Nas relações internacionais dos dias de hoje, possivelmente como nos 'dias de sempre', a prestação do chefe católico deseja-se política porque político foi sempre o seu posicionamento perante os diversos povos, os diversos crentes das variadas 'crenças' e especialmente perante a ignorância ancestral dos povos, de todos os povos da Terra.
Aquilo que se pede a um PAPA actualmente é que, mais que um bombeiro, se apresente na pele de uma personagem conhecedora das dores da humanidade e com capacidade para prever os incêndios do mundo, especialmente quando eles se encontram espalhados por áreas nas quais só muito dificilmente poderá ser obtido sucesso no verdadeiro combate às causas que não nas tentativas pejadas de uma hipocrisia surda e fria e que tem acompanhado as públicas manifestações dos líderes políticos dos diversos lados.
Este PAPA é um académico, diz-se. Óptimo, se deixar então um pouco do dogma de lado e puser a cabecinha a funcionar poderá dar uma ajuda aos seus 'adeptos' não inflamando mais o outro lado da
inflamação, especialmente aqueles que estão sempre à espera das faúlhas do ocidente descontraído para poderem justificar o injustificável. É isto que se espera de um PAPA, certo?
Contudo, se um qualquer líder político faz o papel do ofendido com as palavras do PAPA num discurso proferido numa universidade, e ainda por cima quando as palavras
mágicas ganham cobertura na forma de citação, estamos seguramente perante um empolamento que traz água no bico (
em linguagem de pássaro) e mais, terá na sua retaguarda intenções decerto muito complicadas.
Não se compreende, e em termos de estadista com responsabilidades acrescidas, que Bento, o XVI, não se tenha referido com carácter crítico ao facto de os extremismos levarem sempre ao precipício, fornecendo como exemplo 'as cruzadas católicas', ' a inquisição católica', as ordens fundamentalistas católicas, etc., e tenha apenas referido o Islão como crença ligada à ponta da espada.
Nos dias de hoje, falar em Terra de ignorantes é muito complicado, e porquê? Simplesmente porque a Fé costuma ser... cega!