quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Enquete

Oswaldo,

Votei no Chico. Mas pra mim os versos são mesmo os do Aldir, não os que você escolheu, mas:

Reguei
O Salgueiro pra Muda pegar outro alento
Plantei novos brotos no Engenho de Dentro
Pra alma não se atrofiar

Coleção Robespierre

O caminho para pesquisar o acervo da coleção Robespierre que está no Arquivo do Estado é o seguinte:

1-entrar na página www.aperj.rj.gov.br
2-selecionar no menu ACERVOS o item BIBLIOTECA e clicar em cima.
3-no alto da página vai aparecer PARA ACESSAR O CATÁLOGO, CLIQUE AQUI.
4-em usuário escrever "leitor" em senha escreva "leitor", e clicar em ENTRA.
5-na página seguinte no alto clicar em PESQUISAR.
6-na página seguinte em ATRIBUTO, selecionar ASSUNTO, preencher "Coleção Robespierre" e aguardar a lista que aparece na tela.

7-selecionar os itens que se deseja consultar para aparecer a descrição. Há pouco material digitalizado ainda, mas, em alguns casos, na ficha descritiva existe a opção OBRA DIGITAL que permite a consulta ao material que já se encontra online.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Poema do dia


Julian Tuwim (1894 - 1953)

Quando sei
que o poema
haverá de surgir,
encerro o universo
entre parêntesis,
e coloco diante do parêntesis
o sinal
da função, do fator.

Começa então a operação,
reflexão sonora e rápida,
e o poema
emerge claro sobre o quadro-negro,
como um problema
de álgebra.

Depois,
abro o parêntesis,
libero os elementos aprisioonados
e appago o quadro-negro.

E canto a alegria -
para a casa e da escola -
e morro de amor dentro de casa.

(tradução de Aleksandar Jovanovic)


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Poema do dia

do teoria do jardim
existem equilíbrios por
descobrir na ausência
de tudo

a natureza das tuas cores
as imagens fabricadas
que conformam o dia e
dão corpo ao sexo necessário
tudo muito útil

(Dora Ribeiro)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Carta de José Celso

MULTIDãO! JUSTIçA E ADORAçãO!



10/12/2010

Eu, José Celso Martinez Corrêa, advogado, e sobretudo, se humano entregue inteiramente à Paixão ao Teatro, 73 anos, identidade 1986056-0 SSPSP, CPF 059.314.428-71, residente à Rua Achiles Masetti 138, ap 63 – CEP 04006-020, diretor teatral há 52 anos do Teatro Oficina tombado pelo IPHAN, como PATRIMÔNIO ARTÍSTICO E CULTURAL DO BRASIL, situado na Rua Jaceguay 520, CEP 01315-010 São Paulo, Bixiga, venho através deste documento, reivindicar a devolução imediata de todo material de vídeo, apreendido na tarde de hoje, dia 9 de dezembro de 2010, na residência da diretora de vídeo do Teatro Oficina. Houve no caso um “embargo de terceiros em que o Teatro Oficina é o senhor possuidor dos bens apreendidos”. Mas nem vou requerer a esta medida, pois sou advogado e conheço a morosidade da justiça. Em nossos tempos como artista tenho de testemunhar publicamente esta injustiça. E a Multidão que quer ver as DIONIZÍACAS fará JUSTIÇA com ADORAÇÃO.
Este material não tem caráter privado, pertence ao Teatro Oficina, mais especificamente à Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona. No apartamento da diretora de Vídeo do Teatro, tem seu Estúdio onde, em equipe, montavam as partituras Ggavadas para as peças, inclusive as que estão sendo ensaiadas, divulgadas, e que serão apresentadas para o público do dia 17 ao dia 20 de Dezembro, no entorno do Teatro Oficina. No Ex Estacionamento do Baú da Felicidade.
Assim há peças de publicidade que estão sendo realizadas para serem divulgadas na Internet, na Televisão, no Site do Teatro, para este evento.
Os HDs, câmeras, todo material apreendido por oficiais de Justiça, estão em pleno uso, para a preparação na Estrutura de Teatro de Estádio no entorno do Teatro, da apresentação de “AS DIONIZÍACAS”: 4 peças de Teatro Total Multimídia em que grande parte deste material apreendido constitui a Partitura Visual da Encenação.
E desde já este material é utilizado nos ensaios diários destas peças realizadas no Teatro Oficina esta semana e na que vem, na Estrutura já montadas do Teatro de Estádio de São Paulo.
AS DIONIZÍACAS foram apresentadas em 7 capitais do Brasil, em estruturas para 2.000 pessoas, em bairros populares como é o BIXIGA, para onde se dirigia também a elite das capitais para juntamente com o povo do local participarem deste grande evento, dado de graça à população em troca de 1 kilo de alimento não perecível. O evento é patrocinado pelo MINISTÉRIO DA CULTURA DO BRASIL.
Em São Paulo, acontecerão as últimas DIONIZÍACAS e o evento reveste-se de uma característica especial, vem comemorar o término de uma luta de 30 anos entre a Cultura, a defesa do Crescimento do Bairro do Bixiga, o TEATRO OFICINA X GRUPO SILVIO SANTOS.
Como gesto de Paz, Sílvio Santos pessoalmente nos emprestou o espaço, num acordo de cavalheiros. Assim vamos mostrar para as multidões, que estarão presentes os espetáculos, que serão também assistidos nas suas transmissões diretas via internet.
Há 30 anos lutamos para a complementação de um Projeto Urbano de uma das maiores “arquitetos” do século XX, Lina Bo Bardi: a realização do “AnhangaBaú da Feliz Cidade”: um Complexo Cultural, que envolve a construção de um “Teatro de Estádio” definitivo. Uma “Universidade Popular”, a trazida do Verde para o Bixiga, que chamamos “Oficina de Florestas”.
A relatora do Tombamento do Teatro Oficina pelo IPHAN, Jurema Machado, conselheira do órgão e também da UNESCO, recomendou neste documento a compra ou desapropriação do entorno do Oficina para a realização deste Projeto.
Negociações já foram iniciadas pelo Ministro da Cultura com o Grupo Silvio Santos para se chegar a Compra ou Desapropriação do entorno para a finalidade de Construção desta Grande Obra Urbanística que fará o BIXIGA retornar aos seus dias de Centro Popular e Cosmopolita de São Paulo.
O acontecimento das DIONIZIACAS em São Paulo em terreno em que será completado o Projeto de Lina Bo Bardi, é portanto de caráter Histórico e está tendo uma repercussão enorme na Mídia. Não pode portanto ser obstado neste momento por uma questão de ordem privada, pois seu caráter de Arte Pública é evidente.
Acresce que foi apreendido um HD que foi batizado pela Diretora de Vídeo do Oficina de “ETHERNIDADE” com material de todos os 50 anos passados do Teatro Oficina, que em parte foi apresentado em 2009, na Exposição no ITAÚ CULTURAL DA PAULISTA com o nome de “OCUPAÇÃO ZÉ CELSO”. Se este material sofre uma avaria, se perde toda a memória desta importantíssima história do Teatro Brasileiro e Mundial, o que pode vir a se constituir num Crime.
PRECISAMOS DA DEVOLUÇÃOO IMEDIATA DESTE MATERIAL PARA OS ENSAIOS GERAIS TÉCNICOS DAS 4 PEÇAS Q JÁ ESTAMOS FAZENDO, PREPARANDO-NOS PARA A RECEPÇÃO DO PÚBLICO DO DIA 17 AO DIA 20.
Esse material faz parte das peças com 90 atuadores.
Trabalhamos com Teatro de Estádio Multimídia e estas imagens são como textos iconográficos da ação cênica. Considero este fato uma grave violência à Cultura, a Arte, especificamente ao Teatro. Que seja devolvido imediatamente para evitar um prejuízo enorme à cia e que desde já fere meu coração como a agressão em 1968 à peça “RODA VIVA” de Chico Buarque de Holanda, realizada pelo CCC.
A repercussão nacional e mundial desta agressão determinará um capítulo escabroso da história da justiça brasileira.
Nestes HD’s está também um filme que Elaine Cesar faz sobre minha pessoa, juntamente com Tadeu Jungle diretor da conceituadíssima Produtora “Academia de Filmes“, produzido pelo ITAÚ CULTURAL.
Por estas razões que além do prejuízo mais que financeiro, impede-nos de realizar o que está contratado com o MINC, com a população de São Paulo, de todos amantes da Cultura do Teatro no Mundo, pedimos deferimento imediato.
É um atentado à Cultura, vindo de uma ação impregnada de machismo de um E ex-marido ciumento.
Uma Novela diante do trabalho seríssimo deste retorno à época mais esplendorosa do Teatro Mundial, a Tragédia Grega, que reinventamos com nossas Óperas de Carnaval da TragyComédiOrgya.
Que retorne para as mãos o material intensamente Cultural apreendido ao seu possuidor: O Teatro Oficina
Não consigo nem pensar em prejuízo econômico por tal apreensão, pois não concebo não serem encenadas, nas datas marcadas, com as imagens necessárias, as DIONIZÍACAS.
Elas serão realizadas e vamos botar a boca no mundo para que tal aconteça.
São Paulo, 9 de dezembro de 2010
José Celso Martinez Corrêa
diretor há 52 anos do Teatro Oficina
JUSTIÇA JUSTA DE XANGÔ
SEJA FEITA
JUSTIÇA E ADORAÇÃO!


ILUSTRE DESEMBARGADOR LUIZ ANTONIO COSTA,
Eu José Celso Martinez Corrêa, Identidade 1986 056-0 CPF- 059 314-428 -71 domiciliado na Rua Achiles Mazetti 138,ap 63, CEP-04006-020 tendo como local de Trabalho o Teatro Oficina, na Rua Jaceguay 520 no Bairro do Bixiga,venho através deste documento, pedir JUSTIÇA e ADORAÇÃO AOS ARTISTAS BRASILEIROS QUE PENSAM DIFERENTEMENTE DE VOSSA EXCIA, pois estamos em plena vigência de uma DEMOCRACÍA E SOBRETUDO PEDIR QUE DEVOLVA PARA OS CUIDADOS DESTA MARAVILHOSA MÃE EXTREMAMENTE CULTA SEU FILHO THEO.QUANDO ESCREVO CULTA , refiro-me a esta palavra como a do saber viver a vida, cuidar dela,como da INFRA ESTRUTURA DA VIDA. Sou Artista e Advogado,participei da fundação , crescimento do Teatro Oficina na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco em 1958. Me formei e dediquei –me até hoje 52 anos á esta profissão –religião, minha PAIXÃO :O TEATRO.

Mas muitas vezes como agora, tenho praticado mais que o Direito a Justiça, que aprendi na Faculdade, para defender o Teatro Brasileiro e a vida das pessoas com quem tenho o previlégio de criar, trabalhar.

Elaine Cesar faz parte desta Companhia de Criação Coletiva que trabalha sobretudo a da Arte de Amar, no TEATRO OFICINA.Sou o remanescente dos que criaram essa Cia, e hoje dirijo a Cia.Oficina Uzyna Uzona ,com 90 Artistas Multimídia de todas as idades: Atores, Atrizes, Dançarinos,Poetas, Escritores, Músicos,Contra-Regras, Maquinistas, Produtores, Crianças do Movimento BIXIGÃO- um trabalho Social da Maior relevância, que tem recebido Artistas vindos da condição de Sem Teto, Crianças de Rua, hoje artistas talentosos, encaminhados para a vida profissional digna, viajados, conhecedores do Brasil nas excursões q fazemos e do Mundo .

Temos a Glória ter recebido da Revolução Digital, este presente, a GRANDE ARTISTA CRIADORA CYBER ,ELAINE CESAR .Como ela grandes Artistas Cibernéticos conseguiram que nossas obras fossem imortalizadas no Cinema, no DVD, nas transmissões diretas dos nossos “Espetáculos-Ritos Culturais” pela Internet.Melhor que fossem transmitidas a muito mais pessoas do que as milhares que vem nos ver diretamente nos TEATROS.

Conheci ELAINE CESAR quando TADEU JUNGLE, um os mais talentosos CYBER ARTISTAS brasileiros, veio filmar nossos primeiros DVDs Profissionais em 2001, hoje distribuídos pela conceituada distribuidora TRAMA.

Justamente hoje, 2 de dezembro de 2010, o livro , “OS SERTÕES” de Euclides da Cunha faz 108 anos que foi editado e vai ser entregue ao Publico do Mundo e do Brasil neste fim de Ano em forma de DVD e FILME. ELAINE é Diretora de “A LUTA I” e desde então passou a ser a DIRETORA DE TODA CRIAÇÃO VIRTUAL DA CIA OFICINA UZYNA UZONA.

Participou da uma excursão gloriosa da esta CIA,.por Sete Capitais do BRASIL, com as DIONIZÍACAS, patrocinadas pelo MINISTÉRIO DA CULTURA ,onde foi criando uma Vida Virtual cada vez mais Intensa, para 4 pecas Consagradas do Teatro Mundial:TANIKO-um Nô Japonês, feito especialmente para as crianças de todas as idades, “ESTRÊLA BRAZYLEIRA A VAGAR CACILDA !! “peça sobre CACILDA BECKER aos vinte anos de idade, a maior Atriz brasileira de todos os tempos, que também passou pelos sofrimento que ELAINE CESAR passa hoje,mas vou escrever sobre isto daqui a pouco.Mas continuemos .Fez as duas Obras Primas fundadoras da Cultura Grega e Ocidental ”BACANTES” Tragédia Clássica de Eurípedes sobre a vida do deus do Teatro DIONISIOS e “O BANQUETE” de PLATÃO.

Nessas Viagens no apresentamos em Estruturas de TEATRO DE ESTÁDIO, onde ELAINE conseguiu LEDS para que as atuações dos jogadores artistas chegassem á toda Multidão como no Futebol.Nossas apresentações s eram feitas em Bairros Populares onde a Elite das Capitais vinha de carro misturar-se ao Povo para ver nossos espetáculos. Os Ingressos eram gratuitos.

Foi um trabalho de Cultura-Educação exemplar para milhares de brasileiros .Seu efeito foi multiplicado porque os espetáculos eram transmitidos pela Internet ao vivo.

A chamada AGRAVADA é antes de tudo uma ARTISTA BRASILEIRA EXTRAORDINÁRIA , das mais criativas neste UNIVERSO NOVO que é a contribuição da TECNOLOGIA CYBER para um TEATRO DE MULTIDÕES . É uma Heroína, uma Precursora, um Gigante de ARTISTA e mais ainda, de MÃE! Traz com ela as tradições mais Arcaicas e Belas vindas da Antiguidade, do Circo, das mulheres Indígenas do Brasil , da America Latina, do Mundo ,que Trabalham levando seus filhos em seu Corpo. Filha das tradições do próprio Teatro Brasileiro, que não tinha antes a possibilidade de permanecer muitos dias em temporadas grandes nas Capitais como agora e tinham de Mambembar.,com todas as famílias que criavam suas Cias. AConstituição Brasileira, tem uma lei de permite aos filhos de Artistas de Circo cursar escolas nas cidades onde as Cias de suas Mães e Pais , chegam. Procópio Ferreira, o Grande Ator Mítico do Brasil, apresentou sua filha Bibi Ferreira com 4 meses numa peça. Bibi criada no ambiente cultural de arte e amor nômade das Coxias do Teatro Mambembe Brasileiro, sempre Viajante para os mais distantes do Brasil. Levando sempre Cultura, atitude artística e criadora diante da Vida até para povoados . Foi descriminada adulta por um Colégio que tinha preconceito com Atrizes.Mas lutou, venceu e conseguiu estudar nas melhores escolas do Brasil e da Inglaterra.

DESEMBARGADOR LUIS ANTONIO, se precisa de informações TÉCNICAS, vá buscá-las com BIBI FERREIREA, A MAIOR ATRIZ VIVA BRASILEIRA .Ela cultua a educação fantástica que a vida na Cia. de seu famoso Pai lhe proporcionou.

Nas cias de Teatro, todos cuidamos dos filhos uns dos outros ,como se fossem nossos, numa solidariedade que vai mais alem da dos primeiros anos do cristianismo.É a solidarienadade não na Dor, mas na Alegria que a Vida de Artista proporciona.

Vá buscá-las junto á MARÍLIA PERA nascida também nas coxias do Teatro e criada Mambembando. Vá buscar junto á JULIA LEMERTZ que fazia a RAINHA GERTRUDES em HAM-LET em 1993 com minha Direção e atuação como seu Marido, o Rei Hamlet pai de HAM-LET,no Teatro Oficina .JULIA deixava a menina LUIZA LEMERTZ que hoje é uma das Grandes Atrizes do Oficina Uzyna Uzona, ,dormindo nos CAMARINS , no chão, na manta de veludo da RAINHA DE SHAKESPEARE PARA FAZER SUAS CENAS. Vá buscar junto á CIBELE FORJAZ, uma da MAIORES ILUMINADORAS E DIRETORAS DE TEATRO DO BRASIL , que levava seu filho JORGE ainda bebê nas costas num “saco-ventre” como as Índias ,para iluminar os nossos espetaculos dos anos 90.JORGE cresceu conosco , participando de nossa “Vida de Artista”.Tão difamada, mas como cantamos em Cacilda : “NÃO HÁ MELHOR Q EXISTA”Hoje é um menino absolutamente sadio,física, mentalmente.Um Intelctual aos 13 ou 14 anos não sei exatamente, é um grande leitor da melhor literatura mundial!

Me escandalisa como pessoa criado na Vida de Artista como no BRASIL , onde a democracia trouxe o fim da Censura Teatral, assim como V EXCIA escandalisa-se com o Teatro que fazemos , nós Artistas nos ESCANDALIZAMOS que o Senhor queira CENSURAR O TEATRO BRASILEIRO ATUAL,proibindo que os FILHOS DOS ARTISTAS, participem da VIDA CULTURAL, SAGRADA, das MÃES ARTISTA. Desculpe se sou rude, mas senhor DESEMBARGADOR LUIZ ANTONIO que tem o nome de meu irmão GRANDE ARTISTA de TEATRO, assassinado no NATAL de 1987 no RIO DE JANEIRO NUM CRIME DE HOMOFOBÍA,se intromenta num ambiente de muita CULTURA , que significa pra nós não eruditismo, mas AMOR Á VID, que o senhor desconhece.

A CIA DE TEATRO OFICINA UZYNA UZONA é considerado mundial e nacionalmente mente uma das maiores transmissoras da CULTURA CONTEMPORÂNEA AOS POVOS DO MUNDO.E Repito, não estou falando em erudição mas CULTURA COMO CULTIVO DO AMOR Á LIBERDADE DO AMOR E DA VIDA. Se for o caso posso enviar um CURRULO onde se verá os inúmeros Prêmios, Trabalhos, contribuições desta Cia. para o Mundo.

CACILDA BECKER, teve o mesmo problema. Quando separou-se de seu marido Tito Fleury que quis ser ator mas não tinha talento para isso e foi viver com o grande diretor vindo da Itália Adolfo Celi levantando com este novo Amor o TBC, PAI gerador de todo o Teatro Moderno Brasileiro,do qual CACILDA é a GRANDE MÃE.Este a processou a atriz , argumentando que uma ATRIZ DE TEATRO não tinha direito á Guarda de um filho, no caso era do Bebê CUCA, filho de ambos. Acusava a mesma de fazer uma peça imoral, Condenada pela Igreja e pelo Partido Comunista “ ENTRE QUATRO PAREDES” de Jean Paul Sartre onde Cacilda fazia o papel de INÊS :uma LÉSBICA! Oh q HORROR!!!!!!

O filho ficou sob a guarda por uns tempos da mãe de CACILDA , Dona Alzira que ia levar a criança escondida da Polícia, nos ensaios desta peça no TBC, para CACILDA dar de mamar á CUCA. Obvio que a moral burguesa tradicional fundamentalista não tem nada a ver com a Ética Teatral .Muito mais no caso dos artistas do TEATRO OFICINA que desde a montagem de “ O REI DA VELA ” do grande OSWALD DE ANDRADE e de “RODA VIVA” do POETA Maximo CHICO BUARQUE DE HOLANDA, libertaram-se do Palco Italiano Branco, de Teatro Dramático “Pequeno Burguês” suicidaram-se como classe e foram buscar suas origens nos Ritos Indígenas, Africanos, Carnavalescos, Populares .Assim como toda CULTURA DO BRASIL no CINEMA, NAS ARTES PLASTICAS, NA MUSICA, NAS ARTES PLASTICAS, NA ATITUDE DESCOLONIZADA , LIBERTÁRIA DIANTE DA VIDA no ano 1967, onde surgiu o movimento da TROPICALIA, no BRASIL.Um dos movimentos culturaius mais importantes do SECELO XX.

Estes Artistas e Nossa Cia. lutou pela LIBERDADE diante da Ditadura Militar , e por isso teve pessoas como eu , Presas, Torturadas e Exiladas.

Quando começou a Abertura –retornamos ao BRASIL e descobrimos ss Origens do TEATRO q praticávamos, ligados ao Ritos Indígenas, Africanos e carnavalescos, na Grécia Arcaica, no RITO ORIGINAL DO DEUS DO TEATRO E DO DO VINHO: DIONISIOS.

Não é possível que em nossos tempos maravilhosamente revolucionário,em que temos a DEMOCRACÍA potencialisada pela revolução digital os VALORES DEMOCRÁTICOS DAS DIFERENÇAS CRIANDO ENTRE SÍ NOVOS VALORES, venha V.EXCIA

Um ex Marido Ciumento, possessivo, que foi a Manaus, caracterizar-se de grego,pintar o rosto, para invadir a cena de “ O BANQUETE” fazer uma declaração demagógica de Amor, á ex esposa, ao novo Marido dela, o grande ator FRED STEFFEN que Protagoniza tanto BACANTES como O BANQUETE , desejar uma vida feliz ao filho na Cia , (em grego,COMPANHIA DE TEATRO É = á TYAZOP,circulo de pessoas AMIGAS DE AMZADES DOURADAS, onde O AMOR DE CADA UM, POTENCIALIZA O DE UM PRLO OUTRO E CRIA OS FIOS ELETRICOS AMOROSOS DOS ESPETACULOS ,QUE FAZ COM QUE DEMOS AO PUBLICO O MELHOR NOSSO: AMOR.AMOR TOTAL. CORPO-ALMA.

É incrível como o CIUMES destrói uma pessoa que se diz Hare Krishna e tem um sentimento POSSESSIVO q nada tem a ver com os deuses INDIANOS OU BUDISTAS, que aconselham a renuncia, a aceitação ZEN da Vida.

É uma INJUSTIÇA, um CRIME ABSURO A “JUSTIÇA” ter esta atitude Patriarcal, Machista, contra a Mulher Livre, Independente , e seu DIREITO SAGRADO DE CUIDAR DO PROPRIO FILHO COMO ELA ACHAR MELHOR.

ELAINE deu , da e dará as melhores escolas ao filho, porque por ser um profissional de talento tem condições financeiras de educar da melhor maneira seu ADORADO THEO, e sabe que no OFICINA UZYNA UZONA, onde o Macho encuimado vê um ambiente de degradação moral ,existe uma Cia. amorosa, que ama o THEO, que tem a companheiros filhos de outros Artistas, da idad dele, meninos e meninas que conhece em cada cidade que a Cia vai!

Claro no Oficina não sairá um Homem Neurótico, Doente, Ciumento, Possesseivo, Hipócrita ,que trai a ARTE como o Pai Biológico.

Sinto que esta INJUSTIÇA tem de se tornar PUBLICA.

GIULIA GAM a maravilhosa atriz de NOVELA, TEATRO, CINEMA ,que tem um filho do mesmo nome , THEO, e teve de passar pela mesma crueldade, diante do pai biológico Machão, Neurótico que a acusava de louca.

O povo brasileiro é cuidado muito mais pelas MÃES CORAGEM como ELAINE do que pelos Pais que nem trabalho pra sustentar-se consegue.É uma afronta ao DIREITO MATERNO e a maioria das MÃES BRASILEIRAS que cuidam de seus filhos muito mais que seus pais biológicos. É uma situação que as ESTATISTICAS comprovam desde que o BRASIL é BRASIL.

Uma atitude injusta DESEMGARGADOR , mais grave ainda neste momento que o TEATRO OFICINA depois de 30 anos de Luta vai dar a cidade as DIONIZÍACAS no espaço de ExEstacionamento do Grupo Silvio Santos, concedido pelo próprio.

Nosso Teatro este ano foi TOMBADO COMO PATRIMONIO ARTISTICO E CULTURAL DO BRASIL e no seu TOMBAMENTO foi recomendado que o Ministro da Cultura, os secretários de Cultura do Estado e Município façam esforços para COMPRAR OU DESAPROPIAR O ENTORNO DO OFICINA PARA Lá CONSTRUIR-SE um COMPLEXO CULTURAL CENTRO COSMOPOLITA E CULTURAL DE SÃO PAULO, LÁ CONSTRUINDO O “ANHANGABAÚ DA FELIZ CIDADE” .

NESTE MOMENTO EM QUE O FOCO DE NÓS TODOS, DE ELAINE ESTÁ VOLTADO PARA A REINVENÇÃO DO NAIRRO DO BIXIGA,como um CENTRO COSMOPOLITA E CULTURAL DA CIDADE DE SÃO PAULO, LÁ UM DEFINITIVO “TEATRO DE ESTADIO “PARA MILHARES DE LUGARES PARA OS PREÇOS SEREM POPULARES, UMA UNIVERSIDADE POPULAR ANTROPÓFAGA PARA ENSINARMOS E APRENDERMOS CULTURA, COMO CULTIVO DA VIDA , DO CORPO-ALMA, DOS SERES HUMANOS MISTURANDO-SE SEM RACISMOS, APARTAIDES, TABUS, MORAIS INJUSTAS COMO ESTES QUE DEFENSORES CIUMENTOS DE UMA “VERDADE UNICA” QUEREM IMPOR AO MENINO THÉO

UMA OFICINA DE FLORESTA PARA VERDEJAR TODO BIXIGA Porque exatamente neste momento, THEO , tem de ser educado por um pai frustrado ciumento, que trai o propio lugar que freqüentava em nome de sua INVEJA por não ser mais amado por esta EXTRAORDINÁRIA MULHER.

Por não aceitar a LIBERDADE DO AMOR?

”UT ELEGANTER CELSUS DIXIT IUS EST ARS BONI ET AEQUI” Como o elegante Celso diz, a Justiça é a ARTE da BONDADE E DO EQUITATIVO

SENHOR DESEMBARGADOR o senhor é convidado para dia 17 assistir um ATO CULTURAL REVOLUCIONARIO que começa no TEATRO OFICINA ,onde há 30 por uma MULHER DA TEMPERA DE ELAINE QUE EXIGIA SER CHAMADA de “ARQUITETO” : LINA BO BARDI, UMA DOS MAIORES ARQUITETOS DO SECULO XX,PROJETOU O TEATRO OFICINA COMO UM “TEATRO DE PASSAGEM”, Uma RUA Até Hoje EMBECADA.Nesta noite a RUA VAI SE ABRIR E POR ELA A MULTIDÃO VAI ENTRAR PARA NO TEATRO DE ESTADIO NO EX ESTACIONAMENTO DO BAÚ DA FLICIDADE, ATUAR NA PEÇA JAPONESA-RITO “TANIKO” DE MAIS CENTEAS DE ANOS QUE CONTA HISTÓRIA DE UMA CRIANÇA COMO THEO E DE SEU AMOR PELA MÃE E DE SUA MÃE POE ELE. DURA 01:30’ O SENHOR VAI VER ELAINE TRABALHANDO, FILMANDO, COMANDANDO UMA EQUIPE ENORME DE FOTOGRAFOS E NESTE DIA O THEO TERÁ DE ESTAR TAMBEM PORQUE É UM DIA IMPORTANTE NA VIDA DELE E DE TODAS AS CRIANÇAS DE SÃO PAULO AS QUE SERÃO AS MAIS BENEFICIADAS NO FUTURO PELO QUE VAI ACONTECER SEXTA FEIRA DIA 17 ás 20h.

DESEMBARGADOR LUIZ ANTONIO TODO NOSSO AMOR E CONSIDERAÇÃO MAS LIBERTE ESTA MÃE Q NÃO É DIFERENTE DA VOSSA E TEM TODO DIREITO DE CUIDAR COM TODO AMOR DO SEU FILHO

José Celso Martinez Corrêa Diretor, Ator, Autor, Cantor,Palhaço, Musico Compositor dos Coros do Teatro Oficina.

Memória brasileira 1

Aracy de Almeida - O Samba Pede Passagem


Noel foi quem acreditou em mim desde o primeiro dia em que vi o microfone na vida. Eu morava no Encantado, um subúrbio um pouco longe e vivia cantando em festinhas. Cantei no candomblé, da paulina, na rua Borges Reis, cantei na escola de samba Somos de Pouco Falar no Largo da Abolição, cantei em coro de igreja protestante, no Méier, mas isso tudo não rendia dinheirinho e eu estava precisando arrumar uma nota. Já estava farta de cantar de graça e quem canta de graça é galo, mas tem certos direitos no terreiro. Diante disso, eu estava louca para ir para o rádio, que o rádio era a sensação daquela época, lá pras bandas de 1932, 33. E aparecu lá um rapaz, um matusquela lá no Encantado, que era amigo de Custódio Mesquita. Eu arranjei uma roupinha melhorzinha que eu tinha, que não era lá muito legal, mas servia. E fui até a Av. Rio Branco pela primeira vez na minha vida que eu não conhecia a cidade nem nada. Era verdadeiro Xavante. Custódio Mesquita estava lá e me ensaiou um samba, mas eu não estava dando no coro, porque estava muito nervosa; a primeira vez com um piano na minha frente pra me acompanhar. Aí resolvi partir pra marcha, porque marcha era mais fácil era uma espécie de bossanova, qualquer tom servia e era naquela base, não é?
(Aracy de Almeida)

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Os cinco melhores livros que reli em 2010


1 – Juventude – Joseph Conrad.
2 – Octaedro – Julio Cortazar.
3 – Poesia completa de João Cabral de Melo Neto.
4 – Poemas – Georg Trakl
5 – Baladas – François Villon

Os dez melhores livros que li em 2010


1 – Estrela Distante – Roberto Bolaño.
2 – Nada a Dizer – Elvira Vigna.
3 – Sonata a Kreutzer – Lev Tolstoi.
4 – Libertação – Sandor Marai.
5 – Anônimos – Silviano Santiago.
6 – O Amuleto – Roberto Bolaño.
7 – Patrimônio: 80 anos em São Paulo – Carlos A. C. Lemos Victor Hugo
Organização: Marise Campos de Souza e Rossano Lopes Matos
8 – A Felicidade Conjugal – Lev Tolstoi.
9 – O bom soldado – Ford Madox Ford
10 – O enteado – Jose Juan Sauer

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Poema do dia

GAUDÍ

A força do irracional concreto
Suspende curvas com o valor de retas.
Aparece-nos o gênio da pedra espessa,
Não desbastada: talhada
No cerne mesmo da estrutura.

O anteontem da pedra
Descerra o espaço cifrado:
A mão de Gaudí sabendo criar elementos
Que extraem de Montserrat o gótico e o barroco
Inspiram residência, igreja, parque
Onde montamos o Pégaso

(Murilo Mendes - Tempo espanhol)

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

a esfinge de borges

nós herdamos a biblioteca de borges
a esfinge do poema oca lucidez

nós herdamos a esfinge do escritor
a altivez da unidade e seu olha cego

que em mim desandou em dedos rotos

nós herdamos aquilo que lemos
os que no Boa Morte ficaram sepultados

o espírito e a carne dos que se foram
translúcidos e vazios fizeram restar

nós herdamos das estantes um e outro livro
que transladamos vorazes de sentido

e tempo

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

o cão doido à maneira dos anos 70


quantas e quais as atitudes do cão doido:

a primeira afirmar-se cão;
a segunda afirmar-se doido

depois fazer-se esteta dos cães outros
que se querem doido-cão

o cão doido e seus filhotes
cães doidinhos

planetarizam a vocação
de latirem em uníssono

seu vasto repertório
de ão-ão-ãos

(oswaldo martins)

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Didascália 11

didascália 11

ousa o autor afrontar a lírica porno-erótica de Gregório Matos Guerra, poeta barroco libertino e baiano com estes versos


eras só buceta
mas esse teu rosto sorridente
esses teus olhos coniventes
esse teu jeito cuidoso
de mim
esse teu olhar sorridente
(Elesbão)

sábado, 20 de novembro de 2010

a esfinge do poeta

no que a voz enrouquecida
da bolha da miséria

trança palavras
os meninos desnudados

as parcas constelações
dos que aos cinco anos

são das mulatas os valentes
para cigarros deixados

no quarto

(oswaldo martins)

Nelson cavaquinho

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

soneto de juiz de fora

soneto de juiz de fora

fotos são memórias inventadas
sobre noite de saquês e cujás
repórteres de sazões e das cruas
esquinas dispostas ao léu ao nada

fotos talvez são que deixam de ser
ante o esfuziante para sempre
recado solto no ocaso do deter
o que acaso e afeto reacalentou

como água de que se necessita
à garganta ao espasmo da dor
a desfoto guarda na noite fita

o frio fora e em outras a noite
ressurgirá plena seja onde for
hipótese una de qualquer fator

(oswaldo martins)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Palavras-urzes

quando se resfaz – o pensamento
poucas as repetições semânticas

as que desatam o nós dos mantos
deliram coices de belezas sutis

nem água mar ou rio a solidão
desata-se que das oiças guardam

o revoltear do mundo são palavras
em queda nos invólucros

de perdida natureza vasta plenitude
deste homem anjo urdido em caixas

de sapato a pisar descalço
o construto de um mundo

e sua rouquidão silábica

(oswaldo martins)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

III SEMANA DE LETRaS DA UFJF

PROGRAMAÇÃO

Segunda-feira (08/11)
18:00 - 19:45: credenciamento
20:00 - 21:00: ABERTURA - As pequenas memórias de José Saramago - Profª Maria Luiza Scher (UFJF)

Terça-feira (09/11)
8:30 - 10:00: Minicurso 1: Ensino de Língua Estrangeira para crianças. Teoria e Prática – Profª. Valéria Serrão, Profª Ana Cláudia Peters (UFJF) e Phelippe Nathaniel
Minicurso 2: Estética da recepção - Prof. William Redmond (CES/JF)
10:30 – 12:00: Mesa 1: A tradução em debate: reflexões e perspectivas - Adail Sobral (UCPel), Beatriz Caldas (Universidade Gama Filho e Universidade Estácio de Sá), Patricia Fabiane Cunha Lacerda (UFJF)

14:00 - 15:45: Comunicação especial: Literatura Latino-Americana - Profº Juan Pablo Chiappara (UFV), Profª Silvina Carrizo (UFJF) e Profª Ana Beatriz Gonçalves (UFJF)

18:00 - 19:45: Minicurso 5: Leitura de texto poético – Profª Terezinha Scher (UFJF)
Minicurso 6: Leitura e Escrita em Gêneros Textuais - Profª Marta Cristina e Terezinha Barroso

20:00 – 21:30: Mesa 3: Cognição, interação e tecnologias – Profª Edwiges Morato (Unicamp), Profª Rove Chishman (Unisinos), Profª Isa Mara da Rosa Alves (Unisinos) e Profª Margarida Salomão (UFJF)

Quarta-feira (10/11)
8:30 - 10:00: Minicurso 1: Ensino de Língua Estrangeira para crianças: teoria e prática - Prof. Valéria Serrão, Profª Ana Cláudia Peters (UFJF) e Phelippe Nathaniel
Minicurso 2: Estética da recepção - Prof. William Redmond (CES/JF)
10:30 – 12:00: Mesa 4: A diversidade linguística na sala de aula: perspectivas – Profª Cláudia Roncarati (UFF), Profª Patrícia Fabiane Amaral (UFJF), Profª Jânia Ramos (UFMG)
14:00 – 15:45: Minicurso 4: As cadeias do texto: construindo sentidos – Profª Cláudia Roncarati (UFF)
16:15 – 17:45: Sessão de comunicações
18:00 - 19:45: Minicurso 5: Leitura de texto poético – Profª Terezinha Scher (UFJF)
Minicurso 6: Leitura e Escrita em Gêneros Textuais - Profª Marta Cristina (UFJF) e Profª Terezinha Barroso (UFJF)
Sessão de comunicações
20:00 – 21:30: Mesa 5: Violência em sala de aula – Giane Elisa (Educação sem homofobia), Carolina Pinho (Associação Nacional de Pós-Graduandos), Roberto Cupollilo (Sindicato dos Professores – SINPRO/JF)


Quinta-feira (11/11)
8:30 – 10:00: Minicurso 3: A variação linguística em debate: um estudo de caso a partir do juridiquês - Profª Patrícia Fabiane A. da Cunha Lacerda
10:30 – 12:00: Mesa 6: Erotismo – Oswaldo Martins, Alexei Bueno e Tatiana Franca (UFG)
14:00 – 15:45: Minicurso 4: As cadeias do texto: construindo sentidos – Profª Cláudia Roncarati (UFF)
16:15 – 17:45: Sessão de comunicações
18:00 - 19:45: Minicurso 5: Leitura de texto poético – Profª Terezinha Scher (UFJF)
Minicurso 6: Leitura e Escrita em Gêneros Textuais - Profª Marta (UFJF) e Profª Terezinha Barroso (UFJF)
20:00 – 21:30: Mesa 7: Tendências na Literatura Brasileira contemporânea – Lúcia Facco, Prof. André Monteiro (UFJF) e Paulo Roberto Tonani (Puc-Rio)

Sexta-feira (12/11)
8:30 – 10:00: Minicurso 3: A variação linguística em debate: um estudo de caso a partir do juridiquês - Profª Patrícia Fabiane A. da Cunha Lacerda
10:30 – 12:00: Mesa 8: Literatura e outras mídias – Prof. Alexandre Faria (UFJF), Prof. Afonso Rodrigues (UFJF), Profª Jovita Noronha (UFJF), Prof. Anderson Pires (CES/JF)
14:00 – 15:45: Sessão de comunicações
16:15 – 17:45: Sessão de comunicações
18:00 – 19:45: Roda de escritores
20:00: Encerramento

Poema do dia

PAISAGEM PELO TELEFONE

Sempre que no telefone
me falavas, eu diria
que falavas de uma sala
toda de luz invadida,

sala que pelas janelas,
duzentas, se oferecia
a alguma manhã de praia,
mais manhã porque marinha,

a alguma manhã de praia
no prumo do meio-dia,
meio-dia mineral
de uma praia nordestina,

Nordeste de Pernambuco,
onde as manhãs são mais limpas,
Pernambuco do Recife,
de Piedade, de Olinda,

sempre povoado de velas,
brancas, ao sol estendidas,
de jangadas, que são velas
mais brancas porque salinas,


que, como muros caiados
possuem luz intestina,
pois não é o sol quem as veste
e tampouco as ilumina,

mais bem, somente as desveste
de toda sombra ou neblina,
deixando que livres brilhem
os cristais que dentro tinham.

Pois, assim, no telefone
tua voz me parecia
como se de tal manhã
estivesses envolvida,

fresca e clara, como se
telefonasses despida,
ou, se vestida, somente
de roupa de banho, mínima,

e que por mínima, pouco
de tua luz própria tira,
e até mais, quando falavas
no telefone, eu diria

que estavas de todo nua,
só de teu banho vestida,
que é quando tu estás mais clara
pois a água nada embacia,

sim, como o sol sobre a cal
seis estrofes mais acima,
a água clara não te acende:
libera a luz que já tinhas.

(João Cabral de Melo Neto)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Paixão de ler

Confira a programação preparada pelo TextoTerritório em parceria com a Bibliteca Parque Manguinhos:

Evento: Paixão de Ler Poesia

Data: de 6 a 12 de novembro,

Local: Biblioteca Parque de Manguinhos - Av. D. Helder Câmara, 1184 (antiga Av. Suburbana - Atrás do Colégio Estadual Luiz carlos da Vila e da UPA) - ver mapa

PROGRAMAÇÃO:

06/11, sábado
17h Sarau de Abertura

07/11, domingo
10h A fala cola - Oficina de criação com poetas do TextoTerritório.

09/11, terça
14h30 Encontro de poetas 1: Allan da Rosa e Rute Gusmão
17h Tranças do Verbo - Oficina de criação com o escritor Allan da Rosa

10/11, quarta
14h30 Encontro de poetas 2: Carlos Augusto Corrêa e Oswaldo Martins
17h Lendo a poesia de Augusto dos Anjos, com Oswaldo Martins
19h30 Cinepoesia

11/11, quinta
14h30 Encontro de poetas 3: Masé Lemos e Rogério Batalha
17h Lendo a poesia de Ferreira Gullar, com Rogério Batalha

12/11, sexta
14h30 Encontro de poetas 4: André Capilé e Beatriz Bastos
17h Lendo a poesia de Carlos Drummond de Andrade, com André Capilé
19h Livro Livre


GRADE DE RESUMO:


Grade de Programação



DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:

1) Sarau de Abertura
Apresentação de poetas locais e convidados e do público em geral (microfone aberto).
Poetas, rappers e Mcs interessados em incluir seus nomes na programação, devem enviar um e-mail para contato@textoterritorio.pro.br .
Dia 06/11, sábado, das 17 às 19h.

2) A fala cola
Atividade lúdica a partir de experiências das vanguardas históricas, orientada por poetas do TextoTerritório com alunos da Oficina e o público presente, visando à construção coletiva de poemas através da articulação da língua falada com a colagem de textos.
Dia 07/11, domingo, das 10h às 12h30m

3) Encontro de poetas
Bate-papo informal de poetas convidados com o público presente. Quatro encontros em dias consecutivos, sempre com dois convidados.
De terça (09/11) a sexta (12/11), sempre das 14h30m às 16h30m.
• 1 (terça, 09/11)
Allan da Rosa e Rute Gusmão
• 2 (quarta, 10/11)
Carlos Augusto Corrêa e Oswaldo Martins
• 3 (quinta, 11/11)
Masé Lemos e Rogério Batalha
• 4 (sexta, 12/11)
André Capilé e Beatriz Bastos

4) Lendo a poesia de...
Apresentação dinâmica visando incentivar a leitura de poetas do cânone literário brasileiro. Três apresentações consecutivas. Com professores e/ou escritores do TextoTerritório.
De quarta (10/11) a sexta (12/11), sempre das 17h às 19h.
• 1 (quarta, 10/11)
Augusto dos Anjos com Oswaldo Martins
• 2 (quinta, 11/11)
Ferreira Gullar com Rogério Batalha
• 3 (sexta, 12/11)
Carlos Drummond de Andrade com André Capilé

5) Tranças do verbo
Oficina oferecida pelo escritor Allan da Rosa com o objetivo de aprimorar os conhecimentos sobre as expressões verbais de matriz afro-brasileira e desenvolver a sensibilidade sobre as relações entre fala e escrita, voz e página, corpo e papel, poética e política; compreender a pujança verbal afro-brasileira; introduzir a uma percepção da variedade de estilos e temáticas fortes na expressão literária negra, entendendo seus vínculos com a diáspora africana e suas problemáticas em relação ao mercado editorial brasileiro. Durante a oficina cada participante confecciona o seu próprio livro.
Dia 09/11, terça, às 17h

6) CinePoesia
Exibição de curtas sobre poetas e/ou poemas, seguida de conversa com diretores.
Duração: os três curtas programados duram em torno de 30'.
Dia 10/11, quarta, às 19h30 às 20h30
• Luvas de pelica, de Maria Flor Brazil
• Manual de Barros, de Joel Pizzini
• Urânia*, de Felipe Rodrigues
* Filme selecionado na Mostra Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, 2010.

7) Vamos comer poesia
Durante a semana, em três horários por dia (almoço, lanche e jantar), um funcionário ou algum outro convidado lê uma poesia no interior da biblioteca. Esta atividade poderá ser concomitante com outras que estejam em curso.

8) Livro Livre
Libertação de livros de poesia, doados, cuja captação será feita pela Biblioteca Parque/SEC, através do projeto Livro Livre. http://www.livrolivre.art.br/
Dia 12/11, sexta, das 19h



APRESENTAÇÃO DOS PARTICIPANTES:

Alexandre Faria nasceu no Rio de Janeiro em 1970. É escritor e professor de literatura da UFJF. Publicou Literatura de subtração (PapelVirtual, 1999), Anacrônicas (7Letras, 2005); organizou Anos 70 – poesia e vida (UFJF, 2007); e colaborou nas edições 100 anos de poesia – um panorama poesia brasileira de no século XX(O Verso, 2001) e de Carlos e Mário – correspondência completa entre Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade (Bem-te-vi, 2002). É um dos criadores e editores do site www.textoterritorio.pro.br.

Allan da Rosa é autor de Vão (Poesia, 2005), Da Cabula (Teatro, 2006), Morada (com o fotógrafo Guma, em 2007) e Zagaia (romance versado, DCL, 2008). Educador, organiza cursos independentes de cultura e arte negra nas periferias paulistanas. Fundador do selo Edições Toró, publicou vários autores do movimento de literatura periférica, além de realizar programas de rádio e vídeo sobre literatura latino-americana e africana, acessíveis no www.edicoestoro.net. Atua em formação de professores para ensino de cultura de matriz afro. Colaborador do programa de literatura "Entrelinhas", da TV cultura, é historiador e mestre em Educação pela USP.

André de Freitas Sobrinho a.k.a. Capilé nasceu na margem mansa do Sul Fluminense em 1978. Residiu em Juiz de Fora (MG) na última década, graduando-se em Filosofia na UFJF. Criador e organizador do ECO – Performances Poéticas. Parceiro de ações do TextoTerritório [www.textoterritorio.pro.br]. Publicou, com Carolina Barreto, o livro de poesia Dois (Não Pares) (ed. FUNALFA/Anome). Atualmente reside no Rio de Janeiro, onde cursa mestrado em Literatura Brasileira pela PUC-Rio.

Beatriz Bastos, nascida em 1979, viveu em terras de língua e sol bem diferentes, mas é carioca e mora na Glória. Publicou Areia (2003) e Flor de Sal(2005) pela Acheronta Movebo; Pandora - Fósforos de Segurança (2003), pela editora Azougue, em co-autoria com Fernanda Branco. E seu mais recente livro Da Ilha, foi lançado pela Editacuja em 2009. Faz doutorado em literatura pela PUC-Rio. É tradutora.

Carlos Augusto Corrêa é poeta, cronista e ensaísta. Autor de Elegia sem posse e outros poemas [Gerarte:1988]. Desde 1972 vem colaborando na imprensa do país (Jornal do Brasil, Tribuna da Imprensa, Estado de São Paulo, revista Encontros com a Civilização Brasileira, revista Vozes, revista Poesia Sempre), publicando poemas, resenhas e ensaios. Tem ainda a ser publicado Terra Presente (poesia) e O sorriso da Vila (crônicas).

Felipe Rodrigues dirigiu os curtas-metragens Namorada Tristeza, O Casal dos Olhos Doces e O Irreconhecível. Trabalhou como assistente de direção em documentários para a TV e no longa-metragem Anabazys. Em 2010, divulga Urânia, curta feito em parceria com os poetas Alexandre Faria e Oswaldo Martins e finaliza o roteiro de seu primeiro longa-metragem.
Joel Pizzini é de Dourados (MS), autor de ensaios documentais premiados internacionalmente, como Caramujo-flor (1989) e Enigma de um Dia (1996) e os longas 500 Almas (2004) e Anabazys (2009). Conselheiro da Escola do Audiovisual de Fortaleza e professor da Faculdade de Artes do Paraná, é também, em parceria com o Tempo Glauber, curador da restauração da obra de Glauber Rocha.

Maria Flor Brazil nasceu em São Paulo e vive no Rio de Janeiro desde 2000, onde atua como diretora, produtora e pesquisadora em audiovisual. Em 2008 criou a "Sobretudo Produção" e neste mesmo ano dirigiu seu primeiro curta-metragem, Luvas de Pelica, um ensaio livremente inspirado no poema de Ana Cristina César. No ano seguinte realizou ATO, uma experiência teatrocinematográfica. Prepara atualmente seu terceiro curta-metragem.

Masé Lemos nasceu em Belo Horizonte e mora no Rio de Janeiro desde os 7 anos. Fez doutorado em Letras na Sorbonne-Paris 3 e atualmente é professora de Teoria da Literatura na UERJ. Faz parte do conselho editoral da revista de poesia Inimigo Rumor. Tradutora e poeta, publicou seu primeiro livro, "Redor" pela 7 Letras em 2007.

Oswaldo Martins nasceu em Barbacena (MG), em 1960. Formou-se em Letras pela PUC-Rio. Mestre em Literatura Brasileira pela UERJ. É professor 2o.e 3o. graus. Autor de quatro livros publicados, todos pela 7Letras: desestudos (2000); minimalhas do alheio (2002), lucidez do oco (2004) e cosmologia do impreciso (2008)

Rogério Batalha nasceu no Rio de Janeiro em 1969. É poeta, letrista e professor de Língua Portuguesa e Literatura . Publicou Malícia, Bazar Barato, Melaço e Anfíbio (Ed. autor). Mantém o blog http://letras-poetaletrista.blogspot.com/

Rute Gusmão nasceu em Porto Alegre, RS, e sempre residiu no Rio de Janeiro. Formada em ServiçoSocial. Artista Plástica, com pós-graduação na Inglaterra. Foi presidente da Associação Brasileira de Artistas Plásticos Profissionais, tendo então integrado a Comissão Nacional de Artes Plásticas da Funarte.

sábado, 30 de outubro de 2010

Didascália 10

sentindo-se indignado pela intromissão do Papa nestas eleições, à maneira de Gregório Matos Guerra, poeta barroco, libertino e baiano, o autor retruca
ó Papa
por que te metes
onde não papas?

elesbão ribeiro
30/10/10

Urania no Curta Cinema 2010

Urania no Curta Cinema 2010

http://www.curtacinema.com.br/festival/filmes-selecionados/filme.asp?id=134

URÂNIA PANORAMA CARIOCA > PANORAMA CARIOCA 3


Odeon Petrobras > 1/11/2010 - 15h30

Caixa Cultural 2 > 6/11/2010 - 19h

Ponto Cine > 4/11/2010 - 16h Ano do festival: 2010

Programa: PANORAMA CARIOCA 3

Diretor: Felipe Rodrigues

Gênero: EXP

Duração: 5min

Cromia: cor/ p&b

Pais: Brasil Brazil

UF: RJ

Ano: 2009

Sinopse: Da janela de sua casa, um homem observa os astros.

Produção: Felipe Rodrigues

Cia Produtora: Maria Gorda Filmes

Fotografia: Felipe Rpdrigues

Direção de Arte: Clarice Pamplona

Edição: Felipe Rodrigues

Som: Felipe Rodrigues

Elenco: Julia Grillo, Tiago Martins

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O Cristo de Eugênio

Fui outro dia a Barbacena visitar meu pai e não sei por que razão lembrei-me de Eugênio Hirsch. Talvez por ele me fazer vestir um casaco contra o frio. Sempre que Eugênio aparecia lá em casa – fizesse frio ou sol – pedia que eu vestisse um casaco contra uma possível gripe, com seu sotaque austro-portenho.

Talvez porque me pegaram as lembranças da viagem que fizemos a casa de meus pais, quando Eugênio levou de presente para meu pai o único Cristo realmente verdadeiro que conheci em minha vida. Um Cristo no madeiro, itifálico preso a sua cruz. Esse Cristo pânico olhava Madalena?

(oswaldo martins)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Foi-se o que era doce

Foi-se o que era doce
(João Bosco/ Aldir Blanc)

Me descaderei de tanto xaxá
No bobó de noivado da fia do Ribamar
Vi quando cheguei as moça de lá
Cuzinhando uns inhame com os óio de arrevirá
Buzanfã de flor, chulapa de mel
E a covanca soprando um sussurro descido do céu
Tinha gago, anão, gente de azar
Com a espinhela caída
Pedindo pro inhame estalá

Jabaculê, virge, espetacular
Assunto assim às veis é mió calar
Mas des´que eu provei do bobó
Eu to roxo pra comentar
Sanfona, guitarra, batuque, berreiro e veja você
O vira-desvira o caminho da roça e o balance
Inhame e bobó, frango asado, cus-cus e maracujá
Puçanga, cobreiro, retreta, jarguete e tamanduá
Foguete beijando as estrela e as moça lá

Zé pinguilim, Chico do pincel!
Paqueraro Lazinha que era muié de Xexéu
Serafim três perna resolveu chiá
Pois muié não é farinha que vai pra onde venta
Deu-se um sururú de saculejá
Tudo dando e levando
Enquanto sem se mancar
Pedro gargarejo com a mão no manjar
Preparava um caldinho pra noiva gargareja

Jabaculê, virge, espetacular
Assunto assim às veis é mió calar
Mas des´que eu provei do bobó
Eu to roxo pra comentar
Sanfona, guitarra, batuque, berreiro e veja você
O vira-desvira o caminho da roça e o balance
Inhame e bobó, frango asado, cus-cus e maracujá
Puçanga, cobreiro, retreta, jarguete e tamanduá
Foguete beijando as estrela e as moça lá

Fui acudi um que tava no chão
Tomei uma no ouvido de adevorvê o pirão
Foi um cimitério, foi um carnaval
De paixões confundidas quem é que tira a moral
Pra ser sem-vergonha, basta ser decente
E quem vende saúde, possivelmente é doente
Foi-se o que era doce, ninguém quer contar
Quanto macho afinou-se na festa do Ribamar.

domingo, 24 de outubro de 2010

Bolinha de papel

Bolinha de Papel

Só tenho medo da falseta
Mas adoro a Julieta, como adoro
a Papai do Céu
Quero seu amor minha santinha
Mas só não quero que faças de bolinha de papel
Tiro você do emprego
Dou-lhe amor e sossego
Vou ao banco e tiro tudo pra você gastar
Posso oh Julieta lhe mostrar a caderneta
Se você duvidar.

(Geraldo Pereira)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Fragmentos para poesia

para o andré capilé

1

o riso é leve
tanto [ ] tocassem as mãos
o dorso de uma gazela

2

coroada de gramilvos
alice
a doce puta

3

cloe comigo vem
[ ]
o rio passa

4

tu[ ] flor[ ]
paixão
apagada

lampari[ ]
[ ] noite

5

os esponsais de lídia, a dórica
cantou o [ ] o risco
do bordado
com mel e ambros[ ]
sobre a cama

6

com tirso dio[ ]
segura a cabeça de penteu

ai de mim h[ ]mem
como os outros

7

[ ]
grinalda sob o colo
da moça
[ ] dança
sem vergonha

8

iracema
num leito de fo[ ] verdes
es[ ]ra os beiços
amadeirados [ ] já[ ]
o célebre mulato

9

pernas [ ] bonde
das meninas que dançam
[ ]as maravilhas

10
manhãs destroçam ramos
com os raios do sol


(oswaldo martins)

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Colóquio Fiama Hasse Pais Brandão

Programa
Colóquio – Fiama Hasse Pais Brandão


Casa Fernando Pessoa - 29 e 30 de Outubro de 2010

29 de Outubro
1ª Sessão - Manhã

10.30 – Recepção aos Conferencistas
11.00 – Intervenção Inaugural da Senhora Vereadora da Cultura,
Dra Catarina Vaz Pinto
11.15 - Fernando J. B. Martinho «Fiama: um canto de epifania»
Joana Matos Frias «Às vezes as coisas dentro de nós: figuras inconsúteis no
teatro da memória»
Manuel Gusmão «A nomeação lírica e o Amor pelos Livros»
Moderação de Inês Pedrosa
12.15 - Debate
12.30 – Intervalo para almoço

2ª Sessão – Tarde
14.30 - Conferência por Jorge Fernandes da Silveira «grafia, epigrafia,
Grafiamas»
Apresentação de Inês Pedrosa
15.15 – Mesa: Testemunhos
Nuno Júdice
Fernando Pinto do Amaral
Luís Quintais
Moderação de Filipa Leal
16.15 – Debate
16.45 – Pausa para café
17.00
Maria de Lourdes Ferraz «Uma proposta imodesta: a Poética de Fiama.
Breves apontamentos»
Pedro Eiras «Fiama: a escolha da terra»
2
Rosa Martelo «Ideações da imagem na poesia de Fiama»
Moderação de Filipa Leal
18.00 - Debate
18.30 – Lançamento da antologia «Âmago», coordenada e apresentada por
Gastão Cruz, com a participação dos colaboradores na organização da obra
(edição Assírio & Alvim)

30 de Outubro
1ª Sessão – Tarde
14.30 – Mesa: Testemunhos
Gastão Cruz
Maria Teresa Horta
Armando Silva Carvalho
Moderação de Filipa Leal
15.30 – Debate
16.00
Maria do Céu Fialho «Fiama e a Grécia: percurso em torno da vida»
Nuno Júdice «O contar em Fiama»
António Carlos Cortez «Novas visões de Fiama»
Moderação de Filipa Leal
17.00 – Debate
17.30 – Pausa para café
17.45 – Exibição de um DVD com leitura de poemas por Fiama
18.15 – Conferência final, por Eduardo Lourenço
Apresentação de Inês Pedrosa
19.00 – Encerramento: leitura de poemas por Luísa Cruz e Luis Miguel
Cintra

Menos que haikais

1

curta decifração
afazer do quase
ou nada

2

lenta prosa
bordado de sangue
unha do pé

3

ponteio de agulha
sobre a pele
violar da tarde

4

um mar e o solstício
palavra que se diz
solar do não

5

paloma:
roxa unha sobre
lilases havaianas


6

o ar a tarde voam
ventos nos cabelos
loa da mulher

ao mar

7

leve lutas
levedura de cerveja
a pele nua da moça

a recompor ostras
de azuis-violeta

8

o biquíni levemente
como um manto
abaixo do perolado

umbigo

9

a praia sagra
a carne dura no sal
das ruas

10

de esteiras e arandelas
nuas as velas no sem cais

navegam


(oswaldo martins)

sábado, 16 de outubro de 2010

Livrarias

Em Barbacena, procurei um livro, na única livraria da cidade - que nem é bem uma livraria, mas uma papelaria. Não havia. Busquei uma estante de poesia - dois livros. Como pude tornar-me escritor com esta penúria? Nenhum dos poetas conhecidos do século XIX e XX. A aridez de livros é um retrato deste país iletrado e de doutores que buscam a todo custo manter o status quo de sua ignorância e da alheia?

(oswaldo martins)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

VOTO EM DILMA

Amigos,

o voto em Dilma é necessário. Depois de ter passado por diversos governos, incluindo os dos militares e os da coorte de salteadores, que tomou de assalto os anseios populares mais legítimos, deparei-me com um governo que, quer queiram ou não, abriu uma porta para a esperança. Se o governo do Presidente Lula não foi a festa que desejávamos, ao menos serviu para acender algumas centelhas contra o conservadorismo. A festa ainda há de vir.

A sociedade contemporânea delineia-se por um mergulho neste conservadorismo. Causa-me tristeza que temas tão delicados e importantes como o do aborto, o das células tronco, tenham caído em mãos religiosas e, mais que religiosas, fanáticas, travestidas de modernidade, como no ambíguo discurso do Partido Verde. Ser moderno, ironicamente, é defender as teses das vastas religiões que levam parte do eleitorado – formado por jovens, meu deus! – a assumir, com soberba e arrogância, uma política calcada no atraso religioso, que os verdes vendem como moderna.

Qual a diferença entre o discurso arrogante de um monsenhor, de um bispo, de um pastor e o discurso de Marina? A fala da candidata derrotada no primeiro turno trazia qualquer coisa de deletério, seja pelo falso ar de vitória – a que a sempre atenta mídia ampliou, seja pela ausência falta de modéstia da candidata que saiu das urnas como se ungida por um deus qualquer. Um deus tão cruento quanto o que castigou Caim, um deus tão cruento quanto o que sustentou uma mentira terrível – talvez a mais terrível de todas as nossas civilizações – que foi fazer padecer Abraão como assassino de seu próprio filho.

Assim como este deus – ocidental, cristão – neoliberal? – A candidata Marina quer fazer-se valer de seus seguidores, ou diria torquemadas verdes, para impingir, junto aos discursos a que se aliou – ou não foi aliança o que fez? – com os partidários do candidato Serra.

Da experiência do PSDB na presidência, que se viveu durante um longo período, guardo a lembrança infausta da criação dos professores-pedintes do magistério público federal enquanto as burras das universidades particulares se enchiam com o dinheiro dos incautos, que ali preferiam estudar a ter de participar de uma universidade livre e autônoma. Outro ponto do conservadorismo que atinge nossos jovens, adeptos do currículo mínimo, como se está a ver.

Por essas razões, o voto em Dilma é uma necessidade. A necessidade da festa democrática que representa os anseios populares mais vigorosos de que se tem notícia, desde o período em que a festa democrática, com suas reivindicações, foram interrompidas pelos golpes que sucessivamente, militares e setores da sociedade civil e conservadora impôs aos que desejam ver uma nação mais integrada e insubmissa frente todo desejo que não seja o seu.

(oswaldo martins)

Declaração de voto do Aldir Blanc


Da Natureza - Parmênides

B 18
Quando o macho e a fêmea juntos misturam a semente de Vênus
nas veias, a potência formadora, a partir dos sangues diversos,
cuidando a medida, forja um corpo bem constituído.
Pois, se as potências lutam na mistura seminal,
então não fazem uma unidadeno corpo misturado e, furiosas,
atormentam pela dupla seara o sexo nascente.

(Parmênides - Tradução - Fernando Santoro)

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

antiodepara as burguesinhas fúteis

antiode para as burguesinhas fúteis

as burguesinhas fúteis pensam que descobrem a américa
quando descobrem a disney

quando descobrem o sexo
pensam no pato donald ou ainda – o que é pior – pensam e repensam no príncipe encantado da bela adormecida – não se lembram dos irmãos metralha posto que os irmãos não possuem o fascínio de que tais burguesinhas necessitam e ademais sempre levam a pior

quando descobrem – se é que um dia de fato descobrem – a ação demolidora de um rimbaud ou as putas de baudelaire – já é tarde demais; adotam, pois, o discurso e se transvestem de pequenas moças úteis – mas denotam no corpo na atitude com que pegam o garfo não a fome dos miseráveis não a voracidade dos insaciados que sabem da vida o que a vida é, pegam o garfo a faca com o denodo das madames que são.

protegidas pela família as moças burguesas agem e pensam que agem como as desvalidadas quando de sobreguarda há carteira do pai e o deus me acuda das mães que rezam e imprimem sua marca cristã nas cabecinhas ocas como indeléveis marcas d’água que nos fazem descobri-las falsificadas e quando buscamos cobri-las como éguas no pasto da luxúria oferecem-nos os altares os compromissos e filhos em penca para o calvário triste do mercado

não trepam tais moçoilas como se trepassem
não trepam imbuídas do prazer
fazem cálculos
e pensam que fazem sexo
quando imploram amor
e dieta

para melhor enganarem a carne
para melhor iludirem os incautos soltos
também burguesinhos fúteis
nos mercados da paixão

vestem-se como as meninas da praça tiradentes
mas delas não têm o glamour e a técnica da trepada repassada noites a fio
no que as aguarda do acaso
no que as aguarda do que lhes cabe naquela noite de míngua e saliva retida em que é proibido o beijo – como deve ser – e o corpo que se abre para a invasão da porra alheia e desconhecida

são psicanalisadas tais burguesinhas e se freud libertou-lhes a consciência da libido não lhes libertou a consciência de classe – antimarxistas por excelência as moças burguesas reservam para si lugares na boates e barcos onde simulam a sexualidade livre e sonham com o paraíso perdido de eva como se o sonho em si não fosse ocontrassenso da perdição que os homens buscam quando inventam os paraísos artificiais que vêm do ópio, da cabaça em que bebem o bagaço da cana fermentada e se transforma no ouro negro dos destruídos escolhos sociais

bebem cachaça como se bebericassem o vinho da moda e se acham tão novas tão moderninhas tais burguesas que se permitem o palavrório das ruas nos botequins e cafés da cidade que ainda acham maravilhosa

aplaudem o pôr do sol nas praias de ipanema e se fingem nudez indígena aquiescendo à propaganda que nos vendem o paraíso da diversão como nos parques em que se imaginam princesas em coma para a boca aclimatada com que beijam os burguesinhos dos principados brasileiros

esquecem-se por fim do frio movimento dos astros – newtonianos – que agem por atração e repulsão sem se darem conta disto

(oswaldo martins)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Língua nua

No final do ano passado, terminamos nosso livro, Elvira Vigna e eu. O resultado é o LÍNGUA NUA, que será editado pela 7 letras, em 2011. São 25 nus femininos feitos por Elvira a bico de pena e 25 poemas que fiz para esses nus magistrais e 25 poemas sobre nus masculinos, que Elvira desenhou, não menos magistralmente. O trabalho em comum, com uma amiga querida, traz enlevo à alma, corporidade à vida e alegria desmesurada. Estou feliz.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

pela democracia e pelo povo

À NAÇÃO
Em uma democracia nenhum poder é soberano. Soberano é o povo. É esse povo – o povo brasileiro – que irá expressar sua vontade soberana no próximo dia 3 de outubro, elegendo seu novo Presidente e 27 Governadores, renovando toda a Câmara de Deputados, Assembléias Legislativas e dois terços do Senado Federal. Antevendo um desastre eleitoral, setores da oposição têm buscado minimizar sua derrota, desqualificando a vitória que se anuncia dos candidatos da coalizão Para o Brasil Seguir Mudando, encabeçada por Dilma Rousseff. Em suas manifestações ecoam as campanhas dos anos 50 contra Getúlio Vargas e os argumentos que prepararam o Golpe de 1964.
Não faltam críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam como “aparelhados pelo Estado”, ou à ameaça de uma “República Sindicalista”, tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar aventuras autoritárias. O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como “ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas sociais. Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas. O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e política do país nos últimos anos.
A velha e reacionária UDN reaparece “sob nova direção”. Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão. A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada. É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa. Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo. Mesmo quando acusaram sem provas. Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta. Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.
A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos. Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade. Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e arrogante. O Brasil passou por uma grande transformação. Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da vulnerabilidade externa.

E – o que é mais importante – fez tudo isso com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo. Ninguém nos afastará desse caminho. Viva o povo brasileiro.



quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A VOZ DO ANJO 3





a voz do anjo 3
o devastador fernando
traçou tirocínios na cabeça de arthur

desde as coisas que nada vestem
às vestes, aos mantôs
deflorados dos versos

ele – outro anjo azul
câmara obscura dos loucos

painel dos desacertos
escuro vale

onde bóiam paradas
águas turvas

com o quê que de arthur
devasta as águas do rios

vestígios do que não foi



(oswaldo martins)