Essa crônica eu escrevi em 2004, quando ainda vivíamos em Jersey City. Nossa casa tinha um lindo jardim na frente com roseiras, hortências e outras plantas, um gostoso quintal com árvores frutíferas, uma sala aconchegante e quartos confortáveis, mas a cozinha era a peça mais ampla e usada por todos nós. Ah! que saudades eu sinto até hoje daquela casa.
MINHA COZINHA.
Eu gosto muito da minha cozinha. Ela é grande, arejada e é dali que saem os deliciosos aromas de um café fumegante, do chá para acalmar o estresse ou fazer a digestão, da sopa para esquentar o estômago e o espírito nos dias frios, da macarronada com frango aos domingos, das guloseimas em comemoração a aniversários e do feijão com arroz do dia a dia.
É ali que conversamos em volta da mesa, longe da televisão para não tirar a atenção da prosa. Algumas vezes jogamos cartas e é também onde meu filho estuda e eu faço as contas da casa. No verão gosto de olhar distraída pela janela para ver os passarinhos em algazarra nos pés de frutas do quintal e o gato amarelo, gordo e preguiçoso fingindo não ver os pássaros mas lambendo a pata prazeirosamente.
Ontem notei que o sol já começou mudar de posição, pelas sombras projetadas no chão da minha cozinha.
Elas mostram que já estamos no outono e em breve virá o rigoroso inverno. Minha cozinha ficará cinzenta por um longo tempo e meu olhar um tanto melancólico sem a luminosidade do sol .
Talvez eu passe a maior parte do tempo reclamando do inverno - apesar de continuar amando a neve – mas esperarei, não sem certa impaciência, pela volta dos raios de sol a enfeitar o chão da minha cozinha, que eu gosto tanto.
sábado, 7 de fevereiro de 2009
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