terça-feira, outubro 31, 2006
AS CONSULTORIAS
A historieta do estudo sobre as SCUT’s feito por uma empresa de consultoria a que já estivera ligado um assessor de um Secretário de Estado, não vale em si mesma um caracol, como facto político.
Apesar das explicações balbuciantes, gaguejadas e esfarrapadas dadas pelo mesmo Secretário de Estado, quando confrontado pela comunicação social.
Não tem sequer escala e importância para sobre ele se ter pronunciado, como uma questão de estado, o líder do principal partido da oposição. Ele parece querer ir a todas.
A meu ver, a história serve todavia para ilustrar o ambiente de promiscuidade que, agora como dantes ( não é coisa nova com este governo), se respira entre os gabinetes de governantes, gestores e decisores, não apenas da Administração Central, e os chamados consultores. Habitualmente, velhos amigos, conhecidos, antigos colegas, ou gente recomendada.
Por tudo e por nada se recorre e se paga a uma empresa de consultoria.
Por tudo e por nada se promove um estudo feito por um consultor, vestido de fato cinzento escuro e de camisa azul às riscas brancas, de entre a miríade de empresas de consultoria, que disto ou daquilo se reclamam como especialistas.
Muitas das vezes, fazendo um estudos que têm expressão tangível em duas tretas, muito bem embrulhadas, com muita palha à mistura, muitos gráficos a 3 dimensões e muito coloridos, muitas tabelas e racios e números tirados da internet, ou de outros estudos.
Tudo feito e resumido, concluem em geral pela conclusão que os consultores, ladinos, acham que mais agradarão à entidade encomendante.
Ou então, que tenham sequência em novos desenvolvimentos e projectos, que obviamente vão necessitar de novos estudos, a encomendar, obviamente, aos mesmos especialistas de consutoria...
Depois, é apresentar a factura e sacar uns milhares.
No caso acima referido, por 2 estudos, foram 275 mil Euros.
Uma pipa de massa! Poça, caro como o caraças!....
A historieta do estudo sobre as SCUT’s feito por uma empresa de consultoria a que já estivera ligado um assessor de um Secretário de Estado, não vale em si mesma um caracol, como facto político.
Apesar das explicações balbuciantes, gaguejadas e esfarrapadas dadas pelo mesmo Secretário de Estado, quando confrontado pela comunicação social.
Não tem sequer escala e importância para sobre ele se ter pronunciado, como uma questão de estado, o líder do principal partido da oposição. Ele parece querer ir a todas.
A meu ver, a história serve todavia para ilustrar o ambiente de promiscuidade que, agora como dantes ( não é coisa nova com este governo), se respira entre os gabinetes de governantes, gestores e decisores, não apenas da Administração Central, e os chamados consultores. Habitualmente, velhos amigos, conhecidos, antigos colegas, ou gente recomendada.
Por tudo e por nada se recorre e se paga a uma empresa de consultoria.
Por tudo e por nada se promove um estudo feito por um consultor, vestido de fato cinzento escuro e de camisa azul às riscas brancas, de entre a miríade de empresas de consultoria, que disto ou daquilo se reclamam como especialistas.
Muitas das vezes, fazendo um estudos que têm expressão tangível em duas tretas, muito bem embrulhadas, com muita palha à mistura, muitos gráficos a 3 dimensões e muito coloridos, muitas tabelas e racios e números tirados da internet, ou de outros estudos.
Tudo feito e resumido, concluem em geral pela conclusão que os consultores, ladinos, acham que mais agradarão à entidade encomendante.
Ou então, que tenham sequência em novos desenvolvimentos e projectos, que obviamente vão necessitar de novos estudos, a encomendar, obviamente, aos mesmos especialistas de consutoria...
Depois, é apresentar a factura e sacar uns milhares.
No caso acima referido, por 2 estudos, foram 275 mil Euros.
Uma pipa de massa! Poça, caro como o caraças!....
CONSUMO E POUPANÇA EM PORTUGAL
Em 2004, a taxa bruta de poupança das famílias portuguesas era de 9%.
O correspondente valor médio na zona Euro, da União Europeia, rondava os 15%.
Como estamos a tratar de taxas, ou seja, de valores relativos, tamanha diferença só muito parcialmente se poderá explicar, a meu ver, pelo menor rendimento médio dos portugueses.
A principal razão prende-se decerto com o convencimento reinante entre nós, mais do que nos nossos parceiros do Euro, de que, se alguma vez precisarmos, no futuro, de algum dinheiro, para fazer face à velhice, a uma doença, a uma emergência ou a uma outra qualquer adversidade, o Estado lá estará para resolver as coisas e pagar.
Depois logo se vê.
Em 2004, a taxa bruta de poupança das famílias portuguesas era de 9%.
O correspondente valor médio na zona Euro, da União Europeia, rondava os 15%.
Como estamos a tratar de taxas, ou seja, de valores relativos, tamanha diferença só muito parcialmente se poderá explicar, a meu ver, pelo menor rendimento médio dos portugueses.
A principal razão prende-se decerto com o convencimento reinante entre nós, mais do que nos nossos parceiros do Euro, de que, se alguma vez precisarmos, no futuro, de algum dinheiro, para fazer face à velhice, a uma doença, a uma emergência ou a uma outra qualquer adversidade, o Estado lá estará para resolver as coisas e pagar.
Depois logo se vê.
segunda-feira, outubro 30, 2006
MAIS VIDA PARA ALÉM DO DEFICIT, OU A PREMONIÇÃO DE SALAZAR
“ Por mim, tudo gira à volta dum possível e próximo, definitivo equilíbrio orçamental. Se, usando de todos os meios, mesmo os aparentemente mais violentos, se equilibrar o orçamento, todos os outros problemas virão a ter, a seu tempo, uma solução satisfatória.
Se não se conseguir, por uma vez, este desiderato, as dificuldades que ora se sentem surgirão de novo agravadas “ (Nota)
Quem escreveu isto, não foi Teixeira dos Santos, nem José Sócrates, nem Manuela Ferreira Leite, nem Vítor Constâncio, nem Cavaco Silva.
Aquele é um trecho de uma entrevista dada por Oliveira Salazar ao diário Novidades, em 6 de Agosto de 1926.
O golpe militar do 28 de Maio fora há pouco mais de 2 meses. Por aquela altura, Salazar ainda não sonhava que se iria tornar o ditador que foi depois por 40 anos.
A situação das contas públicas não era assim tão má como a pintaram, antes do golpe militar de Gomes da Costa, em 28 de Maio. O último ministro das Finanças do último governo da 1ª República, Marques Guedes, havia conseguido reduzir o crónico deficit orçamental, endémico desde há muitos anos.
Os instrumentos então usados foram todavia a desvalorização do escudo ( truque hoje impossível de fazer em Portugal, como é sabido) e contraindo empréstimos na banca estrangeira.
Os ministros das finanças do período inicial da ditadura militar, também eles militares, e em particular Sinel de Cordes , seguiram uma estratégia de facilitismo, praticando uma política de irresponsável despesismo, prometendo tudo a todos, concedendo generosas subvenções e autorizando sucessivas aberturas de crédito, bem como estabelecendo uma enorme defesa pautal nas importações, de forma ( pensava ele...) a defender o trabalho nacional e promover o desenvolvimento económico .
O desastre financeiro agravou-se, até o deficit das contas públicas atingir uma escala incomportável.
Meio desorientados, os militares, muitos deles adeptos fervorosos da República, acabaram por aceitar que, como declararia Carmona, “chamassem lá o padreco” .
Dois anos depois do golpe militar, Salazar entrava em força na cena política, ditando condições e impondo-se como verdadeiro homem forte da ditadura militar.
Tomou posse de Ministro das Finanças em 27 de Abril de 1928.
Ficaria no exercício de um implacável poder ditatorial durante mais 40 anos.
Caberá todavia recordar que, na entrevista dada ao Novidades de 6 de Agosto de 1926, fora premonotório.
Nota – Transcrito do livro “ A Igreja Católica na Origem do Estado Novo”, de Alfredo Madureira, recentemente publicado
“ Por mim, tudo gira à volta dum possível e próximo, definitivo equilíbrio orçamental. Se, usando de todos os meios, mesmo os aparentemente mais violentos, se equilibrar o orçamento, todos os outros problemas virão a ter, a seu tempo, uma solução satisfatória.
Se não se conseguir, por uma vez, este desiderato, as dificuldades que ora se sentem surgirão de novo agravadas “ (Nota)
Quem escreveu isto, não foi Teixeira dos Santos, nem José Sócrates, nem Manuela Ferreira Leite, nem Vítor Constâncio, nem Cavaco Silva.
Aquele é um trecho de uma entrevista dada por Oliveira Salazar ao diário Novidades, em 6 de Agosto de 1926.
O golpe militar do 28 de Maio fora há pouco mais de 2 meses. Por aquela altura, Salazar ainda não sonhava que se iria tornar o ditador que foi depois por 40 anos.
A situação das contas públicas não era assim tão má como a pintaram, antes do golpe militar de Gomes da Costa, em 28 de Maio. O último ministro das Finanças do último governo da 1ª República, Marques Guedes, havia conseguido reduzir o crónico deficit orçamental, endémico desde há muitos anos.
Os instrumentos então usados foram todavia a desvalorização do escudo ( truque hoje impossível de fazer em Portugal, como é sabido) e contraindo empréstimos na banca estrangeira.
Os ministros das finanças do período inicial da ditadura militar, também eles militares, e em particular Sinel de Cordes , seguiram uma estratégia de facilitismo, praticando uma política de irresponsável despesismo, prometendo tudo a todos, concedendo generosas subvenções e autorizando sucessivas aberturas de crédito, bem como estabelecendo uma enorme defesa pautal nas importações, de forma ( pensava ele...) a defender o trabalho nacional e promover o desenvolvimento económico .
O desastre financeiro agravou-se, até o deficit das contas públicas atingir uma escala incomportável.
Meio desorientados, os militares, muitos deles adeptos fervorosos da República, acabaram por aceitar que, como declararia Carmona, “chamassem lá o padreco” .
Dois anos depois do golpe militar, Salazar entrava em força na cena política, ditando condições e impondo-se como verdadeiro homem forte da ditadura militar.
Tomou posse de Ministro das Finanças em 27 de Abril de 1928.
Ficaria no exercício de um implacável poder ditatorial durante mais 40 anos.
Caberá todavia recordar que, na entrevista dada ao Novidades de 6 de Agosto de 1926, fora premonotório.
Nota – Transcrito do livro “ A Igreja Católica na Origem do Estado Novo”, de Alfredo Madureira, recentemente publicado
Um livro que vivamente recomendo a quem quiser compreender e ter uma ideia de como foi o período de 2 anos que medeou entre o golpe do 28 de Maio e a tomada de posse de Salazar como Ministro das Finanças .
CLIQUES...
Tinha pensado escrever duas tretas para comentar e dar alguma opinião sobre as decisões ( algumas acompanhadas por lamentáveis trapalhadas) que nos passados dias têm desgastado a imagem do Governo e, por arrastamento, do Primeiro-Minstro.
Até que dei, no semanário SOL do passado sábado, com uma pequena crónica de Miguel Coutinho, cujo conteúdo correspondia, com bastante fidelidade, ao que me teria apetecido escrever sobre o assunto.
Aqui fica um excerto dessa crónica.
O clique
Há quem tenha descoberto agora que os ministros de José Sócrates não são, afinal, teleguiados por uma força superior e infalível. Eles existem e neles tambem existe a tendência para o disparate.
É verdade que a conjuntura económica e o momento político, com a sempre difícil justificação de um Orçamento, terão concorrido, nas últimas semanas, para episódios menos felizes em pastas diversas.
Mas as falhas e as incoerências de alguns ministros, além de naturais, não são uma novidade. Manuel Pinho, Isabel Pires de Lima,Mário Lino ou Correia de Campos, não cometeram o primeiro erro da sua vida de ministros. Nem certamente o último.
O que é verdadeiramente novidade é que, pela primeira vez em quase dois anos, a voz de José Sócrates não se sobrepôs à dos seus ministros, nem a sua determinação apagou as falhas e incongruências dos que estão ao seu lado.
Este facto significa que alguma coisa mudou na forma como a opinião pública percepciona a acção do Governo.
Todos reconhecerão a Sócrates uma obstinação – muitas vezes sanguínea – que tanta falta fez a António Guterres e a Durão Barroso.
Mas a forma como quebrou promessas eleitorais não é indiferente. Este não será um clique definitivo ou irreversível, mas revela que o primeiro-ministro já não navega num estado de graça triunfal.
Apenas acrescentarei : mas o papel de um primeiro – ministro e de um governo não é navegar sempre em estado de graça triunfal . Tal nunca seria ou será possível, para fazer obra verdadeira e as reformas que são indispensáveis .
Tinha pensado escrever duas tretas para comentar e dar alguma opinião sobre as decisões ( algumas acompanhadas por lamentáveis trapalhadas) que nos passados dias têm desgastado a imagem do Governo e, por arrastamento, do Primeiro-Minstro.
Até que dei, no semanário SOL do passado sábado, com uma pequena crónica de Miguel Coutinho, cujo conteúdo correspondia, com bastante fidelidade, ao que me teria apetecido escrever sobre o assunto.
Aqui fica um excerto dessa crónica.
O clique
Há quem tenha descoberto agora que os ministros de José Sócrates não são, afinal, teleguiados por uma força superior e infalível. Eles existem e neles tambem existe a tendência para o disparate.
É verdade que a conjuntura económica e o momento político, com a sempre difícil justificação de um Orçamento, terão concorrido, nas últimas semanas, para episódios menos felizes em pastas diversas.
Mas as falhas e as incoerências de alguns ministros, além de naturais, não são uma novidade. Manuel Pinho, Isabel Pires de Lima,Mário Lino ou Correia de Campos, não cometeram o primeiro erro da sua vida de ministros. Nem certamente o último.
O que é verdadeiramente novidade é que, pela primeira vez em quase dois anos, a voz de José Sócrates não se sobrepôs à dos seus ministros, nem a sua determinação apagou as falhas e incongruências dos que estão ao seu lado.
Este facto significa que alguma coisa mudou na forma como a opinião pública percepciona a acção do Governo.
Todos reconhecerão a Sócrates uma obstinação – muitas vezes sanguínea – que tanta falta fez a António Guterres e a Durão Barroso.
Mas a forma como quebrou promessas eleitorais não é indiferente. Este não será um clique definitivo ou irreversível, mas revela que o primeiro-ministro já não navega num estado de graça triunfal.
Apenas acrescentarei : mas o papel de um primeiro – ministro e de um governo não é navegar sempre em estado de graça triunfal . Tal nunca seria ou será possível, para fazer obra verdadeira e as reformas que são indispensáveis .
Ai dos países cujos governantes desejem estar sempre em estado de graça.
Nesse domínio se distinguem os simples políticos dos verdadeiros estadistas.
Nesse domínio se distinguem os simples políticos dos verdadeiros estadistas.
domingo, outubro 29, 2006
A ANTIGLOBALIZAÇÃO DAS TRAGÉDIAS
Na tarde de hoje, domingo, despenhou-se um ultraleve no Algarve, perto da EN 125, estrada que por isso teve de ficar interrompida por um par de horas.
Houve um ferido, em estado grave.
Entretanto, na Nigéria, despenhou-se um avião com 100 pessoas a bordo. Terão morrido todos.
No Telejornal das 20:00 da RTP, o jornalista abriu dando a primeira notícia.
Deu depois a segunda, com mais ou menos o mesmo tempo de antena da primeira...
Pouco mais de um minuto.
Mais lá para diante, dedicou uns bons 5 minutos a uma reportagem feita a uma “acção de luta” de um pequeno grupo “ambientalista” da Greenpeace, que desceu o Guadiana de barco a motor, para denunciar o estado de poluição do rio .
Parece que não concordam que a barragem do Alqueva tenha sido construida, porque, pelos vistos, fez muito mal à região. Estão no seu direito.
Na tarde de hoje, domingo, despenhou-se um ultraleve no Algarve, perto da EN 125, estrada que por isso teve de ficar interrompida por um par de horas.
Houve um ferido, em estado grave.
Entretanto, na Nigéria, despenhou-se um avião com 100 pessoas a bordo. Terão morrido todos.
No Telejornal das 20:00 da RTP, o jornalista abriu dando a primeira notícia.
Deu depois a segunda, com mais ou menos o mesmo tempo de antena da primeira...
Pouco mais de um minuto.
Mais lá para diante, dedicou uns bons 5 minutos a uma reportagem feita a uma “acção de luta” de um pequeno grupo “ambientalista” da Greenpeace, que desceu o Guadiana de barco a motor, para denunciar o estado de poluição do rio .
Parece que não concordam que a barragem do Alqueva tenha sido construida, porque, pelos vistos, fez muito mal à região. Estão no seu direito.
Enfim...critérios jornalísticos...
OS CROMOS
Achei deliciosa esta notícia dada pelo EXPRESSO de ontem.
Passou-se em Setúbal.
“Boa noite, sou Luís Gonelha, filho de Maldonado Gonelha “, foi assim que se apresentou aquele que, aos olhos de alguns, parecia ser um “cromo” socialista.
Fato bem engomado, gel no cabelo penteado para trás, era afinal, o “socrático” destacado para fazer a defesa do secretário geral, no primeiro e único debate entre representantes dos três moções concorrentes ao Congresso do PS .
(…)
Gonelha justificou a ausência de José Sócrates : “ O ilustre Secretário de Estado não pôde vir por razões de agenda”. “ É Secretário - Geral” gritou-se, em vão, ao fundo da sala.
Luís Gonelha desfiou depois um balanço exaustivo da acção governativa.
(…)
Tanto apoio à moção do líder levou a que, entre os 30 militantes presentes, se dissesse que “ o rapaz ainda vai a secretário de Estado”.
(…)
Já de madrugada, ouviram-se os agradecimentos pela realização do debate.
Luís Gonelha, o socrático, repetiu a “gaffe” : “ Não tiveram o privilégio de ter aqui o ilustre Secretário de Estado. O “Zé” Sócrates defendia a moção muito melhor do que eu. Mas olhem, foi para o que deu”
Este é, no seu melhor, o estereótipo dos cromos fabricados pelas Jotas partidárias, sobretudo as dos dois partidos alternantes no poder.
Futuros assessores, consultores, chefes de gabinete e por fim, para os mais bafejados pela fortuna, secretários de Estado.
Estou certo que o leitor conhece também alguns, e até estará a pensar nos mesmos que eu estou pensando…
Achei deliciosa esta notícia dada pelo EXPRESSO de ontem.
Passou-se em Setúbal.
“Boa noite, sou Luís Gonelha, filho de Maldonado Gonelha “, foi assim que se apresentou aquele que, aos olhos de alguns, parecia ser um “cromo” socialista.
Fato bem engomado, gel no cabelo penteado para trás, era afinal, o “socrático” destacado para fazer a defesa do secretário geral, no primeiro e único debate entre representantes dos três moções concorrentes ao Congresso do PS .
(…)
Gonelha justificou a ausência de José Sócrates : “ O ilustre Secretário de Estado não pôde vir por razões de agenda”. “ É Secretário - Geral” gritou-se, em vão, ao fundo da sala.
Luís Gonelha desfiou depois um balanço exaustivo da acção governativa.
(…)
Tanto apoio à moção do líder levou a que, entre os 30 militantes presentes, se dissesse que “ o rapaz ainda vai a secretário de Estado”.
(…)
Já de madrugada, ouviram-se os agradecimentos pela realização do debate.
Luís Gonelha, o socrático, repetiu a “gaffe” : “ Não tiveram o privilégio de ter aqui o ilustre Secretário de Estado. O “Zé” Sócrates defendia a moção muito melhor do que eu. Mas olhem, foi para o que deu”
Este é, no seu melhor, o estereótipo dos cromos fabricados pelas Jotas partidárias, sobretudo as dos dois partidos alternantes no poder.
Futuros assessores, consultores, chefes de gabinete e por fim, para os mais bafejados pela fortuna, secretários de Estado.
Estou certo que o leitor conhece também alguns, e até estará a pensar nos mesmos que eu estou pensando…
sábado, outubro 28, 2006
PAÍS POBRE E PAÍS RICO
Reina grande indignação na opinião pública e em alguns meios e organizações ambientalistas britânicos.
A fachada do Palácio de Buckingham, no centro de Londres, residência oficial da Rainha de Inglaterra, ponto obrigatório de passagem para milhões de turistas, vai passar a ser iluminada todas as noites.
O que até agora não acontecia, note-se, abrindo a boca de espanto...
Mas mesmo assim, será iluminada só desde o pôr do sol até às 23:00 horas.
Passa-se isto em Inglaterra, um país pobre, culturalmente atrasado, onde as pessoas só pensam em dinheiro, mais parecendo ter um cifrão em cada olho.
Em Portugal, país rico e próspero, com uma viva cultura milenária, os indígenas e sobretudo os seus governantes não têm este tipo de preocupações "economicistas".
Muito menos na Figueira da Foz, cujo Município, pagante da iluminação pública, está a nadar em dinheiro, não tem quaisquer dívidas, e paga sempre a tempo e horas aos seus credores.
Por isso, vai para 7 ou 8 anos, o areal da praia da claridade, decerto para fazer juz ao nome, é feéricamente iluminado de noite através de 8 grandes torres com potentes projectores, assim como aqueles que há nos muitos faraónicos estádios de futebol recentemente construidos por esse País fora.
Toda a noite, do pôr ao nascer do sol do dia seguinte. Ao longo de todo o ano, faça bom tempo, esteja nevoeiro, sopre um frio vento marítimo, ou chova a cântaros.
(Segundo me parece, ultimamente serão apenas 4 as torres de holofotes acessos).
Justifica-se. O imenso areal da Figueira da Foz é como se fosse um monumento nacional, candidato a património cultural da humanidade. À noite, especialmentede inverno, é visitado e admirado por incontáveis turistas, sobretudo japoneses.
Os cofres municipais pagam os custos da energia eléctrica, pois claro.
Com bastante atraso, mas pagam.
Até porque se não pagarem, a EDP corta o interruptor.
Depois, aqui d’el-Rei que não há dinheiro, que o proposto tarifário da electricidade não é comportável, que o Governo está a tentar asfixiar as autarquias, ao colocar restrições às transferências de mais cacau, proibindo o aumento do endividamento, e não deixando que os autarcas, pessoas boas, santas e generosas, possam satisfazer as legítimas aspirações das “suas” “populações” , cumprindo as "suas", deles, promessas eleitorais.
Reina grande indignação na opinião pública e em alguns meios e organizações ambientalistas britânicos.
A fachada do Palácio de Buckingham, no centro de Londres, residência oficial da Rainha de Inglaterra, ponto obrigatório de passagem para milhões de turistas, vai passar a ser iluminada todas as noites.
O que até agora não acontecia, note-se, abrindo a boca de espanto...
Mas mesmo assim, será iluminada só desde o pôr do sol até às 23:00 horas.
Passa-se isto em Inglaterra, um país pobre, culturalmente atrasado, onde as pessoas só pensam em dinheiro, mais parecendo ter um cifrão em cada olho.
Em Portugal, país rico e próspero, com uma viva cultura milenária, os indígenas e sobretudo os seus governantes não têm este tipo de preocupações "economicistas".
Muito menos na Figueira da Foz, cujo Município, pagante da iluminação pública, está a nadar em dinheiro, não tem quaisquer dívidas, e paga sempre a tempo e horas aos seus credores.
Por isso, vai para 7 ou 8 anos, o areal da praia da claridade, decerto para fazer juz ao nome, é feéricamente iluminado de noite através de 8 grandes torres com potentes projectores, assim como aqueles que há nos muitos faraónicos estádios de futebol recentemente construidos por esse País fora.
Toda a noite, do pôr ao nascer do sol do dia seguinte. Ao longo de todo o ano, faça bom tempo, esteja nevoeiro, sopre um frio vento marítimo, ou chova a cântaros.
(Segundo me parece, ultimamente serão apenas 4 as torres de holofotes acessos).
Justifica-se. O imenso areal da Figueira da Foz é como se fosse um monumento nacional, candidato a património cultural da humanidade. À noite, especialmentede inverno, é visitado e admirado por incontáveis turistas, sobretudo japoneses.
Os cofres municipais pagam os custos da energia eléctrica, pois claro.
Com bastante atraso, mas pagam.
Até porque se não pagarem, a EDP corta o interruptor.
Depois, aqui d’el-Rei que não há dinheiro, que o proposto tarifário da electricidade não é comportável, que o Governo está a tentar asfixiar as autarquias, ao colocar restrições às transferências de mais cacau, proibindo o aumento do endividamento, e não deixando que os autarcas, pessoas boas, santas e generosas, possam satisfazer as legítimas aspirações das “suas” “populações” , cumprindo as "suas", deles, promessas eleitorais.
sexta-feira, outubro 27, 2006
126 PÁGINAS DE LEIS ORGÂNICAS
A 1ª série do Diário da República de hoje vem muito recheada de muitas páginas com conteúdo substantivo. Um total de 126 páginas, um verdadeiro tomo.
São publicadas, nada mais nada menos que 14 novas Leis Orgânicas de outros tantos Ministérios.
Dispensava-se era o longo, prolixo e rebuscado preâmbulo que, como já é habitual, precede o conteudo verdadeiramente normativo de cada diploma
Estarão assim criadas as condições básicas para colocar finalmente em marcha o PRACE ( Programa de Re-restruturação da Administração Central do Estado).
Não haverá agora desculpas para mais delongas. Veremos no que a coisa dá.
E veremos tambem se não virá daqui a uns tempos um novo Governo, do partido actualmente no poder ou outro, que se lembre e resolva mudar tudo, dando ao Governo e aos seus Ministérios um novo modelo orgânico.
Custa aos contribuintes uma pipa de dinheiro sempre que se faz uma mudança dessas. Para não falar na confusão que tal gera na vida dos cidadãos e das empresas.
A 1ª série do Diário da República de hoje vem muito recheada de muitas páginas com conteúdo substantivo. Um total de 126 páginas, um verdadeiro tomo.
São publicadas, nada mais nada menos que 14 novas Leis Orgânicas de outros tantos Ministérios.
Dispensava-se era o longo, prolixo e rebuscado preâmbulo que, como já é habitual, precede o conteudo verdadeiramente normativo de cada diploma
Estarão assim criadas as condições básicas para colocar finalmente em marcha o PRACE ( Programa de Re-restruturação da Administração Central do Estado).
Não haverá agora desculpas para mais delongas. Veremos no que a coisa dá.
E veremos tambem se não virá daqui a uns tempos um novo Governo, do partido actualmente no poder ou outro, que se lembre e resolva mudar tudo, dando ao Governo e aos seus Ministérios um novo modelo orgânico.
Custa aos contribuintes uma pipa de dinheiro sempre que se faz uma mudança dessas. Para não falar na confusão que tal gera na vida dos cidadãos e das empresas.
COMPLICADEX...
Sempre que sai uma nova série de selos de correio, lá é publicada uma portaria assinada pelo Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas e das Comunicações, mais ou menos assim do género :
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, ao abrigo das disposições do artigo 4º do Decreto-Lei nº 360/85, de 3 de Setembro, que seja lançada em circulação, cumulativamente com as que estão em vigor, uma emissão de selos comemorativa dos 500 Anos da Chegada dos Portugueses ao Ceilão, com as seguintes características:
(...) (...)
Tratando-se de um selo a utilizar para pagar um serviço prestado pelos CTT, empresa pública com autonomia de gestão ( que até possivel vir a ser privatizada) não chegaria um anúncio desta empresa, a informar o público dos novos selos?
Que necessidade haverá de um Secretário de Estado assinar uma Portaria para o efeito , a ser publicada na 1º Série do Diário da República?
Nos tempos que se seguiram ao 25 de Abril, recordo-me do preço da bica também ser discutido em Conselho de Ministros...
Sempre que sai uma nova série de selos de correio, lá é publicada uma portaria assinada pelo Sr. Secretário de Estado das Obras Públicas e das Comunicações, mais ou menos assim do género :
Manda o Governo, pelo Secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas e das Comunicações, ao abrigo das disposições do artigo 4º do Decreto-Lei nº 360/85, de 3 de Setembro, que seja lançada em circulação, cumulativamente com as que estão em vigor, uma emissão de selos comemorativa dos 500 Anos da Chegada dos Portugueses ao Ceilão, com as seguintes características:
(...) (...)
Tratando-se de um selo a utilizar para pagar um serviço prestado pelos CTT, empresa pública com autonomia de gestão ( que até possivel vir a ser privatizada) não chegaria um anúncio desta empresa, a informar o público dos novos selos?
Que necessidade haverá de um Secretário de Estado assinar uma Portaria para o efeito , a ser publicada na 1º Série do Diário da República?
Nos tempos que se seguiram ao 25 de Abril, recordo-me do preço da bica também ser discutido em Conselho de Ministros...
JARGÃO CODIFICADO
Uma exemplar pérola do jargão codificado dos senhores juizes portugueses, é este saboroso naco de prosa do acordão do Tribunal Administrativo de Lisboa sobre o famoso caso Mateus, que provocou o adiamento de alguns jogos da 1ª Divisão (vulgo...Super liga...) :
Com efeito, com o acto de citação das Requeridas, suspensas ficam as decisões administrativas impugnadas, tudo se mantendo, como se estas não existissem com as consequências daí necessariamente decorrentes, designadamente no plano desportivo ou de intervenção nos campeonatos mencionados no articulado inicial.
Pelo exposto, indefere-se o decretamento provisório das medidas cautelares requeridas.
Uma exemplar pérola do jargão codificado dos senhores juizes portugueses, é este saboroso naco de prosa do acordão do Tribunal Administrativo de Lisboa sobre o famoso caso Mateus, que provocou o adiamento de alguns jogos da 1ª Divisão (vulgo...Super liga...) :
Com efeito, com o acto de citação das Requeridas, suspensas ficam as decisões administrativas impugnadas, tudo se mantendo, como se estas não existissem com as consequências daí necessariamente decorrentes, designadamente no plano desportivo ou de intervenção nos campeonatos mencionados no articulado inicial.
Pelo exposto, indefere-se o decretamento provisório das medidas cautelares requeridas.
Será propensão para o esoterismo do senhor juiz ou da senhora juiza?
Ou simples consequência de ter sido muito deficiente o ensino de português ministrado na escola secundária e na Universidade?...
quinta-feira, outubro 26, 2006
AGRADECIMENTO
Agradeço, reconhecido, aos prezados colegas da blogosfera figueirense que deram notícia e saudaram, com estimulante simpatia, o recomeço "editorial" do QuintoPoder
APOIO PSICOLÓGICO
Os alunos de uma escola secundária apanharam ontem um valente susto quando o autocarro que os transportava ficou retido no meio de uma enxurrada, e com risco de tombar. Tiveram de ser retirados pelos bombeiros.
Hoje, já estão a “sofrer” o inevitávl apoio psicológico.
Eles, os alunos e alunas, e os respectivos pais....
Depois de tantos anos de vida, sem receber apoio psicológico de psicólogos, nem sei como ainda estarei em meu perfeito juizo.
Ao que julgo, não sei...
Se calhar não estou mesmo.
Os alunos de uma escola secundária apanharam ontem um valente susto quando o autocarro que os transportava ficou retido no meio de uma enxurrada, e com risco de tombar. Tiveram de ser retirados pelos bombeiros.
Hoje, já estão a “sofrer” o inevitávl apoio psicológico.
Eles, os alunos e alunas, e os respectivos pais....
Depois de tantos anos de vida, sem receber apoio psicológico de psicólogos, nem sei como ainda estarei em meu perfeito juizo.
Ao que julgo, não sei...
Se calhar não estou mesmo.
JARGÕES
O léxico do jargão do politiquês está sempre a ser enriquecido.
Desta feita, e na variante do politiquês tecno-burocrático, dei com um novo mimo : plataforma logística polinucleada.
Segundo o diário “As Beiras”, o presidente da CCDRC utilizava há dias a referida expressão, na Figuueira da Foz, para dizer que uma plataforma assim adjectivada só seria viável se tiver à sua volta um conjunto de “ acessibilidades ”..., ora pois.
Só faltou acrescentar que uma dessas tais plataformas seria “ implementada ” numa área de 150 hectares.
O léxico do jargão do politiquês está sempre a ser enriquecido.
Desta feita, e na variante do politiquês tecno-burocrático, dei com um novo mimo : plataforma logística polinucleada.
Segundo o diário “As Beiras”, o presidente da CCDRC utilizava há dias a referida expressão, na Figuueira da Foz, para dizer que uma plataforma assim adjectivada só seria viável se tiver à sua volta um conjunto de “ acessibilidades ”..., ora pois.
Só faltou acrescentar que uma dessas tais plataformas seria “ implementada ” numa área de 150 hectares.
quarta-feira, outubro 25, 2006
POR TERRAS DO SOL QUE HAVERIA DE BRILHAR PARA TODOS NÓS ...
Eu nunca tinha visto antes uma limousine, ao vivo.
Em 6 dias, entre Moscovo e Sao Petersburgo, contei 13...
Com tal exuberância de novo-riquismo, foi este o "homem novo" legado da utopia comunista...
SER PROFESSOR NA SUÉCIA
Merecedor de reflexão é este testemunho, escrito num registo irónico, ontem publicado no PUBLICO, na secção de cartas ao director.
Sou sueco e professor. Trabalho em Portugal há muitos anos.
(...)
(...) quando vejo a luta que os professores portugueses travam neste momento, sinto uma enorme e desesperante frustração, ao perceber que, na Suécia, toda a classe de professores tem sido, desde lá longos anos, verdadeiramente estúpida e pouco esperta.
Quando, para ter bons indicadores no ensino,com escolas, faculdades e institutos e laboratórios de investigação de bom nível ( para além da saúde e da segurança social), aceitámos pagar 50-52 por cento de IRS, ter a reforma aos 65 anos, pagar 25 por cento de imposto sobre a pensão de reforma, ter um horário na escola mais sobrecarregado, com dedicação a múltiplas actividades, ter um estatuto de carreira mais duro e inflexível do que este que agora se quer introduzir aqui, e ser avaliados com enorme rigor (que nem passaria pela cabeça de qualquer equipa ministerial em Portugal).
(...)
O que me leva a concordar com a luta que os meus colegas portugueses mantêm agora.
Pois, de facto, é muitíssimo melhor pagar só 35 por cento de IRS, pagar nada de imposto sobre a reforma ( ou mesmo os 4 por cento que agora se quer introduzir), trabalhar menos na escola, como até aqui, sem a chatice de a escola ter de estar sempre em funcionamento com actividades da comunidade escolar e da comunidade em geral, com pouca avaliação ou nenhuma, e com um estatuto de carreira mais permissivo.
(...)
“Ah, mas lá têm condições!”, ouve-se.
Sim, têm. E deve ser porque são geniais, pois conseguiram ter condições, antes de as terem criado!
(...)
Fixe-se bem esta realidade absolutamente verdadeira: os suecos não são melhores que os portugueses!...
Merecedor de reflexão é este testemunho, escrito num registo irónico, ontem publicado no PUBLICO, na secção de cartas ao director.
Sou sueco e professor. Trabalho em Portugal há muitos anos.
(...)
(...) quando vejo a luta que os professores portugueses travam neste momento, sinto uma enorme e desesperante frustração, ao perceber que, na Suécia, toda a classe de professores tem sido, desde lá longos anos, verdadeiramente estúpida e pouco esperta.
Quando, para ter bons indicadores no ensino,com escolas, faculdades e institutos e laboratórios de investigação de bom nível ( para além da saúde e da segurança social), aceitámos pagar 50-52 por cento de IRS, ter a reforma aos 65 anos, pagar 25 por cento de imposto sobre a pensão de reforma, ter um horário na escola mais sobrecarregado, com dedicação a múltiplas actividades, ter um estatuto de carreira mais duro e inflexível do que este que agora se quer introduzir aqui, e ser avaliados com enorme rigor (que nem passaria pela cabeça de qualquer equipa ministerial em Portugal).
(...)
O que me leva a concordar com a luta que os meus colegas portugueses mantêm agora.
Pois, de facto, é muitíssimo melhor pagar só 35 por cento de IRS, pagar nada de imposto sobre a reforma ( ou mesmo os 4 por cento que agora se quer introduzir), trabalhar menos na escola, como até aqui, sem a chatice de a escola ter de estar sempre em funcionamento com actividades da comunidade escolar e da comunidade em geral, com pouca avaliação ou nenhuma, e com um estatuto de carreira mais permissivo.
(...)
“Ah, mas lá têm condições!”, ouve-se.
Sim, têm. E deve ser porque são geniais, pois conseguiram ter condições, antes de as terem criado!
(...)
Fixe-se bem esta realidade absolutamente verdadeira: os suecos não são melhores que os portugueses!...
PROMESSA PARA SER CUMPRIDA?....
O Primeiro-Ministro voltou a prometer, de forma veemente e enfática, que o deficit das contas do Estado em 2006 não irá ultrapassar os 4,6% do PIB, como havia sido previsto no Orçamento Geral do Estado do corrente ano.
Nao sei se a promessa se baseará nos resultados já apurados na execução orçamental dos 3 primeiros trimestres de 2006. Imagino que assim seja, para o Primeiro-Ministro falar com a certeza e a determinação com que fala.
Ele saberá decerto o risco que corre.
Sendo embora indispensável espalhar um pouco de optimismo pelos portugueses, em particular pelos chamados agentes económicos, talvez fosse preferível ser mais cauteloso e não embarcar em excessivos optimismos.
Muito menos em infantis irrealismos, como o do Ministro da Economia que na semana passada (uma semana negra para o Governo, não há dúvida...) anunciou com trombetas o fim da crise.
Mas confirmando-se a promessa re-prometida pelo Primeiro-Ministro, não haverá dúvida alguma que registará uma grande e importante vitória.
Com reflexos directos num clima de maior confiança e de maior credibilidade na capacidade do país e do Estado português, que aumentarão nos meios de negócios nacionais e internacionais.
O Primeiro-Ministro voltou a prometer, de forma veemente e enfática, que o deficit das contas do Estado em 2006 não irá ultrapassar os 4,6% do PIB, como havia sido previsto no Orçamento Geral do Estado do corrente ano.
Nao sei se a promessa se baseará nos resultados já apurados na execução orçamental dos 3 primeiros trimestres de 2006. Imagino que assim seja, para o Primeiro-Ministro falar com a certeza e a determinação com que fala.
Ele saberá decerto o risco que corre.
Sendo embora indispensável espalhar um pouco de optimismo pelos portugueses, em particular pelos chamados agentes económicos, talvez fosse preferível ser mais cauteloso e não embarcar em excessivos optimismos.
Muito menos em infantis irrealismos, como o do Ministro da Economia que na semana passada (uma semana negra para o Governo, não há dúvida...) anunciou com trombetas o fim da crise.
Mas confirmando-se a promessa re-prometida pelo Primeiro-Ministro, não haverá dúvida alguma que registará uma grande e importante vitória.
Com reflexos directos num clima de maior confiança e de maior credibilidade na capacidade do país e do Estado português, que aumentarão nos meios de negócios nacionais e internacionais.
terça-feira, outubro 24, 2006
UM EXEMPLO...
Seria possível que coisa semelhante a esta acontecesse em Portugal, ou mesmo em qualquer estado da União Europeia?
Não creio.
Nos Estados Unidos, não se brinca com a Lei ou com a Justiça.
Não deverá haver país onde se condene a fraude ou a corrupção de forma mais severa e implacável , sem contemplações pelo estatuto social ou económico de quem os comete.
Seria possível que coisa semelhante a esta acontecesse em Portugal, ou mesmo em qualquer estado da União Europeia?
Não creio.
Nos Estados Unidos, não se brinca com a Lei ou com a Justiça.
Não deverá haver país onde se condene a fraude ou a corrupção de forma mais severa e implacável , sem contemplações pelo estatuto social ou económico de quem os comete.
segunda-feira, outubro 23, 2006
BATOTAS...
Conhecido o que se conhece da distinta personalidade, dos seus desempenhos no Sporting, nas Câmaras da Figueira da Foz e de Lisboa, nos poucos meses do seu governo, e na última campanha eleitoral, com alguns dos truques nesta por si usados, alguém achará que Santana Lopes tem alguma autoridade para acusar o actual Primeiro Ministro de fazer batota política?...
Conhecido o que se conhece da distinta personalidade, dos seus desempenhos no Sporting, nas Câmaras da Figueira da Foz e de Lisboa, nos poucos meses do seu governo, e na última campanha eleitoral, com alguns dos truques nesta por si usados, alguém achará que Santana Lopes tem alguma autoridade para acusar o actual Primeiro Ministro de fazer batota política?...
CHOQUES E MAIS CHOQUES...
Já tivemos, em Portugal e no jargão do politiquês indígena, um choque fiscal e depois um choque tecnológico.
Agora temos um choque eléctrico...
Já tivemos, em Portugal e no jargão do politiquês indígena, um choque fiscal e depois um choque tecnológico.
Agora temos um choque eléctrico...
ESTADO CORPORATIVO E REPUBLICA SINDICAL
Em Portugal já houve, durante várias décadas, um Estado corporativo
Hoje em dia Portugal mais parece ser uma República sindical.
Há sindicatos para todos os gostos, feitios e interesses.
Até sindicatos de titulares de órgãos de soberania .Como o os Juízes ( em que outros países da União Europeia haverá coisa semelhante? ; só conheço o exemplo de Itália, de onde em geral não vêm bons exemplos de práticas políticas). Ou como a Associação Nacional de Municípios, sindicato dos autarcas.
Ou ainda como a Associação Nacional das Freguesias, sindicato dos Presidentes das Juntas de Freguesia.
Depois de ler este Post do Portugal dos Pequeninos :
DEIXAR PASSAR A CARAVANA
O dr. Cluny, com invejável clareza, num almoço de homenagem ao dr. Souto Moura, "alertou" para a "mexicanização" (sic) do MP caso seja aprovada legislação que desvalorize o papel do respectivo Conselho Superior, nomeadamente dando liberdade ao procurador-geral para escolher os seus mais directos colaboradores, leia-se, o vice-procurador-geral.
Em Portugal já houve, durante várias décadas, um Estado corporativo
Hoje em dia Portugal mais parece ser uma República sindical.
Há sindicatos para todos os gostos, feitios e interesses.
Até sindicatos de titulares de órgãos de soberania .Como o os Juízes ( em que outros países da União Europeia haverá coisa semelhante? ; só conheço o exemplo de Itália, de onde em geral não vêm bons exemplos de práticas políticas). Ou como a Associação Nacional de Municípios, sindicato dos autarcas.
Ou ainda como a Associação Nacional das Freguesias, sindicato dos Presidentes das Juntas de Freguesia.
Depois de ler este Post do Portugal dos Pequeninos :
DEIXAR PASSAR A CARAVANA
O dr. Cluny, com invejável clareza, num almoço de homenagem ao dr. Souto Moura, "alertou" para a "mexicanização" (sic) do MP caso seja aprovada legislação que desvalorize o papel do respectivo Conselho Superior, nomeadamente dando liberdade ao procurador-geral para escolher os seus mais directos colaboradores, leia-se, o vice-procurador-geral.
É tudo, naturalmente, em nome da "autonomia".
O poder político, sem intimidações ou complacências para com estes "recados sindicais", tem o dever de apoiar o PGR que nomeou e deixar passar a caravana.
....fico ainda mais convencido que a grande volta que a Justiça tem de dar em Portugal não vai lá, sem se partir a espinha do Sindicato dos Magistrados do MP, chefiado pelo insinuante Dr.Cluny, pondo termo à sua ambição ou ao seu poder para condicionar e determinar o modelo da organização judicial da República Portuguesa.
Fique esta missão para os órgãos de soberania democraticamente eleitos, e deixe o Sindicato de meter o bedelho onde não deve, nem tem nada que meter.
E que se remeta à missão de um sindicato, enquanto representante de uma profissão : defender interesses dos seus associados, no respeitante a remunerações, condições de trabalho e questões dessa natureza.
....fico ainda mais convencido que a grande volta que a Justiça tem de dar em Portugal não vai lá, sem se partir a espinha do Sindicato dos Magistrados do MP, chefiado pelo insinuante Dr.Cluny, pondo termo à sua ambição ou ao seu poder para condicionar e determinar o modelo da organização judicial da República Portuguesa.
Fique esta missão para os órgãos de soberania democraticamente eleitos, e deixe o Sindicato de meter o bedelho onde não deve, nem tem nada que meter.
E que se remeta à missão de um sindicato, enquanto representante de uma profissão : defender interesses dos seus associados, no respeitante a remunerações, condições de trabalho e questões dessa natureza.
domingo, outubro 22, 2006
DESTAQUE...
...para este comentário de um leitor do blogue ABRUPTO :
Julgo que seria muito pedagógico se todos os anúncios oficiais de «fim dos privilégios e mordomias de (...)» incluíssem uma pequena nota de rodapé dizendo, no essencial: «Esta disposição destina-se a acabar com a actual injustiça, da responsabilidade do Sr. Ministro (...), no ano (...), em que era Primeiro Ministro (...)».
Concordo.Seria muito pegagógico.
No caso relacionado com este comentário, o dos privilégios dos administradores do Banco de Portugal, creio que o Primeiro Ministro era o Sr. António Guterres.
...para este comentário de um leitor do blogue ABRUPTO :
Julgo que seria muito pedagógico se todos os anúncios oficiais de «fim dos privilégios e mordomias de (...)» incluíssem uma pequena nota de rodapé dizendo, no essencial: «Esta disposição destina-se a acabar com a actual injustiça, da responsabilidade do Sr. Ministro (...), no ano (...), em que era Primeiro Ministro (...)».
Concordo.Seria muito pegagógico.
No caso relacionado com este comentário, o dos privilégios dos administradores do Banco de Portugal, creio que o Primeiro Ministro era o Sr. António Guterres.
AS FACTURAS DA SAUDE
Leio na imprensa de fim de semana, numa pequeníssima notícia, que os utentes do Serviço Regional de Saúde dos Açores irão , brevemente, passar a receber umas “facturas virtuais”, informando-os, quando saem dos hospitais, sobre os custos que representaram para o Sistema.
Há mais de 10 anos que vi esta ideia colocada em prática na Galiza.
Num hospital público de Santiago de Compostela, os doentes que tinham alta recebiam uma factura que, à cabeça, dizia mais o menos seguinte : não se assuste, esta factura não é para pagar ; é só para ficar a saber como foram aplicados os impostos dos cidadãos.
E seguia-se todo o rol de consumos e custos : as diárias do internamento, as várias análises clínica, os fármacos tomados, as embalagens de soro, o aluguer do bloco operatório, etc.
No fim, a soma total...
Sem efeito directo na redução do défice da saúde. Mas muito pedagógico...
Leio na imprensa de fim de semana, numa pequeníssima notícia, que os utentes do Serviço Regional de Saúde dos Açores irão , brevemente, passar a receber umas “facturas virtuais”, informando-os, quando saem dos hospitais, sobre os custos que representaram para o Sistema.
Há mais de 10 anos que vi esta ideia colocada em prática na Galiza.
Num hospital público de Santiago de Compostela, os doentes que tinham alta recebiam uma factura que, à cabeça, dizia mais o menos seguinte : não se assuste, esta factura não é para pagar ; é só para ficar a saber como foram aplicados os impostos dos cidadãos.
E seguia-se todo o rol de consumos e custos : as diárias do internamento, as várias análises clínica, os fármacos tomados, as embalagens de soro, o aluguer do bloco operatório, etc.
No fim, a soma total...
Sem efeito directo na redução do défice da saúde. Mas muito pedagógico...
COMPARAR LARANJAS COM BANANAS
Eu gosto de rankings, de comparações, de benchmarking, de racios, de índices, de competição pela melhoria.
Acho até que em Portugal há falta de tudo aquilo, um pouco fruto do pavor do risco, e da competição, que levam a uma cultura da mediocridade.
Mas existe por vezes o perigo de, por ignorancia, incompetência ou má fé, se começar a comparar laranjas com bananas, e logo a partir daí tirar conclusões.
É nessa altura que é necessário usar o bom senso e a inteligência.
Não posso deixar de considerar o chamado “ranking” das escolas portuguesas, assim com esta designação apresentado pelo Expresso e pela SIC , como não fazendo o menor sentido , sendo uma verdadeira parolice .
Desde logo, trata-se, tão somente de uma listagem das escolas portuguesas obtida a partir do conjunto numérico das notas obtidas pelos respectivos alunos, nos exames do 11º e do 12º ano.
Tal facto e tal contexto deveriam ser clara e enfaticamente assinalados por aqueles distintos orgãos de comunicação social.
Assim apreciadas as coisas, as escolas privadas de Lisboa e do Porto tiveram o melhor desempenho.
Olha a grande novidade! Era o que faltava que não tivessem...
Um autêntico ranking, para fazer sentido, e para ter uma real utilidade como instrumento de motivação para a melhoria ( como devera de facto existir), e não ser um mero exercício académico de uns estagiários em jornalismo ou em sociologia, poderia e deveria ser feito, por exemplo, a partir de um racio calculado para cada escola da forma seguinte.
Em cada escola, somavam-se todas as notas obtidas por todos os seus alunos nos exames do 11ª e do 12ºano. Obtinha-se um valor N .
Depois, e para cada escola, era calculada a soma de todos os rendimentos anuais das respectivas famílias dos alunos. Obtinha-se o valor R .
Um primeiro Índice de Desempenho Pedagógico (IDP) , ainda sem entrar em consideração com outros factores quantificáveis, como por exemplo o nível de estabilidade do corpo docente, seria calculado da forma seguinte:
IDP = N / R
Veríamos então se o ISP do tal Colégio particular da cidade do Porto seria ou não superior ao ISP da distante escola secundária de Vilar Formoso, lá escondida no Portugal profundo...
Eu gosto de rankings, de comparações, de benchmarking, de racios, de índices, de competição pela melhoria.
Acho até que em Portugal há falta de tudo aquilo, um pouco fruto do pavor do risco, e da competição, que levam a uma cultura da mediocridade.
Mas existe por vezes o perigo de, por ignorancia, incompetência ou má fé, se começar a comparar laranjas com bananas, e logo a partir daí tirar conclusões.
É nessa altura que é necessário usar o bom senso e a inteligência.
Não posso deixar de considerar o chamado “ranking” das escolas portuguesas, assim com esta designação apresentado pelo Expresso e pela SIC , como não fazendo o menor sentido , sendo uma verdadeira parolice .
Desde logo, trata-se, tão somente de uma listagem das escolas portuguesas obtida a partir do conjunto numérico das notas obtidas pelos respectivos alunos, nos exames do 11º e do 12º ano.
Tal facto e tal contexto deveriam ser clara e enfaticamente assinalados por aqueles distintos orgãos de comunicação social.
Assim apreciadas as coisas, as escolas privadas de Lisboa e do Porto tiveram o melhor desempenho.
Olha a grande novidade! Era o que faltava que não tivessem...
Um autêntico ranking, para fazer sentido, e para ter uma real utilidade como instrumento de motivação para a melhoria ( como devera de facto existir), e não ser um mero exercício académico de uns estagiários em jornalismo ou em sociologia, poderia e deveria ser feito, por exemplo, a partir de um racio calculado para cada escola da forma seguinte.
Em cada escola, somavam-se todas as notas obtidas por todos os seus alunos nos exames do 11ª e do 12ºano. Obtinha-se um valor N .
Depois, e para cada escola, era calculada a soma de todos os rendimentos anuais das respectivas famílias dos alunos. Obtinha-se o valor R .
Um primeiro Índice de Desempenho Pedagógico (IDP) , ainda sem entrar em consideração com outros factores quantificáveis, como por exemplo o nível de estabilidade do corpo docente, seria calculado da forma seguinte:
IDP = N / R
Veríamos então se o ISP do tal Colégio particular da cidade do Porto seria ou não superior ao ISP da distante escola secundária de Vilar Formoso, lá escondida no Portugal profundo...
sábado, outubro 21, 2006
OS ALERTAS E A HISTÓRIA DO LOBO
Hoje em dia, com a chamada Protecção Civil tão activa e vigilante, são lançados alertas amarelos e até laranjas, como este, mal se vislumbram uns pingos de chuva.
Dias chuvosos, sempre os houve, em outonos e invernos bem mais rigorosos e chuvosos do que os dos últimos anos.
Mas agora parece ser mais seguro, pelo sim pelo não, lançar os alertas, não vá a previsão estar enganada e venha a cair em cima de nós, desprevenidos sem guardas-chuva, umas tormentas maiores.
Até que um dia, o verdadeiro grande temporal ocorra realmente.
E poderá bem acontecer que, lançado antes o alarme, laranja ou vermelho, já ninguem acredite neles...
Hoje em dia, com a chamada Protecção Civil tão activa e vigilante, são lançados alertas amarelos e até laranjas, como este, mal se vislumbram uns pingos de chuva.
Dias chuvosos, sempre os houve, em outonos e invernos bem mais rigorosos e chuvosos do que os dos últimos anos.
Mas agora parece ser mais seguro, pelo sim pelo não, lançar os alertas, não vá a previsão estar enganada e venha a cair em cima de nós, desprevenidos sem guardas-chuva, umas tormentas maiores.
Até que um dia, o verdadeiro grande temporal ocorra realmente.
E poderá bem acontecer que, lançado antes o alarme, laranja ou vermelho, já ninguem acredite neles...
ESPERO UM DESMENTIDO
....desta notícia. Ou pelo menos uma explicação. Será mesmo verdade?
Se for, onde estará então a muito propalada contenção da despesa no Orçamento Geral do Estado para 2007?
....desta notícia. Ou pelo menos uma explicação. Será mesmo verdade?
Se for, onde estará então a muito propalada contenção da despesa no Orçamento Geral do Estado para 2007?
AS DÍVIDAS E AS HERANÇAS
O passivo do Município de Lisboa ascende a 950 milhões de Euros.
Dos quais 200 milhões de Euros são de dívidas a curto prazo.
Não sei se estarão incluidos neste assustadores montantes os calotes a fornecedores, a quem os pagamentos se fazem com vários meses de atraso.
Provavelmente não estão.
Carmona Rodrigues, actual Presidente da CM de Lisboa, ex activo colaborador e ex Vice-Presidente de Santana Lopes, em curta entrevista ao Expresso, parece não se mostrar muito surpreendido .
Nem teria razões para o estar, de resto. A herança tambem é dele mesmo.
E diz : “ Não nos podemos endividar mais” . Pois não...
O passivo do Município de Lisboa ascende a 950 milhões de Euros.
Dos quais 200 milhões de Euros são de dívidas a curto prazo.
Não sei se estarão incluidos neste assustadores montantes os calotes a fornecedores, a quem os pagamentos se fazem com vários meses de atraso.
Provavelmente não estão.
Carmona Rodrigues, actual Presidente da CM de Lisboa, ex activo colaborador e ex Vice-Presidente de Santana Lopes, em curta entrevista ao Expresso, parece não se mostrar muito surpreendido .
Nem teria razões para o estar, de resto. A herança tambem é dele mesmo.
E diz : “ Não nos podemos endividar mais” . Pois não...
A RÁBULA DO TARIFÁRIO DA ELECTRICIDADE
A rábula da actualização do tarifário da electricidade, em que primeiro o aumento era de 15%, depois era provável que fosse da ordem dos 10%, e por fim fica nos 6%, recorda-me esta anedota com barbas.
Subitamente, morreu o Pai do Sr. Alfredo.
Um amigo muito chegado, o Chico, é encarregado de lhe dar a infausta notícia.
É-lhe todavia recomendada a máxima cautela, pois o Sr. Alfredo é fraco do coração.
Mas o Chico, amigo do Sr. Alfredo, diz saber perfeitamente como lidar com a situação.
Chega à beira deste e grita-lhe : Alfredo, o teu Pai e a tua Mãe morreram!...
O Sr. Alfredo cai fulminado sobre um sofá, e começa num choro lancinante.
É nessa altura que o Chico lhe torna a gritar : Alfredo, tem calma, só morreu o teu Pai!....
A rábula da actualização do tarifário da electricidade, em que primeiro o aumento era de 15%, depois era provável que fosse da ordem dos 10%, e por fim fica nos 6%, recorda-me esta anedota com barbas.
Subitamente, morreu o Pai do Sr. Alfredo.
Um amigo muito chegado, o Chico, é encarregado de lhe dar a infausta notícia.
É-lhe todavia recomendada a máxima cautela, pois o Sr. Alfredo é fraco do coração.
Mas o Chico, amigo do Sr. Alfredo, diz saber perfeitamente como lidar com a situação.
Chega à beira deste e grita-lhe : Alfredo, o teu Pai e a tua Mãe morreram!...
O Sr. Alfredo cai fulminado sobre um sofá, e começa num choro lancinante.
É nessa altura que o Chico lhe torna a gritar : Alfredo, tem calma, só morreu o teu Pai!....
sexta-feira, outubro 20, 2006
CUSTO E PREÇO DA ENERGIA ELÉCTRICA
A energia, seja sob que forma for, será cada vez mais um bem mais e mais raro.
À medida que escasseia, seja porque a oferta é pouca, seja porque a procura é muita, terá inexoravelmente de ficar mais cara. Isto não tem nada a ver com o modelo de economia de mercado, ou com sociedade capitalista.
Tem a ver com a ordem natural das coisas. Agora como há mil ou dois mil anos.
Na discussão em torno do novo preço da electricidade é tambem aplicável aquela alegoria da manta com que queremos cobrir o corpo.
É curta. E se a puxamos para cima, destapamos os pés ; se a puxamos para baixo, descobre-nos o pescoço.
Ora, o que vem acontecendo, é que os preços actualmente praticados em Portugal estão abaixo do seu custo.
Para equilibrar tal desequilíbrio, é inevitável ter de se adoptar uma das 3 soluções seguintes :
- aumentar o tarifário do consumo doméstico, e cada família terá de suportar um brutal agravamento da sua conta de electricidade, da ordem dos 15% ;
- fazer as empresas, nomeadamente as industriais, pagar uma tarifa ainda mais alta do que a que já pagam ( muito inferior à paga pelas empresas espanholas), agravando com isso os seus custos de produção, perdendo competitividade no mercado externo, reduzindo neste as suas vendas e, a prazo, encerrar ou “deslocalizar” para outras paragens, provocando mais desemprego;
-não fazer nada, não mexer em nada, não autorizar qualquer esforço de re-equilíbrio, assobiar para o lado ; e ser o Estado a pagar o crescente diferencial; o que quer dizer, nós todos, os contribuintes, gastemos muito ou pouco, sejamos poupados e contidos, sejamos gastadores, descuidados e irresponsáveis.
Vai para mais de 10 anos, uma lei de um governo de Cavaco Silva, determinou que os preços da electricidade não poderiam ser aumentados anualmente acima da taxa de inflacção.
Já na altura, a boa e piedosa intenção estava desajustada à crua realidade.
Entretanto, nos últimos anos, o mundo mudou muito e o preço do crude de petróleo triplicou.
A construção de umas poucas barragens para produzir electricidade tem sofrido a sistemática e idiota obstrução de umas quantas organizações de interesses corporativos e “ambientalistas”
Pela voz melíflua e sibilante de Francisco Louçã, a que uma parte importante dos media dá um reverente eco, o Bloco de Esquerda veio agora apresentar um projecto de lei, novamente determinando que o preço da energia eléctrica só possa ser anualmente actualizado em directa linha com a taxa de inflacção.
Sugiro mais aos inteligentes proponentes de tão brilhante legislação.
Sugiro que apresentem também um projecto de lei, obrigando que a mesma sábia e generosa regra seja igualmente aplicável ao preço das ramas de petróleo.
Francisco Louçã ficaria muito bem visto, e certamente aumentaria ainda mais o seu charme no jet set da esquerda blasé...
E Portugal ficaria com uma legislação muito progressista.
A energia, seja sob que forma for, será cada vez mais um bem mais e mais raro.
À medida que escasseia, seja porque a oferta é pouca, seja porque a procura é muita, terá inexoravelmente de ficar mais cara. Isto não tem nada a ver com o modelo de economia de mercado, ou com sociedade capitalista.
Tem a ver com a ordem natural das coisas. Agora como há mil ou dois mil anos.
Na discussão em torno do novo preço da electricidade é tambem aplicável aquela alegoria da manta com que queremos cobrir o corpo.
É curta. E se a puxamos para cima, destapamos os pés ; se a puxamos para baixo, descobre-nos o pescoço.
Ora, o que vem acontecendo, é que os preços actualmente praticados em Portugal estão abaixo do seu custo.
Para equilibrar tal desequilíbrio, é inevitável ter de se adoptar uma das 3 soluções seguintes :
- aumentar o tarifário do consumo doméstico, e cada família terá de suportar um brutal agravamento da sua conta de electricidade, da ordem dos 15% ;
- fazer as empresas, nomeadamente as industriais, pagar uma tarifa ainda mais alta do que a que já pagam ( muito inferior à paga pelas empresas espanholas), agravando com isso os seus custos de produção, perdendo competitividade no mercado externo, reduzindo neste as suas vendas e, a prazo, encerrar ou “deslocalizar” para outras paragens, provocando mais desemprego;
-não fazer nada, não mexer em nada, não autorizar qualquer esforço de re-equilíbrio, assobiar para o lado ; e ser o Estado a pagar o crescente diferencial; o que quer dizer, nós todos, os contribuintes, gastemos muito ou pouco, sejamos poupados e contidos, sejamos gastadores, descuidados e irresponsáveis.
Vai para mais de 10 anos, uma lei de um governo de Cavaco Silva, determinou que os preços da electricidade não poderiam ser aumentados anualmente acima da taxa de inflacção.
Já na altura, a boa e piedosa intenção estava desajustada à crua realidade.
Entretanto, nos últimos anos, o mundo mudou muito e o preço do crude de petróleo triplicou.
A construção de umas poucas barragens para produzir electricidade tem sofrido a sistemática e idiota obstrução de umas quantas organizações de interesses corporativos e “ambientalistas”
Pela voz melíflua e sibilante de Francisco Louçã, a que uma parte importante dos media dá um reverente eco, o Bloco de Esquerda veio agora apresentar um projecto de lei, novamente determinando que o preço da energia eléctrica só possa ser anualmente actualizado em directa linha com a taxa de inflacção.
Sugiro mais aos inteligentes proponentes de tão brilhante legislação.
Sugiro que apresentem também um projecto de lei, obrigando que a mesma sábia e generosa regra seja igualmente aplicável ao preço das ramas de petróleo.
Francisco Louçã ficaria muito bem visto, e certamente aumentaria ainda mais o seu charme no jet set da esquerda blasé...
E Portugal ficaria com uma legislação muito progressista.
O FIM DE UMA PAUSA...
Mais do que a pachorra perdida, voltou ao meu espírito a necessidade de escrevinhar, novamente, de vez em quando, no Quinto Poder .
Razões para este meu renovado sobressalto? Nem sei bem.
Porventura o cada vez mais consolidado reconhecimento de um já antigo e fundamentado pressentimento. O de que viriam dias, prolongados por alguns anos, muito difíceis, de grandes sacrifícios, muito agitados, social, económica e politicamente. Eles aí estão a chegar, à bica dos dias.
E que, perante tais pressentidos e já vividos cenários, a minha consciência me pede que pelo menos emita opinião e dê algum testemunho.
Da forma como posso. Como esta, na blogosfera.
No meu íntimo ainda, alimento a esperança de que me reapareça a inspiração para o vir a fazer com razoável regularidade.
Mais do que a pachorra perdida, voltou ao meu espírito a necessidade de escrevinhar, novamente, de vez em quando, no Quinto Poder .
Razões para este meu renovado sobressalto? Nem sei bem.
Porventura o cada vez mais consolidado reconhecimento de um já antigo e fundamentado pressentimento. O de que viriam dias, prolongados por alguns anos, muito difíceis, de grandes sacrifícios, muito agitados, social, económica e politicamente. Eles aí estão a chegar, à bica dos dias.
E que, perante tais pressentidos e já vividos cenários, a minha consciência me pede que pelo menos emita opinião e dê algum testemunho.
Da forma como posso. Como esta, na blogosfera.
No meu íntimo ainda, alimento a esperança de que me reapareça a inspiração para o vir a fazer com razoável regularidade.