A psicanálise por sua natureza apresenta-se no campo da ciência de forma diferenciada, singular e desprovida do discurso final, de mestria. Seu antônimo envolve a ciência desde seu sempre, sendo o pilar de suas justificações irredutíveis. Ao se apoiar no campo da palavra, a qual nuca se esgota, a Psicanálise admite-se de maneira tal que não visa uma verdade objetiva, comum nas práticas cientificas, mas sim na produção de algo corriqueiro a linguagem, a produção mítica.
A formulação discursiva, entende Lacan, é algo que não pode se minimizar a uma verdade, pois a definição de verdade se apóia sobre ela, e é na media em que a fala progride que encontramos a verdade, mas a fala nunca se limita a um fim, ela se esparrama em metonímias e metáforas, sempre sendo um grã, molécula solta no vasto campo de conjunção de letras e palavras, ficando a verdade sempre a ser.
Com isso a Psicanálise não visa sempre o mesmo fim, a produção final é uma variável, independente de suas técnicas e modos operacionais. Ela é comparável a uma arte-liberal, pois relatada e possibilita a relação do homem consigo mesmo, um mergulho em falácias de seus fantasmas, sintomas.... Favorecendo uma relação interna, fechada sobre si mesmo, inesgotável que o uso da fala comporta na sua máxima excelência. Isso é uma ARTE.