Oswaldo Martins. Poeta e professor de literatura. Autor dos livros desestudos, minimalhas do alheio, lucidez do oco, cosmologia do impreciso, língua nua com Elvira Vigna, lapa, manto, paixão e Antiodes, com Alexandre Faria. Editor da TextoTerritório
domingo, 26 de dezembro de 2010
sábado, 25 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Enquete
O Salgueiro pra Muda pegar outro alento
Plantei novos brotos no Engenho de Dentro
Pra alma não se atrofiar
Coleção Robespierre
O caminho para pesquisar o acervo da coleção Robespierre que está no Arquivo do Estado é o seguinte:
1-entrar na página www.aperj.rj.gov.br
2-selecionar no menu ACERVOS o item BIBLIOTECA e clicar em cima.
3-no alto da página vai aparecer PARA ACESSAR O CATÁLOGO, CLIQUE AQUI.
4-em usuário escrever "leitor" em senha escreva "leitor", e clicar em ENTRA.
5-na página seguinte no alto clicar em PESQUISAR.
6-na página seguinte em ATRIBUTO, selecionar ASSUNTO, preencher "Coleção Robespierre" e aguardar a lista que aparece na tela.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Poema do dia
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Poema do dia
sábado, 18 de dezembro de 2010
Carta de José Celso
MULTIDãO! JUSTIçA E ADORAçãO!
Este material não tem caráter privado, pertence ao Teatro Oficina, mais especificamente à Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona. No apartamento da diretora de Vídeo do Teatro, tem seu Estúdio onde, em equipe, montavam as partituras Ggavadas para as peças, inclusive as que estão sendo ensaiadas, divulgadas, e que serão apresentadas para o público do dia 17 ao dia 20 de Dezembro, no entorno do Teatro Oficina. No Ex Estacionamento do Baú da Felicidade.
Assim há peças de publicidade que estão sendo realizadas para serem divulgadas na Internet, na Televisão, no Site do Teatro, para este evento.
Os HDs, câmeras, todo material apreendido por oficiais de Justiça, estão em pleno uso, para a preparação na Estrutura de Teatro de Estádio no entorno do Teatro, da apresentação de “AS DIONIZÍACAS”: 4 peças de Teatro Total Multimídia em que grande parte deste material apreendido constitui a Partitura Visual da Encenação.
E desde já este material é utilizado nos ensaios diários destas peças realizadas no Teatro Oficina esta semana e na que vem, na Estrutura já montadas do Teatro de Estádio de São Paulo.
AS DIONIZÍACAS foram apresentadas em 7 capitais do Brasil, em estruturas para 2.000 pessoas, em bairros populares como é o BIXIGA, para onde se dirigia também a elite das capitais para juntamente com o povo do local participarem deste grande evento, dado de graça à população em troca de 1 kilo de alimento não perecível. O evento é patrocinado pelo MINISTÉRIO DA CULTURA DO BRASIL.
Em São Paulo, acontecerão as últimas DIONIZÍACAS e o evento reveste-se de uma característica especial, vem comemorar o término de uma luta de 30 anos entre a Cultura, a defesa do Crescimento do Bairro do Bixiga, o TEATRO OFICINA X GRUPO SILVIO SANTOS.
Como gesto de Paz, Sílvio Santos pessoalmente nos emprestou o espaço, num acordo de cavalheiros. Assim vamos mostrar para as multidões, que estarão presentes os espetáculos, que serão também assistidos nas suas transmissões diretas via internet.
Há 30 anos lutamos para a complementação de um Projeto Urbano de uma das maiores “arquitetos” do século XX, Lina Bo Bardi: a realização do “AnhangaBaú da Feliz Cidade”: um Complexo Cultural, que envolve a construção de um “Teatro de Estádio” definitivo. Uma “Universidade Popular”, a trazida do Verde para o Bixiga, que chamamos “Oficina de Florestas”.
A relatora do Tombamento do Teatro Oficina pelo IPHAN, Jurema Machado, conselheira do órgão e também da UNESCO, recomendou neste documento a compra ou desapropriação do entorno do Oficina para a realização deste Projeto.
Negociações já foram iniciadas pelo Ministro da Cultura com o Grupo Silvio Santos para se chegar a Compra ou Desapropriação do entorno para a finalidade de Construção desta Grande Obra Urbanística que fará o BIXIGA retornar aos seus dias de Centro Popular e Cosmopolita de São Paulo.
O acontecimento das DIONIZIACAS em São Paulo em terreno em que será completado o Projeto de Lina Bo Bardi, é portanto de caráter Histórico e está tendo uma repercussão enorme na Mídia. Não pode portanto ser obstado neste momento por uma questão de ordem privada, pois seu caráter de Arte Pública é evidente.
Acresce que foi apreendido um HD que foi batizado pela Diretora de Vídeo do Oficina de “ETHERNIDADE” com material de todos os 50 anos passados do Teatro Oficina, que em parte foi apresentado em 2009, na Exposição no ITAÚ CULTURAL DA PAULISTA com o nome de “OCUPAÇÃO ZÉ CELSO”. Se este material sofre uma avaria, se perde toda a memória desta importantíssima história do Teatro Brasileiro e Mundial, o que pode vir a se constituir num Crime.
PRECISAMOS DA DEVOLUÇÃOO IMEDIATA DESTE MATERIAL PARA OS ENSAIOS GERAIS TÉCNICOS DAS 4 PEÇAS Q JÁ ESTAMOS FAZENDO, PREPARANDO-NOS PARA A RECEPÇÃO DO PÚBLICO DO DIA 17 AO DIA 20.
Esse material faz parte das peças com 90 atuadores.
Trabalhamos com Teatro de Estádio Multimídia e estas imagens são como textos iconográficos da ação cênica. Considero este fato uma grave violência à Cultura, a Arte, especificamente ao Teatro. Que seja devolvido imediatamente para evitar um prejuízo enorme à cia e que desde já fere meu coração como a agressão em 1968 à peça “RODA VIVA” de Chico Buarque de Holanda, realizada pelo CCC.
A repercussão nacional e mundial desta agressão determinará um capítulo escabroso da história da justiça brasileira.
Nestes HD’s está também um filme que Elaine Cesar faz sobre minha pessoa, juntamente com Tadeu Jungle diretor da conceituadíssima Produtora “Academia de Filmes“, produzido pelo ITAÚ CULTURAL.
Por estas razões que além do prejuízo mais que financeiro, impede-nos de realizar o que está contratado com o MINC, com a população de São Paulo, de todos amantes da Cultura do Teatro no Mundo, pedimos deferimento imediato.
É um atentado à Cultura, vindo de uma ação impregnada de machismo de um E ex-marido ciumento.
Uma Novela diante do trabalho seríssimo deste retorno à época mais esplendorosa do Teatro Mundial, a Tragédia Grega, que reinventamos com nossas Óperas de Carnaval da TragyComédiOrgya.
Que retorne para as mãos o material intensamente Cultural apreendido ao seu possuidor: O Teatro Oficina
Não consigo nem pensar em prejuízo econômico por tal apreensão, pois não concebo não serem encenadas, nas datas marcadas, com as imagens necessárias, as DIONIZÍACAS.
Elas serão realizadas e vamos botar a boca no mundo para que tal aconteça.
São Paulo, 9 de dezembro de 2010
José Celso Martinez Corrêa
diretor há 52 anos do Teatro Oficina
JUSTIÇA JUSTA DE XANGÔ
SEJA FEITA
JUSTIÇA E ADORAÇÃO!
Memória brasileira 1
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Os cinco melhores livros que reli em 2010
Os dez melhores livros que li em 2010
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Poema do dia
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
a esfinge de borges
domingo, 5 de dezembro de 2010
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
o cão doido à maneira dos anos 70
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Didascália 11
ousa o autor afrontar a lírica porno-erótica de Gregório Matos Guerra, poeta barroco libertino e baiano com estes versos
eras só buceta
mas esse teu rosto sorridente
esses teus olhos coniventes
esse teu jeito cuidoso
de mim
segunda-feira, 22 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
a esfinge do poeta
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
soneto de juiz de fora
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Palavras-urzes
terça-feira, 9 de novembro de 2010
III SEMANA DE LETRaS DA UFJF
Segunda-feira (08/11)
18:00 - 19:45: credenciamento
20:00 - 21:00: ABERTURA - As pequenas memórias de José Saramago - Profª Maria Luiza Scher (UFJF)
Terça-feira (09/11)
8:30 - 10:00: Minicurso 1: Ensino de Língua Estrangeira para crianças. Teoria e Prática – Profª. Valéria Serrão, Profª Ana Cláudia Peters (UFJF) e Phelippe Nathaniel
Minicurso 2: Estética da recepção - Prof. William Redmond (CES/JF)
10:30 – 12:00: Mesa 1: A tradução em debate: reflexões e perspectivas - Adail Sobral (UCPel), Beatriz Caldas (Universidade Gama Filho e Universidade Estácio de Sá), Patricia Fabiane Cunha Lacerda (UFJF)
14:00 - 15:45: Comunicação especial: Literatura Latino-Americana - Profº Juan Pablo Chiappara (UFV), Profª Silvina Carrizo (UFJF) e Profª Ana Beatriz Gonçalves (UFJF)
18:00 - 19:45: Minicurso 5: Leitura de texto poético – Profª Terezinha Scher (UFJF)
Minicurso 6: Leitura e Escrita em Gêneros Textuais - Profª Marta Cristina e Terezinha Barroso
20:00 – 21:30: Mesa 3: Cognição, interação e tecnologias – Profª Edwiges Morato (Unicamp), Profª Rove Chishman (Unisinos), Profª Isa Mara da Rosa Alves (Unisinos) e Profª Margarida Salomão (UFJF)
Quarta-feira (10/11)
8:30 - 10:00: Minicurso 1: Ensino de Língua Estrangeira para crianças: teoria e prática - Prof. Valéria Serrão, Profª Ana Cláudia Peters (UFJF) e Phelippe Nathaniel
Minicurso 2: Estética da recepção - Prof. William Redmond (CES/JF)
10:30 – 12:00: Mesa 4: A diversidade linguística na sala de aula: perspectivas – Profª Cláudia Roncarati (UFF), Profª Patrícia Fabiane Amaral (UFJF), Profª Jânia Ramos (UFMG)
14:00 – 15:45: Minicurso 4: As cadeias do texto: construindo sentidos – Profª Cláudia Roncarati (UFF)
16:15 – 17:45: Sessão de comunicações
18:00 - 19:45: Minicurso 5: Leitura de texto poético – Profª Terezinha Scher (UFJF)
Minicurso 6: Leitura e Escrita em Gêneros Textuais - Profª Marta Cristina (UFJF) e Profª Terezinha Barroso (UFJF)
Sessão de comunicações
20:00 – 21:30: Mesa 5: Violência em sala de aula – Giane Elisa (Educação sem homofobia), Carolina Pinho (Associação Nacional de Pós-Graduandos), Roberto Cupollilo (Sindicato dos Professores – SINPRO/JF)
Quinta-feira (11/11)
8:30 – 10:00: Minicurso 3: A variação linguística em debate: um estudo de caso a partir do juridiquês - Profª Patrícia Fabiane A. da Cunha Lacerda
10:30 – 12:00: Mesa 6: Erotismo – Oswaldo Martins, Alexei Bueno e Tatiana Franca (UFG)
14:00 – 15:45: Minicurso 4: As cadeias do texto: construindo sentidos – Profª Cláudia Roncarati (UFF)
16:15 – 17:45: Sessão de comunicações
18:00 - 19:45: Minicurso 5: Leitura de texto poético – Profª Terezinha Scher (UFJF)
Minicurso 6: Leitura e Escrita em Gêneros Textuais - Profª Marta (UFJF) e Profª Terezinha Barroso (UFJF)
20:00 – 21:30: Mesa 7: Tendências na Literatura Brasileira contemporânea – Lúcia Facco, Prof. André Monteiro (UFJF) e Paulo Roberto Tonani (Puc-Rio)
Sexta-feira (12/11)
8:30 – 10:00: Minicurso 3: A variação linguística em debate: um estudo de caso a partir do juridiquês - Profª Patrícia Fabiane A. da Cunha Lacerda
10:30 – 12:00: Mesa 8: Literatura e outras mídias – Prof. Alexandre Faria (UFJF), Prof. Afonso Rodrigues (UFJF), Profª Jovita Noronha (UFJF), Prof. Anderson Pires (CES/JF)
14:00 – 15:45: Sessão de comunicações
16:15 – 17:45: Sessão de comunicações
18:00 – 19:45: Roda de escritores
20:00: Encerramento
Poema do dia
Sempre que no telefone
me falavas, eu diria
que falavas de uma sala
toda de luz invadida,
sala que pelas janelas,
duzentas, se oferecia
a alguma manhã de praia,
mais manhã porque marinha,
a alguma manhã de praia
no prumo do meio-dia,
meio-dia mineral
de uma praia nordestina,
Nordeste de Pernambuco,
onde as manhãs são mais limpas,
Pernambuco do Recife,
de Piedade, de Olinda,
sempre povoado de velas,
brancas, ao sol estendidas,
de jangadas, que são velas
mais brancas porque salinas,
que, como muros caiados
possuem luz intestina,
pois não é o sol quem as veste
e tampouco as ilumina,
mais bem, somente as desveste
de toda sombra ou neblina,
deixando que livres brilhem
os cristais que dentro tinham.
Pois, assim, no telefone
tua voz me parecia
como se de tal manhã
estivesses envolvida,
fresca e clara, como se
telefonasses despida,
ou, se vestida, somente
de roupa de banho, mínima,
e que por mínima, pouco
de tua luz própria tira,
e até mais, quando falavas
no telefone, eu diria
que estavas de todo nua,
só de teu banho vestida,
que é quando tu estás mais clara
pois a água nada embacia,
sim, como o sol sobre a cal
seis estrofes mais acima,
a água clara não te acende:
libera a luz que já tinhas.
(João Cabral de Melo Neto)
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Paixão de ler
Evento: Paixão de Ler Poesia
Data: de 6 a 12 de novembro,
Local: Biblioteca Parque de Manguinhos - Av. D. Helder Câmara, 1184 (antiga Av. Suburbana - Atrás do Colégio Estadual Luiz carlos da Vila e da UPA) - ver mapa
PROGRAMAÇÃO:
06/11, sábado
17h Sarau de Abertura
07/11, domingo
10h A fala cola - Oficina de criação com poetas do TextoTerritório.
09/11, terça
14h30 Encontro de poetas 1: Allan da Rosa e Rute Gusmão
17h Tranças do Verbo - Oficina de criação com o escritor Allan da Rosa
10/11, quarta
14h30 Encontro de poetas 2: Carlos Augusto Corrêa e Oswaldo Martins
17h Lendo a poesia de Augusto dos Anjos, com Oswaldo Martins
19h30 Cinepoesia
11/11, quinta
14h30 Encontro de poetas 3: Masé Lemos e Rogério Batalha
17h Lendo a poesia de Ferreira Gullar, com Rogério Batalha
12/11, sexta
14h30 Encontro de poetas 4: André Capilé e Beatriz Bastos
17h Lendo a poesia de Carlos Drummond de Andrade, com André Capilé
19h Livro Livre
GRADE DE RESUMO:
Grade de Programação
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES:
1) Sarau de Abertura
Apresentação de poetas locais e convidados e do público em geral (microfone aberto).
Poetas, rappers e Mcs interessados em incluir seus nomes na programação, devem enviar um e-mail para contato@textoterritorio.pro.br .
Dia 06/11, sábado, das 17 às 19h.
2) A fala cola
Atividade lúdica a partir de experiências das vanguardas históricas, orientada por poetas do TextoTerritório com alunos da Oficina e o público presente, visando à construção coletiva de poemas através da articulação da língua falada com a colagem de textos.
Dia 07/11, domingo, das 10h às 12h30m
3) Encontro de poetas
Bate-papo informal de poetas convidados com o público presente. Quatro encontros em dias consecutivos, sempre com dois convidados.
De terça (09/11) a sexta (12/11), sempre das 14h30m às 16h30m.
• 1 (terça, 09/11)
Allan da Rosa e Rute Gusmão
• 2 (quarta, 10/11)
Carlos Augusto Corrêa e Oswaldo Martins
• 3 (quinta, 11/11)
Masé Lemos e Rogério Batalha
• 4 (sexta, 12/11)
André Capilé e Beatriz Bastos
4) Lendo a poesia de...
Apresentação dinâmica visando incentivar a leitura de poetas do cânone literário brasileiro. Três apresentações consecutivas. Com professores e/ou escritores do TextoTerritório.
De quarta (10/11) a sexta (12/11), sempre das 17h às 19h.
• 1 (quarta, 10/11)
Augusto dos Anjos com Oswaldo Martins
• 2 (quinta, 11/11)
Ferreira Gullar com Rogério Batalha
• 3 (sexta, 12/11)
Carlos Drummond de Andrade com André Capilé
5) Tranças do verbo
Oficina oferecida pelo escritor Allan da Rosa com o objetivo de aprimorar os conhecimentos sobre as expressões verbais de matriz afro-brasileira e desenvolver a sensibilidade sobre as relações entre fala e escrita, voz e página, corpo e papel, poética e política; compreender a pujança verbal afro-brasileira; introduzir a uma percepção da variedade de estilos e temáticas fortes na expressão literária negra, entendendo seus vínculos com a diáspora africana e suas problemáticas em relação ao mercado editorial brasileiro. Durante a oficina cada participante confecciona o seu próprio livro.
Dia 09/11, terça, às 17h
6) CinePoesia
Exibição de curtas sobre poetas e/ou poemas, seguida de conversa com diretores.
Duração: os três curtas programados duram em torno de 30'.
Dia 10/11, quarta, às 19h30 às 20h30
• Luvas de pelica, de Maria Flor Brazil
• Manual de Barros, de Joel Pizzini
• Urânia*, de Felipe Rodrigues
* Filme selecionado na Mostra Internacional de Curtas do Rio de Janeiro, 2010.
7) Vamos comer poesia
Durante a semana, em três horários por dia (almoço, lanche e jantar), um funcionário ou algum outro convidado lê uma poesia no interior da biblioteca. Esta atividade poderá ser concomitante com outras que estejam em curso.
8) Livro Livre
Libertação de livros de poesia, doados, cuja captação será feita pela Biblioteca Parque/SEC, através do projeto Livro Livre. http://www.livrolivre.art.br/
Dia 12/11, sexta, das 19h
APRESENTAÇÃO DOS PARTICIPANTES:
Alexandre Faria nasceu no Rio de Janeiro em 1970. É escritor e professor de literatura da UFJF. Publicou Literatura de subtração (PapelVirtual, 1999), Anacrônicas (7Letras, 2005); organizou Anos 70 – poesia e vida (UFJF, 2007); e colaborou nas edições 100 anos de poesia – um panorama poesia brasileira de no século XX(O Verso, 2001) e de Carlos e Mário – correspondência completa entre Carlos Drummond de Andrade e Mário de Andrade (Bem-te-vi, 2002). É um dos criadores e editores do site www.textoterritorio.pro.br.
Allan da Rosa é autor de Vão (Poesia, 2005), Da Cabula (Teatro, 2006), Morada (com o fotógrafo Guma, em 2007) e Zagaia (romance versado, DCL, 2008). Educador, organiza cursos independentes de cultura e arte negra nas periferias paulistanas. Fundador do selo Edições Toró, publicou vários autores do movimento de literatura periférica, além de realizar programas de rádio e vídeo sobre literatura latino-americana e africana, acessíveis no www.edicoestoro.net. Atua em formação de professores para ensino de cultura de matriz afro. Colaborador do programa de literatura "Entrelinhas", da TV cultura, é historiador e mestre em Educação pela USP.
André de Freitas Sobrinho a.k.a. Capilé nasceu na margem mansa do Sul Fluminense em 1978. Residiu em Juiz de Fora (MG) na última década, graduando-se em Filosofia na UFJF. Criador e organizador do ECO – Performances Poéticas. Parceiro de ações do TextoTerritório [www.textoterritorio.pro.br]. Publicou, com Carolina Barreto, o livro de poesia Dois (Não Pares) (ed. FUNALFA/Anome). Atualmente reside no Rio de Janeiro, onde cursa mestrado em Literatura Brasileira pela PUC-Rio.
Beatriz Bastos, nascida em 1979, viveu em terras de língua e sol bem diferentes, mas é carioca e mora na Glória. Publicou Areia (2003) e Flor de Sal(2005) pela Acheronta Movebo; Pandora - Fósforos de Segurança (2003), pela editora Azougue, em co-autoria com Fernanda Branco. E seu mais recente livro Da Ilha, foi lançado pela Editacuja em 2009. Faz doutorado em literatura pela PUC-Rio. É tradutora.
Carlos Augusto Corrêa é poeta, cronista e ensaísta. Autor de Elegia sem posse e outros poemas [Gerarte:1988]. Desde 1972 vem colaborando na imprensa do país (Jornal do Brasil, Tribuna da Imprensa, Estado de São Paulo, revista Encontros com a Civilização Brasileira, revista Vozes, revista Poesia Sempre), publicando poemas, resenhas e ensaios. Tem ainda a ser publicado Terra Presente (poesia) e O sorriso da Vila (crônicas).
Felipe Rodrigues dirigiu os curtas-metragens Namorada Tristeza, O Casal dos Olhos Doces e O Irreconhecível. Trabalhou como assistente de direção em documentários para a TV e no longa-metragem Anabazys. Em 2010, divulga Urânia, curta feito em parceria com os poetas Alexandre Faria e Oswaldo Martins e finaliza o roteiro de seu primeiro longa-metragem.
Joel Pizzini é de Dourados (MS), autor de ensaios documentais premiados internacionalmente, como Caramujo-flor (1989) e Enigma de um Dia (1996) e os longas 500 Almas (2004) e Anabazys (2009). Conselheiro da Escola do Audiovisual de Fortaleza e professor da Faculdade de Artes do Paraná, é também, em parceria com o Tempo Glauber, curador da restauração da obra de Glauber Rocha.
Maria Flor Brazil nasceu em São Paulo e vive no Rio de Janeiro desde 2000, onde atua como diretora, produtora e pesquisadora em audiovisual. Em 2008 criou a "Sobretudo Produção" e neste mesmo ano dirigiu seu primeiro curta-metragem, Luvas de Pelica, um ensaio livremente inspirado no poema de Ana Cristina César. No ano seguinte realizou ATO, uma experiência teatrocinematográfica. Prepara atualmente seu terceiro curta-metragem.
Masé Lemos nasceu em Belo Horizonte e mora no Rio de Janeiro desde os 7 anos. Fez doutorado em Letras na Sorbonne-Paris 3 e atualmente é professora de Teoria da Literatura na UERJ. Faz parte do conselho editoral da revista de poesia Inimigo Rumor. Tradutora e poeta, publicou seu primeiro livro, "Redor" pela 7 Letras em 2007.
Oswaldo Martins nasceu em Barbacena (MG), em 1960. Formou-se em Letras pela PUC-Rio. Mestre em Literatura Brasileira pela UERJ. É professor 2o.e 3o. graus. Autor de quatro livros publicados, todos pela 7Letras: desestudos (2000); minimalhas do alheio (2002), lucidez do oco (2004) e cosmologia do impreciso (2008)
Rogério Batalha nasceu no Rio de Janeiro em 1969. É poeta, letrista e professor de Língua Portuguesa e Literatura . Publicou Malícia, Bazar Barato, Melaço e Anfíbio (Ed. autor). Mantém o blog http://letras-poetaletrista.blogspot.com/
Rute Gusmão nasceu em Porto Alegre, RS, e sempre residiu no Rio de Janeiro. Formada em ServiçoSocial. Artista Plástica, com pós-graduação na Inglaterra. Foi presidente da Associação Brasileira de Artistas Plásticos Profissionais, tendo então integrado a Comissão Nacional de Artes Plásticas da Funarte.
sábado, 30 de outubro de 2010
Didascália 10
ó Papa
por que te metes
onde não papas?
elesbão ribeiro
30/10/10
Urania no Curta Cinema 2010
http://www.curtacinema.com.br/festival/filmes-selecionados/filme.asp?id=134
URÂNIA PANORAMA CARIOCA > PANORAMA CARIOCA 3
Odeon Petrobras > 1/11/2010 - 15h30
Caixa Cultural 2 > 6/11/2010 - 19h
Ponto Cine > 4/11/2010 - 16h Ano do festival: 2010
Programa: PANORAMA CARIOCA 3
Diretor: Felipe Rodrigues
Gênero: EXP
Duração: 5min
Cromia: cor/ p&b
Pais: Brasil Brazil
UF: RJ
Ano: 2009
Sinopse: Da janela de sua casa, um homem observa os astros.
Produção: Felipe Rodrigues
Cia Produtora: Maria Gorda Filmes
Fotografia: Felipe Rpdrigues
Direção de Arte: Clarice Pamplona
Edição: Felipe Rodrigues
Som: Felipe Rodrigues
Elenco: Julia Grillo, Tiago Martins
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
O Cristo de Eugênio
Talvez porque me pegaram as lembranças da viagem que fizemos a casa de meus pais, quando Eugênio levou de presente para meu pai o único Cristo realmente verdadeiro que conheci em minha vida. Um Cristo no madeiro, itifálico preso a sua cruz. Esse Cristo pânico olhava Madalena?
(oswaldo martins)
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Foi-se o que era doce
(João Bosco/ Aldir Blanc)
Me descaderei de tanto xaxá
No bobó de noivado da fia do Ribamar
Vi quando cheguei as moça de lá
Cuzinhando uns inhame com os óio de arrevirá
Buzanfã de flor, chulapa de mel
E a covanca soprando um sussurro descido do céu
Tinha gago, anão, gente de azar
Com a espinhela caída
Pedindo pro inhame estalá
Jabaculê, virge, espetacular
Assunto assim às veis é mió calar
Mas des´que eu provei do bobó
Eu to roxo pra comentar
Sanfona, guitarra, batuque, berreiro e veja você
O vira-desvira o caminho da roça e o balance
Inhame e bobó, frango asado, cus-cus e maracujá
Puçanga, cobreiro, retreta, jarguete e tamanduá
Foguete beijando as estrela e as moça lá
Zé pinguilim, Chico do pincel!
Paqueraro Lazinha que era muié de Xexéu
Serafim três perna resolveu chiá
Pois muié não é farinha que vai pra onde venta
Deu-se um sururú de saculejá
Tudo dando e levando
Enquanto sem se mancar
Pedro gargarejo com a mão no manjar
Preparava um caldinho pra noiva gargareja
Jabaculê, virge, espetacular
Assunto assim às veis é mió calar
Mas des´que eu provei do bobó
Eu to roxo pra comentar
Sanfona, guitarra, batuque, berreiro e veja você
O vira-desvira o caminho da roça e o balance
Inhame e bobó, frango asado, cus-cus e maracujá
Puçanga, cobreiro, retreta, jarguete e tamanduá
Foguete beijando as estrela e as moça lá
Fui acudi um que tava no chão
Tomei uma no ouvido de adevorvê o pirão
Foi um cimitério, foi um carnaval
De paixões confundidas quem é que tira a moral
Pra ser sem-vergonha, basta ser decente
E quem vende saúde, possivelmente é doente
Foi-se o que era doce, ninguém quer contar
Quanto macho afinou-se na festa do Ribamar.
domingo, 24 de outubro de 2010
Bolinha de papel
Mas adoro a Julieta, como adoro
a Papai do Céu
Quero seu amor minha santinha
Mas só não quero que faças de bolinha de papel
Tiro você do emprego
Dou-lhe amor e sossego
Vou ao banco e tiro tudo pra você gastar
Posso oh Julieta lhe mostrar a caderneta
Se você duvidar.
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Fragmentos para poesia
1
o riso é leve
tanto [ ] tocassem as mãos
o dorso de uma gazela
2
coroada de gramilvos
alice
a doce puta
3
cloe comigo vem
[ ]
o rio passa
4
tu[ ] flor[ ]
paixão
apagada
lampari[ ]
[ ] noite
5
os esponsais de lídia, a dórica
cantou o [ ] o risco
do bordado
com mel e ambros[ ]
sobre a cama
6
com tirso dio[ ]
segura a cabeça de penteu
ai de mim h[ ]mem
como os outros
7
[ ]
grinalda sob o colo
da moça
[ ] dança
sem vergonha
8
iracema
num leito de fo[ ] verdes
es[ ]ra os beiços
amadeirados [ ] já[ ]
o célebre mulato
9
pernas [ ] bonde
das meninas que dançam
[ ]as maravilhas
10
manhãs destroçam ramos
com os raios do sol
(oswaldo martins)
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Colóquio Fiama Hasse Pais Brandão
Colóquio – Fiama Hasse Pais Brandão
Casa Fernando Pessoa - 29 e 30 de Outubro de 2010
29 de Outubro
1ª Sessão - Manhã
10.30 – Recepção aos Conferencistas
11.00 – Intervenção Inaugural da Senhora Vereadora da Cultura,
Dra Catarina Vaz Pinto
11.15 - Fernando J. B. Martinho «Fiama: um canto de epifania»
Joana Matos Frias «Às vezes as coisas dentro de nós: figuras inconsúteis no
teatro da memória»
Manuel Gusmão «A nomeação lírica e o Amor pelos Livros»
Moderação de Inês Pedrosa
12.15 - Debate
12.30 – Intervalo para almoço
2ª Sessão – Tarde
14.30 - Conferência por Jorge Fernandes da Silveira «grafia, epigrafia,
Grafiamas»
Apresentação de Inês Pedrosa
15.15 – Mesa: Testemunhos
Nuno Júdice
Fernando Pinto do Amaral
Luís Quintais
Moderação de Filipa Leal
16.15 – Debate
16.45 – Pausa para café
17.00
Maria de Lourdes Ferraz «Uma proposta imodesta: a Poética de Fiama.
Breves apontamentos»
Pedro Eiras «Fiama: a escolha da terra»
2
Rosa Martelo «Ideações da imagem na poesia de Fiama»
Moderação de Filipa Leal
18.00 - Debate
18.30 – Lançamento da antologia «Âmago», coordenada e apresentada por
Gastão Cruz, com a participação dos colaboradores na organização da obra
(edição Assírio & Alvim)
30 de Outubro
1ª Sessão – Tarde14.30 – Mesa: Testemunhos
Gastão Cruz
Maria Teresa Horta
Armando Silva Carvalho
Moderação de Filipa Leal
15.30 – Debate
16.00
Maria do Céu Fialho «Fiama e a Grécia: percurso em torno da vida»
Nuno Júdice «O contar em Fiama»
António Carlos Cortez «Novas visões de Fiama»
Moderação de Filipa Leal
17.00 – Debate
17.30 – Pausa para café
17.45 – Exibição de um DVD com leitura de poemas por Fiama
18.15 – Conferência final, por Eduardo Lourenço
Apresentação de Inês Pedrosa
19.00 – Encerramento: leitura de poemas por Luísa Cruz e Luis Miguel
Cintra
Menos que haikais
curta decifração
afazer do quase
ou nada
2
lenta prosa
bordado de sangue
unha do pé
3
ponteio de agulha
sobre a pele
violar da tarde
4
um mar e o solstício
palavra que se diz
solar do não
5
paloma:
roxa unha sobre
lilases havaianas
6
o ar a tarde voam
ventos nos cabelos
loa da mulher
ao mar
7
leve lutas
levedura de cerveja
a pele nua da moça
a recompor ostras
de azuis-violeta
8
o biquíni levemente
como um manto
abaixo do perolado
umbigo
9
a praia sagra
a carne dura no sal
das ruas
10
de esteiras e arandelas
nuas as velas no sem cais
navegam
(oswaldo martins)
sábado, 16 de outubro de 2010
Livrarias
terça-feira, 12 de outubro de 2010
VOTO EM DILMA
o voto em Dilma é necessário. Depois de ter passado por diversos governos, incluindo os dos militares e os da coorte de salteadores, que tomou de assalto os anseios populares mais legítimos, deparei-me com um governo que, quer queiram ou não, abriu uma porta para a esperança. Se o governo do Presidente Lula não foi a festa que desejávamos, ao menos serviu para acender algumas centelhas contra o conservadorismo. A festa ainda há de vir.
A sociedade contemporânea delineia-se por um mergulho neste conservadorismo. Causa-me tristeza que temas tão delicados e importantes como o do aborto, o das células tronco, tenham caído em mãos religiosas e, mais que religiosas, fanáticas, travestidas de modernidade, como no ambíguo discurso do Partido Verde. Ser moderno, ironicamente, é defender as teses das vastas religiões que levam parte do eleitorado – formado por jovens, meu deus! – a assumir, com soberba e arrogância, uma política calcada no atraso religioso, que os verdes vendem como moderna.
Qual a diferença entre o discurso arrogante de um monsenhor, de um bispo, de um pastor e o discurso de Marina? A fala da candidata derrotada no primeiro turno trazia qualquer coisa de deletério, seja pelo falso ar de vitória – a que a sempre atenta mídia ampliou, seja pela ausência falta de modéstia da candidata que saiu das urnas como se ungida por um deus qualquer. Um deus tão cruento quanto o que castigou Caim, um deus tão cruento quanto o que sustentou uma mentira terrível – talvez a mais terrível de todas as nossas civilizações – que foi fazer padecer Abraão como assassino de seu próprio filho.
Assim como este deus – ocidental, cristão – neoliberal? – A candidata Marina quer fazer-se valer de seus seguidores, ou diria torquemadas verdes, para impingir, junto aos discursos a que se aliou – ou não foi aliança o que fez? – com os partidários do candidato Serra.
Da experiência do PSDB na presidência, que se viveu durante um longo período, guardo a lembrança infausta da criação dos professores-pedintes do magistério público federal enquanto as burras das universidades particulares se enchiam com o dinheiro dos incautos, que ali preferiam estudar a ter de participar de uma universidade livre e autônoma. Outro ponto do conservadorismo que atinge nossos jovens, adeptos do currículo mínimo, como se está a ver.
Por essas razões, o voto em Dilma é uma necessidade. A necessidade da festa democrática que representa os anseios populares mais vigorosos de que se tem notícia, desde o período em que a festa democrática, com suas reivindicações, foram interrompidas pelos golpes que sucessivamente, militares e setores da sociedade civil e conservadora impôs aos que desejam ver uma nação mais integrada e insubmissa frente todo desejo que não seja o seu.
(oswaldo martins)
Da Natureza - Parmênides
Quando o macho e a fêmea juntos misturam a semente de Vênus
nas veias, a potência formadora, a partir dos sangues diversos,
cuidando a medida, forja um corpo bem constituído.
Pois, se as potências lutam na mistura seminal,
então não fazem uma unidadeno corpo misturado e, furiosas,
atormentam pela dupla seara o sexo nascente.
(Parmênides - Tradução - Fernando Santoro)
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
antiodepara as burguesinhas fúteis
as burguesinhas fúteis pensam que descobrem a américa
quando descobrem a disney
quando descobrem o sexo
pensam no pato donald ou ainda – o que é pior – pensam e repensam no príncipe encantado da bela adormecida – não se lembram dos irmãos metralha posto que os irmãos não possuem o fascínio de que tais burguesinhas necessitam e ademais sempre levam a pior
quando descobrem – se é que um dia de fato descobrem – a ação demolidora de um rimbaud ou as putas de baudelaire – já é tarde demais; adotam, pois, o discurso e se transvestem de pequenas moças úteis – mas denotam no corpo na atitude com que pegam o garfo não a fome dos miseráveis não a voracidade dos insaciados que sabem da vida o que a vida é, pegam o garfo a faca com o denodo das madames que são.
protegidas pela família as moças burguesas agem e pensam que agem como as desvalidadas quando de sobreguarda há carteira do pai e o deus me acuda das mães que rezam e imprimem sua marca cristã nas cabecinhas ocas como indeléveis marcas d’água que nos fazem descobri-las falsificadas e quando buscamos cobri-las como éguas no pasto da luxúria oferecem-nos os altares os compromissos e filhos em penca para o calvário triste do mercado
não trepam tais moçoilas como se trepassem
não trepam imbuídas do prazer
fazem cálculos
e pensam que fazem sexo
quando imploram amor
e dieta
para melhor enganarem a carne
para melhor iludirem os incautos soltos
também burguesinhos fúteis
nos mercados da paixão
vestem-se como as meninas da praça tiradentes
mas delas não têm o glamour e a técnica da trepada repassada noites a fio
no que as aguarda do acaso
no que as aguarda do que lhes cabe naquela noite de míngua e saliva retida em que é proibido o beijo – como deve ser – e o corpo que se abre para a invasão da porra alheia e desconhecida
são psicanalisadas tais burguesinhas e se freud libertou-lhes a consciência da libido não lhes libertou a consciência de classe – antimarxistas por excelência as moças burguesas reservam para si lugares na boates e barcos onde simulam a sexualidade livre e sonham com o paraíso perdido de eva como se o sonho em si não fosse ocontrassenso da perdição que os homens buscam quando inventam os paraísos artificiais que vêm do ópio, da cabaça em que bebem o bagaço da cana fermentada e se transforma no ouro negro dos destruídos escolhos sociais
bebem cachaça como se bebericassem o vinho da moda e se acham tão novas tão moderninhas tais burguesas que se permitem o palavrório das ruas nos botequins e cafés da cidade que ainda acham maravilhosa
aplaudem o pôr do sol nas praias de ipanema e se fingem nudez indígena aquiescendo à propaganda que nos vendem o paraíso da diversão como nos parques em que se imaginam princesas em coma para a boca aclimatada com que beijam os burguesinhos dos principados brasileiros
esquecem-se por fim do frio movimento dos astros – newtonianos – que agem por atração e repulsão sem se darem conta disto
(oswaldo martins)
sábado, 2 de outubro de 2010
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Língua nua
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
pela democracia e pelo povo
Não faltam críticas ao “populismo”, aos movimentos sociais, que apresentam como “aparelhados pelo Estado”, ou à ameaça de uma “República Sindicalista”, tantas vezes repetida em décadas passadas para justificar aventuras autoritárias. O Presidente Lula e seu Governo beneficiam-se de ampla aprovação da sociedade brasileira. Inconformados com esse apoio, uma minoria com acesso aos meios, busca desqualificar esse povo, apresentando-o como “ignorante”, “anestesiado” ou “comprado pelas esmolas” dos programas sociais. Desacostumados com uma sociedade de direitos, confunde-na sempre com uma sociedade de favores e prebendas. O manto da democracia e do Estado de Direito com o qual pretendem encobrir seu conservadorismo não é capaz de ocultar a plumagem de uma Casa Grande inconformada com a emergência da Senzala na vida social e política do país nos últimos anos.
A velha e reacionária UDN reaparece “sob nova direção”. Em nome da liberdade de imprensa querem suprimir a liberdade de expressão. A imprensa pode criticar, mas não quer ser criticada. É profundamente anti-democrático – totalitário mesmo – caracterizar qualquer crítica à imprensa como uma ameaça à liberdade de imprensa. Os meios de comunicação exerceram, nestes últimos oito anos, sua atividade sem nenhuma restrição por parte do Governo. Mesmo quando acusaram sem provas. Ou quando enxovalharam homens e mulheres sem oferecer-lhes direito de resposta. Ou, ainda, quando invadiram a privacidade e a família do próprio Presidente da República.
A oposição está colhendo o que plantou nestes últimos anos. Sua inconformidade com o êxito do Governo Lula, levou-a à perplexidade. Sua incapacidade de oferecer à sociedade brasileira um projeto alternativo de Nação, confinou-a no gueto de um conservadorismo ressentido e arrogante. O Brasil passou por uma grande transformação. Retomou o crescimento. Distribuiu renda. Conseguiu combinar esses dois processos com a estabilidade macroeconômica e com a redução da vulnerabilidade externa.
E – o que é mais importante – fez tudo isso com expansão da democracia e com uma presença soberana no mundo. Ninguém nos afastará desse caminho. Viva o povo brasileiro.
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
A VOZ DO ANJO 3
a voz do anjo 3
o devastador fernando
traçou tirocínios na cabeça de arthur
desde as coisas que nada vestem
às vestes, aos mantôs
deflorados dos versos
ele – outro anjo azul
câmara obscura dos loucos
painel dos desacertos
escuro vale
onde bóiam paradas
águas turvas
com o quê que de arthur
devasta as águas do rios
vestígios do que não foi
(oswaldo martins)