Invocar, como fez o 1º Ministro, um despacho do anterior governo para justificar a autorização de cedência do Panteão para o jantar da Web Summit é um acto da mais refinada cobardia e hipocrisia política. Porque esse Despacho, aliás respeitante a todos os monumentos nacionais, salvaguardava a não autorização da cedência, tout court, e sobretudo para eventos que não respeitassem a dignidade do monumento, museu ou palácio.
Lembra também o ziguezaguear cobarde de Centeno, quando alijou para António Domingues o ónus de não ter compreendido as condições em que aceitou ser administrador da Caixa Geral de Depósitos.
Quando as coisas correm mal, o governo sacode a sujidade do capote, responsabilizando os outros pelo lixo que faz.
Também a tragédia de Pedrógão foi devida ao downburst, o surto de legionella num hospital público foi devido a falha técnica e os últimos incêndios em Coimbra,e Viseu ao aquecimento global. E Tancos nem existiu.
Não sei se irresponsabilidade ou inimputabilidade. Talvez ambas. Escolha quem quiser.