Que me marque
uma vaga branca de espuma
e o mar deixe o verde
odor da maresia.
Que me lembres
os passos na areia
e as conchas me ensinem
o que não sei.
Desejo navegar
e perder-me em cada porto
que não encontro.
Paula Raposo in 'insubmissa: o lado errado numa linha imaginária' 2011 Chiado Editora.
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Ao largo
Longe, ao largo.
Só mar à nossa volta.
A despedida fora de risos
e flores sobre nós.
Partíramos e sobre nenhum rosto
caíram lágrimas:
eu não as vira;
mas - hoje - sei,
que alguém queimou
as minhas fotos
e rasgou as minhas cartas.
Não voltei.
Só mar à nossa volta.
A despedida fora de risos
e flores sobre nós.
Partíramos e sobre nenhum rosto
caíram lágrimas:
eu não as vira;
mas - hoje - sei,
que alguém queimou
as minhas fotos
e rasgou as minhas cartas.
Não voltei.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Sem fim
Um dia muito espesso
e inodoro,
(tenho que cheirar
e sentir algo)
mas, o dia - além de espesso -
era sem côr.
Pensei que já não existiam
sentidos.
As flores lembraram-me:
era só mais um dia
sem fim.
e inodoro,
(tenho que cheirar
e sentir algo)
mas, o dia - além de espesso -
era sem côr.
Pensei que já não existiam
sentidos.
As flores lembraram-me:
era só mais um dia
sem fim.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Em memória do Rolando Palma
Chocada com o teu assassinato no passado dia 2, no Rio de Janeiro, junto-me nesta blogagem colectiva, para te dizer que: não te conhecendo pessoalmente, a tua escrita sempre me fascinou e to disse em vários comentários durante os anos em que visitei o teu entremares...
Deixo-te um poema e um beijo lá onde estejas.
À Deriva
Equilibrar
o cinzento esverdeado da água
acalma a dor da ausência
presente no meu olhar.
Alguns barcos navegam
ao longe
e eu vou num deles
não sei para onde
não sei qual o destino
em que embarco,
nem quero saber.
Deixo-me ir na transparência
da aparente acalmia do mar
mais uma vez à deriva.
Este poema integra o meu livro 'golpe de asa' 2008 Editora Apenas Livros.
Que gostes, Rolando!
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Veias II
Vou deixar que o poema
se enterre nas tuas veias
- mesmo escorrendo algum
sangue –
e se entranhe na aguarela,
preparada para a minha apoteose:
hoje desenhas-me.
Finalmente este era o sentido
que – ainda – faltava
à nossa paixão.
Paula Raposo in ' insubmissa: o lado errado numa linha imaginária' 2011 Chiado Editora.
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