Quem dominará o morro a partir de agora, a polícia ou as facções criminosas?
Não era difícil prever que a situação do RJ chegaria, um dia, a este nível. Em um confronto histórico, entre traficantes e polícia, noticiados até pela imprensa internacional, o clima é de tensão e expectativa e o cenário, de guerra! Soldados do exército, marinha e aeronáutica, todos fortemente armados e com arsenal que inclui helicópteros blindados e tanques, cujos modelos foram utilizados em guerras como do Vietnã, o combate ao tráfico ganha contornos jamais vistos, desde que três facções criminosas dominaram os morros cariocas.
Com a ocupação da polícia na Vila Cruzeiro, onde tudo começou, os traficantes se debandaram, aproximadamente 200 homens, e a imagem da evasão em massa, captada pelo GloboCop e transmitida pelo Jornal Nacional, foi no mínimo assustadora. A opinião pública criticou a falta de intervenção, ao ver a imagem de fuga do grupo, mas, talvez tenha sido uma estratégia inteligente de acuar e fechar o cerco, que facilita a localização e prisão de toda facção e o fato se comprova, com a recém retomada do complexo de favelas do Alemão, pelo contingente militar.
O Governador do RJ, Sérgio Cabral, o Secretário de Segurança, José Mariano Beltrame (Secretário de Segurança do RJ) e o Capitão Paulo Botelho, do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, entre outros dirigentes, afirmam em entrevistas aos veículos de comunicação, que irão até o fim na busca pelos criminosos. Na ação que teve início dia 21, foram presos traficantes, pessoas suspeitas de participação nos ataques e no tráfico de drogas, além, das esposas de Marcinho VP (apontado como mandante dos ataques) e Elias Maluco, transferidos com outros chefes do tráfico, para a penitenciária de Porto Velho (Rondônia) e de seus três advogados. Outros 20 presos foram deslocados para o presídio de segurança máxima, em Catanduva (PR).
Antes criticado pela situação caótica que se encontrava o Rio de Janeiro, as autoridades locais (governo e polícia) têm demonstrado não apenas um excelente plano estratégico no combate as áreas ocupadas por bandidos, como uma vontade voraz de ver o Estado novamente no controle da situação. As ações impressionam e alcançam resultados surpreendentes. As medidas visam inibir o poder dos criminosos quebrando qualquer tipo de comunicação entre eles, o que enfraquece e inibe o domínio do grupo.
A população vive dias de terror, com a quantidade de tiroteios, que obrigam muitos a deixar suas casas em busca de segurança, e depredações como incêndios, que prejudicou o fornecimento de energia elétrica e abastecimento de água, mas, apesar de toda desordem o que impera é a esperança, de que a comunidade onde vivem está prestes a ganhar novos contornos.
O Brasil se une e oferece solidariedade ao povo carioca, agora a guerra é para valer! Se for preciso, soldados de outros estados brasileiros se unirão aos 2600 homens, para devolver a paz ao RJ, que foi perdida desde que as facções criminosas encontraram uma brecha no sistema e começaram a agir. Intervenções mais severas já eram esperadas há muito tempo, antes do caos se instalar. Mas, foi à retaliação dos criminosos contra as UPP’s (Unidades de Polícias Pacificadoras) que culminou no maior confronto já visto na história.
Chegou à vez do “Estado” mostrar sua força e provar quem manda realmente no Rio de Janeiro.