Ainda não foram publicadas em pormenor, as diversasalíneas que fazem parte da proposta de revisão constitucional do PSD, apresentada pelo seu líder, pedro passos coelho.
Alguns dos assuntos que se seguem foram os mais ventilados na Comunicação Social
1º Aumentar substancialmente os poderes do PR, aumentar o tempo dos seus mandatos.
Convém lembrar que ao longo da sua História o PSD sempre lutou contra o aumento dos poderes presidenciais, tendo sido até por grande pressão sua, que foram diminuidos esses mesmo poderes (Era presidente o Gen. Ramalho Eanes).Isto acontece em vésperas da campanha eleitorial para o 2º mandato de Cavaco Silva, o primeiro Presidente da República da àrea da direita. Será inocente esta súbita mudança e este apego ao cargo de PR. ? Será coincidência ?
2º Aumentar de mais um ano a duração do mandato da Assembleia da República e e do Governo.Quando, segundo tudo indica , haverá eleições em 2011, a seguir às presidenciais e previsivelmente o PSD ganhará ,Pedro passos Coelho vai para o governo. Será o próximo 1º ministro. Com um PR com 6 anos em Belém não haverá vetos presidenciais e PPC, governará muito mais tranquilo . Será também coincidência ?
4º Retirar da Constituição a universalidade do Serviço Nacional de Saude .
Este é uma velha ambição do PSD. Quem não se lembra dos tempos de Leonor Beleza ...
" quem quer saúde paga-a ".
O mesmo se aplica para a universalidade da Escola Pública . Poderemos então dizer também : "quem quer educação ,paga-a ".
Estes dois pontos são extremamente penalizadores, numa época em que aumenta o desemprego e em que os salários e as reformas sofrem os mais violentos ataques através do aumento dos impostos.
5º E por fim ,liberalizar completamente os despedimentos.
Os sucessivos Acordos Laborais já tinham retirado muitos direitos aos trabalhadores. Mas ... o raio do despedimento com justa causa, estava na Constituição . E era preciso arrancá-lo de lá. E então lá vai : despedimento por "razão atendível" , frase que ,de facto, dará cobertura a tudo o que o patronato entender .
Exactamente porque nos esperam eleições legislativas em 2011, é bom reflectir no carácter deste salazarete, que de uma penada, queria fazer uma espécie de golpe de estado institucional.
Não estamos bem, muito pelo contrário.
Mas que se desengane, quem pensa que a generalidade dos portugueses ficará melhor.
Tenhamos alguma esperança que o Pardido Socialista não concorde com tudo isto a troco do apoio do PSD para aprovar o orçamento para 2011.
Mas o perigo existe.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
terça-feira, 22 de junho de 2010
José Saramago : ... hoje estamos cá e amanhã não estamos .
Morreu José Saramago.
Não morreu o escritor, que esse não morre e há de ser lido e relido e reinventado por milhares de leitores , ao longo dos tempos, pelo mundo fora.
Morreu uma voz clara e límpida , que a partir de hoje só poderá ser ouvida pelo que já disse , mas não mais intervirá, levantando-se a contra as injustiças do mundo .
E vai fazer falta , porque essa voz presente, ousada, quase sempre polémica, tinha a beleza e a força dos que nasceram para desassossegar, abalar ,desentorpecer. Os Índios de Chiappas, os Sem-Terra do Brasil, Os Palestinianos desapossados da sua terra e de todos os seus direitos à vida, sentirão muito mais do que os portugueses, a falta dessa voz que sempre esteve ao lado deles.
Repetir que foi um grande escritor é uma inutilidade. Muitos gostam da sua obra e outros tantos não gostam, e mais do que ninguém, José Saramago detestava as unanimidades. Não precisávamos de estar sempre de acordo com ele, nem gostar de todos os seus livros. Bastava compreende-lo e às suas razões.
Dizer que era um grande escritor universal é repetir o que já foi dito e é quase um lugar-comum.
Mas personagens como João Mau-Tempo esse herói colectivo que levou ao mundo toda a luta dos camponeses alentejanos ; Blimunda e Baltazar , que nos anima a não desistir do sonho criador ; O Cão das Lágrimas, que conforta a mulher que já não quer ver mais até onde pode ir a maldade humana ,e até o humilde revisor tipográfico que decide introduzir um "não" e com isso mudar completamente o fio a História de Portugal, são exemplos de uma galeria de personagens, espalhadas por esse mundo e , serão um rasto de luz que nos acompanhará toda a vida, mostram a enorme capacidade criadora deste Homem , tão português e tão universal, e universal ,exactamente porque tão português.
Alguns de nós também perdemos um Amigo, e esse é o vazio mais difícil de preencher.
Pudesse eu ter o poder de dizer à morte para não entregar a carta violeta, metáfora de que José Saramago se serviu no romance "As Intermitências da Morte " ...
Mas tal como o próprio dizia " ...hoje estamos cá e amanhã não estamos ".
Não morreu o escritor, que esse não morre e há de ser lido e relido e reinventado por milhares de leitores , ao longo dos tempos, pelo mundo fora.
Morreu uma voz clara e límpida , que a partir de hoje só poderá ser ouvida pelo que já disse , mas não mais intervirá, levantando-se a contra as injustiças do mundo .
E vai fazer falta , porque essa voz presente, ousada, quase sempre polémica, tinha a beleza e a força dos que nasceram para desassossegar, abalar ,desentorpecer. Os Índios de Chiappas, os Sem-Terra do Brasil, Os Palestinianos desapossados da sua terra e de todos os seus direitos à vida, sentirão muito mais do que os portugueses, a falta dessa voz que sempre esteve ao lado deles.
Repetir que foi um grande escritor é uma inutilidade. Muitos gostam da sua obra e outros tantos não gostam, e mais do que ninguém, José Saramago detestava as unanimidades. Não precisávamos de estar sempre de acordo com ele, nem gostar de todos os seus livros. Bastava compreende-lo e às suas razões.
Dizer que era um grande escritor universal é repetir o que já foi dito e é quase um lugar-comum.
Mas personagens como João Mau-Tempo esse herói colectivo que levou ao mundo toda a luta dos camponeses alentejanos ; Blimunda e Baltazar , que nos anima a não desistir do sonho criador ; O Cão das Lágrimas, que conforta a mulher que já não quer ver mais até onde pode ir a maldade humana ,e até o humilde revisor tipográfico que decide introduzir um "não" e com isso mudar completamente o fio a História de Portugal, são exemplos de uma galeria de personagens, espalhadas por esse mundo e , serão um rasto de luz que nos acompanhará toda a vida, mostram a enorme capacidade criadora deste Homem , tão português e tão universal, e universal ,exactamente porque tão português.
Alguns de nós também perdemos um Amigo, e esse é o vazio mais difícil de preencher.
Pudesse eu ter o poder de dizer à morte para não entregar a carta violeta, metáfora de que José Saramago se serviu no romance "As Intermitências da Morte " ...
Mas tal como o próprio dizia " ...hoje estamos cá e amanhã não estamos ".
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Um político português
Gosto deste político !
Ouvindo com atenção o discurso do presidente cavaco durante a sessão solene de 25 de Abril, na Assembleia da República, gostei de o ouvir exortando a uma maior produtividade, a uma melhor modernização das empresas e do País . Foi com prazer que o escutei a falar do mar, de como o mar é fonte de riqueza. De como a pesca tem grande tradição em Portugal e dá trabalho a muitos homens , aumentando a riqueza do País.
Nos últimos dias, numa das suas das viagens ( que não são de pré-campanha) o mesmo político chamou uma vez mais a atenção para a necessidade de modernização e aumento de produtividade . Lembrou também (excelente memória) que a produtividade dos portugueses em 2011/2012 será inferior à do ano de 1997 .
Estaremos a ficar mais preguiçosos ?
Grandes palavras as deste político português !
Mas ... ( há sempre um mas) não era este mesmo cavaco e silva o 1ºministro , no tempo em que chegou a Portugal um rio de dinheiro para modernizar o País , formar trabalhadores e preparar o futuro competitivo que se avizinhava ? Para onde foi esse dinheiro ? Engordou bastante mais a conta bancária de alguns amigos, arruinou a agricultura,ajudou a criar bancos privados, que estamos a ver no que deram, apoiou a abertura de Universidades privadas que apenas serviram para uns quando arrecadarem os Fundos Comunitários e vigarizar os portugueses que pagaram altas mensalidades para lá terem os seus filhos.
E a propósito de mar : não foi este político que pagou aos pescadores para abaterem a sua frota, pagando-lhes para deixarem de pescar ?
A produção diminuiu em Portugal . Será porque todos os dias fecham empresas colocando legiões de portugueses no desemprego , aproveitando os empresários para se livrar de trabalhadores com alguns anos de trabalho e empregar pessoas com contratos a prazo e com o ordenado mínimo nacional ? Tudo isto graças aos diversos Códigos do Trabalho que vêm sendo aprovados, cada um pior que outro. Não foi este político sozinho , mas é bom lembrar que os dez anos que governou,são exactamente aqueles em que o dinheiro chegava a rodos a Portugal e que foi tão mal aproveitado.
É ofensivo o despudor com que este político, que já está realmente em campanha eleitoral, se permite discursar. É claro que ele conta com a usual falta de memória dos portugueses que embalados com tão excelentes propósitos em tempos de crise, se prepara para o reeleger.
Por tudo isto já perceberem que que menti no primeiro parágrafo .
De facto eu não gosto deste político. Não gosto, não posso gostar da demagogia como arma para enganar os menos prevenidos
Haja memória !
Ouvindo com atenção o discurso do presidente cavaco durante a sessão solene de 25 de Abril, na Assembleia da República, gostei de o ouvir exortando a uma maior produtividade, a uma melhor modernização das empresas e do País . Foi com prazer que o escutei a falar do mar, de como o mar é fonte de riqueza. De como a pesca tem grande tradição em Portugal e dá trabalho a muitos homens , aumentando a riqueza do País.
Nos últimos dias, numa das suas das viagens ( que não são de pré-campanha) o mesmo político chamou uma vez mais a atenção para a necessidade de modernização e aumento de produtividade . Lembrou também (excelente memória) que a produtividade dos portugueses em 2011/2012 será inferior à do ano de 1997 .
Estaremos a ficar mais preguiçosos ?
Grandes palavras as deste político português !
Mas ... ( há sempre um mas) não era este mesmo cavaco e silva o 1ºministro , no tempo em que chegou a Portugal um rio de dinheiro para modernizar o País , formar trabalhadores e preparar o futuro competitivo que se avizinhava ? Para onde foi esse dinheiro ? Engordou bastante mais a conta bancária de alguns amigos, arruinou a agricultura,ajudou a criar bancos privados, que estamos a ver no que deram, apoiou a abertura de Universidades privadas que apenas serviram para uns quando arrecadarem os Fundos Comunitários e vigarizar os portugueses que pagaram altas mensalidades para lá terem os seus filhos.
E a propósito de mar : não foi este político que pagou aos pescadores para abaterem a sua frota, pagando-lhes para deixarem de pescar ?
A produção diminuiu em Portugal . Será porque todos os dias fecham empresas colocando legiões de portugueses no desemprego , aproveitando os empresários para se livrar de trabalhadores com alguns anos de trabalho e empregar pessoas com contratos a prazo e com o ordenado mínimo nacional ? Tudo isto graças aos diversos Códigos do Trabalho que vêm sendo aprovados, cada um pior que outro. Não foi este político sozinho , mas é bom lembrar que os dez anos que governou,são exactamente aqueles em que o dinheiro chegava a rodos a Portugal e que foi tão mal aproveitado.
É ofensivo o despudor com que este político, que já está realmente em campanha eleitoral, se permite discursar. É claro que ele conta com a usual falta de memória dos portugueses que embalados com tão excelentes propósitos em tempos de crise, se prepara para o reeleger.
Por tudo isto já perceberem que que menti no primeiro parágrafo .
De facto eu não gosto deste político. Não gosto, não posso gostar da demagogia como arma para enganar os menos prevenidos
Haja memória !
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Fernando Nobre
Este País anda tão desvairado que, sinceramente , não me tem apetecido falar dele. Mas no meio de tanta tolice à solta, apetece-me falar de Fernando Nobre e do anúncio de que é candidato à Presidência da República.
Vou dar de barato que é a segunda candidatura que se perfila à esquerda, com o subsequente risco de fortalecer a direita,assunto que será alvo das minhas reflexões um outro dia. Vou centrar-me apenas no anúncio da candidatura.
Subitamente, vindo das brumas aparece-nos o homem providencial com um projecto salvador e as mãos limpas, apresentando como a sua maior virtude o facto não estar ligado a nenhum partido, justificando essa candidatura porque ".... sinto que o país atravessa um período em que constantemente se põem em causa os valores e as pessoas, as promessas e os projectos " , não explicando como será eleito sem uma forte máquina de apoio, só possível por intermédio de um partido, nem como, no caso de ser eleito o conseguirá fazer com os poderes limitados que estão actualmente atribuídos ao Presidente da República.
Fernando Nobre assume-se como um homem livre pelo facto de não estar ligado a nenhum partido . Realmente nunca tivemos notícia de Fernando Nobre ligado a um partido. Pelo contrário surgiu ligado a vários :
Foi apoiante da candidatura de Mário Soares em 2006, mandatário nacional do Bloco de Esquerda nas últimas eleições europeias, fez parte da comissão de Honra das candidaturas autárquicas de António Costa (PS) e António Capucho (PSD) . Pergunto: será uma virtude esta inconstância ? Não me parece .
Em linguagem corrente chamaríamos a uma pessoa com este perfil, um catavento, uma pessoa com vontade de estar bem com deus e com o diabo .
Infelizmente , na vida não se pode estar bem com todos , os partidos representam e defendem interesses muito diferentes e até antagónicos. Não se pode estar de acordo com um assunto e simultaneamente com o seu inverso.
Não é este o perfil da pessoa que eu gostaria e ver na presidência da República .
Tenho pena, mas tudo indica que quando a campanha eleitoral terminar e Cavaco estiver outra vez confortavelmente em Belém, eleito à primeira volta, ficarei com menos uma pessoa a respeitar .
Vou dar de barato que é a segunda candidatura que se perfila à esquerda, com o subsequente risco de fortalecer a direita,assunto que será alvo das minhas reflexões um outro dia. Vou centrar-me apenas no anúncio da candidatura.
Subitamente, vindo das brumas aparece-nos o homem providencial com um projecto salvador e as mãos limpas, apresentando como a sua maior virtude o facto não estar ligado a nenhum partido, justificando essa candidatura porque ".... sinto que o país atravessa um período em que constantemente se põem em causa os valores e as pessoas, as promessas e os projectos " , não explicando como será eleito sem uma forte máquina de apoio, só possível por intermédio de um partido, nem como, no caso de ser eleito o conseguirá fazer com os poderes limitados que estão actualmente atribuídos ao Presidente da República.
Fernando Nobre assume-se como um homem livre pelo facto de não estar ligado a nenhum partido . Realmente nunca tivemos notícia de Fernando Nobre ligado a um partido. Pelo contrário surgiu ligado a vários :
Foi apoiante da candidatura de Mário Soares em 2006, mandatário nacional do Bloco de Esquerda nas últimas eleições europeias, fez parte da comissão de Honra das candidaturas autárquicas de António Costa (PS) e António Capucho (PSD) . Pergunto: será uma virtude esta inconstância ? Não me parece .
Em linguagem corrente chamaríamos a uma pessoa com este perfil, um catavento, uma pessoa com vontade de estar bem com deus e com o diabo .
Infelizmente , na vida não se pode estar bem com todos , os partidos representam e defendem interesses muito diferentes e até antagónicos. Não se pode estar de acordo com um assunto e simultaneamente com o seu inverso.
Não é este o perfil da pessoa que eu gostaria e ver na presidência da República .
Tenho pena, mas tudo indica que quando a campanha eleitoral terminar e Cavaco estiver outra vez confortavelmente em Belém, eleito à primeira volta, ficarei com menos uma pessoa a respeitar .
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