Polémicas à portuguesa

No momento da morte de Pinto da Costa, parece que a grande incomodidade é a ausência de votos de pesar por parte de Sporting e Benfica. 

Perante o desaparecimento de um homem que nunca olhou a meios para atingir os seus fins, que sempre destilou ódio contra Lisboa e contra os clubes da capital, visando agregar as gentes do seu clube, que durante quarenta anos semeou um clima de suspeição no futebol português, que com a sua guarda pretoriana sempre procurou intimidar tudo e todos, parece-me lógico que “quem não sente, não seja filho de boa gente”.

Se eu fosse dirigente de um dos Grandes de Lisboa, apesar de tudo, faria questão de transmitir os meus pêsames pela morte do ser humano, não do dirigente em causa. Outros preferem não o fazer. Respeito a sua opção.

Há atenuantes mas não chegam!

Lesões em série, vários habituais titulares constantemente de fora, níveis de fadiga elevados, arbitragens com dualidade de critérios, golos sofridos autenticamente oferecidos, sim, tudo isso contribui para uma época irregular.

 

Mas… e o miserável mercado de inverno, sabendo-se de todas estas adversidades? É responsabilidade de quem?

Assim vai ser muito difícil!

Sporting, 2 - Arouca, 2

 

Com a vitória do Benfica nos Açores entrámos em campo com a absoluta necessidade de não deixar o rival aproximar-se.

 

Um golo caricato e duas lesões (inacreditável!) nos primeiros dez minutos marcaram o arranque do jogo, até Harder, entretanto entrado em campo, igualar o marcador.

 

Aquele penálti, mesmo a acabar a primeira parte,  é muito forçado. Hjulmand tentava libertar-se de Henrique Araújo, não cometeu qualquer falta. Enfim…

 

Aos 61 minutos, sem desatarmos o nó, tudo agravado para o nosso lado com a expulsão do capitão. E o Arouca cada vez mais perigoso.

 

Uma belíssima iniciativa de Harder, concluída por Trincão, desbloqueou a dificuldade em chegarmos ao empate.

 

Até final muito pouco discernimento e falta de capacidade para furar a defensiva arouquense. Nem Gyökeres parece o mesmo. E muitos calafrios na nossa defesa, com Rui Silva a salvar-nos.

 

Benfica a dois pontos, com vários jogadores nossos no estaleiro e outros a jogarem no limite das suas capacidades físicas.

Responda quem souber!

Dá que pensar…

Pré-época mal realizada? Preparação física mal gerida ao longo da temporada? Mero azar?

Game over!

Sporting, 0 - Borussia Dortmund, 3

 

Foi bom enquanto durou, nomeadamente uma primeira parte agradável, mas sem grande eficácia leonina.

 

No segundo tempo, o vice-campeão europeu, mas atual 11.º da Bundesliga, decidiu jogar, dando um festival de futebol simples e eficaz, mostrando que neste momento não temos pedalada para esta competição.

 

Como não acredito em milagres em Dortmund, para o ano há mais.

 

Foco na liga e na Taça de Portugal.

O “padre”…

Rui Borges

Ao contrário do que alguns dizem, Rui Borges tem feito o que pode, naquilo que até agora é um balanço positivo.

 

Chegou ao Sporting com a equipa em segundo lugar na liga, herdou um plantel esfrangalhado, desmotivado e descrente. Sucedeu assim a João Pereira, que se tinha revelado um desastre no banco. Estreou-se a ganhar, e logo frente ao Benfica, em Alvalade.

 

Passado este mês e pouco, estamos em primeiro lugar, temos o Porto a oito e, para já, o Benfica a sete pontos de distância.

 

Estamos no play-off da Champions, em vésperas de defrontarmos o Borussia Dortmund, dois duelos onde tudo estará em aberto.

 

Caiu apenas nas grandes penalidades na final da Taça da Liga, enfrentando um rival na sua máxima força, ao contrário de nós, que contávamos com várias baixas.

 

Tem enfrentado uma onda de lesões absurda, como há muito não víamos, tendo também um plantel curto, recorrendo assim muitas vezes à miudagem da equipa B.

 

Até agora, apenas regista uma derrota em jogos oficiais, na Alemanha, numa sequência de partidas que incluiu, em pouco mais de um mês, Benfica (duas vezes), Porto (duas vezes), Vitória, Bolonha e Leipzig.

 

Não é espampanante, frenético, histérico, não faz rodinhas “para adepto ver”, mas tem claramente conquistado jogadores e sportinguistas com um discurso elevado, honesto e muito sóbrio.

 

Seria possível fazer melhor? Talvez, mas duvido.

Se calhar já chega!

João Pinheiro a apitar jogos do Sporting:

- 29 jogos

- ⁠13 vitórias do Sporting

- ⁠7 empates

- ⁠9 derrotas

- ⁠6 expulsões contra 

- ⁠1 expulsão a favor

- ⁠7 penáltis contra

- ⁠6 penáltis a favor.

Se calhar já chega desta bandalheira, não?

O habitual…

Não vi grande parte do segundo tempo mas ao aterrar em Lisboa percebi que João Pinheiro e Tiago Martins voltaram a fazer das suas e a ajudar o clube que esta noite nem jogou. Triste futebol português…

Justo mas exibição muito oscilante

Sporting, 3 - Farense, 1

 

Uma vez mais com Gyökeres na bancada, a recuperar e a descansar, uma boa entrada em jogo, a dominarmos e a manter constantemente a posse de bola.

 

O golo inaugural resultou de uma excelente desmarcação de Fresneda, que apareceu muito bem na área a bater Ricardo Velho, seguramente fruto de uma jogada habitualmente treinada.

 

Após mais uma lesão, desta vez de Catamo - caramba que quase temos mais jogadores nos camarotes que no banco! - o golo de Diomande trouxe outra tranquilidade. Solto de marcação a cabecear inapelavelmente para o segundo.

 

Quase a acabar a primeira parte algumas facilidades defensivas leoninas ainda criaram alguns sustos, culminado no golo de Lucas Áfrico.

 

A segunda parte trouxe alguns lances de perigo junto da nossa baliza, com Elves Baldé a aventurar-se no ataque algarvio.

 

Alguns bons pormenores de Trincão e algumas investidas de Harder, mas pouco mais, num segundo tempo morno. Muita incerteza até final num jogo que após o 2-0 parecia resolvido para o nosso lado.

 

Só mesmo com o sentido de oportunidade de Harder ficou resolvida a partida.

 

Triunfo justo mas exibição de gestão, embora oscilante, tantos são os jogadores no estaleiro.

Borussia Dortmund, um velho conhecido

Venham eles, os alemães do Borussia Dortmund, no playoff da Champions. Primeira mão em Alvalade, a 11 de Fevereiro, às 20 horas.

Sendo um adversário com nome sonante, era na minha opinião preferível à Atalanta, quer pela nossa histórica dificuldade com equipas italianas, pelo historial recente de jogos nossos com os de Bergamo e porque os alemães têm mostrado maior irregularidade.

Será verdade?

Augusto Inácio afirmou ontem à tarde, num programa da CNN, que, ao contrário do seu tempo no Sporting, já não temos médicos, fisioterapeutas e massagistas do clube no futebol profissional, mas sim clínicos em outsourcing.

O que mais me surpreendeu foi quando o nosso antigo jogador e treinador referiu que era a clínica de Frederico Varandas a providenciar esses serviços.

A ser verdade, apetece-me citar aquela que “à mulher de César não basta ser, é preciso parecer”.

Por último, tantas lesões e tanto atraso nas recuperações, como é o caso de Pedro Gonçalves, quererão dizer o quê?!

Plantel curto, muito curto

Sporting, 1 - Bolonha, 1

Com tantas lesões e tão poucas opções qualquer treinador se veria aflito para conseguir grandes exibições.

Numa noite cinzenta em termos de exibição e meteorologicamente falando, fica o apuramento para o playoff com um golo do empate arrancado a ferros pelo puto Harder.

Temos que recuperar jogadores, níveis de condição fisica e eventualmente ainda contratar até final da semana.

Sporting desinspirado alarga vantagem sobre Benfica

Sporting, 2 - Nacional,

Uma equipa dominadora mas desinspirada ganhou por apenas dois golos a um Nacional que se defendeu bem.

Com este triunfo, dias antes do decisivo jogo com o Bolonha, conseguimos o mais importante, os três pontos e aproveitar a derrota do Benfica.

Excelente moldura humana em Alvalade e enorme apoio dado desde as bancadas.

Primeira derrota na era Rui Borges

RB Leipzig, 2 -  Sporting, 1

 

Sem Gyökeres e novamente com Harder lá na frente até entrámos bem no jogo, frente a um adversário que, embora tendo uma carreira fraca nesta edição da Champions, é uma das boas equipas da competitiva liga alemã.

 

Depois do golo inaugural do Leipzig, pelo inevitável Cesko, a aproveitar desacerto defensivo leonino, a equipa tremeu, vendo também St. Juste a sair, novamente por lesão muscular.

 

O segundo, por Raum, trazer-nos-ia dificuldades acrescidas, num jogo que já não estava a ser fácil. Lance onde Fresneda não esteve bem, mas onde o VAR interveio, sendo o golo anulado.

 

Fresneda, que para além dos erros defensivos, ainda conseguiu desperdiçar oportunidades antes do intervalo.

 

O segundo tempo começou com mais desacertos defensivos leoninos, com vários calafrios junto à nossa baliza.

 

Com a tripla substituição, com Morita, Bragança e Gyökeres, o nosso jogo ganhou automaticamente melhor qualidade. Mais acutilantes, agressivos e perigosos. E melhores desmarcações.

 

Claro que tinha que ser o nosso Viktor a assinar o golo do empate. A máquina do costume teve espaço, foi obviamente letal a aproveitar o passe de Bragança.

 

O segundo alemão surgiu numa confusão, de ressalto em ressalto, com Poulsen a fazer a 2-1.

 

Primeira derrota na era Rui Borges.

 

Três pontos numa vitória clara

Rio Ave, 0 - Sporting, 3

 

Com Gyökeres no banco e Rui Silva a estrear-se na nossa baliza, começámos bem em Vila do Conde, através de um autogolo de Aderllan Santos.

 

Não fosse o VAR e Luis Godinho teria deixado passar uma grande penalidade contra o Rio Ave, a tal que nos deu o segundo golo, superiormente marcado por Hjulmand.

 

No segundo tempo, várias investidas atacantes, algumas oportunidades, mas eficácia muito baixa para as concretizar.

 

Nota de destaque para o regresso de Daniel Bragança, após ausência prolongada por lesão.

 

Nos poucos minutos que ainda jogou o inevitável Gyökeres ainda teve tempo para assinar o terceiro.

 

Três pontos e uma vitória indiscutível.

Apoiar, sempre!

Poderia ter caído para qualquer um dos lados

Sporting, 1 - Benfica, 1

Entrada pressionante do Benfica, a remeter-nos para o nosso meio-campo.

 

Aos poucos fomos sacudindo a pressão e fazendo a bola chegar a Gyökeres, mas sem ocasiões de golo.

 

Os encarnados conseguiram chegar à vantagem por Schjelderup, numa belíssima iniciativa do nórdico, tendo sido também o nosso inevitável nórdico, de grande penalidade, a chegar ao empate.

 

No segundo tempo equilíbrio absoluto, sem praticamente terem havido oportunidades de golo. Decisão para os pénaltis. Poderia ter caído para qualquer um dos lados. Caiu para o deles.

O suspeito do costume decidiu!

Sporting, 1 - FC Porto, 0

 

Qual seria o treinador que desejaria começar a treinar o Sporting e ter logo que defrontar consecutivamente Benfica, Vitória de Guimarães e Porto, e mesmo assim batendo os dois maiores rivais?

 

Hoje o Porto entrou bem melhor, mais pressionante, não nos deixando sair da nossa metade, embora na realidade poucos lances de perigo conseguisse criar.

 

Aos poucos fomos sacudindo essa pressão e a segunda metade dos primeiros 45 minutos acabou muito mais equilibrada.

 

Desta vez foi na segunda parte que ganhámos o jogo, controlando os tempos e espaços, com o inevitável Gyökeres a marcar e a garantir a passagem à final.

Alberto Costa a caminho de Alvalade

Não há milagres

Vejo muita gente a criticar os jogadores e o treinador, sobretudo porque nos último jogos não resistimos fisicamente mais que meia parte.

Mas com uma equipa que está ainda em todas as frentes, e com uma intensidade e frequência de jogos tremenda desde que a época começou, pergunto:

Já nós esquecemos que estamos privados de Nuno Santos, Pedro Gonçalves, Gonçalo Inácio e Daniel Bragança, todos titulares ou perto disso?

Vemos nos principais rivais tantas baixas? Obviamente que não!

Que jogão em Guimarães

Vitória SC, 4 - Sporting, 4

 

Deslocação a Guimarães, ao estádio de uma das equipas que melhor joga em Portugal, naquele que se antevia ser um jogo muito difícil.

 

A entrada agressiva e dinâmica na partida resultou em golo prematuro do inevitável Gyokeres, e mesmo após o belo golo do empate por parte de Tiago Silva, a equipa continuou focada no ataque, não acusou o empate, com Quenda a servir novamente de forma brilhante o matador sueco para nova vantagem leonina.

 

No segundo tempo, Viktor Gyokeres dilatou a vantagem, e a partir daí pareceu-me que o Sporting entregou incompreensivelmente o domínio do jogo aos da casa, que chegaram ao segundo, aos 69 minutos, por Kaio.

 

O empate chegou numa altura em que não conseguíamos chegar com perigo à área adversária, ao passo que o Vitória crescia no jogo. E a seguir veio o quarto aos 85 minutos.

 

Parece-me também que Harder entrou demasiado tarde em jogo, já que quando entrou em campo, ganhámos outra dinâmica ofensiva.

 

Não podemos estar a ganhar por dois golos em Guimarães e deixarmo-nos perder. Daniel Sousa mexeu bem na equipa e quase ganhou o jogo.

 

Felizmente Trincão teve o seu grande momento e deu-nos o empate.

Que se lixe a promessa?

Será que, perante o desespero do ciclo de derrotas, vai mandar às malvas a sua promessa anteriormente feita de não vir buscar ninguém ao Sporting em Janeiro?

Viktor!

Máquina, fenómeno, animal competitivo, talento puro!

Feliz ano novo!

Era óbvio, não?!

Verdadeiros leões!

Sporting, 1 - Benfica, 0

Quando já anunciavam a nossa morte acabamos de dar uma resposta de verdadeiros leões.

Vitória do querer, da garra, da união e da ambição de um leão disposto a retomar o bom caminho.

Que jogo, que ambiente, que apoio!

Com apenas três treinos Rui Borges deu ânimo e confiança a jogadores de rastos.

Agora é capitalizar esta vitória, recuperar os jogadores lesionados e atacar bem Janeiro!

O dérbi dos dérbis!

Após a tempestade de desilusões provocada pela fuga de Amorim para Manchester, para amanhã apenas peço que o meu Sporting se reencontre.

 

Que com a vinda de Rui Borges, um treinador de discurso simples e descomplicado, e segundo dizem, um bom condutor de homens e um técnico competente, volte a haver plena comunhão em Alvalade.

 

Comunhão entre adeptos e equipa, comunhão entre treinador e jogadores, e sobretudo comunhão entre Sporting e vitórias.

 

No dérbi dos dérbis, na melhor e mais apaixonante rivalidade do futebol português, absolutamente centenária, e a fechar um ano civil, que melhor contexto para que tudo isso aconteça?