25 de novembro de 2013

Fundo preto


Ilustração: Flávio Fargas


O entardecer,
o pôr-do-sol.
É tudo tão belo e fascinante.
Mas a noite ainda é a minha preferida,
Sempre me incita,
nos mais variados sintomas do verbo refletir.
Gosto do silêncio que vibra no ar, 
renovando a sensação 
de que um dia melhor 
está a espreita.

ValériaSorohan

22 de novembro de 2013

Renascença


Transforme
o dia em
véspera,
para que
restem
uns amanhãs.

ValériaSorohan

12 de novembro de 2013

Imagine...


Quem imagina, imagina algo em algum lugar.
Quem imagina?
Eu, tu, ele, nós, avós, eles.
Todas as pessoas, no plural ou no seu singular.
Imaginar é verbo transitivo direto. Imagine direto. Transite pelo seu imaginar.
Imaginar é verbo infinitivo. [imagine infinito]
Que rima com amar, cantar, HA HA HA, bla bla blar.
É divertido imaginar.
Solte o verbo.
Imagine por inteiro,
Imagine de verdade.
Imaginar é provocar a realidade.

30 de outubro de 2013

Por aí


A mente continua a mesma,
 transbordando de palavras
 que querem se casar.
Sou então um azul
aberto como o mar,
à espera de pés descalços
 a me caminhar.

Valéria Sorohan

19 de julho de 2013

Antonio Francisco Lisboa

Um nome, um homem...
Quem sabe uma invenção,
do que já foi distante mas ainda
permanece, existe, ali, 
numa esquina de Ouro Preto.
É "gênio", seu nome?
Ou "engenho", a própria "invenção"?
É Aleijadinho, seu nome? Ou perfeição?



Obra de Aleijadinho

 

8 de abril de 2013

Triste rosa murcha



Inquieta  fico
ao perceber que
o belo perde mais rapidamente
seu vigor
se transformado em dor.
Concordo
 e aceito
as sentenças
da minha vida,
 embora
 em alguns momentos
seja imperativo
chorar
 para não enlouquecer.

Valéria L. Sorohan

26 de março de 2013

Folhas secas


As folhas
caem sem saberem de Newton.
Nesse outono
cinza azulado
que não dá lugar ao inverno.
Nesse Outono que tenta a todo custo
ter sua presença em minha estação.
E se me permitir
deixo-te algumas folhas secas pelo teu chão.

26 de janeiro de 2013

Marcha batida



Cavalo é jogo.
É risco,
vento e fogo,
entre outras coisas,
além de símbolo da impetuosidade do desejo.
Branco, representa o dia, a luz, o instinto dominado.
Preto, a noite, as trevas, o galope descontrolado.

18 de janeiro de 2013

Ensaio do adeus


Existem pessoas que se tornam eternas... E sua ausência, por mais que soe contraditório, faz com que elas sejam ainda mais percebidas.
Algumas cenas marcam o poema e a vida continua na página seguinte.

11 de janeiro de 2013

Horizontes

Salvador Dali

Horizontes: onde se encontram eles? Quanto mais dele nos aproximamos, mais fogem de nós. E, no entanto, cercam-nos atrás, pelos lados, à frente. São horizontes que nos indicam direções. Referencial do nosso caminhar. Há sempre os horizontes da noite e os da madrugada, horizonte dos horizontes, testemunha das coisas ainda ausentes, rede de desejos, confissão da espera.