Maria Rita, encontros e desencontros
30 setembro, 2008
encontros de ideias & ideias de encontros
Maria Rita, encontros e desencontros
28 setembro, 2008
ditos (15)
Houston, B.
diamond Mondrian, up hill
(2008)
"Diamonds are nothing more than chunks of coal that stuck to their jobs."* Malcom Forbes (1919-1990)
Shirley Bassey, diamonds are for ever
* para não se maçarem muito:
"diamantes nada mais são do que pedaços de carvão que cumpriram o seu trabalho" (com competência diria mais...)! :)))
27 setembro, 2008
do tempo que corre ...
Delano, G. C.
touch of autumn
(c.1930)
"Olhar é a maneira real como as pessoas se dão"
Pedro Abrunhosa, [programa Parabéns (não anotei a data)]
Fritz Kreisler, stars in my eyes
soube agora que morreu o actor Paul Newman (gostava muito dele)
26 setembro, 2008
deux soupes d'épinards, s'il vous plaît
Dimsdale, Ed Honesty
Two Leaves,
Autumn 2000 Autumn 2005
Algo que tenhas e não saibas
Não quero dádivas raras
Dá-me uma pedra
Não fiques imóvel fitando-me
Como se quisesses dizer
Que há muitas coisas mudas
Ocultas no que se diz
Dá-me algo lento e fino
Como uma faca nas costas
E se nada tens para dar-me
Dá-me tudo o que te falta!
Herberto Helder, doze nós numa corda (poemas mudados para português), 45-46
25 setembro, 2008
para saltar, alto ou longe, é preciso ter chão...
Dill, L.
dress of change
(2006)
PROVÉRBIO
O que vier com alma nova, fique.
Deite a sua raíz,
Cresça, floresça, frutifique,
E morra se outra seiva o contradiz.
Miguel Torga, libertação (Poesia completa I), 199
Janet Baker, when I am laid in earth, (Dido and Aeneas, Purcell)
entretanto curtam este post do forum cidadania
ó ié!
24 setembro, 2008
23 setembro, 2008
todos os dias depois ...daquele dia vinte e dois *
Piccinini, P.
big mother
(2005 - 2008)
* rima e .... é verdade rsrsrsrsr ..
ah! e a música é para ouvir oh oh, se é!
22 setembro, 2008
21 setembro, 2008
estados, sidos & sentidos
Jing, Xiang
sleepless night
(2002)
escultura em bronze
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O Olhar
Eu sentia os seus olhos beber os meus;
longamente bebiam, bebiam;
bebiam
até não me restar nas órbitas nenhuma
luz, nenhuma água,
nem sequer o sinal de neles ter chovido
naquele inverno.
Eugénio de Andrade, rente ao dizer
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Friedrich Gulda (piano), emperor concert (Beethoven)
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20 setembro, 2008
19 setembro, 2008
amarelo laranja e azul
Anuszkiewicz, R.
marriage of yellow and orange
(1986)
Os primeiros dias da amizade
levam sempre à gloriosa loucura do verão;
não sei de tempo mais feliz,
a não ser
vaguear ao crepúsculo pelas dunas
em certos dias de setembro;
mas a morte rasteja pelas pedras,
o coração
impaciente por descer à água.
Que pode um homem esperar quando
tão puerilmente
se expõe assim ao sol em carne viva?
Eugénio de Andrade, Branco no Branco, 24
Katie Melua, the closest thing to crazy
Mamma Mia
Mamma mia
:))
18 setembro, 2008
17 setembro, 2008
setembro, ainda verão
Garabedian, Charles
september song
(2001-2003)
TEORIA DA PRESENÇA DE DEUS
Somos seres olhados
Quando os nossos braços ensaiarem um gesto
fora do dia-a-dia ou não seguirem
a marca deixada pelas rodas dos carros
ao longo da vereda marginada de choupos
na manhã inocente ou na complexa tarde
repetiremos para nós próprios
que somos seres olhados
E haverá nos gestos que nos representam
a unidade de uma nota de violoncelo
E onde quer que estejamos será sempre um terraço a meia altura
com os ao longe por muito tempo estudados
perfis do monte mário ou de qualquer outro monte
o melhor sítio para saber qualquer coisa da vida
Ruy Belo, todos os poemas, (relações), 59
Lou Reed, september song (de K. Weil e M. Anderson)
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15 setembro, 2008
coisas do mundo virtual
the mind of rose nº 2
(2007)
(a propósito do mail não referir o assunto)
Gilbert Bécaud, l'important c'est la rose
(quase) toda igual, todos diferentes
Oh, show us the way to the next whiskey bar
Oh, don't ask why, oh, don't ask why
Show us the way to the next whiskey bar
Oh, don't ask why, oh, don't ask why
For if we don't find the next whiskey bar
I tell you we must die, I tell you we must die
I tell you, I tell you, I tell you we must die
Oh, moon of Alabama
We now must say goodbye
We've lost our dear old mama
And must have whiskey, oh, you know why
Oh, show us the way to the next pretty boy
Oh, don't ask why, oh, don't ask why
Show us the way to the next pretty boy
Oh, don't ask why, oh, don't ask why
For if we don't find the next pretty boy
I tell you we must die, I tell you we must die
I tell you, I tell you, I tell you we must die
Bertolt Brecht/ Kurt Weil
e agora escolham... estava quase a deixar-vos um desafio, mas é tudo gente atarefada e trabalhadora... ainda assim, quem quiser vote na versão preferida!
???? (1927)
Ute Lemper
The Doors
David Bowie
Teresa Stratas
The Young Gods
Faltam as versões da Dalida, da Bette Midler e outras... mas...
13 setembro, 2008
pé de aquiles (2)
Van Gogh, V.
three pair of shoes
(1886)
Lou Reed, take a walk on the wild side
[vá lá ouçam a música até ao fim... não estão bem a ver qual é? pois, por isso...vão gostar de a voltar a ouvir...rsrsrs]
12 setembro, 2008
parabéns em duplicado
ditos (14) e perplexidades (todas)
Fernandes, G.
the point of no return
(2003)
Craig Armstrong, Escape
(ai a música...)
11 setembro, 2008
tentar olhar o "meu" copo meio cheio (re-editado)
Grant, H.
hope floats
Cheguei ansiosa. Toquei à porta apesar de ter a chave comigo. Sabia que o meu filho estava em casa porque lhe telefonei, mal dei conta do que se estava a passar:
_ J. que porcaria de mundo te vamos deixar!
_ Se é que nos deixam algum...
Abraçamo-nos muito, como quem se quer muito bem se abraça nas alturas graves. Os olhos marejados selaram o recolhimento que se seguiu. Sim, talvez lhe deixe algum mundo. Talvez...
No dia 11 de setembro de 1973 não me recordo exactamente onde estava. A caminho da capital seguramente. Sei que, passado pouco tempo, numa escola que frequentei, conheci a minha primeira amiga do Chile. A C. estava em Portugal, exactamente porque, no dia 11 de setembro de 1973, choveu em Santiago!
John Lennon, imagine
10 setembro, 2008
09 setembro, 2008
cores anunciadas
Chaet, B.
september
(2006)
POEMA EM FORMA DE DELTA
Há rios
que são navegáveis
e navegam. É desses que eu gosto.
Jorge de Sousa Braga, o poeta nu ( plano para salvar veneza), 53
MÚSICA
(diz lá no you-Tube: Embedding disabled by request! por isso não posso traze-la para aqui agora... vão até lá e, enquanto fruem a música, navegam no quadro e destapam as palavras)
s/ título
Saintphalle, N. de
Berlin Nana
(1973)
Na noite morna, escura de breu,
enquanto na vasta sanzala do céu,
de volta das estrelas, quais fogaréus,
os anjos escutam parábolas de santos...
na noite de breu,
ao quente da voz
de suas avós,
meninos se encantam
de contos bantos...
"Era uma vez uma corça
dona de cabra sem macho...
..........................................
... Matreiro, o cágado lento
tuc... tuc... foi entrando
para o conselho animal...
("- Não tarde que ele chegou!")
Abriu a boca e falou -
deu a sentença final:
"- Não tenham medo da força!
Se o leão o alheio retém
- luta ao Mal! Vitória ao Bem!
tire-se ao leão - dê-se à corça."
Mas quando lá fora
o vento irado nas frestas chora
e ramos xuxualha de altas mulembas
e portas bambas batem em massembas
os meninos se apertam de olhos abertos:
- Eué
- É casumbi...
E a gente grande –
bem perto dali
feijão descascando para o quitende -
a gente grande com gosto ri...
Com gosto ri, porque ela diz
que o casumbi males só faz
a quem não tem amor, aos mais
seres busca, em negra noite,
essa outra voz de casumbi
essa outra voz - Felicidade...
Viriato da Cruz
Chico Buarque, morena de angola
08 setembro, 2008
fotografia "a la minuta" em tempos digitais *
Caulfield, P.
found objects
(1968)
tenho hoje no meu regaço
restos de um tempo longe:
pingos de música
pedaços de cheiros
migalhas de aromas
nacos de rostos
fracções de feições
fragmentos de olhares
porções de palavras
bocados de verde
grãos de loucuras
estilhaços de lutas
de um coração inteiro
Chico Buarque e Nara Leão, com açúcar, com afeto
* palavras sem pretensões de serem catalogadas como qualquer género literário! rsrsrs
disseram-me que não era balão mas, lembrei-me do ditado ...
Gang,W. X.
oh - my balloon
(2008)
escultura em resina
ontem, nas margens do Douro
no Porto e em Gaia
a multidão, famílias inteiras...
a olhar para o ar!
Manuela Bravo, sobe, sobe, balão sobe! (Eurovision 1979)
07 setembro, 2008
dariton
dancemos, sei lá...
gostos do comum dos mortais (3)* ...
a brincar, a brincar....
Fernandes, G.
brinquedo perdido
(2005)
Brinquedo
Foi um sonho que eu tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.
O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela.
Presa pelo cordel à sua mão.
Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.
Miguel Torga, diário I, 1941
O mar enrola na areia
Pink Floyd, Wish You Were Here
06 setembro, 2008
sábado de manhã (20)
Gridneva, Katya
elegant sleep
(s/ data)
COINCIDÊNCIA RADICAL EM BRANCO!
Tomasula, M.
the structure of coincidence
(2004)
Eu amei esses lugares
onde o sol
secretamente se deixava acariciar.
Onde passaram lábios,
onde as mãos correram inocentes,
o silêncio queima.
Amei como quem rompe a pedra,
ou se perde
na vagarosa floração do ar.
Eugénio de Andrade, matéria solar, 18
Within Temptation, memories (The Silent Force)
Tuna Universitária do Porto, amores de estudante
05 setembro, 2008
post que não conta como post ou outra coisa
[p.f. valorizem devidamente o tipo, a essência desta minha dúvida existencial. e o trocadilho... acho que mais ninguém se lembrou de o fazer... então, estamos de acordo quanto à magnitude deste post! rsrsrsr ehehe e mesmo lol]
[oh gente, a comentar é o de baixo...]
saudades de quem não vou ver em setembro
Tarcila do Amaral
sao paulo
(1924)
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Oswaldo de Andrade, Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século, seleção de Italo Moriconi, ed. objectiva, 35
José Antônio da Silva
fazendinha
(1985)
Caetano Veloso, sampa
Luar do sertão (gosto, gosto, gosto desta modinha)
04 setembro, 2008
mais vale tarde ...
Pourquoi Me Reveiller, cantado por Pavarotti
03 setembro, 2008
tempos de chumbo
Aldo
september 3rd 1939
s/data
3 de setembro de 1939 Grã-Bretanha, França e outros países declaram guerra à Alemanha
diário 39-45
02 setembro, 2008
adenda ao post anterior
O recomeço foi isso, um recomeço... mais nada. Tudo "requalquer" coisa sem a ilusão do princípio de nada novo e desafiante. E se ontem, dia 1, foi um dia cheio de coisas diferentes para fazer, foi um dia morno, nem alegre, nem triste. O que, por si só, tem significado. É que já nem acontece a ilusão do reencontro. Apesar dos abraços e dos beijinhos genuinamente trocados (alguns pelo menos). Agosto já não consegue lavar ilusões ou torná-las morenas, para que haja o renascer em vez de retomar.
Os títulos do post e do quadro não são neutros... e foram avisados. Hoje, dia 2, uma terível dor de cabeça, durante todo o dia, levou-me qualquer ilusão de que, só pela vontade, se conseguem superar os desconfortos e a falta de estímulo.
de resto foi só mais um primeiro dia do resto ...
01 setembro, 2008
9º mês ainda verão
Hodgkin, H.
summer
(2007)
Wyckoff, K. B.
september sail
Factor, I.
september afternoon
David Sides (piano) wake me up when september ends (Green Day)
Johns, J.
flag
(1954-55)
2) tenho dificuldade em pertencer a grupos. não porque me ache original ou seja demasiado ciente do que penso ou, ainda, me sinta uma personalidade solitária. mas precisaria de encontrar lugares sem a tradicional cartilha que se vai determinando e reproduzindo, como se o mundo, a vida, as ideias não tivessem complexidade suficiente para se materializarem com cambiantes muito diversificadas e um qualquer raciocínio tipo permitisse aplicar uma "regra" geral a tudo...
3) costumo dizer que, consciente da questão feminina, não sou "feminista furiosa". o que quer que isso signifique há-de andar perto do entendimento do lugar que a mulher ocupa e (não) tem ocupado (e dos seus problemas particulares) e perto, ainda, dos problemas que resultam de quererem substituir uma dominação (a masculina) por outra, em vez de se procurarem novos modos de estar e ser, que não partam do confortável branco ou preto.
4) interessa-me o que se passa nos EUA porque o que lá se passa (pelo menos por agora) interessa ao resto do mundo. não tenho mais formação política que o comum dos cidadãos. estou reduzida ao quadro que a comunicação social não especializada expõe e não tenho informação além do que fui "pescando" aqui e ali, sem critério nem preocupação de sistematização.
5) como não tenho uma simpatia pessoal especial pela Hillary Clinton, seria suposto, perante o já dito, que eu fosse 100% pró Obama. e, com alguma perplexidade minha, não sou. isto intrigou-me ao ponto de, ultrapassada a primeira explicação de que a idade nos "arredonda" (o que não se aplicaria, de modo nenhum, neste caso) me sentir impelida a escrever sobre isto, num exercício quase catártico. a minha ignorância, por si só, justificaria o silêncio.
6) se em relação à "experiência", vejo uma Hillary Clinton, pelo menos, mais experimentada, o discurso refrescante de Obama faz-me supor que "conhece" a realidade de um outro modo. se bem que as palavras também "operem" não me parece que se inscrevam primordialmente no campo da acção prática.
8) aqui chego com um empate. a frescura do discurso de Obama e a experiência de Hillary, para o caso, podem equivaler-se.
9) está-se mesmo a ver que não foi uma maior identificação "ideológica" e afectiva (pelo contrário) ou argumentos práticos demasiado fortes, que me fizeram pender para o lado de Hillary.
10) andava eu nesta modorra (que a mais ninguém interessa, eu sei) quando aconteceu o que eu intuía, sem saber como e porquê, mas intuía: convidado do The Daily Show de Jon Stewart (um dos talk-show, que passam a desoras num dos canais da sic) para demonstrar as suas qualidades de "orador" e que, ditas por si, todas as palavras "vendem" importância e sentido, Obama é instado a ler a bula de um remédio (ou a lista telefónica, não me recordo) como se de um discurso seu se tratasse. e ele fê-lo. e empenhou-se. no tom de voz, nas pausas certas, na respiração e colorido das palavras... e quem, por momentos, não ligasse ao conteúdo, podia perfeitamente julgar que ele estava a anunciar uma forma viável de acabar bem com a guerra do Iraque.
11) contudo, nada o impediu de ganhar a nomeação. ganhou-a. resta-me esperar que o pormenor seja só mesmo um detalhe e não seja um fractal do Obama e do que ele significa.
12) mas, quando o vejo, lembro-me sempre daquele bocadinho. e já não me apetece ouvi-lo. porém, se votasse agora, não daria largas a estes "estados de alma".
Ashanti, god bless america