Um doce para o Espírito Santo …
Não sou muito velha, no entanto quando era mais nova, lembro-me que, quando se ia visitar o Espírito Santo, as mães levavam produtos alimentares, tais como farinha, açúcar, manteiga, ovos, entre outras coisas. Eram para ajudar na função, diziam elas. Depois, rezava-se o terço e a seguir havia “o baile”, onde se esperavam os rapazinhos de fora da freguesia, principalmente os das Fontinhas e das Lages, que eram, sem dúvida, os mais “lindinhos” (será que foi por isso que casei com um das Lages?). Gostávamos de dançar “slows”, mas primeiro esperávamos que as nossas mães fossem embora porque era uma vergonha dançar com elas a verem (bons tempos).
Os tempos mudaram e agora já ninguém baila, os “slows” passaram para “house music” e rapazes conhecem-se através da internet, que é muito mais fácil do que estar semanas a tentar falar com aquele tal rapaz do canto, o da “samarra de couro”! Também já não se reza como antigamente, sem que para isso haja um incentivo. Por isso, em vez daquele quilo de arroz ou açúcar, agora visita-se o Espírito Santo levando um doce para pôr na mesa (pelo menos na minha freguesia) e depois é vê-los, a seguir ao enfadonho terço, a empanturrarem-se de dezenas de sobremesas, cada uma com melhor aspecto que a outra.
Tal como as outras donas de casa “prezadas”, eu também fui a semana passada visitar o Espírito Santo (eu agora é que sou a mãe, que desgraça!) e também levei a minha taça de sobremesa! O que saiu foi este pudim que é, geralmente, apreciado por todos. Espero que gostem.
Ingredientes:
4 chávenas de água
1 chávena de açúcar (a receita original diz 2, mas acho que fica muito doce)
1 lata de pêssego em calda grande
4 carteira de boca doce de caramelo
2 caixas de natas
1 lata leite condensado cozido
3 folhas de gelatina incolor
Preparação:
Leva-se as 4 chávenas de água com o açúcar ao lume, a levantar fervura. Desfaz-se as carteiras de boca doce na calda do pêssego, reservando o pêssego, que é cortado em pedaços mais pequenos. Quando a água levantar fervura, junta-se o preparado de boca doce (muito bem desfeito senão fica com grumos). Deixa-se engrossar a calda, mexendo sempre muito bem para não pegar ao fundo do tacho. Quando estiver preparado, junta-se os pêssegos reservados. Mexe-se um pouco, mas sem deixar cozer em demasia senão ficam muito moles. Deita-se o preparado numa taça grande, visto que é um pudim generoso. Deixar arrefecer bem.
Quando o pudim estiver frio, bate-se as natas. Assim que estiverem batidas, junta-se a lata de leite condensado cozido e bate-se mais um pouco. Entretanto já devem ter as folhas de gelatina demolhadas. Deitem fora a maior parte da água usada para demolhá-las, conservando um pouco para levar ao microondas a derreter (cuidado para não ficar quente demais, pois fica em fio, assim que deitarem nas natas). Deitar as folhas de gelatina dentro do preparado das natas, mexendo muito bem. Deitar por cima do pudim e levar ao frigorífico.
Como vêem, simples e saboroso! Pelo menos é o que me dizem! Não sei se estão a ser sinceros……
Bom apetite
Rosa