Cheguei!
Senti-o fresco e agreste nos meus cabelos, pelo meu corpo.
Caminhei apressada como quem não pode mais esperar.
Aproximei-me de ti que forte e imponente rugias em ondas picadas e levavas tudo à tua passagem.
Sorri!
Sempre foste um espelho de mim , hoje não irias deixar de sê-lo.
Hesitei!
Estavas bravio de mais, zangado, agredindo tudo e todos que em ti se atreviam.
Molhei os pés… fui avançando um pouco mais.
É preciso compreender-te para se poder dançar contigo… e ao mesmo tempo é preciso arriscar e acreditar… tal como no amor, uma entrega. Tal como na vida.
Estendi-te o meu coração apertado. Coloquei-o nas tuas mãos e atrevi-me a dançar a tua dança, um pouco ao meu ritmo ;).
Saí!
Estendi-me numa toalha e abracei a terra abrindo as mãos para a tocar melhor. Fechei-as e agarrei com força um punhado de areia deixando-a escorrer por entre os dedos e assim fiz repetidamente durante… nem sei quanto tempo
O vento levantou-se mais.
Peguei na toalha, na roupa, nas chaves do carro e fui-me embora, tão rápido quanto cheguei, mas com um sorriso… não sem antes te dizer adeus.