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terça-feira, 27 de setembro de 2016

A Darker Shade of Magic, V E Schwab [Opinião]





Título Originai: A Darker Shade of Magic
Autoria: V E Schwab
Série: Shades of Magic, #1
Editora: Tor Books
N.º Páginas: 400

Sinopse
Kell is one of the last Antari, a rare magician who can travel between parallel words: hopping from Grey London – dirty, boring, lacking magic, and ruled by mad King George – to Red London – where life and magic are revered, and the Maresh Dynasty presides over a flourishing empire – to White London – ruled by whoever has murdered their way to the throne, where people fight to control magic, and the magic fights back – and back, but never Black London, because travelling to Black London is forbidden and no one speaks of it now.
Officially, Kell is the personal ambassador and adopted Prince of Red London, carrying the monthly correspondences between the royals of each London. Unofficially, Kell smuggles for those willing to pay for even a glimpse of a world they’ll never see, and it is this dangerous hobby that sets him up for accidental treason. Fleeing into Grey London, Kell runs afoul of Delilah Bard, a cut-purse with lofty aspirations. She robs him, saves him from a dangerous enemy, then forces him to take her with him for her proper adventure.
But perilous magic is afoot, and treachery lurks at every turn. To save both his London and the others, Kell and Lila will first need to stay alive – a feat trickier than they hoped.


Opinião
Tive o prazer de conhecer pessoalmente V E Schwab no passado mês de Agosto e desde então que a minha vida de leitora não mais foi a mesma. Parti para a aventura com This Savage Song no bolso, a minha estreia com a autora, um desejo enorme de folhear Vicious e um certo receio (agora injustificado) de A Darker Shade of Magic – piratas nunca foram o meu forte. Mas algo em Schwab é transcendente, único e tão incrivelmente especial que após qualquer evento em que o seu intelecto seja questionado com perguntas e várias ansiedades em saber mais sobre os mundos por ela criados, o desfecho é sempre o mesmo: querer ler e ler mais sobre as suas personagens, os seus universos, os seus enredos intricados e em tudo novos.

A Darker Shade of Magic nunca seria a minha primeira escolha. Tinha-me sido vendido que este era um livro de fantasia adulta, com uma escrita mais elaborada e uma trama que se centra em torno de uma personagem feminina que visa tornar-se pirata de um navio e de um protagonista masculino que viaja entre mundos. O elemento fantástico das quatro Londres e toda a hierarquia e distribuição de magia fascinou-me de imediato mas o background de Lila, a sua postura, os seus sonhos, confesso que me deixaram um pouco de pé atrás. . . mas não por muito tempo.
Este foi um daqueles livros que pura e simplesmente me veio parar as mãos. A edição de capa dura e lindíssima, com um design enfeitiçante e que apela ao mistério e à sua leitura, e escusado será dizer que com Vicious ainda por encomendar (e o hardcover impossível de encontrar), a curiosidade levou a sua melhor e acabei por folhear as primeiras páginas, algo renitente, algo expectante, e em tudo absolutamente agarrada à história com o primeiro capítulo ainda por terminar.

Delilah Bard é uma interveniente de peso. Destemida, lobo solitário e com uma personalidade mordaz, Lila faz as delícias de qualquer leitor que tenha gosto em acompanhar o desenvolvimento de uma personagem feminina forte, com um excelente nível de badass e um carisma ainda mais inebriante. A sua história, o seu passado, são marcados pela pobreza e pelo roubo – arte em que se tornou especialista – mas são também essas marcas que lhe abrem a mente para o mundo mágico que se encontra à sua volta, e lhe trabalham a vontade para o desbravar de uma aventura muito para além do mundano da sua Londres Cinzenta.

Master Kell, por seu lado, é a raridade que todos receiam mas, no íntimo, desejam ser. O Antari da Londres Vermelha, Kell tem o dom de viajar entre mundos, entre Londres, para além de outras excentricidades mágicas, partilhando assim correspondência e informação entre figuras importantes de cada uma delas – com excepção de Londres Negra que se encontra fechada ao mundo.
O seu sentido de altruísmo é evidente assim como o seu amor pela família que o acolheu embora existe uma certa divergência entre o que o seu coração sente e o que a sua mente pensa.

Tudo em A Darker Shade of Magic complementa-se de forma exímia. O enredo está repleto de acção e surpresas, com inúmeros momentos de alta tensão e suspense, e a relação entre os dois protagonistas tem tudo para dar certo. O romance é deixado muito para lá de um segundo plano, o que se enquadra na estrutura do livro na perfeição, e o fardo que Kell e Lila partilham, assim como descobertas sobre o funcionamento das várias Londres e da magia que as habita, tomam o lugar central do enredo.
Adorei o companheirismo partilhado por Kell e Lila e gostei ainda mais dos breves momentos em que pudemos desfrutar da presença hilariante e descontraída de Rhy, uma personagem sobre a qual quero descobrir mais. Arrepiei-me com Athos e Astrid, continuo extremamente curiosa com Holland pois não me parece que a sua jornada esteja terminada, e mal posso esperar por ver de que forma os mundos de Kell e Lila se vão voltar a unir.

Este foi um primeiro livro de uma trilogia incrivelmente bom. Sem momentos mortos e recheado de pormenores que fazem toda a diferença, nota-se que existe um arco narrativo que se fecha e um outro que se abre. Algumas questões são deixadas em aberto, que darão aso à continuação da trilogia, mas como história este primeiro volume funciona muito bem e confesso que nao poderia estar mais agradavelmente surpreendida. Que venha A Gathering of Shadows, mas mais lá para o final do ano (embora o livro já aguarde vez na estante), visto que A Conjuring of Light está com lançamento previsto para Fevereiro do próximo ano e há que manter todos os detalhes frescos na mente.
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