O meu artigo no “i”: O Orçamento de 2013 parece que será oúltimo deste governo e o último em euros
Adenda: Ainda no
IMI há outras duas questões. A primeira é a da avaliação dos imóveis, em que
convinha que se tomasse consciência que estamos em presença de um claro
movimento de diminuição do valor, nalguns casos superior a 20% e que as
Finanças não cobrassem IMI com base em valores acima do mercado. Também era
conveniente que a avaliação usasse como parâmetro o facto de o imóvel estar
arrendado e qual o valor da renda. Dá vontade de usar um insulto à la António
Borges, porque não se percebe qual a lógica de atribuir a mesma avaliação a uma
habitação, quer tenha uma renda de 50€, quer de 500€.
A segunda questão é a pretendida eliminação da cláusula de
salvaguarda. Algum tipo de alteração desta cláusula é admissível, mas a sua
eliminação parece incompreensível, sob todos os pontos de vista, sobretudo
políticos.
1 comentário:
A propósito do "último orçamento"
Quando foi a primeira decisão sobre os impostos e a redução de salários (13º e 14º mês) da função pública e das pensões de reforma do público e do privado foram raros os senhores comentadores, economistas, fiscalistas e “opinion makers” do mercado que se mostraram contra. Agora, que a austeridade está a cair nos bolsos de todos, através do aumento de impostos, todos apelam ao corte da despesa mas não nos locais exatos onde ela existe e tem mais peso, mas na outra, na função pública e nos reformados e pensionistas.
Todos reclamam contra austeridade que nos vai cair a todos em cima através dos impostos e já reclamam a sua amenização de uma forma que vem, mais uma vez, provocar a divisão dos portugueses. Parece ser esta aposição de alguns senhores através dos seus pontos de vista umbilicais como, por exemplo, uma que foi publicada no Jornal i intitulada “O último orçamento” em que é afirmado que
“… o governo poderia ter um golpe de génio se recuasse em algum dos aumentos de impostos anunciados em troca de cortes concretos na despesa. Os grupos específicos atingidos pelos cortes estariam a enfrentar a totalidade dos contribuintes e teriam muito menos margem para protestar.”
O autor não esclarece a que “grupos específicos” se refere. Mas sempre podemos adivinhar quem serão as vítimas de tão genial e simplista proposta, os mesmos de sempre. O que é isto senão um apelo aberto ao divisionismo para que o bolso de alguns seja o menos possível atingido. Isto é, como o zé popularucho diria, retirem mais a outros, mas poupem-me algum a mim.
Todos estamos no mesmo barco, não foram apenas alguns que contribuíram para o descalabro do país foram todos, público e privado, que usufruíram do despesismo desenfreado de anteriores governos. Alguns dos que hoje mais falam e outros que agora estão calados, foram os que mais participaram e ganharam com o “regabofe”, no dizer de Passo Coelho, mas que agora não querem ser atingidos. Temos que ter paciência. Todos gastámos, agora temos que pagar. E não são manobras de distração como CDS para aqui, PSD para ali e PS para acolá, que vai limpar a consciência de todos eles. Todos, sem exceção, tiveram responsabilidades e nós, os que neles votámos, também.
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