Há dois anos atrás, verificando o descalabro do que estava já a acontecer ao país, decidi juntar a minha voz aos que estoicamente o têm feito ao longo dos anos, a quem presto a minha homenagem, porque a política apesar de maltratada por muitos oportunistas, é uma ciência nobre e tantas vezes ingrata.
Assim, em consequência dessa minha disponibilidade, resultou nesta altura ficar à frente da Comissão Política Concelhia do CDS Partido Popular no Entroncamento. Consciente do descomunal esforço de fazer ver às pessoas que não se devem encarar os partidos como um clube ou religião, e não tenhamos dúvidas que falta esse passo na mentalidade dos portugueses para que possamos evoluir para uma sociedade melhor, farei o que estiver ao meu alcance para ajudar a inverter essa tendência.
Para memória futura, deixo-vos aqui o meu discurso de tomada de posse como o novo Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS-PP no Entroncamento:
"- EXMO. SR. PRESIDENTE DO CDS PARTIDO POPULAR, DR. PAULO PORTAS.
- EXMO. SR. DEPUTADO POR SANTARÉM, DR. FILIPE LOBO D'ÁVILA.
- EXMA. SRA. PRESIDENTE DA DISTRITAL DE SANTARÉM, MARGARIDA NETTO.
- CAROS AMIGOS DE OUTRAS CONCELHIAS AQUI PRESENTES.
- MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,
Em primeiro lugar quero agradecer a presença de todos neste jantar de tomada de posse da Comissão Política Concelhia e Mesa do Plenário do CDS Partido Popular no Entroncamento, e em particular, ao Sr. Presidente do Partido, Dr. Paulo Portas, que muito nos honra com a sua vinda até nós, constituindo um sinal de confiança nesta equipa que agora toma posse e que tudo fará para a merecer, na certeza de que a sua presença reforça, e é também, um sinal da importância para o partido o seu renascimento no Entroncamento.
Contamos estar à altura deste grande desafio.
Quero também agradecer e daqui enviar uma saudação especial, aos muitos que nos felicitaram e que aqui não estão presentes, porque, ficaram em casa por Medo. Sim, por Medo, num país que se diz Livre e gosta de neste mês de Abril enaltecer a Liberdade, muitos não estão aqui hoje por receio de consequências. Uns porque são funcionários da câmara, e outros de organismos do estado ou que com ele têm relações.
Somos livres, mas parece que estamos em Liberdade Condicional!
Celebramos hoje o início duma nova etapa para o CDS no Entroncamento. Desde alguns anos não tinha aqui estrutura organizada. E numa altura que o CDS está a crescer quer em número de simpatizantes, militantes e estrutura partidária por todo o país, não fazia sentido o Entroncamento ficar de fora dessa onda de crescimento.
Para esta nova Comissão Política Concelhia e Mesa do Plenário do CDS que hoje toma posse, procurámos reunir um conjunto de pessoas de diferentes áreas, cada uma com o seu percurso profissional, mas tendo todos em comum o facto de emergirem da sociedade civil e sem qualquer carreira partidária, facto que por si só julgamos louvável, num tempo em que muitos, com algum facilitismo e demagogia barata, criticam a política e os políticos, mas não ousam dar um passo em frente, apesar de aqui ou ali irem à boleia duma greve ou manifestação.
Com o lema “Agir para Mudar”, esta equipa deu esse passo. E fê-lo em defesa dos valores que o CDS representa, no espírito dos ideais democratas-cristãos assentes em princípios humanistas, precisamente numa altura em que estes valores são cada vez mais maltratados tendo como pano de fundo a actual situação do País que é particularmente grave.
E a situação do país é particularmente grave, não só pela desgovernação socialista a que todos temos assistido, suportada por um sem número de organismos públicos prolixos na distribuição de benesses e mordomias, mas também, por um rol de autarquias gastadoras do que têm e do que não têm, da qual o Entroncamento é disso um exemplo.
Minhas Senhoras e meus Senhores, isto é preciso dizê-lo, estamos como estamos, não só por culpa dos governantes que vemos na televisão, mas também, por culpa daqueles com quem nos cruzamos todos os dias.
No Entroncamento, depois duma gestão autárquica socialista que permitiu o seu crescimento através dum urbanismo que diria criminoso, seguiu-se-lhe uma gestão social-democrata. Estes, actualmente em funções, apesar de terem recuperado algum atraso no que diz respeito a equipamentos, deixam para trás a manutenção dos existentes em detrimento de projectos que avançam “custem eles o que custarem”, desde que tenham assegurada comparticipação e respectiva inauguração.
Quanto a nós, esta situação é deplorável e o mais grave é que não há a mínima ressalva de preocupação de endividamento, porque o que é preciso é mostrar serviço.
É uma vergonha a execução de obras nestas condições.
E é uma vergonha, porque como qualquer concelho, o Município do Entroncamento tem, entre outras, grandes responsabilidades no domínio social, e por exemplo, enquanto ano após ano desperdiça elevadas verbas em festas, vai deixando degradar habitações sociais, onde apenas recupera algumas, esquecendo por completo outras, gerando assim situações de revolta e focos de conflitualidade.
É pelos munícipes e não contra eles que uma autarquia tem de zelar.
Aqui no Entroncamento, se é certo que esta gestão tem feito obra, têm-na feito a que custo? E à custa de quem? À custa do que tem, através duma sobrecarga de taxas sobre todos nós, onde, de um modo geral são cobradas pelo seu coeficiente máximo, e à custa do que não tem, comprometendo assim as opções do futuro.
É corrente opinarem de que, quem vem atrás beneficia dessas obras e como tal deve colaborar nos seus custos, não é a nossa opinião e não é a nossa opinião, porque não nos parece correcto que tenham de pagar, pelo que não tiveram hipótese de escolher e ainda por cima, que fiquem sem margem de manobra no futuro para as suas opções, portanto, nada mais errado do nosso ponto de vista.
As nossas opções e as nossas convicções determinam outras políticas mais coerentes e alicerçadas numa gestão criteriosa e eficaz. E o que se passa efectivamente, não se pode dizer que seja uma gestão desse tipo, mas sim uma gestão vaidosa que privilegia as inaugurações, para deixar obra a qualquer custo!
Temos uma autarquia que não capta investimento. Uma autarquia que trata mal quem aqui investe ou quer investir. Quando é o investimento que traz desenvolvimento e emprego a qualquer concelho.
E dou-vos um pequeno exemplo, na A23, nesse privilegiado ponto de passagem não existe uma única indicação de que há aqui no concelho uma Zona Industrial, quem passa na Nacional Nº3, não sabe que ali ao lado é a Zona Industrial do Entroncamento, quem ali chega, por falta de informação, não sabe que empresas ali existem e aqueles que as procuram, por falta de sinalética, não sabem as respectivas localizações, isto minhas sras e meus srs para a captação de investimento, é tão caricato como os preços proibitivos dos lotes.
Para o desenvolvimento de qualquer concelho, a captação de investimento é fundamental para o reforço do seu tecido empresarial, mas, ele também só será possível, com uma política atractiva de preços dos respectivos lotes ao contrário do que hoje se verifica, há que mudar de rumo.
E por falar em rumo, o facto de nestes 10 anos de gestão social-democrata a cidade ter sido designada de Capital do Comércio, Cidade em Movimento, ou agora mais recentemente Cidade Ferroviária, é a prova e o reflexo que as decisões não têm sido tomadas com o necessário equilíbrio à sua sustentabilidade e por isso, ano após ano, vimos assistindo à morte lenta do Entroncamento.
Minhas Senhoras e meus Senhores,
Ao assumir funções, esta Comissão Política Concelhia, pretende ser o equilíbrio que tem faltado no concelho, e com todos aqueles que pretendam colaborar, conscientes das limitações existentes, estamos certos de que poderemos fazer melhor sem comprometer o futuro. Hoje somos muitos, amanhã seremos mais, e trabalharemos no sentido de merecer a confiança das pessoas do Entroncamento e nos fazerem representar em todos os órgãos autárquicos, se esse for o seu desejo. O CDS chegou ao Entroncamento e chegou para ficar. E no futuro podem contar com o CDS em todos os órgãos autárquicos.
Viva o Entroncamento! Viva o CDS! Viva Portugal!"
Estou agora numa nova etapa, mas no mesmo rumo, isto porque:
TEM DE HAVER ESPERANÇA, TEM DE HAVER FUTURO!