“Parece que ao longo do tempo a gente vai formando uma certa crosta. São
camadas e mais camadas de crenças, idéias preconcebidas, obrigações e deveres,
que nos dizem o que a gente deve ser e fazer.
Então, todos os dias a gente acorda
Então, todos os dias a gente acorda
exercitando um pouco desta personagem que
vamos aprendendo a ser.
Nos acostumamos tanto às máscaras
que nem sabemos mais qual é
nossa verdadeira face.
Mesmo sozinhos, frente ao espelho, quando tiramos algumas de nossas
máscaras
públicas, ainda restam nossas máscaras íntimas, que nos dizem o que é
ser feliz,
como é ter sucesso, o que
sentir e o que buscar,
mesmo que, de alguma forma,
a gente sinta que estas diretrizes
não satisfazem.
É preciso lembrar, no entanto, que por mais
É preciso lembrar, no entanto, que por mais
bem feita, bonita e reluzente
que seja nossa máscara, ela sempre pode arrebentar no elástico.
Não é a expressão verdadeira de quem somos, apenas um pálido reflexo
disso, uma forma de ser quem aprendemos a ser.
Redescobrir a si mesmo é retirar a máscara.
Redescobrir a si mesmo é retirar a máscara.
Não para uma nudez de sentimentos,
onde tudo está exposto, num
caos revolucionário.
Isso pode acontecer quando a máscara
sufoca o indivíduo, mas já é uma situação extrema. É preciso retirar a
máscara para ver-se
intimamente, reconhecer seus próprios
padrões para a vida,
refazer escolhas, reconsiderar projetos, realizar propósitos.
A face revelada atrás das máscaras
A face revelada atrás das máscaras
é sempre a mais importante.
A beleza está na natureza de sua verdade,
na integridade de sua forma. A gente não deveria se perguntar por que
muitas vezes não
nos tornamos quem queremos ser?
Deveríamos nos espantar de porque é tão raro desejarmos ser quem de fato
somos.
Há uma plastificação da realidade.
Fingimos ser quem não queremos ser para viver uma vida que não nos
satisfaz.
Afinal, do que temos medo? Estamos abrindo
mão de sermos o melhor de nós
em prol de sermos quem os outros
querem que sejamos.
Qual a melhor medida para a vida?
Qual o script mais adequado? Que fórmula ou
roteiro pode nos levar à realização?
Se você não conhece estas respostas
e nem conhece alguém que as saiba, então não
há nenhum modelo pronto que
podemos seguir para irmos aonde queremos ir.
Precisamos ser os autores de nossa
própria jornada. Fazer escolhas novas e tomar decisões ainda não
tomadas.
Há uma liberdade infinita em um novo dia
Há uma liberdade infinita em um novo dia
que nasce. Hoje podemos fazer e viver tudo que quisermos, mas precisamos
nos
dar conta que o programa do passado não serve inteiramente para compor a
vida futura.
Há muito espaço para improvisação,
descobertas, arte em seu estado mais puro.
Há sempre espaço e tempo para ser quem de fato somos. Só é preciso
escolher isso.”
Dulce Magalhães
Nossa
verdadeira face é aquela que expomos sem medo, sem culpa, sem preocupação de
sermos reais e autênticos. Nesta face, sem máscaras, podemos olhar-nos no
espelho e enxergarmos nossa alma.
Podemos olhar
nos olhos dos outros e vermos a confiança, o respeito, a admiração, o amor,
a amizade, o carinho, o perdão e a paz.
E como é
gratificante não termos que usar máscaras para esconder nosso rosto, seja ele
de que forma for. Muitas vezes, é um rosto enrugado e envelhecido pelo tempo, demonstrando
o cansaço nos embates da vida, mas também, as vitórias conquistadas, graças à
nossa força de vontade e fé.
De que adianta
a beleza física estampada num belo e juvenil rosto, quando sabemos que o tempo
não poupa a ninguém. Há pessoas que julgam que, por mais que passe o tempo,
poderão mascarar-se e enganar aos demais. Ledo engano!
Aqueles, cujo
interior é oco e vazio de sentimentos, sabedoria e conhecimentos, são pessoas
carcomidas pela vaidade e pelo ridículo.
Não podemos e
nem devemos plastificar nosso modo de ser, como tão bem retrata o texto.
Somos como
somos. Belos ou feios, jovens ou velhos, não importa. O que realmente importa é
que sejamos nós mesmos. Que nada nem ninguém nos obrigue a mascarar-nos para
parecer quem não somos , muito menos quem nunca fomos.
Mas, até
agora, só falamos do corpo, do rosto, da aparência física.
E o espírito,
a alma? Como anda nossa identidade espiritual? Parece-me que esta, nada tem a
ver com a forma como é vestida pela carne.
Deus nos deu
um corpo para sustentar nosso espírito. E este, sim, é o nosso verdadeiro “eu”.
É através da
alma que nos relacionamos com os demais seres, posto que esta é imortal e tudo
o que com ela fazemos ou atuamos, é o que conta no espetáculo da vida.
Que tenhamos
sempre a alegria de olharmos nos olhos de nossos irmãos e vermos refletidos neles, a imagem do amor, da harmonia, da fé e da paz.
Que assim seja!