"Uma mensagem secreta da Al-Qaeda faz soar as campainhas de alarme em Washington. Seduzido por uma bela operacional da CIA o historiador e criptanalista português, Tomás Noronha é confrontado em Veneza com uma estranha cifra.
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Ahmed é um menino egípcio a quem o mullah Saad ensina na mesquita o carácter pacífico e indulgente do islão. Mas nas aulas da madrassa aparece um novo professor com um islão diferente, agressivo e intolerante. O mullah e o novo professor digladiam-se por Ahemd e o menino irá fazer uma escolha que nos transporta ao maior pesadelo do nosso tempo.
E se a Al-Qaeda tem a bomba atómica?
Baseando-se em informações verídicas, José Rodrigues dos Santos confirma-se nesta obra, surpreendente como o mestre dos grandes temas contemporâneos. Mais do que um empolgante romance, Fúria Divina é um impressionante guia que nos orienta pelo labirinto do mundo e nos revela os tempos em que vivemos."
Mais um de leitura rápida, embora este seja consideravelmente maior que A Herança de Eszter (a minha opinião aqui). Infelizmente é maior, mas apenas no número de páginas. Não consigo dizer que não gostei, porque o tema chega a ser fascinante, mas a forma como está escrito não me agradou. No entanto li-o rápido por isso dizer que não gostei seria exagerado, mas está a anos luz do A Filha do Capitão (a minha opinião aqui), do mesmo autor.
Um dos objectivos do livro é mostrar ao leitor que os islamitas fundamentalistas são-o porque assim está escrito no Al-Corão, são-o porque Alá, através de Maomé, assim o mandou. Não ponho em questão esta informação, até porque ela é suportada por excertos do próprio Al-Corão e este, pelo que percebi, é muito claro relativamente às orientações que deixou aos seus fiéis. O que não gostei foi da repetição desta ideia e consequente explicação ao longo de todo o livro. A páginas tantas tive a sensação que o José Rodrigues dos Santos achava que os leitores eram burros ou de compreensão lenta de tal forma a coisa é repetida. Percebi à primeira, JRS! Ouviste, ou queres que repita durante 578 páginas??? Torna-se mesmo aborrecido e tenho a certeza de que o livro teria metade do tamanho, não fosse o JRS ter esta obsessão, esta e outras... :/
Também me deixou um bocadinho, como direi?, agastada que ele aproveite toda e qualquer oportunidade para mostrar aos leitores que fez um pesquisa profundíssima sobre o tema, pondo descrições exaustivas sobre tudo e mais alguma coisa, quer fosse sobre o islão, quer fosse sobre um qualquer programa informático fantástico da CIA. Por muito interessante que seja, mata o ritmo da história que já de si, não é propriamente grande coisa... :/
Custa-me, porque gostei muito do A Filha do Capitão, ter achado os diálogos vazios e as personagens sem grande textura e, sinceramente não me identifiquei com nenhuma delas, nem mesmo o português Tomás Noronha, aparentemente um Don Juan em potência. Achei interessante a fase da infância de Ahmed, mas quando ele é já um adulto fundamentalista achei-o infantil e com dúvidas existenciais demasiado forçadas, para que JRS pudesse mais uma vez dar-nos uma "lambidela" de cultura islâmica. O autor não soube fazer crescer Ahmed e ele pura e simplesmente deixou de me interessar. :/
JRS ao querer criar pretextos para nos elucidar sobre estes temas, torna a personagem da Rebecca no mínimo incompetente, porque é impossível uma agente da CIA não saber algumas das coisas que o Tomás Noronha acaba por lhe explicar. Uma "gaja" que trabalha para a CIA, que tem como função detectar na península ibérica movimentações suspeitas de radicais muçulmanos não pode ser tão ignorante, como JRS a faz parecer, sobre a história do Islão e sobre as razões que os levam a optarem pelo fundamentalismo. É simplesmente impossível e torna-a completamente acessória ao desenrolar da história e uma tentativa frustrada de nos fazer acreditar que Tomás e ela ainda vão andar aos beijos... :/
Apercebo-me, enquanto escrevo, de que na realidade não gostei do livro... :( A única coisa positiva que lhe encontro é o tema e o que aprendi com ele. A pesquisa que ele fez é de facto impressionante mas, acho que teria sido mais bem aproveitada de outra maneira. Mais valia o autor ter assumido isto como um ensaio, um livro de opinião, qualquer coisa menos um romance, porque não o é.
No A Filha do Capitão, ele conseguiu um equilíbrio eficaz entre os factos reais e a ficção. A linha entre os dois era ténue, às vezes passava-se para o lado do excesso mas nunca foi suficiente para matar o livro, porque a história principal era forte e aguentava bem com as intromissões da realidade. Em a Fúria Divina o JRS esqueceu-se de construir uma história sólida à volta da qual giraria o islão e os seus fundamentalismos.
Não posso deixar de salientar, no entanto, que o que li sobre o Islão me deixou de queixo caído. Não fazia ideia que o Al-Corão era tão violento, e com tão pouco espaço deixado para interpretações. Comparando com a Biblia, que pode ter várias interpretações pois está cheia de metáforas, escrita como se fosse uma espécie de fábula ou livro de contos, o Al-Corão é bem claro naquilo que diz e a bem da verdade, os verdadeiros crentes são mesmo os que o seguem à letra. Os verdadeiros muçulmanos são os que seguem e cumprem todas as orientações do Profeta. É uma ideia perturbadora e fiquei perplexa com a forma de pensar dos radicais e pelas razões que evocam para justificarem as suas acções. É demente... Felizmente não são uma maioria no mundo islâmico. Mas, a verdade é que é muito difícil prevenir as acções violentas de gente que acredita profundamente que a guerra aos infiéis é a única forma de cumprir os desígnios de Deus, que morrer no cumprimento das ordens de Alá é uma passagem garantida para o Paraíso. Esta gente não questiona o que lhes é dito, limita-se a cumprir o que um homem escreveu, usando o nome de Deus, no século VII. O mesmo se aplica a qualquer outra religião, não estou aqui a atacar o islão, até porque não sou crente em nenhum Deus ou Deuses, o que eu não sabia era que o Al-Corão era tão assumidamente desumano. O que me tranquiliza nisto tudo é a certeza de que é por serem desta forma que nunca chegarão onde desejam, que o islamismo seja a única religião no mundo inteiro. Há demasiada ignorância e atraso nestas atitudes para que os objectivos deles sejam cumpridos. Não podemos é andar encolhidos e cheios de medo e, não podemos ser tolerantes com quem não respeita os mais elementares direitos do Homem. Isto é válido para qualquer pessoa e qualquer religião.
Enfim, em jeito de conclusão, não tivesse eu lido A Filha do Capitão e acho que não voltaria a pegar noutro livro do JRS... Razão teve o amigo do meu mais-que-tudo que, quando o viu com este livro na mão para mo oferecer lhe disse: "Não deves gostar lá muito dela!" Razão tinha em relação ao livro porque, gostar de mim eu sei que gosta! ;)
Nota: O ex-operacional da Al-Qaeda, um tal de Paulo José de Almeida Santos aka Abdullah Yusuf é, para não dizer pior, um louco e por isso fiquei desconfortável por vê-lo, aqui, sentado ao lado do JRS na apresentação do livro. E, sinceramente duvido de que alguma vez tenha privado com Osama Bin Laden ou com a Al-Qaeda... Para mim não passa de um louco que tentou matar o Rei do Afeganistão exilado na Itália, em 1991, o que lhe proporcionou 8 aninhos numa cadeia italiana.
Mais um de leitura rápida, embora este seja consideravelmente maior que A Herança de Eszter (a minha opinião aqui). Infelizmente é maior, mas apenas no número de páginas. Não consigo dizer que não gostei, porque o tema chega a ser fascinante, mas a forma como está escrito não me agradou. No entanto li-o rápido por isso dizer que não gostei seria exagerado, mas está a anos luz do A Filha do Capitão (a minha opinião aqui), do mesmo autor.
Um dos objectivos do livro é mostrar ao leitor que os islamitas fundamentalistas são-o porque assim está escrito no Al-Corão, são-o porque Alá, através de Maomé, assim o mandou. Não ponho em questão esta informação, até porque ela é suportada por excertos do próprio Al-Corão e este, pelo que percebi, é muito claro relativamente às orientações que deixou aos seus fiéis. O que não gostei foi da repetição desta ideia e consequente explicação ao longo de todo o livro. A páginas tantas tive a sensação que o José Rodrigues dos Santos achava que os leitores eram burros ou de compreensão lenta de tal forma a coisa é repetida. Percebi à primeira, JRS! Ouviste, ou queres que repita durante 578 páginas??? Torna-se mesmo aborrecido e tenho a certeza de que o livro teria metade do tamanho, não fosse o JRS ter esta obsessão, esta e outras... :/
Também me deixou um bocadinho, como direi?, agastada que ele aproveite toda e qualquer oportunidade para mostrar aos leitores que fez um pesquisa profundíssima sobre o tema, pondo descrições exaustivas sobre tudo e mais alguma coisa, quer fosse sobre o islão, quer fosse sobre um qualquer programa informático fantástico da CIA. Por muito interessante que seja, mata o ritmo da história que já de si, não é propriamente grande coisa... :/
Custa-me, porque gostei muito do A Filha do Capitão, ter achado os diálogos vazios e as personagens sem grande textura e, sinceramente não me identifiquei com nenhuma delas, nem mesmo o português Tomás Noronha, aparentemente um Don Juan em potência. Achei interessante a fase da infância de Ahmed, mas quando ele é já um adulto fundamentalista achei-o infantil e com dúvidas existenciais demasiado forçadas, para que JRS pudesse mais uma vez dar-nos uma "lambidela" de cultura islâmica. O autor não soube fazer crescer Ahmed e ele pura e simplesmente deixou de me interessar. :/
JRS ao querer criar pretextos para nos elucidar sobre estes temas, torna a personagem da Rebecca no mínimo incompetente, porque é impossível uma agente da CIA não saber algumas das coisas que o Tomás Noronha acaba por lhe explicar. Uma "gaja" que trabalha para a CIA, que tem como função detectar na península ibérica movimentações suspeitas de radicais muçulmanos não pode ser tão ignorante, como JRS a faz parecer, sobre a história do Islão e sobre as razões que os levam a optarem pelo fundamentalismo. É simplesmente impossível e torna-a completamente acessória ao desenrolar da história e uma tentativa frustrada de nos fazer acreditar que Tomás e ela ainda vão andar aos beijos... :/
Apercebo-me, enquanto escrevo, de que na realidade não gostei do livro... :( A única coisa positiva que lhe encontro é o tema e o que aprendi com ele. A pesquisa que ele fez é de facto impressionante mas, acho que teria sido mais bem aproveitada de outra maneira. Mais valia o autor ter assumido isto como um ensaio, um livro de opinião, qualquer coisa menos um romance, porque não o é.
No A Filha do Capitão, ele conseguiu um equilíbrio eficaz entre os factos reais e a ficção. A linha entre os dois era ténue, às vezes passava-se para o lado do excesso mas nunca foi suficiente para matar o livro, porque a história principal era forte e aguentava bem com as intromissões da realidade. Em a Fúria Divina o JRS esqueceu-se de construir uma história sólida à volta da qual giraria o islão e os seus fundamentalismos.
Não posso deixar de salientar, no entanto, que o que li sobre o Islão me deixou de queixo caído. Não fazia ideia que o Al-Corão era tão violento, e com tão pouco espaço deixado para interpretações. Comparando com a Biblia, que pode ter várias interpretações pois está cheia de metáforas, escrita como se fosse uma espécie de fábula ou livro de contos, o Al-Corão é bem claro naquilo que diz e a bem da verdade, os verdadeiros crentes são mesmo os que o seguem à letra. Os verdadeiros muçulmanos são os que seguem e cumprem todas as orientações do Profeta. É uma ideia perturbadora e fiquei perplexa com a forma de pensar dos radicais e pelas razões que evocam para justificarem as suas acções. É demente... Felizmente não são uma maioria no mundo islâmico. Mas, a verdade é que é muito difícil prevenir as acções violentas de gente que acredita profundamente que a guerra aos infiéis é a única forma de cumprir os desígnios de Deus, que morrer no cumprimento das ordens de Alá é uma passagem garantida para o Paraíso. Esta gente não questiona o que lhes é dito, limita-se a cumprir o que um homem escreveu, usando o nome de Deus, no século VII. O mesmo se aplica a qualquer outra religião, não estou aqui a atacar o islão, até porque não sou crente em nenhum Deus ou Deuses, o que eu não sabia era que o Al-Corão era tão assumidamente desumano. O que me tranquiliza nisto tudo é a certeza de que é por serem desta forma que nunca chegarão onde desejam, que o islamismo seja a única religião no mundo inteiro. Há demasiada ignorância e atraso nestas atitudes para que os objectivos deles sejam cumpridos. Não podemos é andar encolhidos e cheios de medo e, não podemos ser tolerantes com quem não respeita os mais elementares direitos do Homem. Isto é válido para qualquer pessoa e qualquer religião.
Enfim, em jeito de conclusão, não tivesse eu lido A Filha do Capitão e acho que não voltaria a pegar noutro livro do JRS... Razão teve o amigo do meu mais-que-tudo que, quando o viu com este livro na mão para mo oferecer lhe disse: "Não deves gostar lá muito dela!" Razão tinha em relação ao livro porque, gostar de mim eu sei que gosta! ;)
Nota: O ex-operacional da Al-Qaeda, um tal de Paulo José de Almeida Santos aka Abdullah Yusuf é, para não dizer pior, um louco e por isso fiquei desconfortável por vê-lo, aqui, sentado ao lado do JRS na apresentação do livro. E, sinceramente duvido de que alguma vez tenha privado com Osama Bin Laden ou com a Al-Qaeda... Para mim não passa de um louco que tentou matar o Rei do Afeganistão exilado na Itália, em 1991, o que lhe proporcionou 8 aninhos numa cadeia italiana.