segunda-feira, 29 de junho de 2020

ANIVERSÁRIO DE 75 ANOS DO MAIOR ROQUEIRO BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS: RAUL ROCK SEIXAS



Por Altamir Pinheiro

Raul  Santos Seixas ou Raul Rock Seixas,  faria 75 anos neste domingo (28). lamentavelmente, Raul nos deixou em  agosto de  1989, acometido de pancreatite crônica, hipoglicemia e parada cardiorrespiratória,  por consumo exagerado de vodka com crush, mas suas músicas continuam eternas. Pensando bem, quem foi Raul Seixas?!?!?!  Raul era um cara muito diferente dos demais de sua época, ele não vivia e nem falava coisas atuais, ele estava sempre além da realidade em todos os sentidos. Muitos o chamavam de louco, mas será que ele era mesmo maluco? O que podemos analisar entre loucura e razão? Há quem diga que, a loucura não existe sem razão e nem a razão sem a loucura. Uma pessoa considerada louca em uma certa época, poderá ser considerada um gênio em outra. Ao longo da história da humanidade todas as pessoas que foram consideradas loucas com suas invenções criativas, mais tarde foram reconhecidas como grandes gênios. 

Seixas  teve muita dificuldade em adaptar-se por ver as coisas por uma ótica diferente, ele não se conformava com as mesmices de todos, ele era um protestante às ideias consideradas “IMEXÍVEIS” pela sociedade. E neste mundo em que vivemos, quando uma pessoa tem uma visão diferente dos demais, a pessoa começa a ser excluídas dos diversos grupinhos de luluzinhas que existe por aí. Santos Seixas tinha uma ideia muito forte do que era a vida, e batia contra  muitos movimentos considerados fechados na sociedade, tanto político como religioso. Ele foi filósofo, músico, cantor, compositor e ator, como também cursou filosofia na universidade da Bahia. 

Em sua meteórica carreira, chegou um determinado momento na vida  que ele foi se distanciando de Deus ou das coisas sagradas que ele mesmo lera na Bíblia, e começou a se interessar pela filosofia de Aleister Crowley e do caminho do egoísmo, como ele mesmo se declarava: "Eu sou egoísta”. O Nosso querido Raul Seixas findou o seu tempo e partiu para o mundo das eternas dimensões. No tocante ao seu distanciamento da religião,  ele mesmo cantou na música : EU NASCI HÁ DEZ MIL ANOS ATRÁS. O nosso espírito na verdade é antiguíssimo, todos nós já existíamos antes de ganharmos um corpo humano. Mas a igreja romana fez de tudo para ninguém jamais saber de nada. Já na música PEDRO ele arremata:  eu não tenho nada a ti dizer / Mas não me critique como eu sou / Cada um de nós é um universo, / Pedro, onde você vai eu também vou... 

Uma coisa que se aprende ou detecta-se  nas letras de Raul é que, de um modo geral,  todo cidadão comum nessa  sociedade de consumo ou dos Shoping Center almeja comprar um carro do ano, comprar uma casa, morar num lugar maravilhoso, mais as pessoas que chegam lá, com o passar do tempo, percebem que tudo isso é vazio, lutou a vida inteira que nem um doido, um doente mental para conquistar. E aí chega… Daí percebe que tudo isso é um enorme vazio. Aparece a depressão, começa a vir a angústia, haja vista não ter sentido as pessoas desesperadamente lutarem tanto para viver uma vida sem sentido. Raul, deixa tudo isso muito claro quando compôs OURO DE TOLO e numa das estrofe ele diz: “...E você ainda acredita que é um doutor, um padre ou policial que está contribuindo com sua parte para esse belo quadro social... Nessa música ele retrata,  nas entrelinhas, a repressão, a mesmice, e a chamada tolice ou babaquice. 

Quando é lembrada a passagem dos seus 75 anos de idade, vem a nossa mente a certeza que nas décadas de 50, 60, 70 e  80 houve uma geração de brasileiros que acompanhou os três maiores caipiras da música mundial: Luiz Gonzaga que nasceu em Exu, Elvis Presley em Memphis e Raul Seixas na Bahia... Quem neste mundão de my god é cinquentão curtiu adoidado o Mensageiro ou Profeta do Apocalipse no final de uma era nas saudosas décadas de 70/80 do Século passado. Quem viajou no TREM DAS SETE sabe muito bem do que estou falando... Raul Seixas era um poeta, místico e filósofo catastrófico. Raul Seixas deixou um vácuo gigantesco na música e na cultura moderna, especialmente no que diz respeito a sua mensagem que não foi completada por ter morrido com apenas 44 anos de idade, lamentavelmente. 

Por fim, a  trajetória do carimbador maluco, mais conhecido como  Maluco Beleza sempre esteve atrelada a um certo tom místico e visionário, mas ninguém imaginava que uma letra de sua autoria juntamente com Cláudio Roberto pudesse falar tanto de 2020 quanto O DIA EM QUE A TERRA PAROU.  Todo o desenrolar da letra relata um dia em que o mundo inteiro decidiu não sair às ruas, curiosamente, muito semelhante ao cenário imposto pela pandemia dessa praga esquerdista “incarnada” altamente contagiosa e letal que é o tal do COVID-19.    A letra da música  trata de uma narrativa muito atual, a “antevisão” de Raul falhou em um pormenor ou particularidade. A letra diz que “o doutor não saiu pra medicar, pois sabia que não tinha mais doença pra curar”, ou seja, o enclausuramento imaginado pelo compositor não parece ter relação com a realidade, haja vista que os dirigentes do país não estão nem aí com a pandemia, há um  deles, diga-se de passagem, um bunda suja, que chama isso de uma simples gripezinha, pois o que eles sabem e fazem muito bem  é politicar. O mesmo não se pode dizer dos profissionais de saúde, a turma do jaleco branco: esses sim, saíram de casa  para medicar porque sabiam que tinha uma doença pra curar...







domingo, 28 de junho de 2020

COMPRAS À MODA ANTIGA: CADERNETA DO FIADO

Com a crise, fiado volta a ganhar força | Notícias | SOS Consumidor

Sonia Regina - Santos(SP)

No século passado, antes da era dos Supermercados muitos cidadãos brasileiros utilizavam as famosas “Cadernetas”, não as de “Poupança”, eram do “Fiado”. Funcionava assim: o estabelecimento fornecia uma caderneta que ficava com você onde o comerciante anotava suas compras. Ao final do mês a caderneta era entregue ao comerciante para apurar o valor total, quando o débito era quitado, as vezes no mesmo dia já estreava a nova. Não eram cobrados juros, nem que o freguês estivesse passando por maus momentos. O pequeno comerciante não pertence a classe alta, convive com seus vizinhos, não raro o filho do devedor ser amigo de seu próprio filho. Todos se conheciam no bairro e a maioria sabia que deviam cuidar uns dos outros.

Tivemos também as não menos famosas “Notas Promissórias” logo apelidadas de “Papagaio”. Essa modalidade era utilizada por grandes lojas e somente eram aceitos compradores que não tinham qualquer dívida em atraso na praça, ou seja, a frase “Nada Consta” na ficha cadastral era o ponto de partida. Em seguida, entra nas negociações os carnês que também necessitavam de um bom cadastro para serem aprovados.

A Empresa Brasileira de Comércio e Exportação ltda. proprietária das lojas Erontex, na década de 50/60 divulgava na TV a comercialização de seus tecidos para pagamento na modalidade de carnês acompanhados de cupons para sorteio de vários prêmios.

Vale destacar que a Erontex também inovou vendendo cortes de casimira tropical com preços bem baratos para a época pois, a metragem era adequada para uma calça comprida ou uma saia. Nos dias atuais a quantidade de pano talvez rendesse duas saias. Considero a saia a peça mais eclética do vestuário feminino, a saber: saia godê, envelope, evasê, pregueada comum, prega macho e a preferida “Justa”. A saia justa, com seu comprimento da época, era a mais utilizada afinal, delineava as curvas do corpo com uma abertura que podia ser lateral, dianteira ou traseira para melhor desempenho dos movimentos mas, o tamanho era sempre de acordo com a ousadia da sua dona sem essa neurose pelas medidas: 90 x 60 x90 o importante era cuidar da cintura para fazer jus ao modelo “Violão” e até saborear o não menos famoso “Fiu Fiu.

Nem tudo ficou no passado. Na mesma rua onde moro, tem uma pequena mercearia que até hoje fornece alimentos com anotações em cadernetas e tenho certeza, que essa é uma forma de venda em várias partes do Brasil.

Quanto as saias justas, perderam as aberturas traseiras. Elas ficaram curtíssimas, deram total liberdade de movimentos e para alguns, aboliram o exercício do imaginário.

* * *

Minha receita para serenar nosso Espírito com a beleza da música e dança através dos tempos.


sexta-feira, 26 de junho de 2020

O MUNICÍPIO DE CAPOEIRAS(PE) DÁ EXEMPLO DO BOM COMBATE AO CORONAVÍRUS



Coronavírus: AARB divulga medidas de segurança para Autoridades de ...

Por Altamir Pinheiro

Enquanto o Brasil  anda a passos largos  para atingir os 100 mil óbitos e quem sabe, 2 milhões de casos confirmados e é o 2º com mais vítimas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, o município de Capoeiras que  está encravado entre São Bento do Una e Águas Belas,  que tornaram-se em calamidade pública pelo número de mortes que esses dois municípios já contabilizaram com o Covid-19, Capoeiras é motivo de exemplo no que diz respeito ao bom combate a pandemia que assombrou o mundo. A equipe de epidemiologia, o secretário de saúde e a prefeita do município foram agraciados  com o merecido  Certificado de Reconhecimento no que se refere  ao mês de maio, onde Capoeiras encerrou com uma ótima porcentagem  no grupo dos cinco melhores municípios da abrangência da V GERES, com sede em Garanhuns. 

A prefeita Neide Reino por ter sido uma das melhores secretárias de saúde do estado  na gestão de seu marido, juntou-se ao atual secretário de saúde e uma equipe muito bem formada, escolhida a dedo, e o que vimos e ainda vemos foi um trabalho diuturno que começou lá atrás, quando surgiram os primeiros casos na capital pernambucana no começo de  março.  A partir daí o trabalho foi crescente, incluindo ações que foram desde a reorganização do pessoal da saúde do município até o remanejamento de outros  profissionais  na linha de frente contra o corona; de articulação com a sociedade civil, o cuidado com a feira, principalmente a de verdura,  carne e do queijo,  até a exigência  de máscaras de proteção; de campanhas educativas para população à barreira sanitária com averiguação de  veículos no pórtico de entrada da cidade; todas as investidas que a equipe de saúde fez com a comunidade foram e são dignas de aplausos. Jamais a prefeita politizou a pandemia nem muito menos se propôs  a  procurar  holofotes e refletores para  se promover. Muito pelo contrário, arregaçou as mangas, foi a luta,  e praticou o bom combate. 

Enquanto o país assiste passivo a expansão do vírus, o município de Capoeiras procurou desenvolver um plano de contingência para reagir à eventual contaminação de seus moradores e treinar servidores da área de saúde. Era uma iniciativa de precaução, mas que acabou abrindo caminho para a cidade se destacar, em todo o Agreste Meridional,  na adoção de políticas públicas antecipadas para lidar com a pandemia. Na época que a prefeita começou a comandar  o grupo da saúde  de resposta rápida, ninguém em Capoeiras  tinha ainda a dimensão que essa praga contaminadora e  letal alcançaria, mas isso  deu uma grande vantagem  aos capoeirenses: quando o vírus chegou, a prefeitura já  tinha um planejamento e uma reflexão sobre como agir, pois não é à toa que a saúde de Capoeiras recebeu, MERECIDAMENTE,  o diploma destaque de combate ao vírus da Gerência Regional de Saúde do Estado de Pernambuco. Desde já, o município está de parabéns. Os fatos todos estão aí, à prova. Vejam que são explícitos, escancarados, inquestionáveis.

JUSTIÇA NEGA PEDIDO DE DESBLOQUEIO DE BENS DO ESPÓLIO DE MARISA LETÍCIA


O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negou, nesta quarta-feira, dia 24, o desbloqueio de bens do espólio da ex-primeira dama Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O advogado de Lula, Cristiano Zanin, informou ao G1 que vai recorrer. O bloqueio patrimonial foi ordenado pela Justiça Federal do Paraná, no âmbito da Operação Lava Jato.

A ex-primeira dama morreu em fevereiro de 2017. Em julho, a 13ª Vara Federal de Curitiba concedeu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) e determinou o sequestro judicial de bens do casal, de mais de R$ 13,7 milhões. Entre os bens bloqueados estão apartamentos e terreno localizados em São Bernardo do Campo (SP), veículos, planos de previdência privada e dinheiro depositado em conta bancária.

GARANTIAS – A medida, segundo a Justiça, tem por objetivo garantir o pagamento da pena pecuniária e da reparação dos danos dos crimes de corrupção e lavagem dinheiro pelos quais o ex-presidente foi condenado na ação do triplex do Guarujá (SP), em 2018, e pelo qual ficou preso de abril daquele ano até novembro de 2019.

Além disso, a Justiça cita suspeitas de ilicitude na obtenção dos bens, devido à possibilidade de relação com palestras realizadas por Lula, que estavam sob investigação. “Ocorre que a Polícia Federal, recentemente, relatou o inquérito, após quatro anos, e concluiu que não foi identificada qualquer ilegalidade nas palestras do ex-presidente, tal como sempre demonstramos”, diz Cristiano Zanin.

DESBLOQUEIO – A defesa pediu o desbloqueio em primeira instância, o que foi negado. Apelou, então, ao TRF-4. No ano passado, o tribunal negou pedidos de desbloqueio em setembro e em novembro.

“Vamos recorrer após a publicação do acórdão, para que essa decisão seja revertida, com a liberação do patrimônio do espólio da Dona Marisa, diante da ausência de qualquer razão jurídica para que ele permaneça bloqueado”, afirma Zanin. A decisão foi unânime. O acórdão, com a íntegra dos votos do julgamento, ainda não foi publicado. - Fonte: Deu no G1. -

TRF-4 REJEITA MAIS UM PEDIDO DE SOLTURA E MANTÉM EX-GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL PRESO


Correntes nos pés - Contraponto

Uma semana após negar um pedido de soltura do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) voltou a rejeitar um segundo habeas corpus protocolado pela defesa, nesta quarta-feira (24). Cabral está preso em Bangu por condenações derivadas da Operação Lava Jato.

“Sérgio Cabral é colaborador da Justiça e espera que os órgãos judiciais expliquem através de decisões fundamentadas a atual necessidade da manutenção da sua prisão preventiva”, disse ao G1 o advogado do ex-governador, Márcio Delambert.

ESQUEMA DE PROPINAS – No TRF-4, Cabral foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 14 anos e dois meses, por um esquema de recebimento de propina. Cabral respondeu a mais de 20 processos pela Lava Jato.

No segundo habeas corpus protocolado pela defesa, foi argumentado que não seria necessária a manutenção da prisão, já que foi decretada em 2016, e os fatos relatados no processo ocorreram entre 2009 e 2012. O pedido foi rejeitado por unanimidade. O acórdão com a íntegra dos votos ainda não foi publicado.

INCONSTITUCIONAL  – Na semana passada, a defesa alegava que a prisão seria inconstitucional devido ao novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a impossibilidade de executar a pena antes do trânsito em julgado, ou seja, que todos os recursos sejam esgotados.

Porém, no entendimento dos desembargadores do TRF-4, Cabral cumpre prisão preventiva decretada pela 12ª Vara Federal de Curitiba, o que não atinge a decisão do Supremo. No total, Cabral já foi sentenciado há mais de 200 anos pelos processos a que respondeu na Lava Jato. - Fonte: Deu no G1. -

quinta-feira, 25 de junho de 2020

SE LEONEL BRIZOLA SOUBESSE A FALTA QUE FAZ AO BRASIL, JAMAIS TERIA IDO EMBORA...

Movimento Trabalhista Leonel Brizola - Home | Facebook
Carlos Newton

No último domingo, dia 21, foram completados 16 anos da morte de Leonel Brizola, um dos maiores líderes políticos da História Republicana. Embora tenha sido perseguido implacavelmente pelo regime militar, Brizola nunca foi um esquerdista radical. Classificá-lo de comunista não tem o menor cabimento, até porque o engenheiro gaúcho jamais se interessou em se aprofundar nas teorias de Karl Marx e Friedrich Engels. Mas é claro que estava próximo às ideias do marxismo, devido à sua permanente preocupação com a população carente.

Ainda muito jovem, fez uma carreira extraordinária no Rio Grande do Sul, como deputado estadual, depois federal, prefeito de Porto Alegre e governador, notabilizando-se com um dos maiores construtores de escolas do mundo.

MUTIRÕES EDUCACIONAIS – Como prefeito e governador, sua prioridade sempre foi a educação. Utilizando mutirões nas comunidades, implantou uma rede de ensino primário e médio que atingiu os municípios mais distantes, inclusive nas zonas do pampa, de baixa densidade populacional, onde construiu escolas de madeira.

Foi recordista mundial, pois em quatro anos criou 5.902 escolas primárias, 278 escolas técnicas e 131 ginásios, colégios e escolas normais, num total de 6.302 novos estabelecimentos de ensino. Com isso. abriu 688.209 novas matrículas e admitiu 42.153 novos professores.

Cerca vez, assisti a um emocionado relato do grande jornalista Caco Barcellos, que narrou as dificuldades de sua infância pobre, dizendo que somente venceu na vida porque conseguiu estudar numa daqueles escolinhas de Brizola no interior gaúcho.

HERDEIRO DO TRABALHISMO - Brizola foi o legítimo herdeiro do trabalhismo do Alberto Pasqualini, genial sociólogo, advogado e político gaúcho, que tanto influenciou o governo de Getúlio Vargas, ao defender a tese de que o “capitalismo individualista precisa se transformar em capitalismo solidário, com uma socialização parcial do lucro”.

Pasqualini também se aproximava de Marx, por sustentar o princípio do Trabalhismo, de que “nenhum ganho é justo desde que não corresponda a uma atividade socialmente útil”. Além disso, ensinava que nem sempre o que constitui um ganho legal é um ganho justo, porque todo ganho deve estar sempre em função do valor social do trabalho de cada um. “Onde há ganhos sem trabalho, há parasitismo e usura social”, sintetizava Pasqualini.

Num país sem memória, Pasqualini é o gênio desprezado pelos brasileiros, criador de uma versão inovadora e brasileiríssima do Capitalismo, que encantou Brizola e os gaúchos em geral, mas acabou no esquecimento.

AS DESGRAÇAS DA SORTE – Como diziam Cacaso e Sueli Costa, “são as desgraças da sorte, são as traças da paixão”… e assim Brizola não conseguiu chegar à Presidência da República, atropelado por Lula da Silva, o “líder trabalhista” criado nos laboratórios do bruxo Golbery do Coutto e Silva e que desgraçadamente acabou tendo vida própria e levou o Brasil a essa situação que estamos.

Aliás, os militares estão nos devendo essa. Foram eles que conseguiram evitar que Brizola chegasse ao poder, em 1989. Será que estão satisfeitos? À exceção do corretíssimo Itamar Franco, que ameaçou colocar a PM de Minas na represa, para evitar a privatização de Furnas, que Paulo Guedes agora quer concretizar, tivemos de aturar Collor, FHC, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro, seis perdidos numa noite suja, diria Plínio Marcos.

Será que valeu a pena os militares terem evitado que Brizola assumisse a Presidência? Claro que não. E o pior é que Brizola se foi, não deixou herdeiros e hoje ninguém nem sabe o que significa o Trabalhismo à brasileira, a melhor opção política já criada desde que o homem aprender a votar.

quarta-feira, 24 de junho de 2020

LEGADO PARA A POSTERIDADE DOS 90 ANOS DE CLINT EASTWOOD



Por Altamir Pinheiro

Qualquer manchete cairá bem quando alguém for  escrever sobre um monstro sagrado da cinematografia mundial, assim como essa!!! CLINT EASTWOOD FAZ 90 ANOS: DE CAUBÓI DURÃO A FINO DIRETOR DE OBRAS-PRIMAS. Alguém, assim como eu,  já escreveu o seguinte ou mais ou menos desta forma   sobre esse noventão: Clint era um magrelo  que não tinha cara de ir muito longe — alto, cabelos cor de areia e tímido, ele mesmo não se via como o tipo certo para o estrelato. Há época da glamourizada Hollywood pedia-se  morenos, mandões, românticos. Só que, no caminho apareceu  um Leone tinha um Leone em seu caminho...  

Pois bem!!! A literatura mundial do cinema e seus respectivos cinéfilos nos afirmam que, Sergio Leone não viu as coisas assim. Com a ida à Itália e Por um Punhado de Dólares, de 1964, Clint tornou popular o caubói silencioso e durão, que chega a um lugar MUDO e, aventuras depois, vai embora CALADO como chegou. O sucesso popular chegou aos 34 anos e consagrou o tipo do estranho sem nome em cujo rosto parecia que o sol batia sempre forte. Mas, para todos os efeitos, era ainda um galãzinho do "western spaghetti", um gênero popularesco, definitivamente menor, de um intruso no Velho Oeste como Leone.

Clint Eastwood veio da TV  quando apareceu  com a série de western Couro Cru - Rawhide,  Ele dividia a Série ao lado de Eric Fleming, cujo papel era mais importante do que o de Clint, embora este seja o segundo nome no elenco. A série foi ao ar até 1965. Mas foi graças a esta série televisiva que a estrela de  Clint acabaria de encontro com o cineasta Sergio Leone (1929-1989), que introduziria o chamado Western Spaghetti, um novo estilo de se fazer faroestes bem diferentes dos americanos. Em 1964 Sergio Leone tinha conseguido 200 mil dólares para rodar seu primeiro western que se chamaria Por um Punhado de Dólares. Pensou em Henry Fonda, James Coburn, e Charles Bronson para o papel principal, mas os três recusaram.

Vejam só que ironia do destino: Indicaram então a Leone  ERIC FLEMING, o astro principal da série de TV  Couro Cru.  Mas Eric pediu 50 mil dólares para participar do filme. Portanto,  Leone recusou a pagar seu preço. Por sua vez, Leone ofereceu o papel a Clint Eastwood, o companheiro de Eric Fleming, com a oferta de 15 mil dólares, quantia esta que foi aceita por Eastwood, que acabou virando um grande astro. Eric Fleming, por sua vez, saiu da série Couro Cru, e foi filmar no Peru, onde acabou morrendo tragicamente em um acidente de filmagem, afogado num rio da floresta amazônica, aos 41 anos de idade.

Daí, Eastwood começou a ter destaque após interpretar o misterioso Homem sem nome na trilogia dos dólares de Sergio Leone. Os filmes Por Um Punhado de Dólares (1964), Por uns Dólares a Mais (1965), e Três Homens em Conflito (1966) foram um verdadeiro sucesso em terras italianas e norte-americanas, em especial o último, que fez Clint Eastwood se tornar famoso mundialmente. Em que pese ser um ator mediano ou meeiro, ele sempre nos passava a impressão de ser o herói ou anti-herói monossilábico, com ar impenetrável – uma combinação perfeita para o estilo cara-de-pedra. Mesmo não sendo um grande ator era uma figura bastante carismática, pois o vejo, cada um com seu estilo ou linhas bem  diferentes,   como o sucessor do grande John Wayne. Não à toa que o mestre Sérgio Leone costumava afirmar que,  “Eu gosto do Clint Eastwood porque ele tem somente duas expressões faciais. UMA COM O CHAPÉU E OUTRA SEM ELE...”.

O nosso tributo  a Clint Eastwood pelo seu aniversário é em razão  dele ser uma das grandes lendas VIVAS do cinema que no última dia 31 de maio completou 9  décadas de existência,  e uma vida cheia de lutas, prêmios e glórias. Conforme nos relata com muita precisão  o pesquisador e estudioso da biografia de Clint, o carioca Paulo Telles,  ele é  um artista que não se deixou abater pelo avanço da idade e que continua firme e forte em seus projetos, um exemplo para seus amigos, colegas de profissão, e fãs que com o passar do tempo se transformou   nesse espetacular  ator, produtor e diretor. Seu nome de batismo  é Clinton "Clint" Eastwood  Jr, nascido em São Francisco, Califórnia, sua família era  de ascendência escocesa, inglesa e irlandesa,  de classe média e protestante.

Por fim, que fique bem entendido: quando me refiro a esses  dois "monstros" sagrados do cinema,  pois  é bom que fique bem evidenciado  que, na verdade,   John Wayne foi melhor apenas um degrau acima. Eu ousaria afirmar que os dois astros não eram grandes atores, e sim altamente carismáticos. Afinal, os dois tinham uma presença fascinante nas plateias do mundo inteiro!!!



terça-feira, 23 de junho de 2020

EX-DEPUTADO PEDRO CORREIA PERGUNTA PELOS 12 MILHÕES QUE LULA ROUBOU DOS COFRES PÚBLICOS



Em entrevista exclusiva ao blog de Magno Martins, rompendo um silêncio de quase sete anos de prisão, o ex-deputado Pedro Corrêa Neto, também ex-presidente nacional do PP, afirma que a prisão de Lula foi a maior afirmação da justiça brasileira. "Tive sete mandatos de deputado desde a época de Figueiredo, vi muita corrupção e convivi com muitos corruptos, mas nunca assisti tanta roubalheira quanto no Governo de Lula e do PT em geral. Foi o maior assalto aos cofres públicos da história", afirmou.

Corrêa não assume, categoricamente, que Lula é ladrão, mas suspeita do seu patrimônio, dando a entender ser fruto das corrupções em seu Governo. "Ele declarou uma poupança de R$ 12 milhões. De onde veio esse dinheiro? Eu não roubei, o dinheiro que arrecadei foi para campanhas, inclusive de Lula, que foi pobre e mudou de vida muito rápido. Eu venho de uma família rica, diferente dele", afirmou.

Corrêa assume que cometeu ilegalidades ao arrecadar dinheiro da Petrobrás, mas que não estava envolvido da arrecadação do mensalão. Entre as declarações do ex-parlamentar, ele também assume que a sua delação premiada foi fundamental para prisão do ex-presidente Lula.
“Eu digo que ele (Lula) sabia de tudo, pois ele sabia que íamos para a Petrobrás para arrecadar recursos, para poder financiar o partido. Ele sabia que o fundo partidário não dava. Na campanha dele de 2006, nós pedimos dinheiro a ele. E ele falou que "Paulinho" (Paulo Roberto, presidente da Petrobrás) tinha dito a ele que a gente estava bem de dinheiro. Mas o José Janene arrecadava sempre dinheiro e passava pro PT através do Delúbio Soares”, disse.

Perguntado sobre a sua relação e o que achava do ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro, Corrêa diz que ele perdeu o seu respeito ao aceitar o cargo. “Ele condenou Lula, que era o principal opositor de Bolsonaro. Ele foi para um governo que não sabia para onde estava indo. Eu não votaria em Bolsonaro porque ele é assim. Eu sei quem ele é. E Moro saiu mal, saiu batendo no presidente”, afirmou. Veja abaixo a sua íntegra:

O SENHOR SE SENTE INJUSTIÇADO?

Em relação à prisão da lava jato, sim. Não tenho mais nada a ver com a Lava Jato. Estou preso por conta da minha condenação no Mensalão. Fui condenado a 7 anos, dois meses e sete dia e estou preso há 6 anos, seis meses e 17 dias. Eu já deveria estar solto faz tempo, mas por uma incompreensão do ministro Roberto Barroso, que não quer cumprir uma decisão do colegiado do Supremo, que decidiu que o decreto do ex-presidente Temer era constitucional e que ele tinha autoridade para fazê-lo, que me deu o indulto, apesar de eu não ter podido pagar a multa. A multa era de 900 mil reais. Quando o juiz mandou para a vara de execuções, ele corrigiu para 1,6 milhão e hoje está em 3,5 milhão. Se eu tivesse o dinheiro que dizem que eu tenho eu já teria pago.

O SENHOR FOI ACUSADO DE ROUBAR. MAS O SENHOR ROUBOU?

Eu não vou dizer a você que eu não tenha cometido nenhuma ilegalidade. Eu cometi. Eu era presidente do partido e eu arrecadei muito dinheiro da Petrobrás e etc. O Mensalão eu não fazia parte da arrecadação, eu pedi como sempre pedia aos empresários amigos. O pessoal da Lava Jato diz que nós arrecadamos R$ 400 milhões, que não é verdade. Porque esse dinheiro tinha que ter passado em algum banco, em algum lugar... e na verdade não teve isso. O Youssef, que foi preso, que arrecadava dinheiro da Petrobrás nesse caso. Isso era uma coisa comum. A Petrobrás sempre fez isso, em todos os governos. Por ter ligações com usinas, eu fazia parte da bancada do açúcar, então eu arrecadava dinheiro do Sindicato do Açúcar e usineiros.

ESSE DINHEIRO QUE O SENHOR FALA – DE R$ 400 MILHÕES – FOI DESTINADO PARA A CAMPANHA DE LULA TAMBÉM?

Claro. Para todos os partidos. O Youssef arrecadava para todos os partidos. No final, Paulo Roberto Costa queria ser presidente da Petrobrás e queria fazer uma bancada. Então se ligou a vários partidos. Quando nós indicamos o nome dele pra diretoria de abastecimento, foi aceito com muita facilidade, com exceção do presidente da Petrobrás. Pois o ex-diretor dizia que dava "1 milhão e tanto" para o presidente da Petrobrás. E isso ficou provado. E teve uma encrenca grande para nomear o Paulo Roberto. O presidente Lula teve que intervir nessa questão.

O PT CRIOU AQUELA IMAGEM DA ÉTICA E DOS BONS COSTUMES. O SENHOR QUE CONVIVEU DE PERTO, O QUE PODE DIZER?

O PT, como todo partido que foi para a presidência, quis montar uma base aliada para garantir a administração, a partir do Mensalão. O PT não estava preparado para ser Governo. Lula estava, mas o PT, não. Eles acharam que tinham que colocar a companheirada toda deles nos cargos. Aí colocaram gente incompetente. Sindicalistas, gente que não tinha noção de gestão pública. Esse povo gerou essa corrupção tão grande, a maior do País. Se envolveu num mar de lama.

POR QUE OS LULISTAS ACHAM QUE LULA NÃO É CORRUPTO?

É essa coisa de achar que ele é a tábua de salvação. Eles sabem que não tem outra liderança. Haddad e esses outros não existem. Lula está velho, sem saúde e não tem outro. Eles estão com medo de Ciro, que Ciro vá ser o novo Bolsonaro da próxima eleição. Eu pensava que pudesse ser Moro. Mas quando Moro foi ministro ele perdeu o respeito a nação, pois não podia ter sido ministro de Bolsonaro, um governo que ele mesmo ajudou a construir.

DIZEM QUE A SUA DELAÇÃO PREMIADA FOI FUNDAMENTAL PARA A PRISÃO DE LULA. É VERDADE?

É. Tanto é que se você pegar a sentença da condenação de Lula, o Moro usa a minha delação em 25% dela. E se for pegar o TRF4, os desembargadores citam longamente a minha delação. Eu digo que ele sabia de tudo, pois ele sabia que íamos para a Petrobrás para arrecadar recursos, para poder financiar o partido. Ele sabia que o fundo partidário não dava. Eu conversei diversas vezes com ele sobre isso, fazíamos reunião de 15 em 15 dias. Eu, ele e Zé Dirceu falamos várias vezes. Eu me lembro, por exemplo, que na campanha dele de 2006 pedimos dinheiro a ele. E ele falou que "Paulinho" (Paulo Roberto, presidente da Petrobrás) tinha dito a ele que a gente estava bem de dinheiro. Mas o José Janene arrecadava sempre dinheiro e passava para o PT através do Delúbio Soares.

COM QUEM O SENHOR FICOU PRESO E DIVIDIU A CELA?

Zé Dirceu, Delúbio Soares, Pedro Henry, Valdemar Costa Neto, Zé Genuíno... vivíamos todos lá dentro. O banheiro era coletivo, tinha uma cortina e pronto. Isso era na Papuda. Depois fui para o Cotel e depois para Canhotinho. Fiquei até abril e depois fui para a Polícia Federal em Brasília. Em seguida parti para da Curitiba, onde estava Marcelo Odebrecht, esse pessoal todo. Na PF, eu dormia na cama e Marcelo no chão. Era um cara que não tinha nada dessa coisa de rico. O negócio era fazer exercício, era oito horas de exercício.

QUANDO VOCÊS RECEBERAM A NOTÍCIA DA PRISÃO DE LULA?

Eu estava em Recife. Eu saí no dia 1 de março de 2017 porque eu não aguentava mais ficar em pé. Eu me internei quatro vezes. Mas eu já estava em casa quando vi a prisão de Lula. Acho que ele foi preso um ano depois da eleição. E achei justa a prisão dele, porque ele tinha que pagar. Ia ser diferente dos outros? Ele deixou os amigos dele na mão. Deixou Zé Dirceu, Palocci, todo mundo se lascar. E aí botou Dilma e nada chegava nele. Chegou nele e chegou na Dilma. Quando fui fazer minha delação, eu avisei a todo o pessoal o que eu ia falar. Eles disseram que iam prender meu filho, minha nora e minha filha. Então, eu tinha que falar. Fiz delação e ele sabia de tudo. Eu apresentei todos os documentos que eu tinha, de valores, transferências, projetos aprovados Petrobrás, fotos de reunião com o presidente Lula... e outras coisas.

LULA É UM HOMEM RICO HOJE?

Não sei. Mas certamente ele é mais rico que eu. Ele disse que tem R$ 12 milhões numa conta e eu não tenho nem um tostão. Meu patrimônio todo não é nem R$ 6 milhões. Não sei como o dinheiro dele se multiplica tanto. Acho que todo diz um dinheiro dele dá luz a outra nota de cem. Já os filhos, eu não sei.

POR QUE O SENHOR SILENCIOU POR TANTO TEMPO?

Talvez eu escreva um livro. Eu fui deputado por 28 anos. Minha vida foi toda política. E acho que o País precisa de pacificação. Não sei para onde o país vai. Antes existia um acirramento na campanha, mas depois parava. Agora, não sei é porque a esquerda não aceita a vitória a direita, mas tem destruído as pessoas e desestabilizado o governo. Hoje, as pessoas tem medo de tomar atitudes no governo e amanhã estar depondo na Polícia Federal, estar com o rosto estampado nas páginas dos jornais.

NESSE GOVERNO BOLSONARO TEM CORRUPÇÃO?

Eu não sei. Sei que Bolsonaro nunca recebeu nada de Mensalão nem Lava Jato. Jair só recebia uma cota de selo do fundo partidário. O deputado tinha uma cota de 10 mil selos por mês, que naquela época correspondia a R$ 20 mil. Mas Jair queria mandar 500 mil cartas, então não tinha jeito. Mas aí eu arranjava para ele mais 30 mil selos, pelo fundo partidário. Dinheiro vivo, ele não queria. Ele dizia para dar para outra pessoa, pois ele não precisava. A campanha dele era barata, só gastava com selo para mandar santinho.

ENTÃO A OPOSIÇÃO NUNCA VAI PEGAR BOLSONARO EM CASO DE CORRUPÇÃO?

Eu não acredito, pois ele nunca recebeu nada, pelo menos no período que estive à frente do PP.

POR QUAL MOTIVO O SENHOR ESTÁ SEM A TORNOZELEIRA?

Estava ferindo minha perna, pois sou diabético. Tive até que fazer cirurgia. Tem um despacho da juíza autorizando-me a retirar. O dermatologista disse que eu não posso usar em nenhuma das pernas, pois causa ferimento.

O QUE O SENHOR DIZ SOBRE SUPREMO NÃO TER DADO ANDAMENTO AO PROCESSO DE SUA LIBERDADE?

O Supremo não aceita crítica. Acho que essas coisas de dizer que vai estuprar filha de ministro é um absurdo e tem que combater. Mas eles se acham deuses. Ele sequer se adequa ao que decidiram. Eu tive direito a indulto de Dilma e Temer e eles não consideraram. Meu processo foi para as mãos do Barroso, ele perdeu por 7 a 4 no Plenário e mesmo assim ele não cumpre. Ele está sentado em cima do meu processo. Sou diabético, tenho preferência, sou idoso, estou preso e ele não decide. Eu vou entrar com uma medida para mostrar que ele tem que decidir. Isso é abuso de autoridade. Mas aí você vai reclamar do Supremo? Depois do Supremo, só Deus. Os caras são intocáveis.

DEPOIS DISSO TUDO, O SENHOR PENSA EM VOLTAR À POLÍTICA?

Eu não sei, o futuro a Deus pertence. Estou com 72 anos e muitos eleitores meus já morreram (risos).

O SENHOR TEM ALGUMA MÁGOA COM O EX-DEPUTADO ROBERTO JEFFERSON, QUE INCLUIU SEU NOME NA LAVA JATO?

Eu tinha uma ligação estreita com ele, era meu amigo. E quando ele foi acusado de receber aquele dinheiro do funcionário dos Correios, eu estava indo para Brasília com Severino Cavalcanti e tinha um recado que Roberto Jefferson queria falar comigo. E aí fui à casa dele, e ele me pediu pra eu falar com Severino para dar mais tempo a ele, pois ele iria se defender. E eu falei que Severino ia dar esse tempo. Mas eu disse para ele: "Roberto, vê bem o que você falar. Só diga o que você tiver certeza de que é verdade." E ele disse: "Esse filho da p*** do José Dirceu quer me jantar e antes de ele me jantar eu vou almoçar ele". Ele estava com muita raiva do PT. Eu até falei com Zé Dirceu, mas Dirceu disse: "Se der o governo a Roberto, mesmo assim ele não fica satisfeito". E aí estava nessa confusão. Quando foi no outro domingo, eu vi no jornal que Roberto tinha colocado meu nome. Eu quebrei todos os meus sigilos, mas não adiantou. Joaquim Barbosa não aceitou e me meteu na história. Imaginou que eu tivesse uma relação obscura com o PT e foi isso. Então, fiquei com mágoa de Roberto Jefferson e não quero conversa com ele.

O SENHOR FOI CONDENADO E PRESO POR SÉRGIO MORO. É VERDADE QUE O SENHOR FAZIA ELE DESCONTRAIR E ATÉ RIR COM SUAS REAÇÕES INUSITADAS?

Sim. Eu sou um sujeito brincalhão e todo mundo diz que sou simpático. Todo gordinho é simpático. E eu tive duas passagens com Moro. Uma foi em relação a testemunha que era de Limoeiro, um negociante de gado. Só que ele tinha morrido e eu não sabia. Aí chegou na audiência e Moro reclamou do advogado, pois o cara estava morto. Só que eu disse que a testemunha era muito importante para mim. Eu disse que em Pernambuco tinha um pai de santo que iria fazer uma sessão de materialização e a gente ia ouvir a testemunha (risos). Aí Moro deu uma risada que nunca tinha dado. Ele perdeu a compostura. E sempre passou a me cumprimentar. E a outra vez foi que ele mandou um recado dizendo que poderia fazer a audiência com Lula, quando fui ser testemunha contra ele. Foi muita confusão, o advogado me chamava de "meia testemunha" e eu pedi a palavra e disse que não ia aceitar isso e chamei o advogado de "um quarto de advogado". E aí foi o carnaval maior do mundo. Então, o Moro sempre conversava comigo. Agora, perdeu o meu respeito quando ele aceitou ser ministro da Justiça. Ele condenou Lula, que era o principal opositor de Bolsonaro. Ele foi para um governo que não sabia para onde estava indo. Eu não votaria em Bolsonaro porque ele é assim. O pessoal está achando que Jair vai abrir contra o Supremo, mas não vai. Pode vir um trem carregado de dinamite, mas ele não abre. Eu sei quem ele é. E Moro saiu mal, saiu batendo no presidente... tiraram o COAF dele pois os parlamentares não gostam dele. Ele não conseguiu agradar. Ele não aprovou os projetos dele. Não acredito que o futuro político dele tenha sucesso. Pode ser deputado ou senador pelo Paraná, mas mais do que isso, não.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

AL PACINO, O MITO DA INTERPRETAÇÃO EM FILMES DE GÂNGSTERES COMPLETA 80 ANOS



Por Altamir Pinheiro

Pois é, gente, a lenda  Al Pacino já é um idoso: o nova-iorquino  completou  80  anos!!! Como afirma o  próprio Alfredo James Pacino, nascido em  abril de 1040,  “LENDA, EU? Por favor, lenda era Marlon Brando. Claro, o imitei quando era jovem”... Cresceu no Bronx, um dos bairros mais difíceis da Nova Iorque glamourizada. Quando adolescente cometeu alguns delitos e chegou a ser preso aos 20 anos. Sua verdadeira liberdade viria pelo universo da interpretação  quando  começou sua carreira cinematográfica atuando em 1969 no filme “Me, Natalie”, em um papel menor de apoio. A verdadeira estreia em um papel principal foi no drama “The Panic in Needle Park”, de 1971. Ali foi visto pelo grande diretor Francis Ford Coppola, que o levaria a viver o papel que o lançaria à fama mundial, o de Michael Corleone em “O Poderoso Chefão”.

Reverenciado por todos, seu rigor profissional é muito bem reconhecido. Pacino tem sido referência para seus companheiros de profissão, e imagem que garante qualidade e compromisso artístico para o público. A genialidade de Al Pacino também pode ser percebida nas recentes produções de “Era uma vez em Hollywood”, de Quentin Tarantino, e “O Irlandês”, de Martin Scorsese. As duas produções tiveram indicações ao Oscar 2020, mostrando parte do enorme talento do ator. Obra vasta que, para ser melhor entendida, requer um passeio pela trajetória cinematográfica deste grande ator. Um dos poucos atores que já receberam a tríade de prêmios conhecida como “Triple Crown”, usada para definir aqueles que ao longo da carreira ganharam ao menos um Oscar (cinema), um Emmy (televisão) e um Tony (teatro), Al Pacino agora é oitentão.

Incansável e talentoso, além de ser o Michael Corleone de Copolla, ele foi o Tony Montana em “Scarface”, policial, detetive, advogado, ganhou Oscar de Melhor Ator no 65ª Prêmio da Academia por sua atuação como o sedutor Frank Slade do encantador “Perfume de Mulher”, e foi muito premiado, no cinema e no teatro. Antes da vitória como Slade teve outras sete indicações à estatueta de Hollywood. Seu Michael Corleone lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante, assim como por seus papeis em “Dick Tracy” e “O Sucesso a Qualquer Preço”. Suas indicações ao Oscar de Melhor Ator incluem “O Poderoso Chefão – Parte 2”, “Serpico”, “Um Dia de Cão” e “E Justiça para todos”.

Em homenagem aos 80 anos da fera, reunimos uma seleção com alguns trabalhos memoráveis do ator para quem quiser assistir nessa quarentena do coronavírus,  desejando-lhe  felicidade por completar 8 décadas de vida, 5 delas dedicadas  ao cinema, teatro e televisão. EIS A SELEÇÃO:  Trilogia O Poderoso Chefão (1972) -  Serpico (1973) - Um Dia de Cão (1975) -  Parceiros da Noite (1980) - Scarface (1983) -  Perfume de Mulher (1992) -  O Sucesso a Qualquer Preço (1992) -  O Pagamento Final (1993) -  Advogado do Diabo (1997) -  O Informante (1999) -  O Irlandês (2019) –  Era Uma Vez em... Hollywood (2019). 



domingo, 21 de junho de 2020

O BRASIL NÃO PRECISA DE FUZIS, MAS DE HONRA, DIGNIDADE E MORAL

BOE faz 54 anos e recebe fuzis de última geração – Rádio Guaíba

Por Altamir Pinheiro

Juridicamente falando, indubitavelmente, o inabalável Sérgio Moro, hoje, é o   maior ídolo dos brasileiros de todos os tempos. Ele, mesmo antes de se eleger presidente, fato que só acontecerá em 2022, mesmo assim,  ficará na história e no coração de todos os brasileiros éticos e sensatos, pois,  LEI TEM NOME E SE CHAMA  SÉRGIO MORO. No tribunal da história, o  futuro presidente, com sua invulgar autoridade moral já entrou, já está ou já faz parte como o maior juiz brasileiro que esta nação já pariu.  Enquanto a posteridade não chega, aguente firme o tranco do presente, porque todos os cidadãos decentes desta nação continuarão do seu lado, doutor!!! nossa gratidão será eterna por você ter jogado na cadeia, sem contemplação, baitas  empresários, homens infinitamente  ricos e elitizados, além de políticos de todos os naipes. A inveja sobre esse cidadão está cercada por todos os  lados tentando massacrá-lo, inclusive o STF. A vaidade, a megalomania, o complexo de onipotência, que caracterizam os ministros do Supremo, principalmente os petralhas rabugentos, jamais aceitaram que um juiz de primeira instância tivesse tirados os holofotes de suas Excelências, de suas autoridades incontestáveis e, de terem sempre, a última palavra porque se acham donos da verdade absoluta. Quebraram a cara!!! 


Do outro lado aparece o gado ou  a manada do BOZO que sempre foi prepotente, inocente, pura e besta. Agora, o que dói é saber que o destino do país, há um ano e meio, foi entregue de bandeja ou mão beijada a essa turma da baixada fluminense, sinceramente,  faz digestão nos intestinos da gente como esse quarteto do gabinete do ódio (PAI & FILHOS) de estatura moral decadentes é de causar uma barriga inchada seguida de caganeira… Todos juntos com Moro ainda vai haver maneira da gente salva o país. Moro, no campo do caráter propriamente dito, é um homem divinizado, um homem íntegro, moderado, educado. Infelizmente ele é só um simples cidadão honesto que no momento não tem como mudar os destinos morais dessa nação.  Já pensou, se fosse presidente!!! Ele é um homem forte talhado para consertar o desarranjo total do país de terras arrasadas praticada pelos sabujos petralhas “incarnados” e, hoje, nas mãos de mercenários da laia de um Queiroz e adjacência.  Ao contrário desses maus elementos,   o ex-ministro Sérgio Moro é contra a safadeza, o abuso, o golpe sujo militar que estava prestes a ser parido  pela pilantraria da caserna e milicianos da baixada do Rio de Janeiro.


Eis  as reflexivas, meditativas e serenas palavras dessa muralha moralista que virou uma  fortaleza de caráter a toda prova:  “A corrupção não tem cores partidárias. Não é monopólio de agremiações políticas ou governos específicos. Combatê-la deve ser bandeira da esquerda e da direita”. - “Perdemos a dignidade, temos dificuldade de encarar a nós mesmos no espelho ou a comunidade internacional num cenário de corrupção sistêmica”. – “É imprevisível [calcular até onde vai a Lava Jato]. Ela começou com investigação de algumas pessoas envolvidas em lavagem de dinheiro em um posto de gasolina. Quando chegou na Petrobrás, o que se tinha era um fiapo, foi puxando aquele novelo e, de repente, tem um monstro”. - “Entretanto, mesmo vista com reservas, não se pode descartar o valor probatório da colaboração premiada. É instrumento de investigação e de prova válido e eficaz, especialmente para crimes complexos”. - “Não podemos tolerar ou conviver com essa naturalização do pagamento da propina”... Pois bem!!! Diante disso, façam o que quiserem fazer, mesmo assim, ele jamais será abatido. Muito pelo contrário, Moro já é uma vitória espetacular de todos nós por ter sido um ousado e atrevido juiz, que impediu a corrupção ser alastrada no Brasil. Portanto, o grande sonho da MANADA MILICIANA   não é só destruir essa muralha de pedra, tijolo e cal alicerçada por um caráter de carne e osso chamada Sérgio Moro. Eles querem mais, querem detoná-lo,  mas  jamais conseguirão!!! Haja vista que, o Brasil não precisa de fuzis, mas de honra, dignidade e moral.









quinta-feira, 18 de junho de 2020

ELEITOR DE CAPOEIRAS TEM TUDO PARA ELEGER UM PREFEITO DE MÃO-CHEIA


Por Altamir Pinheiro

Para todo  o pessoal que forma a comunidade de Capoeiras é comum relatos de algumas colocações como essas: fulana é uma cozinheira de mão-cheia; cicrana é uma costureira de mão-cheia; beltrano é um queijeiro de mão-cheia. Pois bem, esse dito popular está voltando ou já começou a cair na boca do povo e, se eleito, Capoeiras vai ganhar  um prefeito de MÃO-CHEIA. Trata-se do conhecido empresário Nego do Mercado que é pré-candidato a um cargo executivo na terra do queijo e da maior feira de gado  do Agreste Meridional. Nesta eleição quem se predispor ou optar pelo voto livre e soberano em Nego do Mercado vai ter certeza que está votando  num administrador que, na vida empresarial, tudo que fez  deu certo e tem tudo para na vida pública mostrar o que um gestor com senso  de responsabilidade deve fazer com o dinheiro dos impostos arrecadado. 

Para o  empreendedor determinado não há espaço para adiar ou retardar o que se tem para fazer hoje, pois o desejo de realizar aquilo que planejou é tão grande que ele sente prazer em fazê-lo. Mesmo que não saia como esperado, o mais importante é tentar e mostrar que sempre há um impulso novo para realizar algo de outras formas, até que se encontre uma solução eficiente. Este é o modo de proceder e o que Nego do Mercado  pretende implantar, com  uma nova modalidade  de administrar à prefeitura de Capoeiras a partir de 2021, caso consiga derrotar nas urnas os pré-candidatos  da oposição que estão  divididos, desunidos e rachados e devem levar mais uma surra eleitoral e tem tudo para serem  humilhados nas urnas  na eleição vindoura. Assim rezam as estatísticas e as pesquisas eleitorais  de opiniões públicas que já se encontram  nas mãos-cheias do candidato da situação que tem o apoio maciço da atual gestão. 

Por mais que o modernismo não seja o foco do administrador, MUDAR é algo comum entre as características de um bom gestor. Quem é dinâmico e tem visão larga não gosta de ficar parado e isso é essencial para um prefeito em que as constantes mudanças sociais,  naturais e de comunicação  afetam diretamente uma comunidade em qualquer parte do mundo. As redes sociais estão aí para provar. O futuro gerenciador dos destinos políticos de Capoeiras  é possuidor de uma grande  habilidade  em  organizar as coisas antes de agir. Essa é sua   característica maior  que vai ajudar muito na  sua  rotina,  assim que sentar  na cadeira do gabinete da prefeitura. Seus  objetivos e os propósitos  de Nego do Mercado vão bem além do que se imagina. Sua determinação é desde atitudes simples como uma agenda de tarefas em dia, até grandes ações como sua  preocupação com a combalida  infraestrutura do município que está bem longe do ideal e ele pretende tomar o caminho de Brasília para solucionar uma boa parte das carências que são enormes, mas ele pretende enfrentá-las de cabeça erguida para destravar e desatar esse nó cego. 

Além de ser um bem situado empresário na rede de varejo por  preservar a boa qualidade, também na política, Nego do Mercado vem se tornando um articulador  habilidoso, pois ao longo dos últimos dias,   como se vê, ainda há pessoas que buscam participar da política e das campanhas virtuais de forma ativa, de dentro, por acreditar em seu criativo projeto de governo  que ele    vai ofertar a toda  sociedade de Capoeiras.  O projeto de sociedade que Nego do Mercado promete defender vai trazer bons frutos para  toda comunidade que se propõe a  confiar em um futuro governo de  cara nova  que traz em seu bojo a renovação política dos quadros partidários do município. Se o eleitor de Capoeiras vinha se sentindo inseguro, neutro ou indeciso esse temor vai desaparecer por completo nessas eleições. Siga em frente, eleitor!!!  Segura na mão de NEGO  e vai...

quarta-feira, 17 de junho de 2020

SERGIO MORO: “A POPULARIDADE É IRRELEVANTE, COM O TEMPO A VERDADE PREVALECE”

O ex-ministro da Justiça Sergio Moro, em julho de 2019.

Ex-ministro, que teve imagem desgastada pela Vaza Jato e por sair do Governo, encara resistência em manifestos pró-democracia. Para ele, não há risco de ruptura no Brasil

Quando o ex-juiz Sergio Moro (Maringá, 1972) aceitou seguir o ultradireitista Jair Bolsonaro no Governo fez uma aposta arriscada. Entregava o seu capital político como símbolo anticorrupção a um deputado veterano e incendiário, um nostálgico da ditadura. A lua de mel acabou no fim de abril, como um divórcio ruim, não consensual e uma acusação bomba contra o mandatário: ele queria trocar o diretor-geral da Polícia Federal e interferir na corporação por interesses pessoais. O Supremo Tribunal Federal abriu uma investigação contra Bolsonaro e contra o próprio Moro.

Em uma entrevista por videoconferência desde Curitiba, onde está confinado com a família, por conta da pandemia de coronavírus, Moro critica os arroubos autoritários de Bolsonaro mas diz que não vê riscos de uma ruptura democrática. Perguntado se o vídeo podia ser exibido, negou o pedido, embora tenha feito Lives para outros veículos, e para o movimento Vem pra Rua.

Ele, que já teve bonecos infláveis gigantes com seu rosto exibidos em todo o país, diz que não se importa com sua queda de popularidade. Saiu de uma imagem positiva entre 60% dos entrevistados em maio de 2019 para 42% no mês passado, segundo o Atlas Político. A série de reportagens da Vaza Jato, que revelou bastidores da Lava Jato, e sua saída do Governo, contribuíram para essa mudança de percepção. Moro não vê relação entre a sua atuação como juiz da Lava Jato e o Estado de Direito fragilizado atualmente, como apontam seus críticos. “Ao contrário, o combate à corrupção fortalece o Estado de Direito”, defende. Também revela que depois de quase 24 anos como servidor público, sendo 22 na magistratura federal, terá de se reinventar profissionalmente, provavelmente no setor privado. Já começou a assinar uma coluna na revista Crusoé, ferrenha defensora da Lava Jato.

PERGUNTA: -  O senhor saiu do governo 16 meses após assumir o ministério com ataques ao presidente. Ele o enganou ou o senhor cometeu um erro de avaliação?

RESPOSTA: -  Quando entrei no Governo foi uma decisão difícil, largar a magistratura. O que disse publicamente é a pura verdade. As pessoas às vezes tendem a acreditar em conspirações, motivações ocultas. Minha intenção era ir ao Ministério da Justiça para consolidar os avanços [contra a corrupção] dos últimos anos, além de realizar um trabalho de combate ao crime organizado e à criminalidade violenta. Progressivamente, minha percepção foi que essa agenda, principalmente anticorrupção, não estava tendo a prioridade necessária e ao final, por conta dessa interferência na Polícia Federal… Sou um ex-juiz, temos uma formação, para nós, o rule of law, o estado de direito é fundamental. Para mim foi o momento em que entendi que já não fazia mais sentido minha permanência no Governo. Saí não porque queria prejudicar o Governo em meio à pandemia. Entendi que precisava, que tinha o dever de revelar os feitos que envolviam a minha saída, inclusive para proteger a Polícia Federal.

P. Sente-se decepcionado com o presidente com o compromisso dele de lutar contra a corrupção?

R. Eu permaneci fiel aos compromissos que me levaram ao Governo. Se ele permaneceu ou não é uma questão que tem de ser feita a ele.

P. O senhor se arrepende de ter assumido o Ministério da Justiça?

R. Não. Acho que fui fiel aos meus compromissos. Quando entrei a bolsa [de valores] subiu, as pessoas gostaram. Eu recebi muito apoio. Claro que tinham críticas também, mas em geral foi algo muito positivo. Tivemos queda expressiva em 2019 dos principais indicadores criminais, inclusive de assassinatos, que caíram 19%, algo que nesse percentual não tinha esse precedente histórico. Foi implementada uma série de políticas, mas infelizmente não foi possível ir adiante.

P. A questão dos homicídios dolosos depende dos governos estaduais. O enfrentamento é feito por eles diretamente, não pelo governo federal.

R. Ao contrário. O combate ao crime envolve muito a questão do simbolismo. Boa parte dos homicídios no Brasil, nas periferias, estão relacionados ao crime organizado. Não estou dizendo que não tem o mérito dos Estados e mesmo dos municípios. Tenho certeza se tivesse tido um movimento contrário, um incremento do número de assassinatos a responsabilidade iria se recair sobre o governo federal.

P. Na segunda-feira, ativista bolsonarista Sara Winter foi presa por atos antidemocráticos. Há uma escalada nos conflitos contra o Judiciário. Como os avalia?

R. No Brasil e em algumas partes do mundo vemos uma polarização excessiva, que dificulta o bom funcionamento da democracia, o diálogo, e isso gera falta de tolerância e impede que questões de construção de políticas públicas, por exemplo, sejam tratadas de uma maneira racional. Esses radicais, em particular, representam o extremo dessa polarização. Evidentemente há que preservar a liberdade de opinião. Agora essa liberdade de opinião não abrange a prática de crimes incluindo as ameaças explícitas contra instituições ou pessoas. Foi essa a situação que surgiu e infelizmente o Supremo teve de decretar a prisão pelos excessos cometidos.

P. O senhor se viu como alvo desses extremistas?

R. O que eu vi, principalmente depois da minha saída do Governo, são ataques dessa natureza nas redes sociais. Não sei até que ponto espontâneas ou não.

P. O senhor encarnou um desejo pela ética nas relações políticas. Havia quase uma unanimidade, era um apoio pouco visto para alguém da magistratura. Mas o senhor perdeu popularidade . Está sendo mal compreendido ou vê que alguns pontos de sua trajetória poderiam ter sido diferentes?

R. Minhas opções foram tomadas sob a perspectiva de fazer a coisa certa. Às vezes, fazer a coisa certa envolve consequências. Nunca foi um objetivo a questão da popularidade. Se houve alguma incompreensão dos motivos de minha saída, principalmente por uma parte dos apoiadores do presidente, eu lamento, mas isso não mudaria nada. A popularidade é irrelevante, não estou em concurso de popularidade. Existe também essa rede de desinformação que muitas vezes prejudica a percepção adequada dos fatos por parte das pessoas. Sinceramente não estou preocupado com essa questão. Com o tempo, a verdade acaba sempre prevalecendo.

P. Existem três manifestos em defesa da democracia. Dois deles colocam barreiras ao seu nome. Como se posiciona diante disso?

R. Parte um pouco da incompreensão do que foi a Lava Jato. Ela foi uma grande operação que revelou casos disseminados de subornos no âmbito do Governo federal durante a gestão dos presidentes eleitos pelo PT. Algumas pessoas têm essa visão de que houve um viés político, mas o fato é que se fizeram investigações e foram condenados agentes políticos da esquerda e da direita. Existe esse rancor que vem de longe. Estamos em um momento difícil com essa pandemia, as dificuldades econômicas, não penso que deveríamos estar discutindo defesa da democracia, embora se compreenda porque esteja se fazendo isso. A democracia se tem como pressuposto, é algo que não precisaríamos estar defendendo em um contexto normal.

P. Mas o senhor reconhece que é necessária essa defesa, não?

R. Sim, absolutamente. Considero necessário, mas é lamentável que tenhamos de estar discutindo isso.

P. Aceitaria estar com o ex-presidente Lula, com o PT, se eles quisessem em uma frente pela democracia?

R. Isso é uma questão desnecessária. Eu tenho definido o governo Bolsonaro como populista com arroubos autoritários. Temos uma democracia e instituições sólidas, não acredito que ela esteja de fato ameaçada, mas esse tipo de arroubo evidentemente é indesejável.

P. O presidente Bolsonaro foi deputado por 28 anos. Em várias ocasiões demonstrou esse flerte com o autoritarismo. Achava que ia ser diferente?

R. A grande maioria não pensava que isso ocorreria. Minha entrada no Governo na época foi vista por muitos que seria um elemento de moderação. Também eu teria esse papel dentro do Governo. Como tenho esse histórico de juiz também me via ali como uma espécie de um garante, em certa medida, de que não haveria esses arroubos autoritários. O mais relevante é que há uma reação forte da sociedade e temos instituições que estão reagindo. Em que pese todos os alarmes, temos um Supremo que está atuando com independência. Temos um Congresso que está funcionando normalmente. A democracia brasileira é consolidada, essas turbulências vão passar.

P. Então, não vê risco de uma ruptura constitucional?

R. Não vejo esse risco, mas isso não justifica os arroubos autoritários. Passaríamos melhor sem eles.

P. No ano passado o jurista espanhol Baltasar Garzón expressou críticas sobre sua atuação na condução do processo do ex-presidente Lula e por ter aceito ir ao Governo Bolsonaro. O que diria a ele?

R. Não quero entrar em um debate com Baltasar Garzón. Acho que existe uma certa incompreensão. No caso do ex-presidente eu o condenei em um processo e a sentença foi confirmada em outras duas instâncias. Logo foi condenado em outro processo. Tem toda uma realidade de uma prática sistemática de suborno no Governo dele. Temos a corrupção envolvendo agentes do Partido dos Trabalhadores, antes revelada no julgamento da ação penal 470 (caso Mensalão). Nunca teve nada a ver questão ideológica ou pessoal. É um álibi que foi tentado se vender no exterior em relação ao ex-presidente que ele seria vítima de uma de perseguição política e aí tenta levar para esse lado pessoal. Simplesmente cumpri meu papel como juiz.

P. The Intercept e outros meios, incluindo o EL PAÍS, cobrimos a Vaza Jato em que apareceram algumas movimentações que podem ser levadas na ação de suspeição que o envolve.

R. Essa é outra ilusão. Nada do que foi decidido nos processos, nas provas, nada é afetado por essas situações específicas. Acho que esse episódio aconteceu no passado, tem os hackers que estão respondendo aos processos. Isso não invalida nada do que foi abordado pela operação Lava Jato.

P. Na Lava Jato o senhor tinha uma comunicação estreita com os procuradores. O senhor acha que cometeu alguma falha ali?

R. Temos um modelo brasileiro em que o juiz que atua mesmo na área de investigação quanto na fase de julgamento. Tem gente que critica isso, mas é o que está previsto na legislação. Numa investigação como a operação Lava Jato, falar com o Ministério Público, com os advogados, com a polícia é algo usual. Sem querer reconhecer a autenticidade daquilo [a Vaza Jato], não existe nada que aponte alguma fraude, alguma coisa imprópria ou indevida. Sinceramente, acho que esse assunto é história antiga. 

TEMOS UMA DEMOCRACIA E INSTITUIÇÕES SÓLIDAS, NÃO ACREDITO QUE ELA ESTEJA DE FATO AMEAÇADA, MAS ESSE TIPO DE ARROUBO AUTORITÁRIOS EVIDENTEMENTE É INDESEJÁVEL.

P. Mas a questão é um julgamento do ex-presidente. Há uma corrente na comunidade jurídica que diz que a Lava Jato fragilizou o que o senhor mesmo defende, o Estado de Direito. Essas críticas não lhe...

R. Ao contrário, o combate à corrupção fortalece o Estado de Direito. Tem muita manipulação de discurso. Alguns dizem no Brasil fala que a Lava Jato representou a criminalização da política. Não, o político que comete um crime de corrupção o regular é essa conduta ser punida pelas Cortes de Justiça. Isso não tem nada de criminalização da política.

P. Como ex-juiz, como analisa os indícios, as provas, contra os filhos do presidente? Acredita que há material para levá-los a julgamento?

R. Esse tipo de avaliação entendo que não cabe a mim.

P. O senhor tem mais provas dessa suposta interferência do presidente na PF?

R. Essas questões estão sendo discutidas lá no Supremo.

P. Teme que essa investigação volte contra o senhor, de que se torne o alvo?

R. Não. Eu fiz o que era certo e o que eu disse era absolutamente verdade.

P. O senhor é visto como um nome para a eleição 2022. Onde se encaixa no espectro político?

R. Temos uma pandemia, um problema econômico muito sério com pessoas perdendo o emprego, pessoas sem renda, empresas fechando e acho que é absolutamente inconveniente qualquer debate envolvendo essas questões políticas. Existe uma agenda urgente no país a ser enfrentada e que não permite esse tipo de debate fora de hora. Não tem nenhuma discussão pertinente de esquerda ou direita ou sobre o que vai acontecer em 2022, 2026, 2030 ou eleições futuras. É muito cedo para esse tipo de conversa. Tudo seria especulativo.

P. Quais são os seus planos? Está procurando um trabalho?

R. Como consequência da saída do Governo, tem um período de quarentena jurídica para evitar conflitos de interesses. Nesses seis meses eu preciso me reinventar, provavelmente no âmbito do setor privado. Mas essas questões ainda estão em andamento. Agora, o desejo, de fato, é permanecer contribuindo para o debate público.

P. A ideia é continuar no Brasil?

R. Puxa vida! As coisas ainda estão muito prematuras. Talvez sair. Talvez ficar. Essa pandemia também complica todos os cenários. É uma situação um pouco difícil no momento.

P. Recentemente, o senhor tuitou que o governo Bolsonaro estava criando um ministério da propaganda. Esse é um termo que ficou forte entre nazistas. Crê que a gestão Bolsonaro tenha essa característica?

R. Não. Aí é exagero. Era uma crítica. Houve a transferência da Secretaria da Comunicação e me pareceu que o perfil principal era a área da propaganda. Mas propaganda que, de alguma maneira, todos os governos fazem. Isso não tem nenhum nada a ver com nazismo ou fascismo, necessariamente.

P. O senhor está de acordo com a presença de tantos militares no Governo? Não acha que isso fere um pouco a imagem das Forças Armadas? O tempo todo parece uma gestão de medo. Não vê isso como um elemento que colocou a democracia do Brasil em xeque?

R. A presença de militares no Governo não, necessariamente, é negativa. Eles têm um papel a desempenhar e isso acontece também em outros países sem que se cogite que isso envolva algum risco à democracia. Agora, essas invocações constantes das Forças Armadas e a necessidade de estar reafirmando nossos compromissos democráticos é ruim para o país. Traz instabilidade, afugenta investimento. A minha avaliação é que temos uma democracia consolidada, as instituições estão funcionando, estamos passando por momentos de turbulência.

P. Essa tensão permanente tem aumentado o número de pedidos de impeachment do presidente. O senhor apoiaria um processo de impeachment do Bolsonaro?

R. (Risos, seguidos de negativas com a cabeça). Não me cabe fazer essa avaliação. Veja, eu sou um cidadão comum hoje.

P. Mais ou menos. Uma coisa sou eu, somos nós aqui [entrevistadores] levantarmos uma bandeira. Outra coisa é o senhor. É diferente.

R. Não cabe a mim esse tipo de postura no momento. Essa é uma questão que depende do Congresso, se sim ou se não. O que eu fiz, já me trouxe bastante problemas. Saí do Governo, me expus a uma situação delicada. Perdi, não posso mais voltar para a magistratura.

P. Como o senhor avalia a gestão que Bolsonaro faz da pandemia?

R. Esse foi um dos motivos subjacentes à minha saída do Governo. Não me sentia confortável. Não é a minha área, a saúde, mas causava-me incômodo estar dentro do Governo e o presidente ter essa postura negacionista. Assim como o PT nega a ocorrência dos crimes na Petrobras, o presidente nega a existência de uma pandemia, o que dificulta qualquer política em nível nacional de combate ao vírus. Não se enfrenta a pandemia negando a gravidade dela. Isso faz com que nós tenhamos hoje 43.000 óbitos pelo coronavírus, o que é muito grave. Talvez, parte desses óbitos teria sido evitada com uma política mais racional por parte do Governo federal.

ASSIM COMO O PT NEGA A OCORRÊNCIA DOS CRIMES NA PETROBRAS, O PRESIDENTE NEGA A EXISTÊNCIA DE UMA PANDEMIA


P. Algo que está claro é que o presidente quer armar a população. O senhor era um desarmamentista no Governo?

R. Parte dos apoiadores do presidente defende uma maior flexibilização sobre o porte de armas. É uma reivindicação, em certa medida legítima, mas ela tem de ter os seus limites. Facilitar a posse de armas em casa, já que era uma promessa eleitoral do presidente, não é nenhum absurdo. Agora, tem sempre que se discutir até que ponto se vai. Em alguns momentos esse limite tem sido ultrapassado. Evidentemente, não é aceitável o discurso de armar a população para se opor às medidas sanitárias. Isso não tem como.

P. O senhor falou com o presidente desde que saiu do Governo?

R. Não.

P. Nem com a deputada bolsonarista Carla Zambelli [afilhada de casamento de Moro]?

R. [Risos constrangidos] Não.

FONTE: EL PAÍS.