A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
(clicar na Imagem)

















Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


quarta-feira, janeiro 31, 2007

 

Tenho um rio......





                       Tenho um rio dentro de mim..
                       Que corre suave pelas minhas veias
                       Que devagarinho vão criando sulcos
                       Sulcos que me enchem de paz..
                       Me fazem soltar o que de melhor há em mim…

                       Tenho um rio que foi feito por mim
                       Escavado com as minhas mãos
                       Milímetro a milímetro..

                       Não precisei de pedir que escavassem,
                       As minhas dores abriram os sulcos
                       Que se converteram em veios enormes
                       Me rasgaram a alma de solidão…..
                       Tenho um rio dentro de mim..
                       Sempre junto ao coração….

                       Os caminhos já estão feitos
                       O seu leito sempre corre a eito,
                       E suas margens sempre estão
                       Alagadas de solidão…..

                       Mas é ali que me encontro
                       Quando vezes sem conta
                       Vou para lá descansar
                       Das canseiras do meu batalhar!!!

                       Deito-me na sua margem..
                       Aceito do céu a aragem
                       E ouço a voz dos Anjos
                       A sussurar…. Coragem!!!








terça-feira, janeiro 30, 2007

 

Eu Interpreto..Tu interpretas!!!! Ele.....


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Depois de um ausência forçada, cá estou de novo a agradecer os mimos que foram deixando pelo caminho do meu blog. Obrigada sim, pensei que não estando eu a cuidar dele, ficasse entregue às moscas. Um amigo ainda me mandou mensagem a dizer que entrou lá e não viu mosca nenhuma por ali..
Hoje venho falar a propósito das interpretações que por vezes dão aos meus versos. Meus amigos sendo assim, se levarem a coisa no pensamento do que ali está escrito, então sou uma mulher infiel, desleixada com o casamento ahhhhhh e por aí fora.. Escrevo o que escrevo quando me inspiro, seja em mim ou não. Sou leve de pensamento, quem sabe por viver no mundo do silêncio. Mas a melodia e o ritmo não me abandonam, assim como as letras que saem sem eu as esperar...É isso mesmo, mesmo surda eu tenho ritmo, eu canto por dentro, eu faço a música, digamos. Impossível dirão alguns. Mas não, não é impossível, já que apenas com as batidas eu faço o meu som.....Eu canto para dentro pois, mas canto, e isso faz-me feliz!
Escrevo sobre mim, sobre o que vejo, sobre os desabafos de amigas, e sobre quem nem sabe que está ali retratado ahhhhh, Pois é, mas não me mandem mails a perguntar se eu amo outro homem, se tenciono palitar o pobre..se..se..se..que mude, que corrija, eta garotada que me faz rir perdidamente....
Eu gosto assim. Poeta é assim..meio louco, meio desleixado, meio de tudo, mas não deixo de ser sempre ..EU..
Claro que tenho imensos versos de tempos bons, e maus..Devagar lá os irei colocando...Deixem que saiam como são, que são apenas isso.. Versos e mais nada..
Um beijinho doce, suave e de Paz....

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sexta-feira, janeiro 26, 2007

 

Deixa-me juntar a ti





Deixa-me juntar a ti…
Para poder esquecer
O amor que ainda vive em mim….

Deixa-me juntar a ti,
Sem ofensa nem queixume…
Deixa-me estar assim…

Quando a madrugada chegar,
E eu possa nos teus braços,
Adormecer e sonhar…

Esquecer alguém que me deixou
E nunca mais para mim voltou!!!









terça-feira, janeiro 23, 2007

 

Andam todos a ditar leis…





Andam todos a ditar leis
A torto e a direito
A julgar se devem ou não
Tomar a decisão
De acabar com vidas
Que ainda nem nascidas são…

Andam todos a ditar leis…
Uns pelo sim…
Outros pelo não…
E quem é o interessado
A esse é que interessa
Resolver a questão...

Não concordo, nem discordo
Cada um sabe de si
Se todos tivessem cuidado
Ao andarem no sexo desenfreado,
Talvez não houvesse tanta questão…
A resolver com um Sim ou um Não…

O meu nome nunca verão,
Escrito num papel qualquer
Onde todos têm o direito
De assinar se quiserem
Mas lembrem-se que serão
Julgados por todos os que lá estão…

Aqueles que queriam viver
Que queriam ter direito,
Como os que aqui estão
A assinar hoje, a favor da questão…
Quem sabe se sentissem neles,
O que sentem os que lá ficam…

Talvez já nem assinassem,
Nem questionassem
Qual a razão, porque
Uns assinam e outros não!!!
É que depois desta vida,
Ainda haverá muita questão… A resolver!

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domingo, janeiro 21, 2007

 

Olá Avózinha !!!



Hoje fui à tua casa, aquela casa que sempre considerei minha, pois fazias-me sentir tão bem, tão à vontade, que era a minha casa.. Ali passei parte da minha infância, o Pai ia levar-nos a mim e ao bita, (de Lisboa) iamos de combóio até ao Porto, depois de camioneta até Braga, depois mudávamos de novo, e lá iamos às curvas e mais curvas, e enjoados que sei lá..Mas o pai como era teu amigo e tu dele, pois chamava-te mãe Laurinha, e eu reparava que quando lá iamos fazias sempre o prato dele primeiro que o dos teus filhos.. Como só tinhas estes netos, naquela altura..O pai gostava de te fazer o gosto e o nosso também, pois adorávamos ir para aí..nessa aldeia linda perto de Montalegre..

Bem, como ia dizendo, fui visitar-te, mas ao cemitério, assim como a tios e tias e até o meu pai já lá está, pertinho de ti..Por isso raramente aí vou à tua casa, porque não estás lá para me receber..Hoje a tia não estava em casa, e a porta estava fechada.. Relembrei os tempos de outrora, em que menina dos meus 3 4 5 anitos, mal chegávamos, corria aquele bocadinho a descer.....Nunca caí, vá lá..e chegava ao portão de ferro, enorme, subia aquela pedra que hoje já lá não está, e tentava rodar a chave enorme que rangia, e tentava arremedar a voz de alguma vizinha tua que te ia pedir leitinho.. ó senhora laurinha, dê-me uma malguinha de leite para o meu menino
que eu não tenho... E lá vinhas tu com o púcarinho para ir mungir a vaca, e davas-lho, fresquinho a espumar, e tentavas sempre que eu bebesse um tiquinho (detestava leite e era magra que nem sei..) e eu só para te alegrar lá me esforçava por beber, o que nem todos tiveram ...fresquinho, quentinho, acabado de tirar.., Depois ainda davas mais que o leite..e pobre que lá fosse, tinha sempre um bom prato de sopa fumegante, com carne dentro, e vi-te muitas vezes a dar chouriças e carne pão feito pelas tias, às escondidas, para que não te ralhassem por tanto dares...Eu vi, e ficava feliz por te ver dar, e sempre a sorrir, mesmo nas tuas dores, sorrias sempre (agora já sei a quem saio..)

Pois é, e hoje fui ver-te, e já não gosto de lá ir.. Tu não estás, o pai também já não está, os tios e o Avô também, mudaram para lá para cima no cemitério, e já não me sinto bem, naquela casa enorme e quase vazia de gente.. Por momentos quando cheguei, lembrei-me de fazer de conta que era menina, e procurei o buraco onde a chave por vezes ficava, e a pedra para subir e chegar lá, mas a pedra já lá não está, a chave é outra qualquer, e tu também já não vens a correr à porta, a fazer de conta que acreditas que é uma vizinha (como se não soubesses que era eu a tentar enganar-te..e que bem que tu representavas quando fazias aquela cara de muito impressionada ao ver-me..) Quem sabe, tu estavas lá, mas eu nem te vi, mas estavas pois , estavas mesmo, porque podias muito bem saber que eu ia lá e foste-me esperar à porta..

Obrigada avózinha por tanto amor que deste a todos, especialmente a mim, a tua netinha preferida como sempre dizias. Obrigada sim,e espera, que mais dia menos dia, estarei ao pé de ti!!!!










sexta-feira, janeiro 19, 2007

 

Apenas crianças…





                              São apenas crianças Senhor.
                              Ainda por cima, têm falta de amor.
                              Não lhes chega já o cruel destino
                              Que trouxeram do ventre de sua mãe?

                                  Inválidas, tristes, sem destino certo,
                                  Como será o seu amanhã?
                                  Se lhes batem a céu aberto, e dó não têm
                                  Da sua dor, dos seus defeitos….

                              Num corpo pequenino, de dor marcado
                              Quem é capaz de bater num ser assim?
                              Num ser que já nasceu magoado.
                              Triste destino o teu, criança…

                                  De quem nem todos gostam,
                                  E nem te deixam ter esperança…
                                  Malditos os que em ti se vingam…
                                  E ainda há quem os desculpe…

                              Que justiça essa que quase premeia
                              Quem tanto mal fez às nossas crianças?
                              Onde está a moral no Juiz que te julgou
                              Ó alma carcomida pela raiva!

                                  Mas não faz mal, sempre disse que
                                  A justiça divina, tarda mas não falha…
                                  E gostaria de ver a mulher que lhes bateu…
                                  Depois de enrolada na mortalha!!!








quinta-feira, janeiro 18, 2007

 

Quando eu morrer....


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Quando eu morrer, por favor
Não me enterrem..
Deem-me ao fogo ardente
Que arde sem queimar
meu corpo, incadescente....

Quando eu morrer, por favor..
Não me enterrem
Peço-vos filhos queridos
E aos meus amigos....
Deixem que arda até ser pó,
depois repartam ao meio...

Deitem metade na terra que me recebeu
em seu seio!! (Valença)
E a outra metade, levem-na
Ou peçam a qualquer viandante
Que vá para a minha terra distante.. (Luanda)
E me espalhem, sobre a terra, sobre o mar...
Pois foste tu, Luanda
A única terra que mais profundamente
Me soube amar!!

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quarta-feira, janeiro 17, 2007

 

Oásis de paz...





Para a Belinha

Amiga já nem sei que dizer-te
Sinto que a vida te está a apanhar
Pelo lado que mais te dói..
Pelo lado que te destrói
A alma cansada de lutar….

Tem calma….

Reergue-te minha irmãzinha querida,
E numa prece sentida
Ora ÁquEle que tudo dá, tudo tira,
Ora para que ELE Te dê força,

Aquela força tão poderosa,
Que te ajudará a sair vitoriosa,
Dessa dor que te está a matar
Aos poucos….

Reergue-te irmã querida,
Ajuda tua alma a serenar
A descansar num Oásis de Paz
Para que te reencontres de novo…
Faz isso….TU ÉS CAPAZ…








terça-feira, janeiro 16, 2007

 

Parabéns Pai, onde quer que estejas....





Parabéns Pai, onde quer que estejas, sei que vais ler o que escrevi. Sei que vens cá muitas vezes ver-nos, que quando podes e te deixam, tu vens sempre para perto dos que te amaram e continuam a amar.

Fazias anos hoje. Nem vale a pena dizer quantos, já que dizias sempre que eras um rapaz! Acredito que lá onde estás, continuarás a ser o tal do bom rapaz.. O tal sempre pronto a ajudar, a desbravar caminhos para auxiliar o meu crescimento, e, lutar para que eu caso me faltasses, e com a minha falta de ouvido, pudesse ganhar dignamente o meu sutento! Ensinaste-me a se um bom ser humano, a respeitar os demais, a amar a todos por igual. Nisso acho que me esmerei, e tal como tu, eu reviro-me para poder ajudar aqueles que ainda estão numa situação pior que a minha! Obrigada Pai por me mandares aprender o que eu nem queria. Costurar. Ficava doida de raiva ao ver as minhas amigas todas de livrinhos debaixo do braço, e eu, a costurar a aprender a tirar alinhavos, a ir fazer compras de costura! Não foi culpa tua eu não ir estudar. Ambos sabemos quem foi e porque foi, e nem interessa já. Mas, tanto aprendi, tanto fiz, que fazendo falta e havendo trabalho, eu ganho bem para mim e os meus!!
Pois é Pai, continuas a fazer-me falta para conversar, para termos aquelas conversas longas sobre Religião e o Ser ou não Ser, eis a questão!!!!Até discutiamos forte e feio, e dizias sempre..Olha para o que eu digo e não olhes para o que eu faço, e eu respondia-te sempre, dentro dos limites da minha razão!! Por vezes via-te a olhar para o lado, a fazer de conta, e sorrias e rias para dentro..como se eu nem reparasse ahhh.. mas estavas vaidoso da filha que tinhas, já que quando nasci, não pesava mais que 2,500 e que era feiota e tinha a pele toda enfezada... Mas aos 16 anos, disseste que estava uma linda rapariga!! Também nunca esqueci, que fazias os discos tocar, andavas com a agulha para cá e lá a tirar a letra das canções, para depois me cantares.. Que bem me soava a Guitarra toca baixinho!!!! Ainda sei a letra toda. Os rapazes já não gostam de cantar disto, só querem Inglesices...Apesar de me traduzirem, tenho sempre saudade das nossas canções..
Até mais ver Pai, Não tenho aquela saudade doida, porque sei que nos vemos durante o sonho, o sono, e que já nem falta assim tanto para nos vermos cara a cara..
Não te preocupes connosco. Como vês, não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe..Haja bom ânimo, e a vida correrá a contento. O pior já passou. Sinto-o.
Recebe um beijinho de feliz cumpleanos, e hasta la vista Pai....

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Força!...





                              Força, que entras em mim,
                              Quando a vida parece passar
                              Sem sentido… e me vês fraquejar

                                  Força, que entras em mim,
                                  Quando me sinto desleixar
                                  E quase nem tento erguer-me….

                              Força, que não te vejo ao lado,
                              Mas quando te necessito
                              Sinto-te par a par, comigo….

                                  Força, que mesmo sem querer
                                  Te sinto lado a lado, quando
                                  Ergo a cabeça e te procuro….

                              Não te vejo, não te toco,
                              Mas sinto algo de doce, de suave,
                              A “cutucar-me” e a segredar-me…

                                  Vamos em frente... sempre em frente
                                  Nunca ouviste dizer, que…
                                  Dos fracos não reza a história?

                              Porque esperas? Não vês,
                              Que a vida é feita de quimeras?
                              Apenas estás a atrasar-te.

                                  Ao afastares-te da realidade.
                                  O sofrimento é inerente ao viver.
                                  Precisas apenas de te buscar…

                              E de te encontrar, contigo em paz.
                              De te sentir de bem com a vida
                              Mesmo que ela seja sofrida!!!!

                                  E é mais uma lição aprendida,
                                  Que colho das estradas da vida,
                                  E me levará a chegar a tempo….
                                  Ao lugar da partida!!!!








 

Fiquei sentada no carro mais de uma hora...




  Esperando que te despachasses do Centro de Formação onde vais dar aulas.. Só carros entre carros e mais nada, e eu no meio deles. Em frente era o parque de estacionamento.

  Busquei com que entreter o pensamento, Lá andavam uns passaritos que nem me ligaram. Ainda lhes perguntei baixinho, via pensamento, se por acaso não seriam parentes lá dos meus vizinhos a quem dou pão todas as manhãs, os mesmos que vão à tigela do shaka buscar o arroz bem feitinho que lhe dou, com cenoura e tudo.....Pensei cá comigo.. Será que eles vão visitar a familia lá para Braga? Ou apenas se deixam estar no lugar onde pertencem? É que com as asas e o que voam, podem muito bem ir visitá-los. Sei lá. Nem me responderam..

  Nisto aproximam-se pombos e a passarada foge toda. (lá vem a lei do mais forte, até entre eles) Um deles chamou-me a atenção por ser todo castanho e branco, o pescoço diferente na côr..Comecei o meu monólogo para dentro claro..Olha aí tú...e ele como se entendesse foi-se aproximando de mim que dentro do carro lhe falava, via pensamento como já disse ahhhh. Pergunto-lhe :- Olha lá, tu por acaso não és pombo- correio? Levantaste o teu refinado pescoço, olhaste-me com desdém, e ficaste cada vez mais perto.. Julgas que sou o quê? dizias entre bicadas na areia.. Não vês a minha côr? (oh não, outro racista não..) Não vês que as minhas penas são mais lustrosas que a destes reles pombos a quem chamas correios!! Não vês que pertenço à raça quase extinta dos Pombos reais? E eu que nem ouço fiquei a ouvir-te muito bem cá por dentro. Só tive tempo de te dizer..Caramba... Nem me deixaste chamar-te convencido e vaidoso, viraste-te, inchaste, e foste ter com as pombas garinas que andavam ali perto, começaste a atirar-te a uma (seria para me fazer ciúmes? Talvez, é que já parecias o Arnold, todo músculos e emproado, a andar de roda dela, e ela (bem feita) nem te quis, fugiu sempre dos teus abraços e rejeitou os teus salameques amorosos..

  Bem feita pois, ó reles pombo cheio de manias.. Por seres assim e te considerares superior aos outros, é que não passas de um pobre pombo e tolo ainda por cima....

  E pronto, lá regressaste da escola para irmos para casa!!!! Nem me perguntaste como passei o tempo, mas..já me habituei a falar sozinha há muito, já nem estranho...
Pois....









domingo, janeiro 14, 2007

 

Febre de sábado à noite..



Mas que dia!!! Que dia sim !!!Que noite digo eu ... Saí de casa ainda nem eram 18 h, sou a única que conduz e fui buscar a Ana, a Glorinha, a Sãozita, deixei-as lá na casa da Jetta, nossa pintora escultora. Depois fui em busca da Cris, a Rosinha e a Verónique, enfim, rodeadas de arte e saber, lá começámos a nossa noite.
Já não nos juntávamos há meses. Uma tinha isto para fazer, a outra arranjou namorado novo, já não ia deixar o homem dela sózinho num sábado à noite ... e a arder em febre, como ela dizia (daí o titulo), nada de comparar com a verdadeira febre de sábado à noite. Outra porque tinha que ficar com o sobrinho que a mana fazia anos de casada. Não éramos apenas duas ou três, nada disso, se não até ficávamos a dormitar. Precisamos delas todas, todinhas juntas, a desfilar o palavreado do passado, e sai um arraial de riso que até parece (não é impressão minha!) que quase me põem a ouvir de verdade.
Enfim, jantaradas de divorciadas não são para todas. Eu que o diga que ando sempre a ver se descubro um pretexto para mais um, na casa de quem calhar, prefiro na delas, já que sou a única casada, e um homem no meio de tanta maluca nem se sentiria à vontade, claro que ele prestável como é (ahhhh) já se ofereceu milhentas vezes para nos servir há mesa!! Mas claro que declinei, pois assim a treta iria ser no minimo censurada, e eu então, devia apenas estar ali a assistir, e não é esse o meu papel nas jantaradas das divorciadas como lhe chamam. Como sou a mais velha de todas, mais experiente na vida ... há sempre que ensinar às miúdas que ainda andam a aprender o Bê à Bá no que toca a companheiros. Muitas já me passam a perna ahhhhhh, a experiência faz milagres, dizem. E o que não se aprende na escola, aprende-se na vida!!!! Tenho mais escolaridade na vida que na escola própriamente! E a vida ensina-nos sempre. Acho que por ai, não houve ano que não reprovasse.. Tenho cá um manancial de aprendizagem que faz inveja a muita gentinha!!! (não me estou a referi a aprendizagem de rua, mas da vida em si.

Bom, referia-me ao jantar das divorciadas, tudo porque uma senhora qualquer se lembrou de ligar à minha mãe (e eu com 55 já feitos) a dizer que..a sua filha anda naqueles jantares de disvorciadas, isso mesmo com o s entre o i e o v.. disvorciadas!
O que me ri, e ainda a minha mãe me censurou!! Ó rapariga isso faz-se? Que raio de homem é o teu que te deixa ir para isso? Eu desato a rir, pois então não era o que faltava o meu não me deixar ir? ahhhhh, que risadas gostosas eu deito.. Claro que o jantar em si, é apenas um pretexto para estarmos juntas, nos rirmos, falarmos do que queremos, dizermos besteiradas...enfim, é algo que já fazemos há anos, de longe a longe, e que bem nos sabe....
O marido ontem, e como sempre acontece, só se ri quando me vê chegar, e entre riso e sorriso pergunta....E cheguei era quase meia noite e meia ou já passava um tiquinho..Então? nem é preciso perguntar, pelo teu riso que ainda nem acabou, vê-se que a tua noite ainda nem sequer começou!!!!
Façam isso moças.. Disvorciadas ou casadas, sabe bem na mesma.. depende do marido que se tem é certo.. Mas, uma vez por outra nem faz mal à saúde de ninguém...








sexta-feira, janeiro 12, 2007

 

Andas sempre a dizer-me!....





Andas sempre a dizer-me
Que passo a vida a flutuar
A tentar chegar às nuvens
Talvez alguma agarrar..

Dizes sempre que és alguém
Que tens os pés bem assentes
Sabes com o que podes contar
E não sofres com o que não sentes!!!!

Deixa-me responder-te
Lá do alto da minha pequenez
Que prefiro ser assim
Simples..como me vês!!!!

Quero andar a levitar
Sem sentir debaixo de mim
A terra que assim me fez..
E para onde volto, outra vez..

Quero andar pelo ar, sentir..
Que a todos posso amar..
Que a todos hei-de beijar
No meu sagrado querer..

Quero agarrar o amor
Fazer dele tanta flor
Quero crer que há na vida
Algo belo mesmo com dôr...

Valerá a pena ter vivido
Como vivi a flutuar,
Valerá a pena ter perdido
O melhor do meu tempo a amar..

Vês, andei a flutuar
vivi nos espaços azuis do sonho..
Vivi entre quimeras também,
Mas não fiz mal a ninguém..

E..continuo a acreditar
Que mais hei-de levitar
Agora que me soltaram...
E minha vida, de novo, me entregaram!!!!








quinta-feira, janeiro 11, 2007

 

Ao Luis, o rapaz do anel!!




Meu amigo do coração
Sinto que te devo
Uma explicação
Por tanta dôr que causei
Nos tempos de outrora..

Amaste-me com sentimento,
Com aquele amor que, tarde,
Compreendi ser verdadeiro.
Disso me hei-de penitenciar,
Nem que seja a vida inteira..

Porque nunca encontrei
Quem esse amor me desse,
Quem tanto me amasse...
Por mais que procurasse, mas..
Sei que amar-te poderia...

Se a isso me dedicasse,
Mas dezasseis anos tinha.
Era uma rapariguinha..
Soubesse o que hoje sei
Que se pode amar alguém

Bastando para isso, querer.
Mas, vaidosa de ostentar
Quem me seguia sempre
Como cãozinho pela trela,
E, para todo mundo ver,

Deixei-te andar assim,
Sempre atrás de mim,
Sem respeitar sequer
O amor que sentias por mim..
E aos quatro ventos, espalhavas!!!!

Peço perdão meu amigo.. De tudo me arrependo.. Arrependo-me do sofrimento que te causei, e mesmo já não pertencendo tu ao mundo dos vivos, sei que onde estás sentes em mim, a dôr mais profunda de ter sido assim!!!!








quarta-feira, janeiro 10, 2007

 

Faz hoje anos que te olhei....





E foi assim, mias uma vez vou contar-te a tua histórinha como me pedias vezes a fio, e te rias enternecida a olhar-me sempre nos olhos. Habituaste-te desde cedo a olhar-me sempre de frente, fosse pelo que fosse, mas muito mais para que entendesse os teus dizeres, os teus quereres! Sabes que houve uma Tia que me disse quando casei, que por ser surda, nunca deveria pôr filhos no mundo...Que seriam outros surdos e infelizes como eu!!!! (pobre dela que nunca foi feliz como eu..nasceu, cresceu sempre infeliz..) Eles, os outros nem sabem, como eu contigo falava quando estavas dentro de mim.. Quando me recostava no sofá e punha a musica alta e com os auscultadores te incitava a falar para ti..Ouve filhinha ..ouve a música tão linda, que eu ouvia, mas não entendia as letras das canções. (Ligia que falta me fizeste naqueles momentos que se tornavam tão dolorosos!!) Eu senti sempre que ouvirias, e que, mais tarde, os meus ouvidos serias!!!! E como tens ouvido por mim e por ti filha querida!!! Mas deixa contar-te e novo a histórinha linda que foste ontem, e dizer-te que és a minha histórinha linda de hoje, e sempre..
As dores mais fortes começaram ao meio dia. Eram 13,55 deste dia, que lá entraste neste mundo onde pertences, e onde me dizes muitas vezes, que não é o mundo que gostarias, mas...
Jesus sabe a angústia que ia dentro de mim, queria saber se ouvias, naquele momento. Lá te levaram para o lado, onde te limparam mais ou menos, desentupiram as narinas e te deitaram em cima do meu peito..Posso dizer que choravas e não te ouvi, mas sentia e via-te tão perfeitinha, tão linda.. De repente a enfermeira que assistiu ao parto, tropeçou no banco de ferro, e eu senti-te estremecer de susto, estremeceste com força e genica para quem tinha acabado de nascer!! Fiquei feliz, e ali mesmo agradeci, foi mesmo assim como digo, Obrigada meu Jesus, eu sei que ela ouve, eu não duvido mais Senhor!!!!
E foi assim, ouviste sempre, falaste desde cedo, habituaste-te a pegar no meu rosto ainda no colo, e a virá-lo para ti para que entendesse o que me dizias, para ler nos teus lábios as palavras mesmo ainda mal balbuciadas, e depois, traduzias-me tudo em Inglês lá onde estávamos, já sabias Africanze, e ensinavas-me tudo o que era preciso que eu soubesse, e continuas hoje a ensinar-me e a mostrar-me que o teu amor se mantém inalterável, passem os anos que passem. Podemos dizer que somos quase..duas numa....
Obrigada Neide por hoje, por ontem, e por todos os dias futuros que teremos, juntas..
Logo vou dar-te um presente muito valioso para mim.
É um adereço em ouro, ouro branco, muitos brilhantes que já tem mais de um século, e continua a ser lindo. Foi alguém que precisava de ir a um País vizinho onde o teu avô trabalhava na fronteira, e esse alguém tinha a mulher muito mal e precisava de passar sem esperar pelos vistos e blás blás que os governos utilizavam.. A senhora tinha poucas esperanças de vida, e a sua cura passava por ir consultar aquele especialista famoso. O avô sempre foi altruista e humano, dependia dele, foi contra a lei, mas que importa..? Abriu a fronteira para ele de noite e durante muitas noites para ele ir visitá-la ao hospital.. A senhora em questão salvou-se passados meses, e o marido dono de uma ouriversaria, quis oferecer ao Avô (que não queria de maneira nenhuma aceitar..é como eu..fazer o bem pelo prazer de o fazer..) para dar à Avó, que por sua vez mo ofereceu a mim há dois anos. A partir de agora é teu, tem um valor incalculável, além da beleza da Jóia, tem valor sentimental!!!!
Por isso hoje.. Parabéns filha..








segunda-feira, janeiro 08, 2007

 

O teu anel....



Olhei para a caixinha das recordações, por vezes vou lá espreitar, quando, como hoje me lembrei de ti, do teu sorriso lindo, do amor que me dedicavas e eu nunca soube corresponder. Era tão novinha ainda, e já me sentia tão amada, mas... não conseguia gostar de ti, apesar de tudo o que fizeste, de não saires da casa onde eu andava a aprender a costurar. Ias lá todos os dias em trabalho, e sempre ias à janela da sala onde eu estava, e de onde tantaS vezes fiz de conta que nem te vi. Amaste-me mesmo assim, apesar da indiferença que te mostrava, e quando me convidaram para ir ao Cinema ao Miramar, ver a Filha de Ryan, tu combinado com eles, apareceste, sentaste-te a meu lado, eu fiquei na ponta da fila dos meus amigos (por alguma razão me deixaram ficar no fim) e eu, palerma, convencida, virei-te as costas, já me doía o corpo de estar assim de lado. Isso não se fazia eu sei, mas os meus dezasseis anos não deram para mais.... Quando olhei, no intervalo, já não estavas lá para alívio meu! A minha amiga ralhou, ralhou, que um dia ia querer alguém que me amasse assim, e nunca iria encontrar um amor como o que me dedicavas. Mesmo assim, continuaste a amar-me, a implorar uma migalha de amor que não te dei.

Um dia chegaste, chamaste-me, ofereceste-me um embrulho pequenino de uma Ouriversaria qualquer da Paiva Couceiro, abri pensando que era algum chocolate pequenino, fiquei surpresa com aquela aliança que os namorados usavam, tão linda, tão bela, toda em prata e com um entrançado maravilhoso! Quis ficar com ela, mas senti que não devia. Ficou lá na gaveta da máquina da costura, e quando uma das filhas da minha amiga a viu, disse: "Se não a queres fico com ela. É linda demais para ficar guardada e vou usá-la. !sso não, é minha e levo-a comigo! Quem sabe um dia conseguiria amar-te!!! Estavas no Exército naquela altura, eras rádio telegrafista, foste em Missão para as matas de Angola, pediste-me que te escrevesse ao menos como amiga. Assim o fiz. Trocámos cartas lindas, as tuas de amor, as minhas de pura amizade. Meses mais tarde a notícia que tinhas sido morto por uma mina, tú e outros nove que iam contigo. Chorei de pena de perder o amigo e um moço que tanto me amava. Lamentei e ainda hoje lamento não saber corresponder ao amor que me dedicavas. Julgo eu que o amor não se sente por quem nós queremos. No coração não se manda, dizem!
E foi assim ... guardei o teu anel, pu-lo algumas vezes lembrando-me de ti e pensando que se pudesses ver, gostarias de saber que o usei em tua memória. A minha filha adora-o, já o usou qdo era mais novita, mas cresceu, os dedos dela não são tão esguios como eram os meus e o teu anel voltou para a caixinha das recordações e já não sai mais dali!!!

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domingo, janeiro 07, 2007

 

Um pouco de loucura sã...




Deixem-me !!!


Deixem-me entrar assim
pela vida que resta em mim..
Deixem-me subir ...
as escadas da loucura ...
da loucura sã
que ainda existe em mim.
Abram as portas de par em par
deixem a minha loucura passar
e ocupar o seu lugar.
Pois eu quero estar assim ...
Louca,
sem me lembrar de mim...










sábado, janeiro 06, 2007

 

Um ser tão pequenino....




Vinha a caminho de casa, de carro.
Parei no semáforo, nem mais um carro, ninguém a pé ...
Olhei para os lados e pelo rectrovisor não vi ninguém, mesmo ninguém!
Digo para mim, credo, é verdade, não está aqui viva alma, como se usa dizer-se. Nisto, olho para o lado, onde há um jardinzito e entre umas grades largas, aparece um passarinho e juro mesmo, que parecia que olhava para mim e dizia: - Então e eu? Não sou também um ser de DEUS? Ai andas à procura de ver viva alma e eu aqui!! Olhei-o com amor e disse baixinho:

- Passarinho querido, alegraste o meu dia...
Obrigada pela tua presença que encheu o meu ser, talvez mais que algum ser humano que por aqui passasse!! Que o teu dia seja feliz passarinho amoroso, obrigada pelo miminho e pela companhia neste bocadinho de tempo !!!








sexta-feira, janeiro 05, 2007

 

Mentes pouco brilhantes!





Temos dias, né? dias em que se encontram no caminho, as famosas mentes pouco brilhantes, mentes que se brilharem é pelo colorido das faces, pelo rubor que aparece, ao falarem, ( o corar significa que devem ter dado conta de semelhante erro né?) sem pensar!

Topo com cada uma, que por vezes me questiono, se serei eu que terei entendido mal! Não têm o minimo de bom senso, e em cada frase, entram a matar!!
Também conhecem mentes assim né? Ou será só aqui no Norte? E não é que a que me falou há pouco, até tem um curso Universitário!!!! E eu que sou tão iletradinha....












 

Nem tudo o que se afasta, são nuvens!!!





Nem tudo o que de nós se afasta, são nuvens, iguais às que vemos no céu. As do céu conheço-as bem, passo tempos e tempos a mirar o seu vai-e-vem e as suas cores, lindas por vezes, tão lindas que fico encantada a apreciar aquele espéctaculo de cores, que vão dos tons rosa aos laranja. Aqui os laranja, aparecem pouco, em África sim, raro é o dia que não se mostre em todo o seu esplendor, e juro-vos que costumava ficar ali a olhar, horas, porque já noite cerrada e em cima do mar, mesmo junto à àgua, lá estava aquele cor-de-laranja incrívelmente belo, vivo, e começava a esbater-se, até desaparecer, para mais tarde nascer o dia! As nuvens andam sempre por cima de nós, estão sempre em movimento, passam, repassam e tornam a passar.. E hoje deu-me para recordar, que mesmo de longe e noutra terra, as nuvens aqui também passam, e deixam a saudade do que ficou para trás!








segunda-feira, janeiro 01, 2007

 

Que seria de mim sem ti ???




Que seria de mim sem ti?
Uma folha arrastada pelo vento?
um tronco que segue rio fora sem tento?
ou a paz que procuro e não encontro???

Não sei... só sei que fico cheia de ti,
quando te vejo a deambular por aí,
sem som nem tom...és mudo mesmo falando,
és um ser complicado para eu entender!!!

Mas...a vida dá-nos de tudo.
há que saber geri-la a contento,
quem sabe se eu me tornar como tu,
ainda tire dela algum provento!!!

Não quero ser uma folha arrastada pelo vento,
nem um tronco que vai pelo rio sem tento,
quero ser apenas a companheira que te entenda,
e ande contigo na vida a contento!!!








 

A tua chegada prevista..





Fiquei à janela, apoiada nos cotovelos, respirei a longos haustos o ar renovado da madrugada, esperando que trouxesses todas as benesses que aguardo há um ror de tempo!!!

Aspirei todo o ar que pude, tentando acondicionar nele tudo o que quero que aconteça nestes dias longos que espero pacientemente, se transformem na mais bela forma de vida que alguma vez sonhei!!! Prometo-me, sim, a mim, fazer tudo o que puder para que consiga passar mais de metade do tempo, a fazer aquilo que gosto!!!

Prometo pois, e quem sabe, começo já amanhã ...