SEGREDO
Lá, na última das celas nódoa negra de açoites, não há dias, não há noites porque as as noites têm estrelas. Lá, só na sombra que dói. Sombra e brancura de um osso que o preso remói, remói no fundo do seu poço. Lá, quando o vierem buscar amanhã, depois ou logo, terá na alma mais um fogo, mais uma chama no olhar. Luís Veiga Leitão (1912-1987) In "Sonhar a Terra Livre e Insubmissa"