Fingir que está tudo bem!
olhas-me e só tu sabes: na rua onde os nossos olhares se encontram é noite.
As pessoas não imaginam. São tão ridículas as pessoas, tão desprezíveis…
As pessoas falam e não imaginam… nós olhamo-nos.
Fingir que está tudo bem: o sangue a ferver sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de medo nos lábios a sorrir
Será que vou morrer?, pergunto dentro de mim: será que vou morrer?
Olhas-me e só tu sabes: ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer: amor e morte
Fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga.