No seguimento do mail que recebemos da Associação Campo Aberto, publicamos este Post que achamos poder ser de interesse e que incentivamos a todos a comparecer para ver um filme que certamente muito dirá sobre o Mundo onde vivemos.
QUEM ALIMENTA O MUNDO
No prosseguimento de um ciclo já iniciado, o CICLO CIDADE CAMPO, será projectado e comentado na sede da Campo Aberto (Rua de Santa Catarina, 730-2.º andar, quase a chegar à Rua Gonçalo Cristóvão), na quarta-feira 29 de Janeiro, às 21:30, o filme intitulado Quem alimenta o mundo, legendado em português.
A participação é gratuita e aberta ao público. Sugere-se no entanto uma contribuição voluntária de €2,00 para apoio à associação.
SOBRE O FILME
Todos os dias, em Viena (Áustria), a quantidade de pão rejeitada para o lixo seria suficiente para alimentar a segunda maior cidade austríaca, Graz.
Cerca de 350 mil hectares de terras agrícolas, sobretudo na América Latina, são consagradas à cultura da soja para alimentar o gado austríaco ao mesmo tempo que um quarto da população local passa fome e inanição. Cada europeu come dez quilos por ano de legumes provenientes do sul de Espanha, cultivados em estufas irrigadas artificialmente, daí decorrendo severa escassez de água.
Em WE FEED THE WORLD (Quem alimenta o mundo), o realizador austríaco Erwin Wagenhofer rastreia as origens dos alimentos que comemos. A sua viagem leva-o a França, Espanha, Roménia, Suíça, Brasil e de novo Áustria
Conduz-nos ao longo do filme uma entrevista com Jean Ziegler, até há pouco Relator Especial das Nações Unidas sobre o Direito à Alimentação. Quem alimenta o mundo é um filme sobre alimentação e globalização, sobre pescadores e camponeses, motoristas de camiões de longo curso e administradores poderosos de empresas multinacionais, sobre o fluxo de mercadorias e o fluxo de dinheiro – um filme sobre a escassez no meio da abundância. Com as suas imagens que se não esquecerão, o filme ajuda a compreender como são produzidos os nossos alimentos e explica o que tem a ver connosco o drama da fome no mundo.
São entrevistados, para além de pescadores, agricultores, agrónomos, biólogos e o relator Jean Ziegler, também o director da Pioneer, o maior fornecedor de sementes do mundo, e ainda Peter Brabeck, presidente da Nestlé International, a maior empresa alimentar no mundo.
Evento da responsabilidade da direcção da Campo Aberto em funções:
Antónia Bacelar * Cristiane Carvalho * Daniel Silva * Lúcia Fernandes
* Jaime Prata * José Carlos Marques * Mafalda Sousa * Maria Pires de Carvalho * Nuno Quental * Paulo Araújo
Recordatória: Na próxima quarta 28 de Janeiro às 21:30 (chegue por favor alguns minutos antes para que a projecção possa começar às 21:30), venha assistir connosco ao filme QUEM ALIMENTA O MUNDO.
Imagens e entrevistas impressionantes que são um bom ponto de partida para tentarmos compreender como e o quê chega ou não chega hoje ao nosso prato.
BEM-VINDOS AO BLOG DA RAÍZES Aqui poderá encontrar informações sobre a Agricultura Biológica, Ecologia, Desenvolvimento Sustentável, Humanismo, Saúde e outras informações sobre o nosso trabalho. APROVEITE TAMBÉM PARA VISITAR O NOSSO SITE WWW.RAIZES.ORG e a nossa loja online
domingo, janeiro 25, 2009
sexta-feira, janeiro 23, 2009
O Solo
Ao iniciar este Blog, nunca foi minha intenção que este espaço fosse apenas local de mero anúncio. Requer por isso este local, do mundo dos cibernautas, para que seja cada vez mais interessante, ser também um local de partilha de conhecimento e ideias. Admito, contudo, que o tempo para o exercício da escrita escasseia, pois obriga também à leitura, ao estudo e ponderação nas palavras usadas. Neste ano de 2009 farei o melhor possível para que este acto que tanto prazer me dá se repita com mais frequência.
No caso deste Post, o assunto que abordo é “O Solo”.
O Solo é seguramente uma das matérias de estudo mais fascinantes para todos aqueles que se interessam pelas Ciências do Ambiente, Ecologia e Agricultura. Pelo Natal, como já sou crescidinho não costumo ser regalado com brinquedos, mas antes, para minha felicidade, com uns sempre apetitosos e deliciosos Vales em Livros que ansiosamente corro a trocar por esse precioso saber gravado em folhinhas brancas, para o ir sorvendo lentamente ao longo dos tempos.
Este ano, como planeamos iniciar, dentro de alguns meses, as primeiras culturas na Quinta, apostei num bom livro sobre Solos.
Agora, depois de ter encontrado um livro que aconselho a todos os interessados neste assunto, estou ainda mais seguro da minha aposta e mais consciente sobre a importância do tema.
O Livro a que me refiro é:
Varennes A 2003 Produtividade dos Solos e Ambiente, Escolar Editora
A coisa mais importante que temos quando pensamos em cultivar é o solo. Ai encontramos a nossa mesa de trabalho, ai devemos concentrar a nossa maior atenção, pois é esse o elemento principal que sustenta a vida e consequentemente as culturas do agricultor, as plantas dos nossos jardins, etc… Facilmente verificamos que o solo é o suporte de toda a produção vegetal, que por sua vez suporta a vida animal onde, obviamente, se inclui o Homem.
Achei por isso, ser para mim, a hora certa para voltar a dedicar parte do meu tempo ao estudo do Solo. Compreender como este se comporta, como se compõe, quais as potencialidades, mas acima de tudo, quais as fragilidades, é fundamental para assegurar uma boa produtividade durante inúmeros anos.
O Solo não é uma máquina produtiva, embora assistimos a este ser tratado como tal na maioria das práticas, (mesmo na Agricultura Biológica Industrial). Parece-me a mim que o Solo como elemento vivo, nunca deverá ser tratado como mera máquina produtiva.
Talvez a primeira lição sobre solo, será rejeitar a visão de solo como simples estrutura de suporte vegetal e por isso passível de ser usado intensivamente. Por outro lado observar a complexidade do solo. O Solo, sendo uma mistura de ar, água, minerais, matéria orgânica e microrganismos, estabelece em si infinitas interacções, que variam de acordo com a quantidade e qualidade dos seus constituintes.
Achei que seria interessante deixar alguns apontamentos sobre solo.
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NOTAS SOBRE SOLO:
“O Solo pode ser considerado recurso limitado, não renovável numa escala de tempo de 50 a 100 anos.”
Principais problemas de degradação do sola na Europa:
Impermeabilização
Erosão
Contaminação
Salinização
Compactação
“A Solução para uma agricultura sustentável deve basear-se numa abordagem integrada que tenha em consideração a biologia do solo e a sua capacidade de retenção de água, estrutura, etc...”
“A acção de microrganismos influencia a qualidade do solo e o crescimento das plantas.”
Matriz do Solo
A matriz do Solo é formada por materiais sólidos, orgânicos e minerais que variam quanto à sua composição química, tamanho e forma.
Textura do Solo
A textura do Solo influência a tendência para o Solo reter mais ou menos matéria orgânica.
Substâncias Minerais:
Areia e Limo – Minerais principais
“Solos com elevado teor em limo são usualmente mais férteis do que solos arenosos.”
Argila – Minerais secundários
Os minerais secundários resultam da meteorização de minerais primários. A argila é importante na absorção da água e na retenção de matéria orgânica.
Matéria Orgânica
“A matéria orgânica representa usualmente 1 a 6% da massa total da camada arável dum solo mineral e vai influenciar as suas propriedades físicas e químicas sendo determinante para a qualidade do solo.”
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Existem no mundo vários tipos de solo, classificados de acordo com as suas características físico-químicas, (teor em matéria orgânica, granolometria, pH, percentagem de areia, limo e argila, etc…)
Todas as características são importantes indicadores sobre o solo, especialmente quando procuramos encontrar, obter ou manter um solo fértil.
Convém por isso, antes de avançarmos para a aventura agrícola perceber o Solo, os diversos factores que influenciam a qualidade do solo, que tipo de solo temos e como devemos pensar o cultivo de acordo com o solo que temos disponível.
Ao ler o livro de que vos falei deparei com a seguinte frase com que termino este Post, e que me parece se enquadrar bem no sentido que damos ao Projecto Raízes
.
“A urbanização crescente das sociedades modernas divorcia-nos do mundo rural e faz-nos perder a noção da importância do solo como suporte de vida no planeta.”
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