2. Vai dizer alguma coisa à "desequilibrada" da Ana Gomes?
3. Este caso foi inventado por aqueles 50 "sempre os mesmos" arregimentados pelo PC para o perseguir por todo o país?
4. O que acha merecer que eles lhe chamem da próxima vez que o encontrarem na rua?
5. ...
6. ...

Podia ficar aqui uma data de tempo, mas a verdade é que sempre tive a mania das perguntas...

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Há dias assim...





Ontem foi um santo dia. Perguntam vocês "e o que é um santo dia?"
As opiniões são muitas. Para mim, ontem, foi ir até ao campo, a uma casa emprestada por um gato genial, envolta em perfume de rosas, estar com uma mão cheia de amigas e amigos daqueles que fazem o mundo um pouco melhor todos os dias, capitaneados por uma amiguinha pequenita que está na posse do segredo de como cantar a "Joana come a papa" utilizando apenas uma palavra, mas a que realmente importa.
Se a que faz de dona da casa do tal gato genial fizer as pazes com a vizinha famosa (dizem que pelos milagres...) da próxima vez até haverá sol.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Tudo bons rapazes



As empresas petrolíferas cavalgam a crise do preço do crude, lucrando cada vez mais. Os números são fabulosos. Os bancos ganham milhões em cima do aperto das famílias portuguesas. As bolsas descobriram um novo filão na crise alimentar e na escassez (provocada) de cereais desviados para os combustíveis e para a especulação, ganhando fortunas em cima da fome de milhões de seres humanos.
Confrontado na Assembleia com a acusação de falta de soluções para combater estes fenómenos e por vezes de ser cúmplice de alguns deles, o primeiro ministro responde com tiques, ora arrogantes, ora roçando o sketch de revista de má qualidade.
Enquanto ouvem as acusações mais graves, ministros e seu chefe, riem e galhofam abertamente.
Decididamente a gestão da nossa vida económica e política está nas mãos de um gang que faz os "irmãos metralha" parecerem um grupo de escuteiros.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Problemas de parque(inson)?




Numa visita ao Parlamento para tratar de assuntos de estado, o Conselho Superior da Magistratura mostrou-se disponível para de uma maneira geral apoiar os planos do Governo para o sector, nomeadamente o novo mapa judiciário. 
Com um grande senão. Para evitar o desencadear de autênticas guerras nos diversos tribunais das comarcas do país, aquele órgão de cúpula da nossa justiça defende que não se deve passar para as mãos dos juízes locais um poder que só o próprio Conselho Superior da Magistratura é digno de deter. O poder de decidir os lugares de estacionamento nos tribunais!
Por contraste com os cachopos e as pessoas vulgares, que como se sabe só têm problemas de caca, é reconfortante verificar que "lá em cima" alguém se preocupa com as coisas realmente importantes.

Custa uma fortuna, só em amendoins...


(Imagem sem som, devido ao volume altamente irritante dos guinchos e grunhidos)

Pelos motivos que podem ser lidos na íntegra aqui, o PCP/Madeira decidiu apresentar uma Moção de Censura ao Governo Regional daquela Região Autónoma.
Talvez para dar razão aos que o têm elogiado, Alberto João Jardim resolveu dar um ar da sua "democraticidade combativa" não pondo os pés na Assembleia Legislativa Regional  nem para a discussão nem para a votação da moção, acto de grande "dignidade pessoal e política" em que foi acompanhado pelo seu Governo, que se fez representar no debate... por um secretário.
Infelizmente, ainda há quem vá achando graça a esta imitação rasca de cidadão.
Espero que o Dr. Jaime Gama esteja orgulhoso...

terça-feira, 20 de maio de 2008

Quem não tem vergonha, todo o mundo é seu



A tristemente célebre Marilu, essa figura bizarra que ocupa com total descaramento o lugar onde devia estar um ou uma verdadeira Ministra da Educação, tem ao seu serviço no programa Novas Oportunidades, centenas de trabalhadores remunerados em regime de (falsos) recibos verdes. Como se não bastasse, muitos deles têm os salários em atraso.
Como sempre, e só depois de a notícia vir nos jornais, tem a lata de dizer que agora é que estão reunidas as condições para resolver esse "problema" e topete (adoro a palavra topete) de afirmar que são situações "herdadas". Herdadas? Chamem-lhe má-vontade da minha parte, mas a última vez que olhei, este programa das "Novas Oportunidades" tinha sido lançado por este governo.
Se ela diz que vai atacar o problema, estão em maus lençóis os jovens formadores das tais "oportunidades". Se a senhora seguir o exemplo do gerente do conselho de administração do país e seu chefe, o número de precários vai ainda aumentar. Tudo aquilo que Sócrates tem dito que combate como ninguém antes combateu, por estranho que possa parecer, cresce em número e gravidade. É ver o trabalho precário, o desemprego, a inflação, etc. etc...
Fazer "prosperar" e multiplicar-se aquilo que tão denodadamente se combate... é obra!
Assim que me lembre, de repente, só vejo um sucesso comparável no impagável George Bush, que desde que combate ferozmente o terrorismo, deve ter conseguido multiplicar por muitos o número de células da Al Qaeda e dos Talibans.
Génios!...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Os olhos dos camponeses são fogos na madrugada

Catarina Eufémia (13 de Fev. de 1928 - 19 de Maio de 1954)

(Gravura de José Dias Coelho)

O perfume da normalidade



A acabar um fim de semana em que fiz os possíveis por estar em paz, navegando numa quase total falta de assunto "sério", faço-me ao caminho para a "Vasco da Gama" e deparo-me com este cenário de mistério, acompanhado de um cheiro intenso a queimado.
Dominado o susto, com dois telefonemas pude ficar descansado. Informou-me voz amiga de que se trata apenas do eng. José Sócrates cumprindo a sua promessa de deixar de fumar, com o mesmo rigor e verdadeira excelência com que tem cumprido todas as outras promessas.
Tudo normal, portanto... venha uma nova semana!

domingo, 18 de maio de 2008

Os ideais



No passado dia 13 (dia propício a milagres) durante o "Frente a Frente" da SIC Notícias, desta vez com o Octávio Teixeira e o Ângelo Correia, diverti-me assaz.
O Ângelo Correia, no seu estilo entusiástico habitual, queria tanto mostrar o quanto o seu PPD e outros partidos, a juventude, o país e a sociedade em geral estão aprisionadas pelo mais vil consumismo, individualismo e fria competição, que para reforçar a sua teoria decidiu arranjar um contraste à altura. Embalado pelo entusiasmo virou-se para o Octávio Teixeira e atirou-lhe "Vocês, os comunistas, ainda lutam por ideais e..." e depois atrapalho-se, meteu os pés pelas mãos, "bem... eu acho que são utopias...", mas o dito estava dito.
O Octávio Teixeira ficou por segundos sem saber o que dizer, pôs-se de todas as cores e finalmente lá sorriu... com um ar deliciado. Como eu.
Aprendi, mesmo a rir, mais uma coisa. Que muitas vezes os discursos anti-comunistas mais inflamados e odiosos, são afinal resultado de uma coisa que deve queimar por dentro... a inveja violenta de uma coisa que nunca tiveram... ou que perderam!

sábado, 17 de maio de 2008

"Os lobos: eles estão aí"



eles estão aí
os lobos
elas vivem aqui
as hienas

vagueiam pelas aldeias
contam contos de terror
"vem aí o comunismo   ai que horror"
saltitam de casa em casa
com a ajuda do prior:
"rezem pela nossa pátria por favor"

sussurram grandes histórias
em tom de muito segredo:
"vem aí o comunismo   ai que medo"
e dizem ao lavrador
que resolva enquanto é cedo:
"os vermelhos não lhe deixam nem um dedo"
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 Este indivíduo não é um caso isolado.

                           Surgem com esta desfaçatez de quem se entretém a olhar-se amiudadamente aos espelhos do seu mundo nem sempre real, e com o sorriso de felicidade inconsciente deixam a saliva escorrer-lhes pelas comissuras labiais enquanto enfiam obscenamente as mãos nos bolsos das calças para que a camisa lhes faça adivinhar os umbigos que julgam únicos.

                         E, no entanto, é cada vez mais evidente, que tais umbigos são apenas os vestígios putrefactos de uma memória genética de valores que precocemente parecem ter atraiçoado, se considerarmos o conteúdo e o estilo do que escrevem.

                        Um colega meu de profissão (médico), preocupado com certo tipo de doentes, após a análise detalhada da sintomatologia detectada e a dificuldade de obtenção de terapêutica garantidamente eficaz, costumava concluir em tom de lamento: “Que Deus nos dê juizinho até à hora da nossa morte… 

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O primeiro texto é de uma cantiga com muitos anos. O segundo tem poucos dias e foi escrito como reacção ao "nosso sociólogo alberto gonçalves".
São ambos do Vieira da Silva. Lembram-se? Exactamente. Esse!
Vieira da Silva é uma voz de Abril. Uma voz carregada de lirismo e cheia de palavras certas.
Durante a gravação do "Vozes de Abril", no Coliseu, em conversa com alguns dos amigos presentes, dei conta da "falta" do Vieira da Silva. Passados uns dias ele viu o espectáculo na RTP e como ainda devíamos estar sob a "influência" daquela conversa, encontrou maneira de me descobrir num comentário de um blog, daí chegar ao "Cantigueiro", contactar-me por mail, oferecer-me um precioso recorte daquela que foi uma das primeiras coisas que se escreveram sobre mim, senão a primeira, no Mundo da Canção e pronto... agora só falta arranjarmos um pretexto para estar ao mesmo tempo num lugar e cantar umas cantigas, talvez, quem sabe, na companhia de outro amigo... deixa lá ver, assim ao calhar... o Viriato Teles, que só por acaso também é um homem de Ílhavo como o Vieira da Silva.
Para os que quiserem matar saudades ou descobrir, pois nunca é tarde, o Vieira da Silva tem um blog, "A Sudoeste" e (muito melhor para as tais saudades) uma página na net onde podem, entre outras coisas, ouvir as cantigas que estão em cima, no canto direito, ao alcance de um click. Divirtam-se!

Momentos Cristiano Ronaldo



Que fique desde já bem claro que, primeiro, cada país e cada pessoa tem os ídolos que quer e segundo, que ainda não é desta vez que eu me vou embrenhar, qual David Attenborough, na densa e profunda selva do pensamento futebolístico. Não. Este é, basicamente, um post cor-de-rosa.
A saber, Cristiano Ronaldo, herói nacional, é um rapaz carregado de talento para a bola. Nereida Gallardo é uma mocinha igualmente cheia de talento(?). Namoram. Nada mais natural. Esta é a parte cor-de-rosa da estória.
Agora a outra parte. Cristiano Ronaldo gosta de se motivar para os seus feitos desportivos, fazendo apostas. Desta vez esmerou-se. Apostou com o treinador da Selecção Portuguesa de Futebol que ser for campeão da Europa... casa com a namorada! Ao que dizem os jornais, ela adorou a ideia de ser "apostada". Óptimo para ela...
Eu também aposto que se esta estória envolvesse alguma das minhas amigas, o caso acabava bruscamente com um estaladão nas trombas e fim de namoro.
Mas se calhar a triste verdade é que ao longo da vida e até agora, só me dei com moçoilas com um "feitio" tremendo...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Ideia peregrina?



A Isabel foi a última de algumas pessoas que me chamaram a atenção para o facto de alguém em Portugal ter feito renascer a figura mítica e medieval do Peregrino Pagador de Promessas.
Depois da grande peça teatral do autor brasileiro Dias Gomes, que na sua adaptação para cinema viria a receber a Palma de Ouro do Festival de Cannes, em 1962, temos agora a versão "xicoespertista" à portuguesa.
Este personagem, Carlos Gil, recebe o seu dinheirinho e vai por esse mundo que Deus tem, pagar as promessas de pessoas endinheiradas mas sem "vagar" para ir pessoalmente...
Pagador de promessas é um conceito do caneco!
Não há uma alma caridosa que apresente este homem ao Eng. José Sócrates?

Revisões em rebaixa



A assombrosa qualidade das previsões deste governo de Sócrates faz qualquer bruxo de bairro parecer um cientista. Principalmente as previsões económicas, como o crescimento e a inflação, que usa para "negociar" os aumentos salariais dos trabalhadores do Estado e de muitos outros milhares no sector privado, cujos patrões também se "guiam" por esses números.
Pobre Prof. Zandinga, que já não viveu para ver um governo em que poderia ser Ministro do Planeamento.
Seria possivel fazer um post com muito mais graça sobre esta tão grande incompetência dos nossos governantes... mas para isso seria também preciso eu acreditar que eles realmente se enganam nas previsões.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Chiça, que é muito F!!!


(O F de "fadista" foi surripiado ao "Wehavekaosinthegarden". Os outros não)

Não tivesse eu sido vítima de uma primorosa educação e acrescentaria mais alguns "éfes" aos 3 tradicionais. É que já não se aguenta...
As sequelas de Fátima, como réplicas de um sismo, vão amainando mas foram às centenas.
O Futebol, esse não dá descanso. Ele são programas gigantescos, com público no estúdio, repetidos depois a outras horas, Grandes Entrevistas, pequenas entrevistas, Telejornais, Jornais da Noite, da tarde, da manhã, sempre e sempre... em cheio na cara.
Palavra que se encontro um Fadista, sobretudo se tiver a cara deste da imagem, "amando-lhe" um estalo!

Ficção





O sempre "bem caçado" Pedro Santana Lopes, em plena corrida à liderança do PPD, "agradece o apoio", referindo-se a Alberto João Jardim e diz que "espera ser digno e estar à altura".

É a eterna mania de prometer coisas impossíveis.

Era isto... ou General




A "AdAstra" fez questão de me convidar pessoalmente a recolher este selo que diz que é para afixar em blogs de 5 estrelas. Não vou desdenhar a gentileza. Bem bastam as vezes em que nem reparo nos "prémios", nomeações, convites, desafios...
Obrigado!

Quanto às regras do passar para outros e tal... é como já sabem.

Tomem lá que é para aprenderem!



Tal como o "Blog do Castelo", também eu não evitei andar a patinhar mais uma vez no blog de Vital Moreira, com o trágico resultado para os sapatos que seria de esperar.
Reconheço que por razões de saúde, tenho de abandonar esta mania. De cada vez que leio, comento ou cito artigos, posts e opiniões avulsas do grande professor, falecem-me ingloriamente alguns neurónios, uns por sobreaquecimento, outros por simples contágio, mesmo à distância.
Desta vez, este verdadeiro farol opina que se os sindicatos não concordam com as propostas do governo, este deve pura e simplesmente retirar as propostas... e pronto. Que é para aprenderem!... Tudo a bem da Nação e num tom muito mais "radical" do que o suposto radicalismo dos próprios negociadores envolvidos.

Eu sei que o vício é uma coisa má, mas o que hei-de fazer?!...
Agora vou ficar aqui à espera do artigo (que não deve tardar) em que Vital Moreira vai defender o regresso dos castigos corporais para os sindicalistas e trabalhadores em geral, que tenham o "desplante" de discordar dos patrões, do Governo de Sócrates, ou (que os deuses os defendam!) dele próprio, Vital Moreira, o grande... qualquer coisa que agora não me ocorre.

"Avó" de muitos milhares



Esta senhora, com esta cara e este olhar, seria capaz de salvar alguém apenas por lhe falar... mas isso é apenas poesia. A realidade bem dura, como podem imaginar, é que esta polaca assistente social durante a ocupação nazi, usou e inventou todos os meios e correu todos os riscos que lhe permitiram salvar de uma morte certa 2500 crianças do ghetto de Varsóvia, num empenhamento diário, entre 1940 e 1943.
Morreu agora aos 98 anos, chamava-se Irena Sendler. Chegou a ser nomeada para Nobel da Paz. Nunca o recebeu. Como Schindler, Aristides de Sousa Mendes e tantos outros.

Quem pode ficar calmo quando gente como Ramos Horta (que o recebeu!!!), propõe gente como Durão Barroso para candidato ao prémio?

terça-feira, 13 de maio de 2008

Mudar é preciso



Num dia em que no "Prós & Contras" da bola eu não quero tocar nem com máscara, luvas de borracha e pinças, num dia em que mais do que é habitual, a Igreja Católica Apostólica Romana mostra o seu quase absoluto poder sobre a fraqueza humana, num dia em que os meios de comunicação social, mesmo os do Estado, estão ainda mais do que é habitual, de cócoras perante o Vaticano, apetece-me deixar aqui um "pequeno" texto de um "pequeno" alemão que por detrás dos seus óculos via e desenhava a realidade com a precisão de um lapidador de diamantes.

"Nada é impossível de mudar"

Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo.

E examinai, sobretudo, o que parece habitual.

Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar.


Bertold Brecht (1898-1956)

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Revista de fim de semana






E lá se foi mais um fim de semana. Por qualquer razão, não me concentrei muito em coisa nenhuma em concreto. Fui apanhando uma coisa aqui, outra ali... algumas já tinham alguns dias de idade e eu nem sabia.
Destaco apenas três, as duas primeiras porque são extremamente "divertidas" e a terceira para lavar a alma depois de pensar nas duas primeiras.

1- A Dona Manuela Ferreira Leite declarou que vai "fazer a experiência" de falar verdade ao país. Bem me parecia que havia algo de errado no que ela dizia ao país quando era Ministra da Educação e depois Ministra das Finanças...

2- O ex ministro de Santana Lopes, António Mexia que presentemente "anda ao ataque" na EDP, apertado por um jornalista sobre a diferença entre os 1,8 por cento de aumento para os funcionários, contra o aumento de 118 por cento que a administração se auto-concedeu e que no caso do próprio Mexia pode dar um "ordenado" de mais de 4 milhões de Euros durante o mandato de 3 anos, arvorou um sorriso gaiato e respondeu "Não me queixo..."

Como o primeiro caso só dá para rir e do segundo não me atrevo (por decoro) a dizer o que penso, passo para o terceiro.

3- Esta maravilha é a prova de que se pode sempre ouvir e neste caso, ver uma coisa que conhecíamos, de uma nova maneira. Disfrutem do célebre quadro "Guernica" de Pablo Picasso, nesta aventura de animação em três dimensões realizada por Lena Gieseke e digam de vossa justiça.


domingo, 11 de maio de 2008

Música para cantar alto




Este companheiro de cantigas é o José Mário Branco, autor de várias obras-primas da música portuguesa "que importa". Foi também o escritor e compositor da cantiga que hoje aqui vos deixo para sonorizar o Domingo, a famosa "A cantiga é uma arma".
Neste vídeo, em que estou muito bem acompanhado e que foi retirado de um programa da RTP1 de há já uns anos feito também para comemorar o 25 de Abril, eu estou naquele estado deplorável por que todos já passámos alguma vez, em que não podemos dizer nada ou olhar para ninguém sem desatar a rir descontroladamente. Quando finalmente gravámos este take, a fase do "descontroladamente" já tinha passado, mas ainda era o que se pode ver...
Tudo tem uma explicação. Minutos antes desta gravação, uma colega cantora que participava no programa, tinha-se dispensado de entrar nesta cantiga "por não concordar com armas". A nossa profissão tem por vezes estes momentos "alegres"...
Ainda sobre esta e todas as cantigas de intervenção, faz-me igualmente sorrir a recordação de uma outra estória, esta de há poucos dias, em que num grupo de café onde se comentava a marginalização a que está sujeita esta música e os seus cantautores, um jovem candidato a neoliberal, me explicou do alto da sua sabedoria dos vinte e poucos anos, que "Essa vossa música não passa mais na televisão e nas rádios porque as pessoas não compram. É a lei do mercado."
Dei-lhe uma resposta que a princípio o deixou convencido de que eu seria parvo, mas segundos depois, um brilho nos seus olhos disse-me que ele estava a "chegar lá".
- Não amigo. A nossa música é a menos comprada porque é a que menos "se vende"!

"A cantiga é uma arma" - Vários
(José Mário Branco)

sábado, 10 de maio de 2008

Fidelização às marcas



Afinal, ontem até houve uma notícia que me chamou a atenção. Tentaram leiloar o que resta do jornal "O Independente", o tal que ficou famoso como arma de arremesso do "jornalista" Paulo Portas.
Parece que ninguém lhe pegou...
Hoje telefonaram cá para casa a perguntar se estaria interessado em fazer uma oferta...
Embora delicadamente, tive que lhes dizer que em matéria de papel, vamos continuar fiéis à "Renova" e ao "Scotex".

Não me importo...




Fui desafiado por mais do que uma das visitas cá de casa para entrar na corrente do "6 coisas de que me não importo" (ou algo do género...). A coisa tinha-se-me varrido completamente, mas como uma das desafiantes insistiu e o Sábado corre manso... então vá.
1- Não me importo de estar a escrever em vez de dormir a sesta instalado numa flor verde...
2- Não me importo de ter feito as coisas e escolhido os caminhos que me trouxeram até aqui.
3- Não me importo de ter uma profissão tão confidencial.
4- Não me importo de não pertencer à maioria.
5- Não me importo de (muito raramente!) participar em "correntes".
6- Não me importava nada, mas mesmo nada, de estar agora sentado no Monte Brasil a pensar num post para logo à noite e em "como é que esta água tem este azul?".

A parte dos reencaminhamentos é que já me ultrapassa, como já se sabe por aqui.


Rais parta a minha ignorância!



Durante todo o dia de ontem, mas mesmo todo o santo dia, fui ouvindo, distraidamente (como se fosse uma música de fundo), toda a gente a falar de um "Conjunto de Sansões". Enquanto fui fazendo isto e aquilo, de cada vez que passei perto de uma telefonia ou aparelho de televisão, lá estava... conjunto de sansões para aqui, para ali, muita excitação, muito comentário... 
"Grande trabalho de promoção!" pensei eu, já imaginando muitos sucessos para a carreira artística do grupo de saudáveis e altos rapazes, com os cabelos compridos, correntes nos jeans, as guitarras eléctricas altíssimas e uma vocalista chamada Dalila, apenas vestida com véus e...
Ilusão!... Afinal tratava-se de um conjunto de sanções e não de sansões e tinha que ver com futebol.
Não entendo bulhufas de futebol! Como ao que parece, nada mais se passou durante todo o dia, não tenho nada sobre o que falar.
Não há post!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Chumbado



Eu sei que esta fotografia de Sócrates não é deste debate da moção de censura, sei que até já a publiquei antes, mas que querem? Gosto dela... Retrata o Primeiro Ministro no que ele tem de particular, num movimento que está no limiar da dança, como um toureiro que mesmo sem espada, muleta, touro ou sequer talento, ostenta milhares de lantejoulas e algum "salero", que embora de um tipo bastante desadequado para a função que provisoriamente ocupa no Governo do país, faria algum sucesso nos tablados de muita "noite" andaluza. 
Não vou dizer aqui o que penso de Sócrates como pessoa. Seria despropositado. Nem vou desta vez dizer o que penso dele enquanto político. Além de redundante, seria inútil, pois tenho a convicção de que a esmagadora maioria dos leitores destes meus textos, é possuidora de opiniões ainda mais documentadas sobre o figurão. Confesso no entanto que sempre que o vejo a dar na Assembleia espectáculos como o que deu ontem, fico com alguma comichão nos dedos, sobre o teclado...
Como hoje, ao que parece, decidi não falar... também não vou tentar explicar a ninguém as justas razões que levaram o PCP a apresentar a moção de censura que em boa hora resolveu esfregar no foci, perdão, levar à discussão e votação na Assembleia da República. De qualquer modo, quem não tenha visto a discussão, sempre pode ler, se quiser e na íntegra, a intervenção de abertura, de Jerónimo de Sousa, aqui.
Então para que escrevo hoje? Para que algum leitor que se achar mais pachorrento, me dê uma luz sobre o que se poderá fazer para que milhões de portuguesas e portugueses que até agora têm votado neste "centrão" que se transformou num infecto bar de alterne, pomposamente auto-denominado "arco da governabilidade", vejam claramente para lá do nevoeiro da descrença, da desilusão e das dificuldades,  que realmente outro mundo ainda é possível!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Partido extraordinário



Estou a falar do PS. Eu sei que não é meu costume... 
Desde que é dirigido por Sócrates e está no poder (ou será que é dirigido pelo poder e... adiante) tem tomado muitíssimas medidas, só sendo ultrapassado em número de "tomada de medidas" por António Silva, se somarmos as cenas do "chega chega ó minha agulha" com a do "faz-se já a prova dos nove".
Uma das últimas ideias do PS para uma "medida" é colocar todas as polícias, sejam de segurança ou de investigação criminal, sob a coordenação de um senhor equiparado a Secretário de Estado, dependendo directamente do Primeiro Ministro. É uma "boa ideia", claro, para um governo que queira controlar a seu belo prazer não só a segurança do Estado, como a possibilidade de influenciar os caminhos percorridos pelas investigações judiciais e criminais e seus resultados... mas eu não sou analista político e o Rúben de Carvalho disse-o muito melhor do que eu, no "Frente a frente", na SIC Notícias, acompanhado da Doutora Paula Maria Von Hafe Teixeira da Cruz, actual Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa e militante do PSD, que falou e voltou a falar sobre esta "medida" do PS. 
Acreditam que concordei com 95 por cento do que disse a doutora Paula? E digo apenas 95 porque pode ter-me escapado alguma coisa. Este PS consegue coisas fantásticas!
Com o Rúben de Carvalho também concordei, mas isso não é nada de espantar. Já estou habituado a isso, há muitos anos, esteja ele a falar de política, da música portuguesa de intervenção, de jazz, etc, etc, etc.
Aliás, para ser sincero, eu não fiz este post para coisa nenhuma, a não ser lançar a candidatura do Rúben de Carvalho a um programa de "opinião" semanal, de sua responsabilidade, na RTP.
Eu sei que a lista de candidatos poderia ter muitos nomes... mas eu gosto do Rúben, que é que hei-de fazer?...

Adenda: No caso de o programa vir a ser na SIC, se for necessário eu ofereço a cadeira.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Pronto! Parece que não vou ser eu...





Para mudar de ares resolvi dar uma volta pelo Público. Péssima ideia! 
Dei de caras com o jovem José Alberto Carvalho, director de informação da RTP, a tal que nós pagamos, que perante deputados que o questionaram sobre a legitimidade da opção do canal de ter como comentadores políticos "residentes", apenas Marcelo Rebelo de Sousa, do PS com D e António Vitorino do PS sem D, respondeu que só passarão a ter comentadores com programa próprio, representando outros quadrantes ideológicos, quando descobrirem pessoas parecidas com o prof. Marcelo e Vitorino...
Não vou agora pôr-me aqui a dizer o que penso dos dois mediáticos comentadores. Não é que levasse muito tempo... bastava uma linha, mas não me apetece e as minhas visitas têm imaginação muito mais que suficiente para os classificar.
A minha encanitação é mesmo com o jovem director de informação. Já aqui há tempos, como escrevi AQUI, outro director, mas da SIC, Ricardo Costa, respondeu que não convidavam outras forças políticas para o programa "Expresso da Meia Noite" porque "não havia mais cadeiras". Agora é este José Alberto Carvalho...
Porque raio é que estes senhores directores, quando são entalados com perguntas às quais não são capazes de responder com a verdade, optam por responder com garotices?