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Deixo que pousem
em mim e me beijem
macias na sua leveza
e como em breve
passagem
tal como eu
deixo-as começarem
em mim...Foto: Gustavo Lebreiro
A Menina Marota faz anos hoje.
Se soubesse definir
Amizade
poderia dizer
que é um abraço forte
e um beijo sincero
e a troca de palavras
neste quase ano e meio
que nos conhecemos.
Parabéns!!
Tirei descaradamente do À BEIRA DE ÁGUA esta fotografia.
Parte da infância
fica nas romãs
saboreadas com açúcar
na quinta dos meus bisavós,
parte dela destruída
parte dela ainda viva
por isso este espaço
tem este título.
Ter um filho é uma responsabilidade que se assume quando se decide trazê-lo ao mundo.
A minha responsabilidade é o meu percurso porque assim escolhi.
Hoje é o teu aniversário e quero que a saúde não te abandone e que consigas ser feliz com as tuas escolhas.
Parabéns, filhote!Foto com o teu telemóvel
Sobeja um amargo de boca.
Secou a doçura do momento
e desfaço-me
contra as paredes
da casa
aos trambolhões
como uma pedra
pontapeada.
Não quero voltar
a nascer pedra.
Levas-me até ao limite
inseguro e anárquico
de uma paciência
que não tenho,
de uma calma
que não existe,
aos tombos
pelas lágrimas
amargas
que do mar
não têm sabor,
ao desequilíbrio
da paz que não encontro...Foto: Gustavo Lebreiro
Actos e factos
fatos e artefactos
pontuando
afirmações
interrogações
exclamações
dúvidas
e dislexia.Esclareço que discordo desse tal de acordo ortográfico...
Estou aqui
e o mar chama-me.Foto: Gustavo Lebreiro
Invado o teu mundo
em arrebatada
promessa
de o possuir
e tu invades
a minha vida
numa batalha
de afirmações
que os gestos
desmentem
ao longo do percurso.Foto: Gustavo Lebreiro
Não me martirizes
com a tua presença
e da boca não profiras
o que não sentes.
Não me tortures
com a tua ausência
e do teu corpo
não emanes
esse aroma acidulado
do amor que não fizemos.
Não me magoes
com o teu olhar
e não me sorrias
(ainda)
pela última vez.Foto: Gustavo Lebreiro
Vejo-te chegar
no passo melancólico
de um poema,
das mãos os desenhos
que fazes
na solidão
do teu atelier
e do olhar
as cores
com que pintas
as imagens
e o sonho fantástico
que te preenche
os dias longe de mim.
Vejo-te chegar
e ainda é doce
o teu sorriso de menino.Foto: Gustavo Lebreiro
A sensação de arrepio
na pele
é causada
pela passagem
inesperada
de uma ideia urgente
desesperada
com o pudor
eloquente
que ruboriza
ainda
a face adolescente
e se esconde
atrás da magnólia
envelhecida.
Hoje despi o vestido
das ocasiões solenes
(aquele do outro dia)
com folhos
e fiquei nua.
A ocasião não é solene.
Não se trata de baptizado
casamento
divórcio
ou funeral.
É um vulgar momento
de ocasião não solene
por isso vulgar
de simples espectadora
(nua)
...
Ainda consigo pensar
em mil coisas bonitas
frases desgarradas
sons da natureza
ou o cheiro fresco
da maresia
(enquanto penso)
descubro
de uma maneira diferente
a esperança
das manhãs
ou a realidade crua
de estar viva.Foto: Gustavo Lebreiro
É noite já.
O Inverno chegou
e está tão frio.
Traz no rosto
um clarão surpreso
e nas mãos
a promessa
de Primavera,
comparo-te ao Inverno.
Um Inverno tão incompreensível,
e tão temível
como tu, quando,
logo de manhã,
não sorris, não falas
e só olhas para mim
tão frio, como o Inverno!
Na altura foi a descoberta das máquinas automáticas!!
Eh eh eh
A luz cede passagem
à indiscrição
através da cortina
translúcida
do sonho revelado
no silêncio perfeito
da solidão.Foto: Gustavo Lebreiro
Já os gritos emudecem
de espanto feitos
e as frutas caiem
das árvores
amadurecidas de vento
e pelas minhas mãos
envelhecidas
calam-se a revolta
e a ternura.Foto: Gustavo Lebreiro
A vastidão e a loucura
passeiam de mãos dadas
entre esperança
e desilusão
de um lado ao outro
num delírio
inconstante
um sonho de saudade.Foto: Gustavo Lebreiro
Sou a musa
das tuas palavras
quando o tempo
se desmarca,
sem rédeas
sem amarras
sou o possível
desencanto intemporal.Foto: Gustavo Lebreiro
Faço da noite
um mágico
poema de amor,
um soluço desejado,
a voz e o eco de mim
renasce no teu corpo,
que trago
abraçado ao meu...
Hoje não me apetece escrever.
Do Eduardo recebi a rosa e escrevi:
O orvalho cobre
as flores da manhã,
gotículas frescas
e o alvorecer
da rosa de porcelana,
quando o júbilo
se inventa
numa única palavra dita
e o aroma nos liberta.
Surpreendes-me sempre
e é muito bom
ser surpreendida
pela voz dos afagos,
pela magia do sorriso,
pelo corpo quente
que de surpresa
em surpresa
se desprende etéreo,
num meio termo de saudade.
Gosto que me surpreendas
assim
ao ritmo das
estações do ano.Foto:Gustavo Lebreiro
Varreu-se-me a vontade de escrever lamechiches...
Mil emoções
espalham-se
pelas pétalas
que arranco
desenfreadamente,
feita louca
tontura e desatino,
deixa de fazer
sentido
qualquer emoção,
debaixo de fogo.Foto: Gustavo Lebreiro
No lado de lá
que não visitei
espera-me a folha de papel
em branco
onde penso poder escrever
mil ideias
e soletrá-las,
talvez declamá-las
ao som da música
que escolherei,
sob as árvores
que me acolherão.
E brevemente
o aplauso se fará ouvir
e quando ele ecoar
o tempo
se fará irrisório.Foto: Gustavo Lebreiro
Perfeito estado insolúvel,
alquimia e mar aberto
ao desejo,
eloquente mímica
de afinação constante,
ou a maneira ainda suave
de dizer todos os dias
que te amo.
Foto : Gustavo Lebreiro