segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

O que as redes sociais nos fazem (IV)





















"As redes sociais são neste momento um problema muito sério que nós temos porque efectivamente elas estão a extremar as pessoas, estão a polarizar a sociedade, estão a destruir a sociedade. Fazem com que as pessoas só vejam o seu ponto de vista. Tornam-se incapazes de ver o ponto de vista de outras pessoas de qualquer sector político, ideológico, religioso, clubístico, o que quer que nós escolhamos e, portanto, tudo isso é um problema muito sério e o problema torna-se mais sério quando elas começam a ser usadas do ponto de vista geoestratégico como instrumento de propaganda sem que nós nos apercebamos que são propaganda. Aliás, esse é um dos princípios melhores da propaganda. É fazer-se propaganda sem que se perceba que é propaganda e isso as redes socias estão a fazer muito bem. Ou melhor, agentes nas redes sociais. 
(...) 
Muitas das nossas decisões já são tomadas pelas redes sociais, que interpretam a forma como nós pensamos e depois agem em conformidade. 
(...) 
Neste momento o que nós estamos a ver justamente é que muita gente está a ter acesso à informação - e a parte do problema - através das redes sociais, através de agentes e as redes sociais são manipuladas por agentes maliciosos que dizem ser o que não são e não dizem ser o que são e enchem as redes socias de notícias falsas ou semi-falsas e que se destinam a criar determinados efeitos e funcionam. 
(...) 
A verdade é que nós estamos a ter acesso, quando nos informamos através das redes sociais, estamos a ter acesso a informação que não é verificada. E, portanto, estamos a agir em função de realidades que não existem. É um bocado como, faz de conta que entra aqui um leão, mas toda a informação é de que não há nenhum leão. Se não há nenhum leão eu continuo a portar-me normalmente e daqui a um minuto vou ser comido. É importante nós sabermos qual é a realidade, porque se vivermos num mundo que não existe, um mundo de mentira, o que vai acontecer é que vamos estar constantemente a tomar decisões erradas. E não fugir do estúdio quando está aqui um leão é uma decisão errada." 

Prova Oral 
Antena3 
Programa de Fernando Alvim 
02 de Dezembro 2025 (19:00/01:00) 
Convidado: José Rodrigues Dos Santos, jornalista da RTP 
Ouvir aqui

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Esta noite na RADAR

 




















As vezes que te olhamos e procuramos o outro lado
Aquele lado que nunca vimos 

Esteve muitos anos nas horas fundas de fim-de-semana na Antena2, mudou-se há algum tempo para a RADAR. Selecção musical calma e introspectiva, isenta de apresentação. Fazem falta espaços assim. Nem sempre a palavra é rainha na Rádio. 

Olhar a Lua 
RADAR 
Programa de Thomas Anahory 
Domingo 00:00/01:00 
3ª Feira 23:00/00:00 
Ouvir aqui

Centenário de Carlos Paredes na Rádio

 








A sua simplicidade era equivalente à sua grandeza 

Uma gravação pouco conhecida, num concerto no auditório do Teatro Carlos Alberto no Porto, no dia 31 de Março de 1984. Momentos de partilha tocada e falada do artista num disco que acompanha o livro «Movimentos Perpétuos», editado pela Oficina do Livro, incluindo dois concertos, um deles inédito. 
Esta notável emissão de Rádio contém ainda outros registos do guitarrista no acervo histórico do serviço público, para além de várias versões do clássico "Verdes Anos" na rubrica «Semibreve» de Andrea Lupi. 

A Ronda da Noite 
Antena2 
Programa de Luís Caetano 
6ª feira, 14 de Fevereiro 2025 
Ouvir aqui 

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Hoje em Évora


 


















Iniciativa com o apoio da rádio pública, conversa com moderação do radialista Tiago Castro. 

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Todos os dias são dias da Rádio

 


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Dia Mundial da Rádio



















Este ano sob o tema Alterações Climáticas 

Dia Mundial da Rádio com a gravação ao vivo do primeiro episódio do podcast "No Estúdio de Igrejas Caeiro".
O podcast, de periodicidade bimestral, é uma organização do Grupo de Trabalho Rádio e Meios Sonoros da Sopcom-Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação, em parceria com a Fundação Marquês de Pombal. 
No estúdio privado de Francisco Igrejas Caeiro, membros do GT entrevistam figuras notáveis da história da rádio em Portugal.
A entrada é livre, sujeita à lotação do espaço.

Casa-Museu Igrejas Caeiro 
Rua Paulo da Gama 8, Alto do Lagoal, 2760-091 Caxias 

Mais aqui



24 horas de emissão consecutiva em directo na RUC-Rádio Universidade de Coimbra 






































18h00 – IMPÉRIO DO MEIO: Isabel Simões
19h00 – SANTOS DA CASA – ESPECIAL CROWDFUNDING: Fausto da Silva & Nuno Ávila
20h00 – ENTRE GRADES: Inês Cruz & Cláudio Pedrosa
21h00 – OBSERVAMISTO: Inês Sampaio, Mariana Caparica, Gabriela Fernandes & Beatriz Cardoso
22h00 – OLHO DO QUIZ: Gonçalo Pina, Mariana Massano & José Pedro Correia
23h00 – TALK TALK TALK ABOUT RUC: Daniel Belo, Paulo Sebastião, Pedro Arinto, Rui Ferreira & Sara Mendes
00h00 – RUC PAYOUT ZONE: Maria Carrilho
01h00 – Gonçalo Pina & José Pedro Correia
03h00 – ASMRUC, Catarina Almeida & Luís Pereira
04h00 – INTELIGENTÍSSIMO, Simão Nunes
05h00 – OS FUTUROS TODOS, OUT.RA – Associação Cultural
06h00 – SPOTLIGHT, Luís Pereira
07h00 – CYBERIA CROWDFUND, Bernardo Matos
08h00 – ABATANADO, Filipe Furtado & Amigos
12h00 – CIGA239, ciga239
13h00 – AS CRÍTICAS TAMBÉM SE ABATEM, Inês Santos, Maria Nolasco & Mariana Massano
14h00 – ENGRENAGEM, Artur Jóia
15h00 – CONSELHO DE ESTADO, Gonçalo Pina & Lexi Narovatkin
17h00 – FECHADO PARA OBRAS, Margarida Campos, Beatriz Sousa, Pedro Andrade, Rui Rodrigues & Mariana Massano 

Ouvir aqui

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Boa Rádio à 4ª feira

 









10:00/12:00 TSF – Forum 
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard  
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 
13:00/14:00 TSF – A Escuta do Mundo 
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 
17:00/18:00 Antena2 – Quinta Essência 
18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras 
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 
20:00/21:00 Antena3 – Defeitos Especiais 
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 
22:00/23:00 Antena3 – Portugália 
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 
23:00/00:00 Antena1 – Fala Com Ela 
00:00/01:00 Antena2 – Raízes 
00:00/01:00 Antena1 – Gira Discos 
01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea 
01:00/02:00 Antena1 – Agente Provocador 
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte 
05:00/07:00 Antena1 – José Candeias 

terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Boa Rádio à 3ª feira

 










10:00/12:00 TSF – Forum 
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard  
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 
18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras 
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 
20:00/21:00 Antena3 – Defeitos Especiais 
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 
22:00/23:00 Antena3 – Portugália 
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 
00:00/01:00 Antena2 – Raízes 
01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea 
01:00/02:00 Antena1 – Agente Provocador 
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte 
05:00/07:00 Antena1 – José Candeias 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Boa Rádio à 2ªfeira


 












10:00/12:00 TSF – Forum 
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard  
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 
18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras 
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 
19:00/20:00 TSF – Visão de Jogo 
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 
20:00/21:00 Antena3 – Defeitos Especiais - Circunvalasound 
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 
21:00/23:00 Antena1 – Uma Noite Em Forma De Assim 
22:00/23:00 Antena3 – Portugália 
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 
23:00/01:00 Antena1  – Anatomia Do Ressentimento 
00:00/01:00 Antena2 – Raízes 
01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea 
01:00/02:00 Antena1 – Agente Provocador 
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte 
05:00/07:00 Antena1 – José Candeias 

domingo, 9 de fevereiro de 2025

Boa Rádio ao Domingo

 










07:00/08:00 Antena1 - A Árvore da Música 
07:00/09:00 Antena3 - Sol Maior 
09:00/10:00 Antena2 - Café Plaza 
09:00/10:00 Antena1 - Gramofone 
10:00/11:00 Antena1 - O Amor É 
11:00/12:00 Antena1 - A Cena Do ódio 
11:00/12:00 RADAR - Reactivo 
12:00/13:00 Antena3 - Coyote 
12:00/13:00 TSF - Grande Entrevista 
13:00/14:00 Antena2 - Coreto 
14:00/15:00 Observador - E o Resto É História 
14:00/15:00 Antena1 - Semana Que Foi, Semana Que Vem 
15:00/16:00 Antena2 - Véu Diáfano 
16:00/18:00 Antena2 - Musica Aeterna 
18:00/22:00 Antena2 - Mezza-Voce 
19:00/20:00 Antena3 - Matéria Prima 
20:00/21:00 Antena3 - Notas Azuis 
21:00/23:00 Antena3 - Sinais de Fumo 
22:00/23:00 RADAR - Olhar a Lua 
23:00/00:00 RADAR - 27 Graus 
23:00/00:00 Antena2 - Argonauta 
23:00/00:00 Antena3 - A Profecia do Duque 
00:00/01:00 RUM - O Cubo 
00:00/01:00 Antena2 - Geografia dos Sons 
01:00/02:00 Antena2 - Bolha Gular 
02:00/03:00 Antena2 - Refletor 
03:00/06:00 Antena2 - Dois Ao Quadrado 
06:00/07:00 Antena2 - Notas Finais 

sábado, 8 de fevereiro de 2025

Boa Rádio ao Sábado

 













07:00/09:00 Antena3 - Sol Maior 
08:00/09:00 Antena1 - A Contar 
09:00/10:00 Antena2 - Café Plaza 
09:00/10:00 Antena1 - Sou Pessoa Para Isso 
10:00/11:00 Antena2 - Quinta Essência 
11:00/12:00 Antena2 - A Propósito da Música 
10:00/12:00 Antena1 - Destacável 
10:00/12:00 Renascença - Hotel Califórnia 
12:00/13:00 RADAR - Maus Exemplos 
12:00/13:00 Antena3 - Coyote 
12:00/14:00 Antena2 - Musica Aeterna 
12:00/13:00 TSF - O Estado Do Sítio 
13:00/14:00 Observador - Conversas Do Fim Do Mundo 
13:00/14:00 Antena3 - Domínio Público 
14:00/15:00 Observador - Pop Up
14:00/15:30 Antena2 - O Tempo e a Música 
15:00/16:00 Observador - Isto Não Passa Na Rádio 
15:30/16:00 Antena2 - Páginas De Português 
16:00/18:00 Antena2 - A Força Das Coisas 
17:00/18:00 RADAR - A Hora Do Bolo 
18:00/22:00 Antena2 - Mezza-Voce 
20:00/21:00 Antena3 - Caixa De Ritmos 
21:00/22:00 Antena3 - Muitos Mundos 
22:00/23:00 Antena2 - Banda Sonora 
22:00/00:00 Antena3 - Música Com Pés e Cabeça 
23:00/00:00 Antena2 - Argonauta 
00:00/01:00 Antena2 - A Fuga Da Arte 
00:00/02:00 Antena1 - Costa A Costa 
04:00/05:00 Antena1 - À Volta do Groove 
05:00/06:00 Antena1 - Duas Ou Três Coisas 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Boa Rádio à 6ª feira

 









10:00/12:00 TSF – Forum 
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 
13:00/14:00 RADAR – Maus Exemplos 
18:00/20:00 Antena2 – Baile de Máscaras 
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 
20:00/21:00 Antena3 – Portugália 
21:00/22:00 Antena3 – Indiegente 
22:00/00:00 Antena3 – Bons Rapazes 
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 
23:00/00:00 Antena1 – Duas Ou Três Coisas 
00:00/01:00 Antena2 – Raízes 
00:00/01:00 Antena3 – Muitos Mundos 
03:00/04:00 Antena2 – A Fuga da Arte 
05:00/07:00 Antena3 – Música Com Pés e Cabeça 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Boa Rádio à 5ª feira











10:00/12:00 TSF – Forum 
10:00/13:00 Antena2 – Boulevard  
11:00/14:00 RUM – Elisabete Apresentação 
13:00/14:00 TSF – Mapa Mundo 
13:00/14:00 Antena1 – Portugal Em Directo 
17:00/18:00 Antena2 – Quinta Essência 
18:00/19:00 Antena2 – Baile de Máscaras 
19:00/20:00 RUC – Santos da Casa 
19:00/20:00 Antena3 – Prova Oral 
20:00/21:00 Antena3 – Defeitos Especiais 
20:00/21:00 Antena2 – Jazz a 2 
21:00/23:00 Antena1 – Uma Noite Em Forma De Assim 
22:00/23:00 Antena3 – Portugália 
23:00/00:00 Antena2 – A Ronda da Noite 
00:00/01:00 Antena2 – Raízes 
00:00/01:00 Antena1 – Gira Discos 
01:00/02:00 Antena2 – Música Contemporânea 
01:00/02:00 Antena1 – Agente Provocador 
03:00/05:00 Antena1 – Linha do Horizonte 
05:00/07:00 Antena1 – José Candeias 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Se não são notícias verdadeiras não são notícias










Às 18:30 com entrada livre. 
Informação aqui

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

O que as redes sociais nos fazem (III)













Uma mentira pode dar a volta ao mundo ainda antes da verdade ter tempo de vestir as calças
Só que hoje com a Internet a mentira já deu mesmo a volta ao mundo antes da verdade acordar e abrir os olhos. A revolução tecnológica digital mudou várias indústrias e a dos média foi uma das mais drasticamente abaladas. 

Conversa da jornalista Mafalda Anjos com os convidados Luís Paixão Martins, ex-radialista e jornalista, antigo consultor de comunicação e Gustavo Cardoso, sociólogo da comunicação, investigador, professor catedrático de ciências da comunicação e director do OBERCOM-Observatório dos Meios de Comunicação Social. 

Antena1 
Anatomia do Ressentimento 
Programa de Mafalda Anjos 
2ª feira, 27 de Janeiro 2025 (23:00/00:00) 
Ouvir aqui 

sábado, 1 de fevereiro de 2025

Hoje em Lisboa





















Informação aqui 


quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Hoje em Aveiro





















Conferência sobre convergência entre Média e tecnologia 

Mais informação aqui


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

2ª metade da 3ª década do século XXI


O cinzento envolve 
Antes fosse meu numa luva de criança 













12 passas para este novo ano de Rádio 


Difusão 
A substituição da transmissão radiofónica através de emissores de Frequência Modulada por outra tecnologia tem vindo a ser sucessivamente adiada até à linha da inevitabilidade. A actual estrutura analógica é dispendiosa, carece de manutenção constante, é insuficiente para cobrir todo o território e não elimina as zonas de sombra. A questão é que ainda não existe uma solução digital mais eficiente e menos onerosa que consiga fazer melhor. Está também por provar que a tecnologia digital de difusão venha realmente a ser mais barata. Talvez seja bom alertar que para se aceder à transmissão digital o consumidor final vai ter de pagar o que hoje é gratuito. 

Programação 
Acentuou-se nos últimos anos, de forma bastante recorrente, o desrespeito pela disciplina de antena em relação aos ouvintes. Constantes mudanças de horários, demasiadas repetições de programas, crónicas, reportagens, entrevistas, apontamentos de índole variada, rubricas e demais conteúdos, afasta uma grande parte da fidelização. Honra seja feita às estações de Rádio nacionais, regionais e locais que respeitam os horários de programação. É uma regra de ouro para fidelizar audiências. E quanto mais tempo assim o fizerem mais audiência acumulam, mais respeito ganham, mas confiáveis se tornam. A previsibilidade dos horários é fundamental na Rádio. Se os ouvintes têm de se esforçar muito para saberem o horário do que gostam de ouvir é a Rádio que está a falhar e é assim que os ouvintes se perdem. Ou dito de outra forma, não se ganham. 

Português 
Os erros de português, principalmente na Rádio feita em directo, são constantes e naturais. Diariamente. No entanto, erros repetidos já não são erros. São vícios no erro, julgando-se que não são nem uma coisa nem outra. Manda o bom senso que alguém dentro da Rádio esteja atento e à escuta, de preferência os responsáveis na hierarquia, detectando esses erros e corrigindo-os. Mas este flagelo é insanável porque quem manda também não sabe. Os maus tratos à língua portuguesa grassam nas rádios portuguesas. 
A depuração da linguagem é inexistente nas pessoas que falam ao microfone. Os radialistas estão absolutamente convencidos que se falarem muito estão a fazer um bom trabalho. Não estão. A Rádio em períodos de continuidade, quando é demasiado loquaz, cansa. É ruído, poluição sonora. Os espaços de aparente silêncio - sem o ser em concreto - produz uma abstracta sensação de libertação, um respirar essencial à fruição suave, sem atrito sensorial, alcançando conforto na escuta. Até na Rádio o silêncio é de ouro. 

Autoria 
Basta olhar para as grelhas de programação, no que de melhor se faz na Rádio em Portugal, para facilmente verificar como seria o panorama radiofónico nacional se não existisse serviço público. É no conjunto dos vários canais públicos de Rádio que se encontra a maior quantidade de programação de autor e, inegavelmente, a maioria dos melhores programas. Felizmente há honrosas excepções no sector privado e nem são assim tão poucas, mas sem Rádio pública o cenário seria muitíssimo menos interessante. Desapareceria a possibilidade ainda hoje existente de ouvir Rádio, de posto em posto, sem ter de a desligar por falta de alternativas. 

Música 
A mais antiga aliada da História da Rádio, depois da palavra. Som é emoção, músicas são emoções. É por esta e outras razões que devemos ser irrevogavelmente contra as 'playlists', que não transmitem emoção, sensações agradáveis, sequências musicais felizes, lógica interpretativa, harmonia sensorial, equilíbrio emocional, ambientes propícios e adequados aos vários tempos e momentos da transmissão radiofónica. Uma máquina composta por frieza amoral nunca terá a sensibilidade humana que é estritamente necessária em matérias sentimentais. É daqueles casos fundamentais e paradigmáticos da Rádio em que, sem a exclusiva mão humana, não se consegue fazer nada que faça sentido. 

Trabalho 
Os sectores produtivos no mundo da Rádio encontram-se em evidente compressão e não é de agora. Com cada vez menos estações de Rádio há também menos mão-de-obra necessária. No entanto, a Rádio está viva e precisa de gente para a fazer. E quem trabalha nela cada vez trabalha mais.  
Numa possível entrevista de emprego, a primeira pergunta que um jovem candidato a entrar na Rádio devia fazer à entidade patronal é saber quanto vai ter de pagar para trabalhar. O mundo do trabalho em Portugal, não só na Rádio, tornou-se numa espécie de leilão em que fica com o emprego quem aceitar trabalhar mais por menos. Este cálculo sinistro é 100% igual ao mais básico cálculo matemático: mais por menos dá menos.  

Publicidade 
Vagas de sucessivas crises financeiras, insolvências de patrocinadores regulares, deslocação para meios diferentes - principalmente para as redes sociais -, entre vários outros motivos, provocaram uma tremenda erosão do investimento publicitário na Rádio que, de forma funesta, apregoou durante muito tempo que era um meio barato em que se podia fazer publicidade a baixo custo. E o custo está aí: cerca de algumas dezenas acima de 50% do bolo publicitário desapareceu da Rádio. A fatia, que em tempos era larga, ficou finíssima. No topo da lista de bocas famintas estão, com base nos estudos que existem de audiências - que é para o mercado publicitário que são feitos - duas estações nacionais de música a digladiarem-se por umas décimas do barame trimestral. Na prática, encontram-se numa luta miserável para ver quem faz pior rádio a fim obter mais uma migalha de publicidade.   

Mercado 
Vários mercados. O publicitário, anteriormente referido noutro parágrafo, o da compra e venda de estações, que sempre aconteceu com altos e baixos desde a legalização das rádios privadas em Março de 1989 e o mercado de transferências de profissionais que, também com oscilações, esteve sempre em movimento. Este último com uma particular incidência sobre profissionais de Rádio que transitaram muito mais para a Televisão do que no sentido inverso. Todas estas movimentações têm maior ênfase na classe dos jornalistas. Em relação às estações privadas, a sua propriedade foi transformada num mercado de transação, em que quem compra fá-lo para a seguir - ou assim que possa - vender por um valor superior ao da aquisição. E assim sucessivamente, até ao dia em que mais ninguém compra e aí fecha-se. 

Internet 
A Rádio adaptou-se lindamente ao aparecimento massificado da World Wide Web, adoptando-a como aliada e não como inimiga a temer, sabendo tirar o melhor partido dela. Ultrapassada a potencial ameaça inicial, que na verdade nunca o foi, começaram a surgir as contradições. Um dos maiores paradoxos é as rádios privadas queixarem-se que as redes sociais e as grandes multinacionais tecnológicas lhes retiram publicidade e depois utilizam essas mesmas redes sociais para difundirem o seu trabalho, alimentando boca e barriga dos lobos que as condenam à fome. Presa nas redes de mar-alto, a Rádio ainda não sabe bem o que fazer, que opções decisivas tomar, agora que vive mergulhada na imensidão da comunicação digital em rede. No mundo incontornável da Internet, a Rádio navega em águas desconhecidas. Investe, desinveste, volta a investir, volta a desinvestir. Encontra-se à deriva, perdida num mar intenso, num mar imenso.  
Outro dos maiores paradoxos é a Rádio utilizar a Internet para se desvalorizar. Programas que têm uma versão maior na Internet é excluir os ouvintes comuns da escuta normal. É dizer ao ouvinte algo como "vá para a net, deixe a Rádio. Na Internet é melhor que na Rádio, na net é que é bom."  
 
Podcast  
Estamos a assistir a uma proliferação galopante nunca antes vista na oferta deste formato. Aparentemente mostra-se como uma deslumbrante alternativa à Rádio, mas não é Rádio. Traz vantagens e desvantagens. Por exemplo, quantos mais podcasts existirem menos audiência terá cada um deles. A pulverização produz fragmentação. Há duas décadas, quando apareceram, os podcasts provinham do exterior da Rádio, realizados por pessoas fora desse universo. Muito depressa a Rádio entrou na nova plataforma - e bem!, reproduzindo e multiplicando a sua oferta. Nos dias que correm o Podcast profissionalizou-se, vive de forma autónoma fora da Rádio e há para todos os gostos e feitios. Rádios, jornais, televisões, profissionais e amadores. Toda a gente pode fazer um Podcast se quiser. 
As estações de Rádio que persistem sem Podcast estão fatalmente desactualizadas no caldeirão das plataformas. Rádios que produzam podcasts que não emitem nas emissões em FM estão a trair a Rádio e os ouvintes. Um claríssimo tiro no pé. 
É de lamentar que ao fim de duas décadas de Podcast não se tenha encontrado uma designação em português para este formato digital sonoro. Vingou o termo original em Inglês, quando temos uma língua riquíssima. Dizemos Radiodifusão, não dizemos Broadcast

Extinção 
As ameaças à existência da Rádio, presentes desde o seu aparecimento, não cessam. Pelo contrário, aumentam de ano para ano, principalmente no sector privado, sempre com a cabeça no cepo, numa dança harakíri em bicos de pés sobre uma corda bamba, permanentemente sob o velho ditame de "ou as receitas são maiores que os custos ou então encerra-se". A guilhotina também desce, volta e meia, sobre o pescoço do sector público, com a tutela alternadamente a prometer investimento e reforço ou a promover a redução e a privatização. Reduzir o serviço público de radiodifusão significa empobrecer a oferta, tornando-a débil, condenando-a à irrelevância e privatizar significa fazer desaparecer. 
A ameaça é maior quando provém de governos de ideologia ultraliberalista. Convém lembrar que as ameaças à continuidade da existência do serviço público de Rádio agudiza-se de cada vez que um governo com essas características está no poder. Em meio-século de Democracia em Portugal aconteceu vezes suficientes para que o facto seja encarado como se se tratasse de uma mera coincidência.   

Futuro 
A Rádio, tal como muitas outras áreas de actividade laboral, assemelha-se a um imenso Titanic que vai afundando lentamente sem que ninguém queira muito dar por isso. A descida é irreversível, o embate no icebergue já aconteceu, estando neste momento a massa de gelo ainda a cortar o casco. Desenganem-se os que julgam que a Inteligência Artificial está aí para ajudar. A IA, ao invés do que se diz sobre aliviar a vida profissional e facilitar a vida pessoal e familiar dos trabalhadores, veio para eliminar postos de trabalho, extinguir rendimento, eliminar salários, outros custos e benefícios, em prol do engrossamento dos lucros dos proprietários e accionistas das grandes empresas. Com a IA só essas vão poder continuar a prosperar.  

domingo, 26 de janeiro de 2025

O que as redes sociais nos fazem (II)










Fotografia de Jorge Carmona 

De volta ao Ódio no Festival Internacional de Literatura Fólio, em Outubro do ano passado, que teve como tema a Inquietação 
O ódio marca a humanidade desde sempre, mas o caminho da civilização devia atenuá-lo, racionalizá-lo, removê-lo. Não é isso que o mundo de hoje nos mostra. 
O ódio foi tema para uma conversa na recente edição do festival Fólio com os escritores Hugo Gonçalves (português) e Carina Sainz Borgo (venezuelana), uma conversa levada ao que de melhor se faz na Rádio portuguesa. 

"A Internet é um acelerador de partículas. É uma máquina de hiperbolização tremenda e que pega nos nossos agravos pessoais, nas pequenas coisas e lhes dá uma dimensão porque as pessoas acham que têm uma audiência. Antigamente a audiência estava circunscrita às pessoas que falavam na Televisão, às pessoas que escreviam nos jornais. E há uma falsa ilusão de que cada um de nós, com o seu telefone e com o seu perfil na rede social está a dar um espectáculo constante de "olha o que é que eu acho sobre o conflito israelo-palestiniano", sobre a polémica da semana. Essa alimentação do ego com coraçõezinhos e com likes ou com pessoas que vão lá e entram em discussão, mais o facto do algoritmo privilegiar o ultraje e o ódio - muito mais do que uma foto de um gato fofinho - isso  realmente é uma tempestade perfeita para que estes sentimentos possam tornar-se um produto que depois é muito apetitoso por líderes demagógicos, por canais de Televisão sensacionalistas." 
(...) 
"Desde o início as redes sociais triunfaram porque o modelo de negócio exigia que não fossem responsáveis - ao contrário do que acontece nos jornais e na Comunicação Social - por aquilo que publicavam, porque senão iam ter processos que nunca mais acabava. Isso era no início que as redes sociais eram utilizadas com uma certa ingenuidade, com fotografias das férias, antes do ódio. Nós às vezes esquecemo-nos disso, mas na curta vida das redes sociais elas têm um perfil que mudou radicalmente e hoje em dia elas são usadas - não é por acaso - são usadas para manipular eleições, são utilizadas por governos exactamente para poder interferir noutros países. Então ganharam uma dimensão que não tem nada a ver com essa nossa ingenuidade inicial de quando ainda estávamos no paraíso, antes de sermos expulsos do paraíso inicial das redes sociais."  
(...) 
"Eu queria fazer esta diferença: não há "cá fora". Muitas vezes as pessoas diziam "ah não, mas isso são coisas das redes sociais". As redes sociais são a nossa vida, não são virtuais. Há pessoas que passam oito, nove, dez horas online. Não há uma diferença hoje em dia substancial, porque se nós estamos num estado de consciência a interagir com outras pessoas, a reagir ao ultraje, a insultá-las durante seis, sete horas, quando eu vou ao café o meu estado mental é exactamente o mesmo. Então acho que essa divisão hoje em dia é muito mais ténue. Pode-se dizer  "ah, mas talvez as pessoas não digam cara a cara aquilo que dizem nas redes socais." Já começam a dizer. Essa linguagem das redes sociais já saiu e contamina a vida porque as redes sociais são a vida real." 
(...) 
"Eu, de vez em quando, vou espreitar as redes sociais, só espreitar - por uma questão de higiene não posso lá passar muito tempo - algumas contas que disseminam-nos desinformação e onde vão as pessoas vomitar o seu ódio diário." 


A Força Das Coisas 
Antena2 
Programa de Luís Caetano 
Sábado, 25 de Janeiro 2025 (16:00/17:30) 
Ouvir aqui 

sábado, 25 de janeiro de 2025

Hoje em Lisboa

 













Tertúlia da iniciativa de dois radialistas da Rádio pública, Nuno Galopim e João Lopes, autores do programa semanal «Duas Ou Três Coisas» na Antena1. 
Este mês, a tertúlia é em homenagem ao cineasta (também músico, actor e artista plástico) norte-americano David Lynch, falecido no passado dia 15 aos 78 anos de idade, realizador das longas metragens «Eraserhead» (1977), «The Elephant Man» (1980), «Dune» (1984), «Blue Velvet» (1986), «Wild At Heart» (1990), «Fire Walk With Me» (1992), «Lost Highway» (1997), «The Straight Story» (1999), «Mulholland Drive» (2001), «Inland Empire» (2006) e da série de TV «Twin Peaks» (1990-1991; 2017). 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Sobre a perda de ouvintes de Rádio

Rádio perde 61 mil ouvintes em Portugal no ano 2024







Informação aqui


quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

David Lynch na Rádio











1946-2025

Antena3 
Defeitos Especiais 
Luís Oliveira e Álvaro Costa 
20 de Janeiro de 2025 
Ouvir aqui

Antena2 
Última Edição 
20 de Janeiro 2025
Luís Caetano e Diogo Madre Deus 
Ouvir aqui

Antena2 
A Grande Ilusão 
23 de Janeiro 2025
Inês Lourenço e Luís Caetano 
Ouvir aqui

quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

O que as redes sociais nos fazem (I)

 













Fotografia de Jorge Carmona 


A Rádio leva mais longe os encontros à volta dos livros, autores e leitores, através do mais belo e interessante programa diário da actual Rádio pública 
Importante extracto da entrevista do radialista Luís Caetano à escritora neozelandesa Eleanor Catton, a mais jovem vencedora do Booker Prize, autora de «A Floresta de Birnam», o seu mais recente livro. A conversa teve lugar no Festival Internacional Literário Fólio, em Óbidos, cuja edição em Outubro de 2024 foi subordinada ao tema "A Inquietude". 

"O que mais me inquieta é a nossa relação com as redes sociais. O tipo de interações que temos online, que fragiliza as nossas espectativas no relacionamento com os outros. Estamos a perder o sentido da espessura, riqueza e a complexidade do que é interagir com o outro na vida real.
Estamos a perder humanidade. A forma como vivemos o tempo online é tão estranha... uma espécie de existência em forma de tweet, os posts a passarem diante dos olhos, todo o ambiente viciante e tudo tão permanente. Podemos ir recuando a ler tudo o que se postou e tweetou interminavelmente e assim ficará até que alguém o apague. É um ambiente corrosivo, perigoso e larvar para a Humanidade. Esquecemo-nos do que é existir no tempo real. As nossas memórias formam-se a partir do que se escreveu na Internet e dos comportamentos ali assumidos. Há toda uma decadência também na memória que deixamos. 
Já não estou nas redes sociais, deixei-as há oito anos. Fiquei muito mais feliz e foi uma felicidade instantânea. Foi inacreditável, na realidade. Percebi quanto me estavam a mudar o pensamento em relação a quase tudo. Já olhava superficialmente para os livros na livraria. Observava as capas e pensava se valeria a pena escrever um tweet sobre elas. E que imagem deixaria se publicasse um post sobre a leitura de determinado livro, se causaria boa impressão. Uma loucura, porque nem sequer tinha tido a experiência de o ler mas já estava a raciocinar sobre como poderia reverter esse gesto a meu favor, expondo-o publicamente. Estava a detestar tudo isso. Estou preocupada sobre os efeitos que isso terá na nossa imaginação e na capacidade de vermos o melhor nos outros.
Não acredito nisso de todo, que as redes sociais tragam uma nova forma de liberdade e Democracia em acção. Não acho que haja nada de democrático nas redes sociais. É um espaço concebido para o lucro total, para tornar as pessoas um bem lucrativo. 
A maneira como os algoritmos colocam algumas coisas diante dos nossos olhos e escondem outras é algo totalmente fora do nosso controlo. Todo o uso que damos aos nossos aparelhos está a ser monitorizado e é vendido em pacote aos anunciantes e outras empresas, tornando cada vez mais rico um grupo inacreditavelmente restrito de pessoas que têm agora mais poder do que alguma vez foi imaginado, do que alguma vez alguém teve na história do mundo. Não compro essa ideia de que as redes sociais são uma versão moderna da praça pública. É acima de tudo um mercado e o que perdemos é, pelo menos, equivalente ao que elas nos podem dar." 


A Ronda da Noite 
Antena2
28.Novembro.2024 (23:00/00:00) 
Ouvir aqui

A Força das Coisas 
Antena2
16:00/18:00 
28.Dezembro.2024 (2ª hora) 
Ouvir aqui

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

O Mundo está uma Trampa

 



sábado, 18 de janeiro de 2025

Hoje em Évora

 













Moderação do radialista Tiago Castro. 
Apoio do canal público Antena3

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Festival Antena 2

8ª edição | De 29 de Janeiro a 1 de Fevereiro | Teatro São Luiz em Lisboa 









A única estação de âmbito nacional a realizar um festival em nome próprio. 
Mais informação aqui 












Festival Antena2
Ouvir aqui 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Happy Mondays

 













Outro dos emblemáticos programas da recentemente encerrada Rádio SBSR a ressurgir exclusivamente na Internet. 
O encontro semanal entre dois melómanos radialistas em salutar partilha de discos. 

Ouvir aqui

Mais sobre o programa «Happy Mondays" na «Rádio Crítica»: 
Segundas-feiras alegres (28.Outubro.2019)
Hoje na SBSR (25.Fevereiro.2020)

domingo, 5 de janeiro de 2025

"A vida ao vivo"

 













Antes de mais, sublinhar que a actual (com designação feminina) Correio da Manhã Rádio, cujas emissões regulares iniciaram-se no passado dia 11 de Novembro, nada tem de igual nem sequer parecido com o extinto (com designação masculina) Correio da Manhã Rádio que existiu entre 1987 e 1993. São histórias completamente diferentes, projectos totalmente distintos, apenas o nome é igual. 

A actual CMR é um formato inédito no panorama radiofónico nacional e não pelas melhores razões. Querendo ser uma extensão da Correio da Manhã TV (CMTV) não é nem uma coisa nem outra. Ao sintonizar a CMR nas duas frequências em que emite em Frequência Modulada (FM), ou no sítio na Internet, o ouvinte comum depara-se com um formato híbrido, indestrinçável entre o som que é oriundo da Televisão e o som que é oriundo da Rádio. 
A maior parte das 24 horas de programação é uma integral retransmissão da CMTV, onde se ouve expressões exclusivas da Televisão como "vamos ver as imagens", "como mostram as imagens", "como se vê no vídeo", "as imagens mostram", "vemos nas imagens", etc, etc. Uma amálgama que não é nem Rádio nem Televisão, extremamente confusa para quem ouve, utilizando linguagem indistinta dos dois meios, atirando para quem escuta o esforço de encontrar as devidas diferenças. Ou seja, o ouvinte que seleccione. 
A programação está desprovida de referências básicas orientadoras de uma estação de Rádio, sem sinais horários, sem previsibilidade de quando há noticiários ou outro conteúdo qualquer. O discurso utilizado é uma mescla de informalidade demasiado banal fora dos espaços noticiosos, sensacionalista dentro da informação, sendo que neste aspecto em particular a CMR em nada surpreende, estando em linha com o formato que o Correio da Manhã habituou os consumidores do jornal diário e da emissão televisiva da mesma marca. 
É uma meia-rádio desconcertante, perturbante, desorientadora, difícil de fidelizar, que assim não oferece conforto, pontos de referência, orientação programática, confiança e segurança auditiva. 
Lamentável para alguns profissionais, forçados a trabalhar num estilo com o qual - e com toda a legitimidade - dificilmente se conseguem identificar, lamentável para o formato Rádio que, repetidamente, de cada vez que se mistura com a TV fica sempre a perder e lamentável para o mercado, mais uma vez distorcido por um produto desadequado à Rádio e com o qual está desconectado. Uma espécie de roda quadrada desenquadrada. 
Foi para isto que se venderam as Rádios SBSR em Lisboa e Festival no Porto? 
A Rádio necessita de tempo para se afirmar, é uma viagem de longo curso até atingir níveis estáveis. A nova CMR, querendo, vai sempre a tempo de corrigir a sua actual orientação e centrar-se em princípios radiofónicos basilares, tem bons profissionais para isso, mas o primeiro passo - que é fundamental para a afirmação e fixação de ouvintes - já está dado e foi em falso. 

CMR Lisboa 90.0 FM
CRM Porto 94.8 
Site aqui

terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Idos do ano














Pedro Cruz, Fernando Emílio, Armando Carvalhêda, João Paulo Guerra, Emídio Fernando, José Carlos Fialho, Fernando Magalhães Crespo, João Diogo Manteigas, Paulo Alexandre. 


domingo, 29 de dezembro de 2024

Boa Rádio em 2024



















Antena1 
A Cena do Ódio 
A Contar 
A Década de Todas as Aventuras 
Agente Provocador 
As Regras da Atração 
Cinemax 
Costa a Costa 
Destacável 
Duas Ou Três Coisas 
Gira Discos 
O Amor É 
Terra Média 
Verdes Anos 
Visão Global 

Antena2 
A Força Das Coisas 
A Grande Ilusão 
A Ronda da Noite 
A Propósito da Música 
A Fuga da Arte 
A Vida Breve 
Argonauta 
Baile de Máscaras 
Banda Sonora 
Café Plaza 
Coreto 
Ecos da Ribalta 
Há 100 Anos 
Lilliput 
Jazz a 2 
Música Aeterna 
Música Contemporânea 
Páginas de Português 
Raízes 
Sol Maior 
Última Edição 

Antena3 
A Profecia do Duque 
Bons Rapazes 
Costa a Costa 
Coyote 
Defeitos Especiais 
Matéria Prima 
Música Com Pés e Cabeça 
Portugália 
Prova Oral 
Sinais de Fumo 

Rádio Renascença 
Extremamente Desagradável 
Hotel Califórnia 

TSF 
Fila J 
Forum 
Janela Para o Mundo 
Mapa Mundo 
Mundo Digital 
Que Mundo, Meu Deus! 
O Estado do Sítio 
Pais e Filhos 
Reportagem Violeta 
Visão de Jogo 

RADAR
Maus Exemplos 
Olhar A Lua 
Rádio Activo / Reactivo 
27 Graus 

SBSR 
A Floresta Encantada 
A Hora da Loira 
Em Transe 
Happy Mondays 
Multi Pistas 
Ponto de Fuga 
Vidro Azul 

RUC 
Santos da Casa 

RUM 
O Cubo 

Rádio Observador 
Conversas do Fim do Mundo 
E o Resto é História 
Isto Não Passa Na Rádio 
Pop Up 

Certamente existem mais programas de autor e outros espaços radiofónicos que poderiam fazer parte desta selecção, mas não posso referir o que não ouvi e não conheço, ou ouvi pouco e conheço mal. 


O maior perigo do ano 2024
As ameaças de continuidade do projecto jornalístico independente e livre da TSF-Rádio Notícias 

A maior alegria
A aquisição da TSF pelo novo grupo empresarial de comunicação social Notícias Ilimitadas 

O maior desgosto
O encerramento da Rádio SBSR 

A maior decepção
Correio da Manhã Rádio 

sábado, 28 de dezembro de 2024

Os melhores 35 álbuns do ano

Opinião estritamente pessoal de quem ouviu estes álbuns de 2024, mas não todos os que foram editados neste ano. À excepção dos primeiros quinze aqui apresentados, a ordem de importância dos restantes é aleatória.  


Cabane - Br​û​l​é​e 














The Cure - Songs Of The Lost World 



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John Cale - POPtical Illusion 














Kim Deal - Nobody Loves You More 














Bill Ryder-Jones - Iechyd Da 














Beth Gibbons - Lives Outgrown 














Fontains D.C. - Romance 














Jessica Pratt - Here In The Pitch 














The Smile - Wall of Eyes














The Wolfgang Press - A 2nd Shape 


























Nick Cave And The Bad Seeds - Wild God 

























Nailah Hunter - Lovegaze

























The Innocence Mission - Midwinter Swimmers 
























Helado Negro - Phasor 

























Arthur Melo - Mirantes Emocionais 

























Jane Weaver - Love in Constant Spectacle 

Mercury Rev - Born Horses

Naima Bock - Below a Massive Dark Land

Grace Cummings - Ramona

Moon Diagrams - Cemetery Classics

Ella Raphael - Mad Sometimes

Gillian Welch & David Rawlings - Woodland 

Gruff Rhys - Sadness Sets Me Free

Iron & Wine - Light Verse

The Folk Implosion - Walk Thru Me

Grandaddy - Blu Wav

Father John Misty - Mahashmashana 

L'Impératrice - Pulsar 

Tindersticks - Soft Tissue 

Eyedress - Vampire in Beverly Hills

Pye Corner Audio - The Endless Echo 

Sarah Davachi - Night Horns 

Christopher Owens - I Wanna Run Barefoot Through Your Hair

Michael Kiwanuka - Small Changes 

Joan As A Police Woman - Lemons, Limes and Orchids 


Canção Internacional do ano: 
The Cure - "Alone" 





















Reedições do ano: 
Harold Budd | Elizabeth Fraser | Robin Guthrie | Simon Raymonde - The Moon And The Melodies 





















Siouxie And The Banshees - Through The Looking Glass 





















John Cale - Paris 1919 





















Álbum português do ano: 
JP Simões - Canta José Mário Branco 





















Canções nacionais do ano: 
Cais Sodré Funk Connetion - "Mau Perder" 














Joana Espadinha - "Vestir a Camisola"