Na advocacia nem sempre podemos aceitar causas em que acreditemos.
Nem sempre estamos do lado dos "bons contra os maus".
Temos um trabalho para fazer, diria até que uma função social a cumprir e a deontologia profissional e a consciência de cada um faz o resto.
Pessoalmente tento aceitar apenas causas em que acredite e que me motivem a lutar por elas. Não o digo que o fiz sempre, mas que persigo esse objectivo, isso tem sido um facto.
Foi por isso com especial satisfação que aceitei defender os Pais da Beatriz e a própria Beatriz neste caso de "Bullying" que ela está a viver.
Claro que apenas divulgo este facto por o mesmo ser do conhecimento público. Está nos jornais, na televisão, na rádio.
É precisamente a notícia retirada do sítio da TSF que vos deixo, apelando a uma reflexão sobre o tema, a a que prometo voltar.
A actuação da escola (das escolas), dos seus responsáveis, dos alunos, colegas, funcionários, tudo deve ser pensado num quadro global.
Eis a notícia:
"Os pais foram chamados, esta segunda-feira, à comissão de protecção de menores do Montijo para responderem à queixa feita pela própria escola, que só agora sinalizou o caso.
Seis meses depois de a TSF ter relatado a situação da Beatriz, uma aluna com 14 anos vítima de bullying na Escola Secundária Jorge Peixinho, no Montijo, a jovem vai começar esta terça-feira a ser acompanhada por um psicólogo.
Os pais de Beatriz foram, esta segunda-feira, chamados à Comissão de Protecção de Menores do Montijo para responderem à queixa feita pela própria escola, que só agora veio sinalizar o caso da criança.
O advogado de Beatriz e dos pais estranha que a queixa da Escola Secundária Jorge Peixinho junto da comissão de protecção de menores do Montijo tenha sido feita quase seis meses depois da primeira agressão física à jovem.
Paulo Cunha também não entende o argumento principal em que a escola sustenta os indícios de que Beatriz estará em risco. «A causa do processo não são os maus-tratos», mas «a declaração dela à SIC», quando disse que «tinha algumas brigas com os pais».
Durante o prazo máximo de seis meses, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Montijo vai acompanhar a família para saber se a queixa da escola tem ou não fundamento, acrescentou.
A última agressão a Beatriz aconteceu há quase um mês à porta da escola e desde aí a pressão abrandou, mas só esta terça-feira é que a adolescente começa a ser acompanhada por um psicólogo, conforme prometido na semana passada pela Direcção Regional de Educação de Lisboa.
Contactado pela TSF, o director da escola não quis alongar-se em comentários, remetendo esclarecimentos para a Direcção Regional de Educação de Lisboa.
No entanto, depois de muita insistência, José Evangelista explicou que a escola não fez qualquer queixa contra os pais, limitando-se a sinalizar a menor, que pode estar em risco por duas ordens de razão.
Segundo o director da escola, a adolescente pode estar em risco por aparecer envolvida em três processos disciplinares em seis meses e ainda pela mediatização continuada a que tem estado sujeita e que lhe poderá provocar instabilidade emocional."