Kiev, Ucrânia, revolta soberana
Algumas linhas, entre a dor, as mortes e o protesto de massas, quando a Ucrânia, desde longa data, tenta estabelecer as condições para ter um governo democrático, novas estruturas sociais, de liberdade, responsabilidade e verdadeira soberania. Na perspectiva das actuais condições de vida, entre vagas de emigração e níveis de vida contestáveis, apesar de muitos cidadãos terem boa formação e serem muito bem aceites na Europa, o projecto defendido por grande parte da população é negociar a adesão à União Europeia e conseguir bons perfis de cidadania, respeitáveis, com direitos reconhecidos. A parte mais longínqua da Ucrânia tem uma ligação mais forte à Rússia. E este país, sempre dominante, opôs a sua decisão à escolha da Ucrânia ocidental, anunciando mesmo sanções graves se o entendimento com a Europa se iniciasse. Os Jogos Olímpicos de Inverno, na Rússia, talvez tenham impedido uma intervenção mais musculada. A explosão de revolta verificou-se desde há tempo, muito concentrada em Kiev, e tendo ganho uma inquietante expressão nos últimos dias, abalou a intransigência do presidente. Propostas de negociação política, ontem, não tiveram condições de instauração, enquanto a América ameaça rebeldes e a Europa, escapista, mal definiu formas de diálogo e de ajuda, formulando princípios capazes de criarem plataformas de resolução.