"Obra a Obra, a Escola melhora"

- Visão de um Aluno da Escola Pedro de Santarém, a propósito das obras de remodelação -

(por Tiago Ferreira)

*** com um breve complemento final de Alexandra Carvalho

Como é do conhecimento da grande maioria dos habitantes de Benfica, a Escola Eb 2.3 Pedro de Santarém tem estado num percurso de obras, com data final agendada entre Março ou Maio, deste novo ano.

Desde 2009 que os alunos têm algumas aulas em 12 monoblocos (como é o meu caso), espaços que no Inverno não têm condições algumas para tais aulas ocorrerem, chovendo lá dentro e sendo bastante frios (têm ar condicionado, mas a maior parte dos aparelhos encontram-se estragados).
Da parte da manhã, nem nos quadros novos brancos as canetas conseguem escrever, devido à humidade, o que causa uma grande dificuldade em dar as aulas, como devem compreender!...

Os monoblocos, situam-se na periferia do refeitório, estando muitos deles cheios de lama, devido às obras...

Todos sabemos que os alunos não estimam o que lhes oferecem, mas se calhar a escola também não proporciona as condições devidas...

Actualmente, já estão dois blocos novos totalmente prontos (faltando apenas alguns "retoques"), o refeitório, também se encontra totalmente finalizado.

Imagem disponível no website da Escola Básica 2.3 Pedro de Santarém

Faltando, apenas, o edifício da fachada, que pelo que me disseram (se não fui mal informado) está a demorar um pouco mais, porque descobriram que o edifício estava em risco de ruir...

Edifício principal da fachada da Escola Básica 2.3 de Pedro de Santarém
Direitos de autor da fotografia da Escola Básica 2.3 de Pedro de Santarém (in website)

Depois faltam apenas, na parte da frente, uns pequenos espaços, que pelo que sei vai ser um pequeno jardim, para os alunos do 1º ciclo... A Escola agora, também tem do 1º ao 4º ano...

Imagem disponível no website da Escola Básica 2.3 Pedro de Santarém

A Escola está totalmente nova, mas muita gente prefere a mais antiga.

A nova Escola, tem apenas dois ginásios (para cerca de 800 a 950 alunos), pertencendo um deles ao 1º ciclo, e tem apenas (por enquanto) um campo de futebol feito de esferovite, pelo que nem pode levar balizas, para as aulas de Educação Física.

As salas de aulas estão bem feitas, janelas duplas, etc...
Vou contar-vos uma coisa, completamente inédita e que só se deve de ver em Portugal: os arquitectos que fizeram o projecto da escola, em algumas salas, colocaram o projector junto ao alarme de incêndio... Como podem imaginar, com o calor do projector, o alarme de incêndio dispara!!!

Pelo que sei, esta sexta-feira, dia 7 vão, finalmente, chegar 91 computadores novos e 12 quadros interactivos!!

Imagem disponível no website da Escola Básica 2.3 Pedro de Santarém

Todos se interrogam, como é que a "Pedro de Santarém", quando estiver totalmente pronta, vai ser controlada!

Porque a outra Escola, era mais pequena e não tinha controlo nenhum; nesta Escola nova, muito menos controlo haverá (penso que, no total, devem ser mais ou menos 15 ou 20 funcionárias... o que para uma escola com 800 a 950 alunos é muito pouco!).

Poderíamos dizer que estas obras foram muito mal projectadas, mas enfim contentemo-nos com o que temos!....

Penso que seria importante divulgar estas fotos que junto envio (fotos disponibilizadas no site da escola), afinal estamos a falar da Escola mais antiga de Benfica!...

Reportagem da TVI sobre as obras na Escola Pedro de Santarém (22/09/10).



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A Escola Básica 2.3 de Pedro de Santarém foi a primeira escola preparatória da freguesia de Benfica, tendo o seu edifício actual sido inaugurado em Outubro de 1969.

No entanto, a Escola não teve origem no local onde hoje se situa. A sua História é muito mais antiga. Nasceu a 13 de Agosto de 1946, pelo Decreto-Lei nº 35804, nas instalações do antigo Convento Franciscano de Santo António da Convalescença, no tempo em que a freguesia de Benfica estendia os seus limites até à zona de Sete Rios.

Para instalar e dirigir a nova Escola foi designado o Dr. António Gonçalves Matoso, autor dos célebres compêndios de História que prepararam muitos alunos e pai do notável historiador José Matoso.

A Escola de Pedro de Santarém, pioneira na Freguesia de Benfica, preparou várias gerações dos seus moradores; tendo-lhe cabido, ainda, o mérito de, num notável exemplo de ligação à comunidade, em 1974, a suas expensas e com os seus recursos humanos, recuperou e converteu uma velha casa abandonada, no Infantário a que, mais tarde, foi dado o nome de "Pedrita".



As actuais obras de remodelação que a Escola Básica 2.3 de Pedro de Santarém está a sofrer encontram-se inseridas no Programa "Escola Nova" - um plano de acção da Câmara Municipal de Lisboa (2008-2011) para a renovação da rede pública do pré-escolar e 1º ciclo do ensino básico do concelho de Lisboa, que envolve a construção de 7 novas escolas e a intervenção em 80 estabelecimentos escolares.
Enquadradas, a nível mais alargado, na própria política do actual Governo de "requalificar escolas para combater a crise".

O título principal do presente post ("Obra a Obra, a Escola melhora") é o slogan utilizado na publicidade que encabeça todos os placards relativos ao Programa "Escola Nova".

Reinauguração Oficial do Auditório Carlos Paredes

Direitos de autor da fotografia:
Junta de Freguesia de Benfica (Pelouro da Cultura)

O Auditório Carlos Paredes pertence à Junta de Freguesia de Benfica e foi inaugurado em 1992.
Era o antigo cinema do Sport Lisboa e Benfica, do qual foram aproveitadas as colunas que constituem a boca de cena, conforme se pode ver na foto acima.

No próximo Sábado (08/01/11) realiza-se a Reinauguração Oficial do Auditório Carlos Paredes, depois das obras de beneficiação realizadas durante o ano passado, com o seguinte programa (ver imagem em baixo)...

Direitos de autor da fotografia:
Junta de Freguesia de Benfica (Pelouro da Cultura)

Apesar da entrada ser gratuita, convém dirigirem-se com antecedência ao Auditório ou aos Serviços administrativos da Junta de Freguesia, para levantarem os bilhetes.

Os Jardins de Benfica são uma prioridade (2)

(por Alexandra Carvalho)

Em Julho de 2010, os munícipes de Benfica receberam nas suas caixas do correio este ofício assinado pela Senhora Presidente da Junta de Freguesia, sensibilizando para a necessidade do envolvimento e responsabilização dos moradores no que diz respeito à manutenção dos jardins públicos, de modo a que o Executivo pudesse avançar adequadamente com uma das suas prioridades: - recuperar os jardins de Benfica.

Fotografia de Sónia Ferreira (Julho/2010)

Em Julho de 2010, depois de alguns largos meses desactivados, os bebedouros do jardim junto ao Mercado de Benfica e Clube Futebol Benfica foram substituídos por novos modelos, de design mais arrojado (esperemos que, ainda assim, devidamente funcionais para o público).

Fotografia de Mário Pires (Setembro/2010)

Em Setembro de 2010, no mesmo jardim, começou a ser montada uma estrutura em ferro, junto aos assentos de pedra... quiçá, para criação se zonas de sombreamento (?).

Fotografias de Alexandra Carvalho (Dezembro/2010)

Antes do ano se findar, em Dezembro passado, ainda no mesmo jardim citado acima, começaram alguns trabalhos no solo (possivelmente, fruto da aprovação da Proposta n.º 729/2010 - para o aditamento ao Protocolo de Delegação de competências com a Junta de Freguesia de Benfica com vista à reconfiguração dos pavimentos no Jardim do Mercado de Benfica, na Rua Frederico Ludovice, e respectiva transferência de verba - na 57.ª Reunião da Câmara Municipal de Lisboa, a 22/12/10).



Tendo em linha de conta o conteúdo do ofício emitido aos moradores pela Junta de Freguesia de Benfica, em Julho de 2010, e com vista a uma profícua utilização dos jardins da nossa freguesia por todos os cidadãos, o "Retalhos de Bem-Fica" gostaria de aqui deixar como sugestão (caso ainda possamos ir a tempo para esse efeito) a implementação de algo semelhante ao que a Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica já efectua em alguns dos seus jardins (ver fotografias abaixo)...

W.C. Canino no Jardim da Rua Padre Francisco Álvares
Fotografias de Alexandra Carvalho (Dezembro/2010)

Seguramente que a implementação de um "utilitário" deste género continuaria a exigir o civismo e educação de todos os donos de cães, assim como uma manutenção por parte dos serviços de limpeza; mas, certamente, que seria bastante mais eficiente do que a inexistente fiscalização de quem quer que seja, que continua a permitir que, independentemente de existirem coimas para a não limpeza de dejectos caninos, os mesmos persistam em multiplicar-se a olhos vistos, não só nos jardins, mas, sobretudo, nas ruas de Benfica!

"Pequenas estórias de uma livraria de Benfica..." (2)

(por José Antunes Ribeiro)

Fotografia de José Antunes Ribeiro (2010)

O nome do Professor Agostinho da Silva ficará para sempre ligado a esta livraria, e por razões ainda mais especiais, à própria Ulmeiro.

Acho que foi o Miguel Esteves Cardoso que, no falecido jornal "O Independente", dizia que a Ulmeiro era aquela editora que publicava um livro de Agostinho da Silva por semana!!!

Estive muitas vezes em casa do Professor ali bem perto do Príncipe Real antes do abate criminoso daquelas árvores.

A sua presença nesta livraria de Benfica verificou-se em diversas alturas e também em lançamentos de livros. Num deles recordo a presença do Fernando Assis Pacheco, a quem um dia destes tenciono dedicar uma destas "pequenas estórias".

Voltando a Agostinho da Silva, recordo os livros que editou na Ulmeiro para dizer que fomos a única editora que colocou no mercado os seus livros inéditos: "Uns Poemas de Agostinho", "Educação de Portugal", "Do Agostinho em torno do Pessoa" e "Quadras Inéditas"... e espero não me ter esquecido de nenhum!
Há também a sua correspondência com José Flórido: "Um Agostinho da Silva"! E das suas edições de autor há um livrinho que é uma excelente súmula do seu pensamento e que há muito deveria fazer parte dos livros obrigatórios dos estudos secundários! Falo do "Sete Cartas a um jovem filósofo"...

Discuti com Agostinho da Silva bastas vezes a questão dos seus Direitos de Autor. Disse-me sempre: - "Não se preocupe, eu nem sequer tenho a certeza de ter sido eu a escrever os livros... O que eu quero é ajudar a Ulmeiro e se sobrar qualquer coisa dê o seu apoio aos timorenses e mande uns livrinhos para Bibliotecas!". E falou especialmente em Olivença.

Um dia, era eu um estudante tardio da Faculdade de Letras de Lisboa, a pedido da Associação de Estudantes, convenço o Professor a vir palestrar com estudantes e professores.
Nunca mais esquecerei as palavras do Mestre (título que, eu sei, detestava!) na abertura da sua Conversa, num Auditório a abarrotar como um ovo: - "Não imaginam o prazer que eu tenho em poder dizer numa Faculdade de Letras que as pessoas com quem mais aprendi na vida eram analfabetas!..."
À saída o pessoal da Associação de Estudantes quis oferecer-lhe uma recordação. Disse-me: - "Diga-lhes para me oferecerem uns módulos para o autocarro...!"...

(JAR)

O Futuro reinventado não é impossível... Bem vindos a 2011!

Este post nasceu de uma conversa com o Mário Pires, e por sugestão do mesmo (a quem, desde já, agradeço).

Como forma de balanço e de encerramento de um ciclo, deveria ter sido aqui colocado no nosso “Retalhos de Bem-Fica” ontem, antes do ano se findar…
Mas o dia foi hiper-activo e, como poderão imaginar, com uma entrevista ao final da tarde para a TSF, não consegui mesmo ter tempo para tudo.

Sendo assim, e em modo “Boas vindas a 2011!”, aqui vos deixo a nossa síntese do ano que passou!...

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"É neste vai-e-vem entre o global e o local
que se despertam as consciências e o compromisso se reanima.
É esta nova cultura 'política' de envolvimento e participação dos cidadãos,
que se pratica muito para além das instituições tradicionais,
no seio de várias organizações da sociedade civil e de movimentos sociais,
que se estimulam os 'fóruns sociais'.
Esta outra “globalização”, a da solidariedade entre os povos
e não das finanças e da concorrência,
pode dar um significado concreto ao slogan “Pensar global e agir localmente”.
Tomar consciência das questões globais,
mas também das experiências alternativas e das lutas que existem em todo o mundo,
para compreender que não estamos sozinhos
e ter a coragem de se envolver e agir localmente.
Tornar-se um cidadão envolvido, socialmente responsável,
dando a si próprio como objectivo começar por mudar o seu próprio pequeno mundo,
o meio mais próximo que o envolve, ali onde o seu poder como cidadão é bem real.
Este é o primeiro passo para mudar, então, o grande mundo".

Raphaël Canet - "Le Journal des Alternatives"

Fotografia de um postal de boas festas da
SEIES - Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia Social (2010)

2010 foi um ano em cheio para o nosso “Retalhos de Bem-Fica”!...

Um ano de mudança e crescimento, em que conseguimos dar um maior impulso e verdadeiro sentido de comunidade ao nosso blogue.
Um ano de aprendizagem e consubstanciação de objectivos, em que nos fomos conhecendo cada vez melhor, neste pequeno grupo de pessoas que tem colaborado quer no blogue, quer nas diversas iniciativas que temos levado a cabo.

[clicar na imagem para aceder ao balanço de 2010 no "Retalhos de Bem-Fica"]

E, pessoalmente, devo confessar-vos o gozo e satisfação que me tem dado saber que este projecto que iniciei deixou de ser apenas meu… Tendo tomado as rédeas soltas de quem também o abraçou, caminhando agora pelo próprio pé de um grupo de cidadãos que, unido, tem trabalhado voluntária e democraticamente, independentemente de partidos políticos, credos ou religiões, em prol da valorização da memória colectiva da nossa freguesia, contribuindo, assim, para uma maior coesão social e participação cívica.

Apenas quando se toma as diversas partes dos vários trabalhos que empreendemos juntos em 2010 no seu todo, nos conseguimos aperceber da verdadeira grandeza e valor do trabalho que juntos fomos encetando neste ano que passou!

Este tem sido um trabalho intergeracional e multidimensional, que demonstra bem que, quando os cidadãos se unem, lutando naquilo que está ao seu alcance, participando activamente na resolução directa dos problemas dos seus bairros e das suas ruas, podem contribuir para a mudança e para a melhoria das vivências na nossa sociedade.

Contrariamente aos espíritos mais negativistas e aos apologistas da crise, o trabalho que desenvolvemos em 2010 no "Retalhos de Bem-Fica" vem provar-no que um outro mundo é (ainda) possível... Que ainda é possível pensarmos e criarmos uma sociedade diferente, onde a força de valores como a solidariedade, entreajuda e espírito de vizinhança e comunidade são apanágio.
Está, apenas, nas nossas mãos trabalharmos para reinventar esse Futuro, construindo, assim, um melhor mundo, em particular no local em que habitamos.

Esperamos, assim, continuar a ter forças para, em 2011, encetarmos as diversas actividades que temos planeadas, aguardando que mais cidadãos e habitantes de Benfica se juntem a este nosso trabalho comunitário!

O Futuro reinventado não é impossível...
Bem vindos a 2011!