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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Liderança de malucos

O reinado da geringonça é um achado de extravagâncias e de achados verdadeiramente mirabolantes.
Logo, a ideia de querer pôr a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa a investir 200 milhões de euros, digo 200 milhões de euros, por 10% do Banco Montepio Geral. Uma ideia fantástica que pressupunha que o Montepio fosse mais valioso que o BPI, já nem digo que o Novo Banco!...
Depois, essas aparições recentes de António Costa nos locais dos grandes incêndios do Verão, quando alguma obra vai aparecendo, e esse discurso de Natal, cheio de sentimento e afecto, quando na altura da primeira tragédia mais não fez do que pirar-se para férias, deixando o povo à sua sorte...
Seguiu-se essa lei ignóbil do financiamento e da isenção de IVA dos partidos políticos, logo quando em 2018 a carga fiscal sobre os portugueses aumenta em 2018, os quadros do OE o confirmam, contra aquilo que a geringonça mentirosamente, com ar matreiro, vai dizendo. 
E, cereja no topo do bolo, perante o despropósito da lei e o alarido geral, alguns dos partidos que na véspera aprovaram a lei, vêm no dia seguinte dizer que a mesma “não espelha a posição de fundo sobre esta matéria”...
E é nesta liderança de malucos que temos que ir vivendo...

sábado, 23 de dezembro de 2017

Feliz Natal


Quando na rádio já mal se ouve uma música de Natal e até o Stille Nacht, que enterneceu milhões, é silenciado...
...Quando os cartões de Boas Festas já apagaram todas e quaisquer imagens de um Menino no berço que justificou a sua existência...
...Quando a comemoração do Natal já vai acabando para se transformar num mero feriado igual a outros tantos...
...Quando os preconceitos das minorias se sobrepõem ao sentimento das maiorias e o Natal começa a ser banido do espaço público...
...Quando o acontecimento fundador do Natal é transformado em percentagens de vendas a mais ou a menos...
...E o seu simbolismo tende a desaparecer...
...Eu quero enviar a todos, Autores, Leitores e Comentadores do 4R um verdadeiro postal de Natal.
Votos amigos de Boas Festas e de um Feliz Natal

Assim, qualquer habilidoso governa...

E António Costa prometia solenemente o milagre de reembolsar os lesados do BES sem custos para o contribuinte, criticando asperamente o governo anterior, que não tinha esse gene milagreiro. Através do Banco de Portugal, da Banca em geral, ou de um qualquer ignoto Fundo, a coisa havia de se arranjar.
Ontem, e como quem não quer a coisa, o Ministro das Finanças anunciou que o reembolso aos lesados será efectuado com um empréstimo do Estado, 145 milhões como primeira prestação do pagamento. Porque pôr o contribuinte a pagar era a solução mais barata...
Depois...é uma questão de fé, Centeno diz que espera recuperar o dinheiro, só não sabe quais os prazos em que tal poderá ocorrer. Ah, e para pagar a segunda e terceira prestações, ainda não sabe como serão obtidos os montantes necessários. Todavia, face ao precedente, não custará muito adivinhar...
Bom, mas tudo bem, ninguém irá falar nisso. O problema ficou resolvido, ficando tudo por resolver. Mais uma habilidade do 1º Ministro. Mas assim qualquer habilidoso pode fazer que governa.
 

sábado, 16 de dezembro de 2017

Folgar a semana inteira...

Os sindicatos da Auto Europa afectos à Intersindical andam a brincar com o fogo.
Claro que a Wolkswagen, depois dos 700 milhões de euros investidos para fabricar o novo veículo em Palmela, não vai deixar a Auto Europa antes de amortizar o capital investido, obra de quatro ou cinco anos. Mas o fabrico pode ser continuado noutras fábricas da Auto Europa que continuam a disputar o modelo. Ou em fábricas novas, nomeadamente na República Checa e em Marrocos, sendo que este último país se tornou muito apetecível para a indústria automóvel. Aliás, o Ministro da Indústria de Marrocos acaba de anunciar a concretização de 26 projectos industriais no sector automóvel, representando um investimento de 1,23 mil milhões de euros. E notícias e factos vêm sugerindo que a Wolkswagen pensa seriamente neste país.
Com uma luta sem sentido, a não ser político, e por este andar, os trabalhadores da Auto Europa podem correr o sério risco de folgarem não apenas ao fim de semana, mas todos os dias da semana.
Oxalá venha imperar o bom senso, e em tempo útil. Mas muito do mal está feito. E não é esquecido.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Da palavra dada à verba orçamentada, uma distância nada honrada...

O debate do Orçamento para 2018 confirmou a minha opinião inicial de que se tratava de um Orçamento sem qualidade, um mero exercício de powerpoint em que tudo é milimetricamente ajustado para servir exclusivamente os interesses corporativos que sustentam a geringonça, mas promovido como imagem apelativa, todavia fictícia, de um Orçamento ao serviço do país.
Pior ainda, aconteceu que grandes bandeiras e promessas do governo consubstanciadas no estribilho da “palavra dada, palavra honrada” não tiveram acolhimento nas verbas orçamentais. Ou o governo não honrou a sua palavra no Orçamento ou foi o Orçamento que se rebelou contra o criador e desonrou a palavra do governo.
Dada e mil vezes repetida foi a promessa da reposição de rendimentos. Todavia, é o próprio quadro-síntese das receitas e despesas da administração pública do relatório do OE que desmente a promessa, ao explicitar um aumento da receita do Estado, em termos absolutos e em relação ao PIB. Se a receita do Estado vem, ou veio, da economia, das empresas e das famílias, e se o Estado arrecada uma parcela maior, são as empresas e famílias que a suportam. E, se os portugueses suportam e pagam uma parcela maior do PIB e ficam com uma parcela menor, o Estado não repõe rendimentos, antes recolhe uma parcela adicional através, nomeadamente, da anestesiante tributação indireta.
Assim, das duas, uma: ou o governo não honrou a sua palavra no Orçamento ou foi o Orçamento que imediatamente se rebelou e desonrou a palavra do governo.
Ler mais, artigo completo no i, no âmbito da série Por Uma Democracia de Qualidade: Da palavra dada à verba orçamentada, uma distância nada honrada

sábado, 9 de dezembro de 2017

É fartar...é fartar...

A Câmara de Lisboa vai ter 124 assessores e secretárias para apoiar 17 vereadores, e já começou a assinar contratos. Alguns dos assessores contratados são ex-candidatos autárquicos que não foram eleitos.
Os os Serviços da Câmara são incompetentes e não assessoram devidamente S. Excias os senhores Vereadores, ou os incompetentes são S. Excias os senhores Vereadores, que precisam de aulas suplementares para assimilar as complexas matérias camarárias.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Por vezes...uma coisa certa

Como já no tempo do Governo Passos Coelho, o Instituto de Gestão da Dívida Pública vai adequando o perfil da dívida ao sentimento e pulsar do mercado. Agora, vai trocar dívida com maturidades para 2019 e 2020 por dívida a prazo mais largo e presumivelmente a taxas mais baixas.  
Esta é a autêntica e necessária reestruturação da dívida, aquela que se vai fazendo aproveitando as oportunidades do mercado. Não aquela que os partidos da geringonça, apoiados por um grupo de artistas bem pensantes (incluindo deputados e membros do actual governo...), desejavam, e para quem reestruturação seria feita de um só jacto, sob pena de recusa de reembolsos, concordassem ou não os credores.Recusa que, segundo o actual Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, poria os alemães e franceses de joelhos a tremer...
Mas também não aquela reestruturação saída dos cérebros iluminados do grupo de trabalho dos deputados da geringonça que propuseram ao governo toda uma política de endividamento com base no curto prazo e no correspondente menor custo, descurando um prudente balanceamento da dívida e a inevitabilidade da subida a prazo das taxas de juro.
Ainda bem que o IGCP ignora as vozes tolas da geringonça e actua com responsabilidade e racionalidade.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

O minutinho do dragão

Limpinho, limpinho...referiu Jorge Jesus, então treinador do Benfica, em comentário ao jogo que ganhou ao Sporting em 2013, e em que os clamorosos erros do árbitro, certamente devidos a uma colossal infelicidade, interferiram directamente no resultado e levaram à derrota do Sporting. A arbitragem de então emparelhou com mérito nos primeiros lugares da asneira, onde Inocêncio Calabote tem o lugar de maior e merecido destaque. 
Maior ainda foi a infelicidade da equipa de arbitragem do jogo de anteontem do Porto com o Benfica, infelicidade agora até ampliada com a repetida falha de visão adicional do videoárbitro. 
Francamente, obrigar tais cavalheiros a exibir publicamente tanto azar é um atentado aos direitos humanos. Não se faz! E há que poupá-los, definitiva e irrevogavelmente.