Ano da Fé: Arcebispo exorta católicos a reafirmarem «esperança» de Deus numa época marcada por «incertezas»
D. Jorge Ortiga diz que é essencial a Igreja «estar onde as pessoas e as suas preocupações estão»
Braga, 15 out 2012 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga acredita que o Ano da Fé pode abrir uma nova era em Portugal, desde que os católicos consigam reafirmar a “esperança” de Deus numa época marcada “por sonhos, promessas, mas também por incertezas”. Numa carta pastoral divulgada na internet, a respeito da celebração do Ano da Fé, que vai decorrer até novembro de 2013, D. Jorge Ortiga salienta que “reconhecer a identidade cristã é sinal de maturidade e condição essencial para construir um futuro sólido”, no meio da crise económica que atinge o país. O atual responsável pela Comissão Episcopal da Pastoral Social exorta os fiéis a serem “agentes ativos” dentro do “tecido social”, através da prática da “caridade” junto dos mais necessitados e do anúncio do Evangelho aos que ainda não conhecem Cristo e àqueles que se afastaram dele. “A fé de todos os crentes acompanha e é permeável às transformações que as várias culturas atravessam atualmente. Pensar o contrário, ou seja, encarar a fé como uma realidade inalterável, é mera ingenuidade”, avisa o arcebispo. No que diz respeito à ação pastoral da Igreja Católica, o prelado acrescenta que “um perigo a evitar é o de entrar na lógica da prestação de serviços”, uma vez que “a caridade de Deus” é sobretudo “dom gratuito a ser oferecido e acolhido, a fim de gerar vida e esperança em cada pessoa”. Em matéria de “evangelização”, D. Jorge Ortiga aponta para a necessidade de “abolir preconceitos que levam a pensar” que o anúncio de Cristo “refere-se tão-somente a países de missão”. Para o arcebispo bracarense, a transmissão da fé “começa” no meio familiar, “nas comunidades cristãs” e junto das pessoas que fazem parte do quotidiano de cada um. “Várias destas realidades carecem de um primeiro anúncio ou então de renascerem para Cristo. Mais do que países de missão talvez seja o tempo de falarmos de âmbitos de missão”, sustenta. Esta nova configuração deverá “ir ao encontro dos centros de interesse e de vida das pessoas, tendo em consideração aspetos fundamentais como o trabalho e o tempo livre, a família, a fragilidade, a cidadania ou ainda a educação”. Na carta pastoral “Fé, dom maravilhoso, a anunciar corajosamente”, o antigo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa desafia a Igreja a “estar onde as pessoas e as suas preocupações estão”. Para colocar em prática esta máxima na Arquidiocese de Braga, D. Jorge Ortiga propõe a criação de núcleos de reflexão intitulados “Grupos Fé e Missão”, onde a ideia é “suscitar uma autêntica consciência missionária, no presente e nos próximos anos”. O Ano da Fé coincide com a comemoração dos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965) e dos 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica. JCP Agência Ecclesia |
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