Olha
(Chicas)
Olha a luz que vem de lá
Veja a chuva já passou
Espera que a vida vai melhorar
Reza pra Deus Nosso Senhor
Jura que vai me esperar
Volta, vamos recomeçar
Planta amor que amor vai dar
Viva a vida, vida...
Roda nesse mundo carrossel
Brinca solta pipa olha pro céu
Muda de lugar pra ver além
Chama o irmão pra vir também
Grita, que é pra todo mundo ouvir
Ouve, eu não vou mais repetir
Toca a canção da esperança
Avisa, vou voltar a ser criança
Pega a estrela que caiu
Leva onde haja a escuridão
Pede pra miséria acabar
Vamos todos repartir o pão
Luta pelo seu ideal
Força, vai adiante até o final
Voa pra sua liberdade
Canta que a vida é boa.....
A vida é boa....
Veja a chuva já passou
Espera que a vida vai melhorar
Reza pra Deus Nosso Senhor
Jura que vai me esperar
Volta, vamos recomeçar
Planta amor que amor vai dar
Viva a vida, vida...
Roda nesse mundo carrossel
Brinca solta pipa olha pro céu
Muda de lugar pra ver além
Chama o irmão pra vir também
Grita, que é pra todo mundo ouvir
Ouve, eu não vou mais repetir
Toca a canção da esperança
Avisa, vou voltar a ser criança
Pega a estrela que caiu
Leva onde haja a escuridão
Pede pra miséria acabar
Vamos todos repartir o pão
Luta pelo seu ideal
Força, vai adiante até o final
Voa pra sua liberdade
Canta que a vida é boa.....
A vida é boa....
E a menina levantou da última queda, os joelhos meio sujinhos de terra - Não! Terra não! A terra tinha virado lama por causa das lágrimas que vertera amedrontada - percebe algumas raladuras e compreende enfim o porquê de arder tanto...
Desamarrota o vestidinho, passa as mãos também meio sujinhas, pelo cabelo, tirando da frente dos olhos para poder enxergar melhor à sua volta. E, enxergando melhor, nota enfim que aquelas feridas já viraram cicatrizes. Conta-as: uma, duas, três, quatro, cinco! Cada queda, uma cicatriz. Cada cicatriz, uma história. Cada história, um aprendizado.
Agora, olhando para a frente, vê que cresceu alguns centímetros pois consegue enxergar a vida de um outro ângulo... Seria por ter crescido? Ou por ter tirado o cabelo da frente dos olhos? confusa, coça a cabeça e contempla um pouco o horizonte... Observa detalhes que sempre estavam lá, mas que nunca os tinha percebido. Por conta disto, leva a mão esquerda à boca entreaberta num espanto e ralha consigo mesma: como posso não ter visto se estava bem diante do meu nariz?
Meditando um pouco sobre os últimos acontecimentos, se pergunta como foi que conseguiu passar por tudo e sair apenas com alguns - pequenos - arranhões. Sente-se mais forte, mais crescida, mais segura de si, mas sente também que existe algo mais. Sozinha ela não teria conseguido, ou até tivesse, mas, com certeza, estaria bem mais machucada e talvez algumas cicatrizes ainda permanecessem abertas!
Num gesto de questionamento, ela estende os dois braços, com as palmas das mãos viradas para cima e, enfim, sente algo tocando sua mão esquerda - sim, a mão que ela escreve, a mão do lado do coração - como se este algo abraçasse sua mão.
Olha pro lado e seu sorriso se abre largo... a segurar sua mão estava a mão do Coração! Semicerrando os olhinhos, a menina enfim desvenda o mistério, com ar travesso: tudo fora mais fácil, as feridas cicatrizaram, só ficaram pequenos arranhões, que nem tavam mais doendo - porque o Coração esteve sempre lá: segurando, amparando, acarinhando, levantando, de um jeito meio silencioso, emanando uma energia tão pura, tão forte, tão bonita, que não tinha como não curar qualquer ferida que fosse.
Cientes de que não estavam mais sozinhos neste mundo, de mãos dadas, Menina e Coração seguiram pelo caminho de ladrilhos amarelos sob as sete cores do arco-iris. Já disse: para mim arco-iris vai ser sempre assim, separadinhos mas unidos pelo tracinho do meio, de mãos dadas, assim como a Menina e o Coração!
Pensamentinho de Cabeceira:
"Sim, eu poderia morrer de dor
Eu poderia morrer e me serenizar
Ah, eu poderia ficar sempre assim
Como uma casa sombria, uma casa vazia
Sem luz nem calor
Mas quero as janelas abrir
Para que o sol possa vir, iluminar nosso amor"
Eu poderia morrer e me serenizar
Ah, eu poderia ficar sempre assim
Como uma casa sombria, uma casa vazia
Sem luz nem calor
Mas quero as janelas abrir
Para que o sol possa vir, iluminar nosso amor"
(Zélia Duncan)