Algumas das mais ilustres explicações sobre o que se vai
passando nos nossos quotidianos, intra ou extra-fronteiras, são remetidas para “os
reguladores”. Os reguladores são, por isso, uma espécie de juízes, árbitros, ou
mesmo deuses que determinam se os mecanismos que fazem funcionar a sociedade
são aplicados segundo os parâmetros não propriamente das leis mas sim dos
equilíbrios que, segundo os reguladores, devem existir.
Há reguladores para tudo e depois, vai-se a ver, são tantos
que pouco ou nada regulam e, quando o fazem, mais valia que estivessem quietos.
O Banco de Portugal, por exemplo, deixou de ser banco
central e passou a “regulador”. Depois existem reguladores para a concorrência,
a energia, a saúde, a comunicação social (valha-nos Deus!), a bolsa de valores,
os combustíveis e o mais que descubram na vossa memória e pesquisem nas boas
falas de analistas, colunistas, comentadores, moderadores e outros querubins do
regime.
Reguladores há-os intra e extra-fronteiras, isto é, no aconchego
de cada país e na grande metrópole europeia. Por isso os reguladores se
multiplicam como cogumelos, tropeçando uns nos outros, remetendo competências
de uns para os outros (quando a batata é supostamente quente) para, no fim das
contas, nada regularem e tudo aceitarem.