"Somos sujeitos reprimidos pelo proibido e limitados pelo impossível que buscam se adequar aos seus relacionamentos imperfeitos. Vivemos de perder, abandonar, desistir e, mais cedo ou mais tarde, aprendemos que não há escudo contra as perdas e as dores que as acompanham. Somos sujeitos condenados a lidar com as perdas necessárias.
A estrada da vida é pavimentada de perdas e por mais inteligente que sejamos, temos que perder. Até nos sonhos que nos damos ao direito de sonhar e nos nossos relacionamentos mais importantes, precisamos nos defrontar com o que jamais teremos nem seremos, pois por mais que amemos, somos totalmente incapazes de oferecer qualquer abrigo contra as marcas do tempo, contra a velhice, contra a dor, contra as perdas necessárias.
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Aceitando que há um impossível, que há um proibido, exercemos melhor nossa liberdade de escolha, nosso livre arbítrio, na medida em que toda escolha requer uma renúncia.
E enfrentando as perdas que os anos de vida trazem consigo, sofremos, choramos, crescemos e nos adaptamos: cada perda em cada estágio da vida comporta uma lição, uma oportunidade de crescimento e transformação, indefinidamente... até o último suspiro.
Se considerarmos que cada perda pela qual passamos é um limão que a vida nos dá, se vamos amargar até a última gota, se vamos fazer limonadas ou caipirinhas se, quando forem muitos, vamos aprender a fazer malabaris, depende de cada um. "
Judith Viorst - Perdas Necessárias
Copiado daqui: Frases psicanaliticas
Dor de amor
" Dor de amor é a mais vulgar (no sentido de ser a mais comum), dor existencial é uma transcendência. Não evito minhas dores, vou até o cerne dos sentimentos, vejo-a tão vital quanto a alegria. Pois se, através deste processo também me vem a necessidade de auto-investigação e evolução interna, por mais desnorteada que eu me veja enquanto inserida no emocional da situação, é esse desconforto que me indica o degrau acima, me tira da zona de conforto, me instiga a buscar uma nova direção. A dor bem aproveitada não deve ser temida, deve ser usada como ferramenta para o autoconhecimento, extirpação do mal-resolvido, para o crescimento. Eu não temo a dor, nem emoção alguma, se assim fosse, até a alegria me incomodaria. O que não permito é que ela me leve ao estado da prostração, da autopiedade ou de algo que não aceite regeneração. Dor transmuta-se. E o Tempo dono de todas as coisas, ensina quão provisório é o pranto e a gargalhada. Por isso não recuso nada.
Que venha o que vier, como vier. Eu suporto qualquer circunstância que me lapide, que me desassossegue para que eu valorize os momentos de paz do meu coração.
Vida é totalidade. Inclui tudo. Vida é vontade de Mundo.
Dor faz parte da vida e, por mais preciosa que seja, não permito que ela seja a parte mais importante.
Marla de Queiroz