E queremos todos ser importantes. Para alguem, para algo, em algum sentido. Tememos todos a morte, de uma maneira ou de outra, alguns conseguiram ultrapassa-la, epicuristas refinados na sua tese oculta de viver, conscientes ou não. Aprenderam a guardar carinhosamente os pequenos prazeres da vida, sejam eles o que forem. Temos todos de ser um projecto para nos e para os outros, é preciso que alguem aposte em nós naqueles instantes em que sentimos uma densa empatia pelo cavalo de corrida coxo que está só. Somos esse cavalo. Precisamos que alguem tenha o orgulho a depender da nossa postura.De ser uma inspiração para alguem, meia razão de uma salvação .Bem, pelo menos, algum de nos.
Simplicidade. O básico da essência humana é simples. Procura, encontra, rejubila-se, irrita-se, entristece-se. Ocasionalmente chora, esforça-se por rir o mais frequentemente possivel. Mas nada disto é simples, se procurares o porquê profundo, submerso, terás uma melhor e mais nítida imagem de ti – que é o que verdadeiramente procuras- e pouco mais que isso. Não julgues que é pouco. Já viste tudo o que se torna permitido fazer quando te conheces a ti? Podes rir mais alto, fazer com que a lágrima acalme a tua dor, conhecer o teu semelhante, saber onde erra o mundo, ah! tanta coisa.Simplicidade profunda complexa. É o que falta ao mundo. Acendo o cigarro, ouço música, deixo-me envelhecer numa florida juventude, activo numa aparente passividade sem moralismos, apenas ponderadas ideias que me ficaram da experiência. Pensar.
Simplicidade.