Deito-me no silêncio dos dias, no sussurro da noite.
segunda-feira, novembro 05, 2012
segunda-feira, outubro 22, 2012
Na inexorável passagem dos dias a irreversibilidade do tempo. Somos pântano onde flutuam folhas caídas. Há o rasgo da espera e a imutabilidade da esperança, e há a constância da presença que nos ergue e conduz à fluorescência do olhar; sístole de um coração que bate.
Foto retirada daqui
quinta-feira, julho 12, 2012
vida
polvilha-se o presente com as memórias do passado; pó de arroz
sente-se na alma os arranhões do futuro; cicatrizes
é a dança dos sentimentos.
sente-se na alma os arranhões do futuro; cicatrizes
é a dança dos sentimentos.
domingo, julho 01, 2012
A festa
Risos que a saudade torna autênticos. Despreocupações da juventude vivida na plenitude dos que se gostam, e tu. Presença imaterial como um halo que alimenta a esperança. Estás. E saltam as discussões habituais; terras raras - lantanídeos, os ácidos, as bases e os sais. Anti-matéria. E a referência; "sim porque o T..." e os olhos brilham, o coração salta, a alma ultrapassa os vinte e um gramas começando a ocupar espaços por descobrir. E elas "arregalam nos olhos" bebendo toda a informação conducente às origens; à origem.
sábado, junho 16, 2012
desconstrução
(Nos céus do labirinto onde o Minotauro habita)
Se eu pudesse desconstruir-me, fazer de mim a pedra dura e eterna que é o diamante, mas sou a nuvem branca que se desfaz na intempérie da vida, luz coada no plano polarizador dos sonhos. E fica a solidão de quem caminha na incompreensão dos dias. Desfaz-se a ilusão e, até tu, doce recordação, me começas a fugir. sou, em cada dia que passa, a sombra que criei.
quinta-feira, junho 14, 2012
13 de Junho ou o abalo dos alicerces
No vazio que me rodeia encontro palavras que falam. Espalho-as neste espaço emcujo silêncio a amizade me surpreende...
Teatrices encenadas por Graça (Obrigada!)
"trago os dedos cansados de me escrever
no silêncio das folhas brancas
vazias
tão vazias
houve tempos em que acreditei
ingenuamente
que o delírio com que desenhava cada letra
me libertaria esta alma agrilhoada
e escrevia-me
como se cada palavra
fixasse no papel sentimentos permanentes
como se cada frase ortografasse raivas
e desejos
sorrisos
e lamentos
como se cada verso
coerentemente dissesse a minha vida
houve tempos em que a tinta
foi lastro de fúria incontrolável
foi mel derramado sílaba a sílaba
foi matiz de felicidade
foi desilusão líquida em cristais salgados
trago os dedos cansados de me escrever
no silêncio das folhas brancas
vazias
tão vazias
de mim"
Teatrices encenadas por Graça (Obrigada!)
"trago os dedos cansados de me escrever
no silêncio das folhas brancas
vazias
tão vazias
houve tempos em que acreditei
ingenuamente
que o delírio com que desenhava cada letra
me libertaria esta alma agrilhoada
e escrevia-me
como se cada palavra
fixasse no papel sentimentos permanentes
como se cada frase ortografasse raivas
e desejos
sorrisos
e lamentos
como se cada verso
coerentemente dissesse a minha vida
houve tempos em que a tinta
foi lastro de fúria incontrolável
foi mel derramado sílaba a sílaba
foi matiz de felicidade
foi desilusão líquida em cristais salgados
trago os dedos cansados de me escrever
no silêncio das folhas brancas
vazias
tão vazias
de mim"
quinta-feira, junho 07, 2012
" Beautiful Mind"
Gosto do reflexo que o brilho da mente deixa nas palavras. e gosto das palavras. gosto de me perder no emaranhado das mentes complexas, segurar o fio que as conecta ao mundo do sonho. gosto de mergulhar no vazio, espaço onde a capacidade para o preencher é imensa.
Nessa complexidade que é a descoberta, partilho a música.
Nessa complexidade que é a descoberta, partilho a música.
terça-feira, maio 29, 2012
"Le dernier mètro"
Na solidão dos dias o muro intransponível do vazio. E a noite é pedra atirada na vivência do sonho, assalta-nos a tranquilidade, arrasa-nos a vida deixando a marca indelével da derrota. Sobra a certeza que no caminhar das horas estamos cada vez mais e mais sós. Muro dos silêncios de pedra. Ao longe a quimera.
sexta-feira, maio 25, 2012
Eclipse
Na continuidade dos dias, o sobressalto; paragem onde surge a questão, onde falta a resposta. Na sombra, o reflexo da luz adiada; eclipse total da estrela que nos guia. E o mar ousa o desafio do ondular cíclico e sinusoidal, amplitude cortada pela crista da onda nebulizada. Se... e as reticências transformam-se em interrogações cortadas aqui e ali pelo olhar espantado das exclamações. Os dois pontos cortam-se, a inexistência de diálogo a isso obriga, e, o ponto e vírgula é mera vaidade. Gosto dos "e"s, fazem a ligação suave entre a estrela e a sombra, dão a percepção da essência para além da existência. Entretanto, a vírgula passeia-se ocupando indiscriminadamente todos os lugares, porque é voluntariosa, esguia, elegante e entende que se pode sobrepor aos e"s, aos traços e quantas vezes aos espaços (?)
Fotoretirada daqui
quarta-feira, maio 02, 2012
A Mãe
Na densa floresta onde a dor habita liberta-se o sorriso, tímido, inseguro e ansioso. Maio, mês em que as flores despontam e em cujo primeiro dia a vida se cruza com o amor. Papoilas vermelhas enfeitam o verde dos campos. A brisa da tarde liberta-lhe os movimentos.
quarta-feira, abril 25, 2012
um risco na areia
«O tempo, se pudermos intuir esta identidade é uma desilusão: bastam para o desintegrar a indiferença e inseparabilidade de um momento do seu aparente ontem e de outro momento do seu aparente hoje.»
Jorge Luís Borges em História da Eternidade
Há dias em que acordo numa ilha deserta, escrevendo palavras na areia que o mar e o vento apagarão. É o vazio dos dias cheios de nada. Hoje sinto-me como um risco na areia que o mar desfez.
A foto foi retirada do blog 'Carta de Marear'
sábado, abril 21, 2012
som
Derrotando sentimentos "mancos", o som infiltra-se libertando o(s) alter-ego cativo(s). Serenidade. Ser diferente é o ganho.
sexta-feira, abril 20, 2012
segunda-feira, abril 16, 2012
vento
Hoje sou brisa que atravessa a noite na suavidade dos sentimentos. Serenas estão as pombas no beiral. Todas as pedras retomaram o seu lugar na boca do vulcão adormecido. Há a faísca que não deixa apagar-se a chama na eternidade dos dias. Suave vento que transporta o sonho adiado. Ouço o sibilar de um coração batente. Ouço...
sexta-feira, abril 13, 2012
Albatroz
No murmúrio das palavras, o silêncio. Solta-se o riso no cruzar dos olhares cúmplices. Tão bom. E as moléculas pesadas que constroem o nosso sofrimento volatilizam deixando no ar a amizade que o tempo agarra. Na presença da luta pela vida a suavidade da música que nos embala. Solta-se o sono e o sonho.
foto retirada da net.
segunda-feira, abril 09, 2012
serpente
Enroscada, corda de bambu que nos asfixia. vigilante. e o veneno que nos enegrece a alma e desfaz o coração. colapso. a surpresa da memória desfeita, a vulgaridade. caravelas que a fúria do mar desfez no reerguer do mastro. derrota. e...
Sinto que sou ninguém salvo uma sombra
de um vulto que não vejo e que me assombra
E em nada existo como a treva fria.
[FP]
sexta-feira, abril 06, 2012
final do dia
No silêncio recluso deste espaço que não me pertence sugo o sossego de mais um dia que termina, ao longe ouço apenas uma ou outra voz perdida, aquela que adiou a partida para o prolongado descanso. E no horizonte vislumbro a aguarela que a minha vida passada deixou, no azul está pintada a alegria, o amor, a ingenuidade, a crença e a vontade, em tons pastel surge o quadro da felicidade plena, um quadro inacabado e no qual caíram as manchas vermelhas do sangue e o negrume da morte. E depois… depois vem o ponteado de uma pintura que não consegui iniciar nem concluir, como estilhaços de um asteróide que se destruiu contra o muro do sonho. Reergo-me, qual fénix, das cinzas deixadas pelo fogo onde a queimei, essa tela ponteada…
O tempo foge-me como um pássaro azul deixando-me amarrada nas suas asas. E aqui vou, voando ao sabor da corrente que amanhã me levará para o mar…
segunda-feira, março 26, 2012
tantos muros
esculpidas em pedra estão as palavras que o vento levou e o silêncio acomoda-se no vazio que o coração deixou. palavras amarradas.
quinta-feira, março 15, 2012
tempo
o tempo corre como uma lebre fugidia. passaram seis anos ao longo dos quais partilhei tristezas e alegrias, fúrias e serenidade. e, principalmente, amizade!
domingo, março 11, 2012
Hakuna Matata
Alguma vez imaginaste o que serão aqueles pontos brilhantes lá em cima?
Pumba, eu não imagino, eu sei!
Ah! E o que são?
São pirilampos,… pirilampos que ficaram colados aquela coisa grande azul escura…
Aaahh… Txiii... sempre pensei que fossem bolas de gás a arder a milhões de quilómetros daqui.
Pumba, para ti, tudo é gás...
Simba, o que é que tu achas?
Oh, eu não sei…
Oh, vamos… Vá lá…
Nós já dissemos…
Diz
Por favor
Alguém me disse uma vez… que do alto das estrelas, os grandes reis do passado contemplam-nos…
Queres dizer que um bando de reis mortos está a olhar lá de cima?
Pumba, eu não imagino, eu sei!
Ah! E o que são?
São pirilampos,… pirilampos que ficaram colados aquela coisa grande azul escura…
Aaahh… Txiii... sempre pensei que fossem bolas de gás a arder a milhões de quilómetros daqui.
Pumba, para ti, tudo é gás...
Simba, o que é que tu achas?
Oh, eu não sei…
Oh, vamos… Vá lá…
Nós já dissemos…
Diz
Por favor
Alguém me disse uma vez… que do alto das estrelas, os grandes reis do passado contemplam-nos…
Queres dizer que um bando de reis mortos está a olhar lá de cima?
E somos pontos luminosos num Universo onde as estrelas se cruzam libertando pirilampos que nos iluminam na humidade das noites escuras e frias. E sobre nós desce a ansiedade da derrota anunciada, a inutilidade dos sonhos por cumprir. E as raízes que nos sustentam libertam-se da terra ressequida na esperança do reencontro com a fertilidade. E, na infinitude do tempo e do espaço, somos vazio que nos limita ao silêncio de uma existência sofrida. Cantam os anjos, ofuscando assim a parca e transparente essência que nos aflora a rubra face. O bando de reis mortos olha-nos lá de cima como se fôramos partículas transitando entre níveis energéticos. Ah! O sonho de mergulhar nos límpidos mares azuis de Creta onde o Minotauro habita na esperança de, também ele, seguir os fios de Ariana.
terça-feira, março 06, 2012
nas pétalas da rosa
há um perfume suave que se liberta das pétalas da rosa guardada no jardim secreto das memórias. hoje, brincando sobre a tranquilidade das águas paradas da barragem, libertou-se o toque aveludado do sorriso e a nostalgia da velha estrada tomou o lugar da tristeza que no correr dos dias me foi tomando. naveguei por entre as brumas do tempo, ancorei o meu navio no porto seguro dos laços que o amor teceu. a intensidade do perfume foi aumentando até que a cor viva das pétalas ressurgiu. é isto a vida! jardins onde as flores se misturam libertando a alegria aprisionada.
segunda-feira, fevereiro 27, 2012
vinte e uma gramas
segunda-feira, fevereiro 20, 2012
até na dor...
Foto tirada daqui
O frio aperta-nos o coração que salta perante a percepção da existência dos que amamos. Percorrendo o estreito caminho entre as gotas da chuva que cai, passamos incólumes pela derrota e construímos a vida. Até na dor o coração exalta perante a segura certeza de que ainda estamos vivos. É tempo de mudança, é a confirmação que de protegidos passamos a protectores.
quarta-feira, fevereiro 08, 2012
meadas
novelos que se desenrolam nas pequenas patas de um gato atrevido. sonhos que se desfazem no calor do sol brilhante. moedas tilintando no fundo de um poço vazio. silêncio quebrado no grito da noite audaz. ternura vibrante da mãe que sorri. Cumpre-se a vida!
terça-feira, fevereiro 07, 2012
quem não gosta de histórias?
Os olhos brilhantes na luz coada pela fina caruma dos pinheiros sob os quais tapetes de musgo verde ostentavam a beleza de carnudos cogumelos. Dedos finos dos quais saíam, disformes, pequenas figurinhas de barro. E no infinito o tempo esperava, pacientemente. O odor intenso da resina misturava-se com a brevidade com que o som atravessava o espaço "mas onde é que ela se meteu?" e a brancura dos quadradinhos que semeavam o azul do bibe tingia-se com as cores da natureza. "Amélia?!" e todos os sons se misturavam com o chilrear dos pássaros. A força de uns abraços que nos protegem no acordar de um sonho "o pinhal é perigoso".
domingo, fevereiro 05, 2012
inverno
O frio corta a respiração transformando-a em pequenas gotas que se espalham pelo ar numa nuvem branca. Revive-se o passado. Salamandras negras enfeitadas de bolinhas amarelas rastejam nas doces memórias da geada que branqueava a verdura dos campos. Pedrinhas atiradas sobre a fina película que escondia o feitiço alojado no fundo do tanque contemplando o portentoso sobreiro. "Se fosse hoje não o cortaria..." e dançam bruxas sobre a eira... menina que brincas nos sonhos da alegria.
domingo, janeiro 22, 2012
... e a vida continua.
Na azáfama do reencontro, as palavras eram música. "Está óptimo!" e o brilho dos olhos, desejosos de atenuar as perdas, intensificou-se. "Ó Tia..." e dançavam os sorrisos porque a vida é uma dádiva. E eles, no ar que se respirava, ofereciam-nos a sabedoria, "eu e o meu pai fazíamos assim..." e o gesto sobrevoava a superfície do doce pecado onde as velas se acendiam aos pares. Dividem-se as heranças enriquecendo a vivência que nos é permitida. "O Pai...", sentada na lareira os olhos já brilham, o coração aperta-se no aconchego da ausência que o não é.
sábado, janeiro 14, 2012
sorriso
O que ainda há pouco eram partículas dispersas no universo são agora estradas por onde caminho de sorriso aberto.
"Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso."
Eugénio de Andrade
sexta-feira, janeiro 13, 2012
hoje...
... amanhã tudo voltará ao mesmo ritmo alucinante que comanda a minha vida.
Se tivesse poderes decretaria pausas sucessivas nas quais encaixaria tudo o que gostaria de fazer....
Não sei muito bem porquê hoje Scheherazade está presente nas minhas memórias com os seus contos das mil e uma noites que levaram o rei Shariar a adiar sucessivamente a sua morte.
Scheherazade - Rimsky-Korsakov
The Sea and Sinbad's Ship
segunda-feira, janeiro 02, 2012
The river
meteoritos que se desfazem no embate da nuvem do tempo. pontos finais sem início de maiúsculas. oitenta anos vividos nuns escassos cinquenta. na turbulência das águas que correm o (re)encontro com a tranquilidade. os projectos num percurso crescente. curva de gauss inacabada. e para sempre guardado...the river.
domingo, janeiro 01, 2012
2012
Hoje é dia de ANO BOM, na passagem do testemunho que corra a brisa do amanhecer.
E, cruzando pensamentos - Se a felicidade bafejar quem a merece e a anseia ardentemente, 2012 será o ano de todas as nossas alegrias.
E, cruzando pensamentos - Se a felicidade bafejar quem a merece e a anseia ardentemente, 2012 será o ano de todas as nossas alegrias.
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