Aqui venho eu querendo criar polêmica. Eu infelizmente não consegui alimentar o blog de forma linear e ordenada, mas acredito que esse (além do diário escrito que tento manter), seja um registro do que eu penso hoje e porque tomei essas decisões. Acredito que eu possa voltar aqui repetidas vezes e repensá-las e até mesmo esclarecer à minha filha o motivo de tê-las tomado.
Então vamos aos esclarecimentos. Fui criada em uma família católica, batizada, fiz primeira comunhão e crisma, fui catequista, participei do CLJ por 4 anos e abandonei tudo por causa de um namorado, afinal namoros não combinam com religiões onde tudo é pecado. Nessa época, eu já questionava algumas coisas das quais, lendo a bíblia eu discordava, mas tudo era mistério da fé e nada poderia ser questionado. Depois de alguns anos sem participar de nenhuma igreja, conheci a igreja Universal, da qual participei por um ano, e deixei de participar por ser algo que não se encaixava em minhas ideologias. Aprendi muito nessas igrejas e parte do que sou hoje devo aos dias que passei lá dentro, saí sem mágoas e com o coração limpo.
Mas desde essa época eu tinha algo definido: se tivesse filhos eles não seriam batizados. Simplesmente porque não existe base bíblica para esse ato, um bebê não pode declarar sua fé, além disso eu acredito no poder das palavras, não quero me comprometer com uma fé na qual não vou criar minha filha (você sabia que são feitas promessas no batismo?). Que tipo de pessoa estarei ensinando Helena a ser se em seus primeiros dias de vida fiz promessas falsas em nome de uma convenção social?
Nesse ponto partimos para o pai, que não é batizado e nunca entrou em uma igreja católica na vida.
Esclarecido até aqui, vamos aos brincos.
Sei que há toda uma onda e várias pessoas comentando esse assunto. Mas a verdade é que, assim como o batismo, não furar as orelhas foi uma decisão que eu também já tinha tomado. Simplesmente porque ninguém fura orelha de meninos, certo? Partindo desse princípio, é a primeira violência que se sofre, em nome de uma suposta estética apenas pelo fato de ter nascido com vagina ao invés de pênis. Eu tenho as orelhas furadas, uso pouquíssimo brinco porque tenho reação a qualquer metal, tenho um problema de cicatrização e no geral é sempre difícil pra mim o processo, tentei colocar um piercing e foi um desastre, o pai da Helena também não tem nenhum furo, o padrinho dela tem 4 e a madrinha tem dois. No dia em que ela quiser, eu estarei ao lado dela, procurarei uma ótima profissional que já conheço e faremos juntas, simples assim. Ela é um bebê, é linda sem nenhum adereço e eu não me incomodo quando perguntam "qual é o nome dele?", apenas sorrio e respondo: Helena
Apesar de afirmar Helena como "minha filha" não posso acreditar que ela me pertença e eu mande e desmande de seu corpo, me vejo como uma guardiã, alguém que ela escolheu para tomar conta de seu corpo enquanto ela mesma não pode manifestar suas vontades e desejos. Até lá, ela será um bebê.
Sobre o batismo concordo em tudo. Nao sou catolica e nao acredito no batismo de bebes. Ponto.
ResponderExcluirNa igreja que frequentamos e dada uma benção no bebê pelo pai e "apresentamos" o nome que escolhemos a Deus.
Sobre o brinco concordo discordando, rs.
Minha mae furou minhas orelhas quando eu era recem nascida. Nao tenho alergias, apesar de nao gostar muito de usar brinco.
E eu sempre tive o sonho/desejo de ter uma menina e que tivesse as orelhas furadas. Sinceramente eu acho lindo. E como eu acho q minha filha vai nascer careca igual o irmao, vai caracteriza-la.
Mas tb acho valida essa decisao de nao furar. Da Tarsila provavelmente eu furarei, mas se tiver alguma outra filha, talvez nao fure a dela. Pq quando o mosquito da humanizaçao e repeito ao corpo morde a gt, nao tem jeito.
Beijos e parabens por sua atitude de seguir seus ideias apesar de toda a convençao contraria.
Tami, não acho polêmico..acho que é uma visão particular, talvez minoritária mas é a SUA visão e paciência se alguém achar ruim. Meus filhos passaram por circuncisão, mas quem garante que seguirão a religião?! Ninguém! Fiz por tradição, por religiosidade mas sem a pretensão de fazê-los judeus a qq preço..quanto aos brincos...eu furaria porque eu acho lindo os brinquinhos, mas entendo perfeitamente sua vontade e que assim seja! O que falta no mundo é mais tolerância com as diferenças. As pessoas podem pensar diferente e serem amigas ou no mínimo se respeitarem, não é?! Mil beijos pra vcs duas!!
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