“As notas da guitarra portuguesa enchiam a sala, nunca se
apercebera do poder hipnótico que o musico detem nas suas mãos dedilhando as
cordas com uma entrega que a ultrapassa. Nunca se conseguiu entregar totalmente
em nenhuma das esferas da sua vida. Cambaleia relutantemente para o caminho que
lhe parece o mais favorável vivendo sempre agarrada ao sentimento de medo…”
Mas que porra…não consigo mais ler isto, discursos de auto comiseração de menina mimada. Bla bla bla e bla bla bla mais umas
lagrimazitas e uns soluços e coitadinha da menina que tem medo. Haja paciência…
o meu medo é não saber como vou pagar a conta do gás amanha, ou se o empréstimo
vai entrar a dia 1 ou dia 2. Já nem penso muito nestas coisas dos poetas que
sofrem e sofrem e voltam a sofrer e dramatizam esta porra. Dizem que estamos em
crise, ora pois bem, a minha crise é a mesma desde que nasci. Educada pela
televisão e pelas velhotas lá do prédio que me enchiam os bolsos de chocolates
quando o meu pai aparecia tarde e más horas depois da jogatina ter corrido mal
e dançava um corridinho de porrada na minha mãe. As coisas acabaram por mudar,
ela matou-o… nada que não fosse previsível,
23 anos a levar porrada de meia noite mal seria que continuasse naquilo.
Ainda me lembro do sorriso de satisfação dela quando a vieram buscar, parecia
que ia em paz… e vêm estes líricos dizer-me que as guitarras são lindas e que
cambaleia no caminho. Que não vá de saltos a gaja que assim já não cambaleia.
“De repente ele entrou e
ela sentiu um tremor a percorrer-lhe todo o corpo e o seu ritmo cardíaco
disparou, um leve rubor cobriu-lhe a face dando-lhe um ar virginal…”
Acho que vou ler mais um bocadinho, histórias de amor sempre me caíram bem…….
Acho que vou ler mais um bocadinho, histórias de amor sempre me caíram bem…….