Chega gente de todas as idades, de todos os sexos, uns mais vestidos e já prevenidos para o vento no cabo, outros mais despidos que depois se embrulham como rebuçados nas suas toalhas de praia ou nos casacos de malha grossa que, apressadamente, vão comprar aos tendeiros que por ali abundam com as suas bancas bem decoradas com os mais diversos abafos desde capas, cachecóis, camisolas, luvas, meias e tudo o que seja para proteger do vento gélido que, normalmente, se passeia agressivamente por aquelas paragens.
Vêm admirar o espetáculo da natureza.
Ciumento, o farol vê, despeitado, as gentes assistirem ao mergulho do sol no oceano de águas frias, ao recolher da sua luz envolta nas transparências das nuvens.
Findo o espetáculo há a retirada alegre de quem encheu os olhos e a alma ante a beleza natural dum ocaso.
Então o farol, imediatamente, se acende e todos os seus cristais brilham nuns feixes de luz intensa mas,
ninguém repara. Só eu, que o conheço por dentro, sei da sua força e da sua utilidade, ali colocado naquela ponta do Cabo de S.Vicente, para guia das gentes do mar. fotos e texto de Benó