Últimas indefectivações

sábado, 23 de março de 2013

Melhores...


ABC 20 - 26 Benfica

Começamos muito bem (1-4), mas rapidamente perdemos a vantagem, com as exclusões e com os livres de 7 metros (os primeiros 8 golos do ABC, 5 foram de 7 metros!!!), ao intervalo 10-10... No início da 2.ª parte abrimos uma boa vantagem, e nunca mais permitimos a aproximação do ABC, até os árbitros deixarão de empurrar os de casa para 'cima', apesar de continuarem a ser permissivos com o ABC a defender: o Carneiro tem uma entrada aos 6 metros, remata, falha, mas sofre uma falta clara, com o jogador do ABC dentro da área, e o árbitro dá livre de 9 metros!!! A exclusão do Álvaro Rodrigues foi absurda!!! O 1.º 7 metros a favor do Benfica é num lance, onde existe realmente falta, mas o Costa mesmo assim marca golo... sendo assim, golo anulado, e 7 metros (o Tavares não falhou!!!)... As armas não são iguais, temos que ser muito melhores...

Susto


Os Tigres 4 - 6 Benfica

Mais uma vitória arrancada nos últimos segundos - 2 minutos para ser mais exacto!!! -, num jogo que se esperava um pouquinho mais fácil...

Juniores - 6.ª jornada - Fase Final



Corruptos 2 - 1 Benfica

Acabámos por perder o jogo nos últimos minutos, num jogo onde valeu tudo... a roubalheira foi tão grande, que até difícil fazer a 'contabilidade': pontapés de baliza transformados em cantos (o 1.º golo Corrupto nasce assim!!!); agressões (num 2.º golo Corrupto existe uma agressão a um jogador do Benfica); cortes com os braços, impunes, foram muitos; simulações Corruptas constantemente, sempre atendidas (excepto um pedido de penalty, tão escandaloso que nem este árbitro conseguiu marcar!!!); enfim uma autêntica macacada...

Corruptos..........13
Sporting.............11
Braga.................10
Benfica..............8
Setúbal...............7
Guimarães...........5
Nacional.............4
Rio Ave..............3

Capitão...

sexta-feira, 22 de março de 2013

Juiz Feijão

"O juiz Phantly Roy Bean (Feijão, à portuguesa) foi uma das figuras mais extraordinárias do velho Oeste americano. Acho que já falei aqui dele, mas não se perde nada em trazer de volta a estas páginas as peripécias de tamanho personagem. Juiz de Paz em Val Verde County, no Texas, Feijão tornou-se um administrador autoritário da justiça, entitulando-se vaidosamente como «A Lei a Oeste de Pecos».
Também temos um Feijão neste País de favas. E juiz. Dizem que Feijão da Trofa. Surgindo na televisão, grandiloquente, a avaliar uma trampolinice barata, tratou de esfregar na lama toda a magistratura. Que faz correr Feijão?
Geralmente, estes juízes de vão de escada, com uma carreira atrás de si capaz de envergonhar o menos competente dos oficiais de diligências, movem-se pela visibilidade. Dois minutos de espaço num telejornal qualquer provocam-lhes espasmos de prazer. Uns convites para assistirem a uns joguinhos de bola no camarote das Antas transforma-nos em julgadores baratos de saloon mancumunados com os pistoleiros sem escrúpulos.
É esta a sua vida-vidinha. Não têm pactos com a Justiça nem com a sua consciência. Limitam-se a ser trapos, usados, sujos, atirados para o balde dos desperdícios quando deixam de ser úteis ao Madaleno. Volta e meia entram-nos pela casa adentro, através da televisão: enquanto vomitam umas porcarias, fixamos-lhe os nomes. E convém fixá-los: nada pior do que um juiz que está do lado do criminoso.
O nosso Feijão não cabia em si de orgulho. Cumpriu a ordem. Talvez receba como prémio uma palmada no pescoço. Depois, como todos antes dele, será corrido a pontapés na boca."

Afonso de Melo, in O Benfica

Boa aspirina...


Benfica 6 - 3 Braga

Depois da semana atribulada, a vitória era ainda mais importante.. como é óbvio, não houve tempo para se observar mudanças, mas a atitude da equipa foi um excelente sinal. As perdas de bola, em zonas proibidas, continuam ser um dos principais problemas da equipa, hoje, o Bruno Coelho teve em especial evidência nesse 'campo'...
Depois dum início tremido, com os golos, o jogo pareceu sempre controlado, mas para isso muito valeu a espectacular exibição do Marcão. Em Braga para a Taça temos que jogar melhor, principalmente a defender.
A arbitragem foi o costume: uma desgraça!!! Penalty descarado sobre o César não assinalado... O primeiro cartão ao César é um absurdo... o critério dos 4 segundos nas reposições de bola uma autêntica vergonha... a 6.ª falta do Braga na 1.ª parte, só não foi marcada, porque eles não quiseram... Num jogo, onde os jogadores do Benfica sofreram várias entradas violentas, acabou por ser o César expulso!!! O que prova a 'embirração' das equipas de arbitragem com o César, creio que é a 4.ª expulsão esta época!!! 

A fronteira entre o êxito e o fracasso

"A vitória em Guimarães foi importante para quem aspira a ser campeão nacional no fim da época. Mas a euforia mediática gerada por uns míseros quatro pontos de vantagem é deslocada da realidade.
Bem o treinador e presidente que de forma sensata colocaram água na fervura. Festejos planfletários levarão a que não se ganhe nada no fim da época, uma atitude competitiva e profissional poderá fazer desta uma época ímpar. A fronteira entre o êxito e o fracasso é muito ténue e a visão mediática é sempre feita apenas em função dos resultados.
O Benfica está a fazer uma época óptima, mas o FC Porto também tem feito um dos melhores campeonatos dos últimos anos. Só a incapacidade de reconhecer os méritos do Benfica faz com que se menorize a prova dos portistas.
Em Guimarães vimos um Benfica menos exuberante e mais seguro e controlador dos destinos do jogo. Foi um Benfica com menor nota artística mas com menor exposição ao erro. Para chegar ao êxito também é importante saber fazer esta parte do percurso. 21 pontos dos quais teremos que conquistar 18. De nada interessa o campeonato dos ses... Nesse campeonato o Benfica poderá dizer que sem erros de Xistra em Coimbra e em Braga e já era campeão ou que sem a asneira de Artur na Luz contra o FC Porto e já estava resolvido.
Mas do lado portista não haverá adepto que não clame por um avançado que não falhe penaltis decisivos. Jackson já deve quatro pontos aos azuis e brancos, e quatro pontos já é um lanho grande a precisar de curativo.
No fundo Xistra prejudicou tanto o Benfica como Jackson o FC Porto. Este FC Porto lutará com o Benfica até ao fim, e qualquer clube poderá vencer. Pela tradição recente o FC Porto era favorito, pelo futebol jogado o Benfica leva vantagem.
Desejo sorte ao Sporting com as eleições de amanhã mas, pelo andar da carruagem, não antevejo nada de muito bom."

Sílvio Cervan, in A Bola

PS: O Cervan enganou-se, o Xistra só nos apitou em Coimbra, na Luz com o Braga foi o Soares Dias... a Xistralhada em Braga foi em Março de 2011 !!!

A opinião e a realidade

"Minutos antes de começar o jogo entre o Bordéus e o Benfica, na SICN, uma dupla de comentadores (Rui Santos e Ribeiro Cristóvão) entretinha-se a imaginar debilidades no plantel do Benfica. Jogar com a dupla de centrais Roderick e Jardel foi o ponto de partida para garantir profecias de desgraça que, mais do que opiniões, pareciam desejos de catástrofe. Um deles, o menos afoito na crítica, ouviu o parceiro de comentários dizer que o jogo que se seguiria confirmaria a sua agoirenta tese. Tudo isto alicerçado num chorrilho de superficialidades e lugares comuns debitados com a presunção e a ousadia da ignorância.
No final do jogo, e perante aquele aborrecimento de ver a realidade desmentir a fábula produzida na lucubração do pré-jogo, um deles, o que tem menos tempo de carreira e mais tempo de antena, apressou-se a dizer que, apesar da vitória do Benfica em Bordéus, a sua tese vingaria, sem dúvidas, no próximo jogo contra o Guimarães. E assim, entre a birrinha por ter sido desmentido pela realidade e a certeza de que a sua razão apenas fora adiada uns dias, lá se despediu o mais encarapinhado dos dois comentadores de serviço.
Para azar do dito cidadão, coube-lhe ter de comentar em directo a vitória do Benfica, por quatro golos, em Guimarães. Mais uma vez, a realidade ultrapassara o douto vaticínio da criatura. Onde menos de setenta e duas horas antes vaticinara pecados quase via agora virtudes e acabou por desdizer o que dissera como se nunca o tivesse dito. Fê-lo com a mesma convicção, o mesmo sorriso, a mesma ausência de contraditório e com o mesmo respeito pelo código deontológico que, óbvia e semanalmente, exibe.
Alheio a estas piruetas, o plantel do nosso Benfica segue em primeiro lugar no campeonato, preparando-se para enfrentar um outro plantel equilibradíssimo e recheado de Olegários, Xistras e Proenças. Atentos, à espera e à espreita, estão os do costume, os que aproveitam o tempo extra do jogo para poderem espetar a faca que vão, semanalmente, afiando, entre sorrisos e desejos mascarados de opiniões."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

À beira do zero

"Ainda há pouco tempo o treinador portista empolava as qualidades do seu 'Barça das Antas', mas anteontem aterrou em Pedras Rubras ao som de petardos e de impropérios de adeptos.

O futebol é ingrato. Ainda há pouco tempo Vítor Pereira gabava a beleza do futebol praticado pela sua equipa e cantava o prazer que dava aos seus jogadores a posse de bola e a circulação mágica que com ela faziam.
Ainda há pouco tempo o treinador portista empolava as qualidades do seu Barça das Antas, mas em cerca de três semanas viu desmoronar-se o castelo de fantasia e aterrou em Pedras Rubras ao som de petardos e de impropérios adequados à fase desconfortável vivida pela franja menos tolerante de adeptos do dragão.
Ainda há pouco tempo Vítor Pereira valorizava as suas proezas na UEFA. Recordou que na Champions residia o FC Porto e não enxergava nenhum outro inquilino português. Mas o futebol é ingrato, insisto, e num instante foi-se diluindo a excessiva euforia portista, principalmente a partir do empate em Alvalade, não pelo resultado em si, porque empatar na casa do leão, independentemente do seu estado se saúde, nunca poderá ser olhado como um desfecho negativo para qualquer visitante, mas pela impotência relevada pelo dragão para se libertar dos grilhões com que Jesualdo Ferreira o manietou. Foi desde aí que nuvens de preocupações começaram a roubar espaço à esperança que iluminava o caminho de Vítor Pereira
Em cerca de três meses viu-se afastado da Taça de Portugal, excluído da Liga dos Campeões e, sequência de dois empates na Liga, colocado quatro pontos abaixo do Benfica e, por isso, na dependência de terceiros. Ou seja, se confirmar-se a ameaça de desistência da Taça da Liga disparada pelo presidente portista, como em termos de Campeonato, a sete jornadas do fim, o quadro não é entusiasmante, o FC Porto corre o risco de ficar à beira do zero quanto a mais conquistas (além da Supertaça, claro). Não se trata de uma afirmação, como é óbvio, antes de uma dedução sugerida pela lógica da coisa, ou não?...

PARECE cada vez mais próxima a necessária mudança de ciclo no futebol português. A infalível organização portista vai apresentando sintomas de cansaço e as virtudes que muitos apregoavam, e alguns apregoam, vão fazendo menos sentido. Aliás, sem entrar na discussão dos meios para atingir os fins, creio que o domínio azul e branco sobrevive por absurda distracção do treinador/cientista, que na época transacta perdeu desajeitadamente o título para o FC Porto. Como diz o povo, à primeira todos caem (e já estou a abrir uma excecção para ele: duas quedas), à segunda só cai quem quer, e se é vontade de Jesus prolongar a sua ligação ao Benfica deve saber muito bem que a condição essencial para poder alimentar o processo negocial é ser campeão nacional. Isto sou eu a falar, note-se. Apesar de não possuir o dom de pensar pela cabeça de Luís Filipe Vieira, julgo ser esta premissa uma evidência. No entanto, como aqui escrevi há uma semana, mesmo que ela se concretize, falta conhecer qual o entendimento do presidente benfiquista acerca de matéria tão sensível.

IZMAILOV  e Liedson: que papel desempenham, afinal, no plantel do dragão? Foi imenso o alarido provocado por estas contratações no mercado de inverno, mas até hoje de efeitos discretíssimos. O primeiro estreou-se na Luz, com o Benfica, para impressionar, a 13 de Janeiro, e desde lá tem alinhado a espaços sem que se vislumbre benefícios inquestionáveis com a sua aquisição. Pelo contrário, tudo leva a crer que o FC Porto foi amigo do Sporting ao livrá-lo de um peso financeiro e de um incómodo social. Sobre Liedson, o caso é ainda mais intrigante: soma 38 minutos de utilização. Fantástico! Dois exemplos claros da (des)afinação da máquina portista, antes eficaz, agora soluçante. As presenças do presidente no treino para dar sinal de autoridade e no balneário para arrefecer o ambiente só servem para empurrar Vítor Pereira para a porta de saída. Sendo um treinador do regime, e aceitando esse rótulo desde sempre, deixou-se esvaziar."

Fernando Guerra, in A Bola

PS1: Fernando Guerra é dos poucos jornaleiros Benfiquistas com espaço para dar a sua opinião nos jornais... mas o seu trauma anti-Jesus é difícil de explicar!!!

PS2: Engraçado como o Mito da organização infalível, é sempre posto em causa quando, desportivamente, as coisas correm mal aos Corruptos... basta algumas Proençadas, e a Organização perfeita, volta a ser infalível  independentemente de tudo o resto...!!!

Das religiões...

"É a velha sina: no futebol não há nada mais fácil do que arranjar-se um bode expiatório que deixe ficar à sua sombra dezenas de falsos inocentes a assobiar para o ar. Por isso, sem espanto, nos últimos dias, me apercebi de linha (cruel) a enrodilhar-se, fugaz, na tese de que quando o FC Porto ganha, ganham todos, quando o FC Porto falha, falha o Vítor Pereira. (Se contra o Marítimo as substituições foram feitas ao deus-dará - a equipa de arranque não, era a que eu faria. E não foi ele que falhou o penalty, como já falhara com o Olhanense, nem foi ele que escorregou para o empate do Suk...)
Não, para mim, a questão da sua culpa, não é a sua culpa, é a sua circunstância, tem a ver com o futebol ser o que é: um jogo onde o treinador pode construir uma equipa ou uma ideia na cabeça - mas só alguns jogadores conseguirem levá-la, à equipa e à ideia, mais adiante. É o que sucede com Moutinho. (Ou antes, diferente, com Hulk) Com ele, toda a equipa joga a entender melhor o jogo, as suas peripécias, os seus alçapões, a equivocar-se menos com a bola, os seus ritmos, os seus caprichos. (Por isso é que sem ele em Alvalade o FC Porto perdeu o tino, sem ele em Málaga o FC Porto perdeu o carácter, sem ele no Funchal o FC Porto talvez tenha perdido o destino.)
Não querendo fazer de Vítor Pereira responsável principal pelo que suspeito que acontecerá: o Benfica ser campeão (o que seria injusto, sobretudo para o Benfica) - há, contudo, crença a que não fujo: que sem Moutinho, Vìtor Pereira teria de ser menos ortodoxo para compensar o não o ter tido quando o não teve (e não foi). E que sem Moutinho o que se viu foi que Vítor Pereira não é o que Jorge Jesus é: treinador sagaz que não se prende a um sistema como a uma obsessão e faz evangelho da ilusão (ou não) de que só se vence com a alma além da fé. E sim, eu acho: não é por ter caído na tentação do disparate que Vítor Pereira pode acabar a penar no purgatório, chegando lá, ironicamente, apenas com uma Taça da Liga em sua salvação (ou não) - é por não ter sido dessa religião de Jesus (e não ser tão subversivo como ele, o Jesus é...)"

António Simões, in A Bola

Benfica tentado a ganhar tudo

"O Benfica tem o campeonato na mão e o maior desafio de Jorge Jesus será o de evitar a euforia do «está quase». Daí que o discurso do treinador do Benfica, após o jogo de Guimarães, tenha sido inteligente, fazendo questão de lembrar que nada nem ninguém poderá garantir que esta diferença de quatro pontos para o FC Porto se mantenha até ao Dragão.
Será, no entanto, difícil controlar a ansiedade dos benfiquistas que, de repente, vêem a sua equipa como natural favorita a conquistar o título, à beira de ser finalista da Taça de Portugal e ainda com a legítima ambição de vencer uma final europeia.
Dirão os prosaicos que um grande clube se arrisca a ganhar todas as provas em que entra. Não é bem assim. Mesmo numa fase adiantada das três competições julgo que o Benfica só por milagre as poderia ganhar, a todas. A pressão psicológica aliada ao natural desgaste físico (apesar de Jesus ter vindo a gerir muito bem a época) não deixará de se fazer sentir.
Pode acontecer que ed tanto querer ganhar, ou de tanto ser obrigado a querer ganhar, o Benfica ainda possa poder o essencial das oportunidades que aparentemente se lhe oferecem? Pode! O futebol não é, porém, uma ciência exacta e admito que seja impossível, perante a espantosa perspectiva histórica, que o Benfica possa, agora, abdicar de lutar em qualquer uma das três frentes. Os pessimistas lembrarão que quem tudo quer tudo perde, mas os optimistas haverão de contrapor que quem não arrisca não petisca.

NOTA FINAL - Estranha (falta de) reacção do FC Porto no Funchal. Do meu ponto de vista, muito pior do que em Málaga. A equipa pareceu triste e insegura, demasiado longe de Jackson Martínez e com muita gente cansada. Que João Moutinho volte depressa!"

Vítor Serpa, in A Bola

As 'remontadas' espanholas

"1. Remontada é a palavra da moda em Espanha. Primeiro, foi o Real Madrid em Manchester, onde teve a ajuda do turco Çakir que decidiu (com a bênção de Collina) virar a eliminatória do avesso; depois, foi o Barcelona que, humilhado e dado por morto em Milão, resolveu equipar-se de gala e transformar o Camp Nou no Teatro della Scalla para recitar uma ópera épica, mais uma, sob a batuta de Messi, o maior maestro de todos os tempos; finalmente, o Málaga a quem o Porto estendeu a passadeira vermelha para fazer das fraquezas (bem visíveis no Dragão) forças. E assim, graças à fortuna e ao valor próprio conjugados com a inépcia alheia, os espanhóis continuam com três equipas em prova e podem cantar olé. Deve dizer-se que a eliminação do FC Porto não era esperada mas Vítor Pereira, mais uma vez condicionado pelo medo, quis improvisar. Apesar da enorme superioridade manifestada no jogo da 1.º mão que o 1-0 não traduz de todo, optou por jogar com um só atacante (Jackson) embora houvesse outro em campo a fazer número (Varela). Ao renunciar a James em benefício de Defour, transmitiu à equipa a sua apreensão e pouca convicção. Tanto mais que, moralmente, o adversário estava de rastos: vinha de quatro jogos sem vitórias e apenas um golo marcado! O próprio Helton não se coibiu do inevitável sketch de que Rizzoli gostou tanto que até lhe perdoou a fífia.

2. Rolando está à prova no Nápoles, estreou-se na Série A no passado dia 10 e só tem mais oito jogos para convencer a exigente crítica italiana. Nessa partida em Verona contra o Chievo, que o Nápoles perdeu (0-2), foi um dos dois melhores juntamente com Behrami (um Kosovar naturalizado suíço), classificados com a nota de 5,5 em 10. Antes disso, Rolando tinha sido utilizado apenas na Liga Europa, no duplo confronto com o Viktoria Plzen e, ao que rezam as crónicas, desiludiu quer como líbero quer como stopper. Por este andar, dificilmente virá a ser resgatado pelos, sete milhões acordados."

Manuel Martins de Sá, in A Bola

quinta-feira, 21 de março de 2013

Quem lhes pode levar a mal?

"Que se mantenha bem acesa a estrelinha tão maravilhosamente expressa no momento em que Artur, sentado à porta da baliza, viu ir parar-lhe às mãos uma bola que só podia ser golo.

DO debate entre os candidatos à presidência do Sporting, transmitido na noite de terça-feira na SIC, terão os sportinguistas, os principais interessados, retido aquilo que mais lhes aprouve reter. Em função das simpatias e das antipatias que nutrem pelos concorrentes, naturalmente, mas também em função da atenção prestada ao que os mesmos diziam.
Como benfiquista, também naturalmente, retive aquilo que mais me aprouve reter: o momento em que o candidato Carlos Severino explicou os fundamentos da urgência da contratação de Jorge Jesus pela sua direcção, em caso de vitória eleitoral no sábado. Ou no domingo. Ou mesmo na próxima terça-feira, pois dizem que a contagem dos votos poderá ser demorada.
«Jorge Jesus veste-se como o Cruyff, Jorge Jesus penteia-se como o Cruyff...», disse Severino. Está dito. E nem vale a pena discutir se Jesus e Cruyff se penteiam da mesma maneira o não, embora eu tenha uma ideia bem formada sobre o assunto que não vou explanar porque não é esse o assunto que interessa ao País.
Indiscutível é o facto de o treinador do Benfica, que este ano ainda não ganhou nada como o próprio não se cansa de nos fazer recordar, ter conseguido despertar paixões assolapadas e declarações entre os nossos maiores rivais. Refiro-me ao Sporting pelo já enunciado e ao FC Porto pelas palavras de António Oliveira, muito directo ao âmago da questão no momento de projectar o nome do próximo treinador dos dragões.
Coisa nunca vista, esta de um treinador ser cortejado às claras e às escuras pelo inimigo quando a temporada entra na sua fase decisiva.
O nosso País anda triste e negro como o breu, concordarão. E a ciência de Jesus, os aforismos de Jesus, os neologismos de Jesus, Jesus professor universitário, toda esta torrente justificada e potenciada pela provavelmente surpreendente liderança do Benfica no campeonato, estão a transformá-lo numa figura nacional de cariz genuíno e autêntico, como há poucas para alegrar e dar esperança à malta.
Gostavam de ter isto os nossos rivais, claro que gostavam. Quem lhes pode levar a mal?

NAS vésperas de ir a Alvalade jogar para o campeonato o treinador do FC Porto desvalorizou o grau de dificuldade da vitória somada pelo Benfica no mesmo recinto perante o mesmo adversário, recordando que o Sporting que defrontou e perdeu com o Benfica não tinha descansado as obrigatórias 72 horas entre a recepção ao rival e o seu último jogo europeu.
Se foi por isso ou por outra razão qualquer que o Sporting perdeu 1-3 em casa com o Benfica para, meia dúzia de jornadas depois, mais descansado, forçar o FC Porto a um empate nunca se saberá. Futebol é futebol e, por vezes, acontecem coisas estranhíssimas e inexplicáveis que contribuem para a glória e popularidade do jogo.
O bom senso face ao recente episódio da desqualificação-requalificação do FC Porto das meias-finais da Taça da Liga, por causa das espinhosas 72 horas regulamentares, recomendaria a Vítor Pereira que não utilizasse semelhante argumento. Mas utilizou, paciência.
Foi também por uns minutinhos que o Benfica não cumpriu as 72 horas de descanso entre o jogo de Bordéus na noite de quinta-feira para a Liga Europa e o jogo de Guimarães para o campeonato nacional. O Benfica não só não se queixou como ganhou os dois jogos com grande naturalidade e por números convincentes, o que também me agradou.
Agora faltam sete jogos para o fim do campeonato e se o Benfica quiser ir o mais longe possível na Liga Europa faltam-lhe cinco jogos, incluindo o da final. Quem corre por gosto não cansa, diz a sabedoria popular.
E que se mantenha bem acesa lá no alto a estrelinha que nos tem guiado e tão maravilhosamente expressa naquele momento do jogo na cidade-berço em que Artur Moraes, confortavelmente sentado à porta da sua baliza, viu ir parar-lhe às mãos uma bola que só podia ser golo.

VÊM aí dois jogos tramados de difíceis para a Selecção Nacional, compromissos que muito decidirão sobre a presença ou a ausência da Selecção Nacional no Mundial do Brasil. Imaginar um Mundial de futebol no Brasil sem Portugal é uma vergonhaça. Não há volta a dar-lhe.
O extraordinário momento de forma de Cristiano Ronaldo é uma esperança maior para os desafios com Israel e o Azerbeijão que obrigaram à interrupção do campeonato nacional. Fica então por saber se conseguimos ou não conseguimos ir ao Brasil no Verão de 2014.
Fica também por saber se João Moutinho recupera na Selecção da maleita que o tem impedido de jogar pelo FC Porto. Se recuperar é uma boa notícia para Paulo Bento. Se não recuperar, logo se disctutirá, em função dos resultados, se João Moutinho faz mais falta ao FC Porto ou à Selecção Nacional.
Todas estas discussões são sempre em função dos resultados, não é verdade?

TAL como aconteceu em Inglaterra nos anos de Margaret Thatcher, temo  que o hoologanismo social vigente no nosso País encontre o seu mais notório escape nos territórios sempre permissivos do futebol. Os últimos acontecimentos justificam esta preocupação. Pela primeira vez vimos presidentes de clubes de futebol pedir desculpa aos adeptos-cidadãos pelo comportamento violento, e já aparentemente incontrolável, de grupos organizados de supostos apaniguados deste ou daquele emblema.
A importância da polícia é de fazer chorar as pedras da calçada. Atiram-se blocos de cimento de cima de pontes e os autores da proeza continuam anónimos. Entre gente em estádios carregando petardos e outros aparelhos de tiro diligentemente manufacturados e não há barreira que os detecte e que os detenha.
Voam cadeiras nos estádios, voam petardos em aeroportos. A onda alastra e os sintomas de impunidade são tanto ou mais assustadores do que a própria violência social de que emana.
O presidente do Vitória de Guimarães, o último clube vítima deste neo-hooliganismo português, pedindo desculpa pelo comportamento de um grupo de supostos adeptos do Vitória Sport Clube no jogo com o Benfica, terminou o seu lamento público com um desabafo mais do que legítimo:
- Esta gente não pode gostar de futebol.
É isso mesmo, presidente. Não gostam mesmo. Estão lá apenas porque os deixam.

VEM aí um domingo sem campeonato, fenómeno que de tão raro de torna desconcertante. Para quem habita na capital e é dos nossos há, no entanto, a possibilidade redentora de um domingo sem campeonato, é verdade, mas com futebol e com Benfica.
Trata-se de um filme. Portanto, de uma ida ao cinema. A programação da 6.ª edição do Festival do Cinema Italiano traz-nos um tesouro: Benfica-Torino 4-3, um documentário realizado por Andrea Ragusa, sobre a tragédia que fez desaparecer a grande equipa do Torino a 4 de Maio de 1949.
O Torino foi a equipa convidada pelo Benfica para abrilhantar a festa de despedida do seu jogador Francisco Ferreira no Estádio do Jamor. Na viagem de regresso, e quando já se preparava para aterrar  o avião que transportava a equipa italiana embateu na colina de Superga. Uma tragédia sem sobreviventes.
Em Itália a consternação foi geral. E nas derradeiras quatro jornadas do campeonato os adversários do Torino fizeram alinhar os juniores para permitir ao emblema destroçado sagrar-se campeão de Itália. Em Portugal, a comoção não foi menor, como se compreenderá, e milhares de lisboetas dirigiram-se à embaixada de Itália para assinar o livro de condolências.
O filme Benfica-Torino 4-3 é sobre isso tudo. É exibido numa única sessão no próximo domingo, dia 24 de Março, às 15-15 horas, no cinema São Jorge."

Leonor Pinhão, in A Bola

Magia e crueza

"Um Campeonato decide-se nos detalhes, diria Mr. de La Palisse se , no séc. XVI, houvesse futebol. Na época passada, os detalhes fora para o SLB uma mistura cumulativa: o cansaço em Guimarães, a inutilização de Rodrigo por Bruno Alves em S. Petersburgo, os indisfarçáveis e fatais erros de arbitragem no jogo em Coimbra e no decisivo jogo na Luz contra o Porto.
Este ano, ainda estamos longe de saber quem vai ser campeão. Mas os pormenores podem decidir. Ironicamente, o magnífico Jackson Martínez fracassou nos piores momentos. Não desfez dois empates (Olhanense e Marítimo) ao ter desperdiçado 2 dos últimos 3 penalties que falhou em 4 hipóteses. No Benfica, Lima garantiu mais 2 pontos no último minuto contra a Académica convertendo uma grande penalidade e o mal-amado Cardozo apontou o castigo máximo na vitória por 1-0 em Aveiro.
Se Jackson Martínez os tivesse marcado e Lima e Cardozo tivessem falhado os seus, o Benfica passaria de 1.º com 4 pontos de avanço para 2.º com 4 pontos atrás do Porto.
Tudo isto faz parte da imprevisibilidade apaixonante do futebol. Os golos não valem todos o mesmo. Houve golos espectaculares do ponta-de-lança portista, que ele bem trocaria por penalties convertidos. E talvez agora se perceba melhor quão é errada essa ideia de desvalorizar um atacante que, no seu pecúlio, tem muitos penalties marcados.
Cardozo - que este ano em 8 ocasiões ainda não falhou nenhuma - continua a ser criticado no Paraguai porque falhou um penalty decisivo no Mundial contra a Espanha, que provavelmente não viria a ser campeã se não fosse aquela falha do jogador do Benfica.
É o futebol em toda a sua magia e crueza."

Bagão Félix, in A Bola

Venham mais cinco !

"Rio Ave, Sporting e Estoril, na Luz. Deslocações a Olhão e aos Barreiros. São estas as cinco próximas jornadas do Campeonato. São estas, creio, as cinco vitórias que nos separam do título.
A semana passada correu particularmente bem ao futebol encarnado: apuramento europeu em Bordéus, e dilatar da vantagem doméstica em Guimarães, num jackpot de emoções que temos de saber gerir com entusiasmo, com confiança, mas de pés bem assentes no chão.
Se na frente internacional, com Chelsea, Tottenham e Lazio ainda em prova, o sonho de uma subida aos céus permanece mais distante do que aparenta, intramuros o Benfica depende agora apenas da sua concentração competitiva para alcançar o grande objectivo da temporada. É verdade que o pássaro europeu vai esvoaçando cada vez mais perto dos nossos olhos. Só que o de raça lusitana está já na nossa mão, e não o podemos deixar fugir.
Não é impossível vencer no Dragão na penúltima jornada. Muito menos trazer de lá um empate. Porém, nós sabemos, que eles sabem, que nós sabemos, que eles sabem, que nesta altura, ao contrário do que faria supor a mais inocente das matemáticas, a diferença entre quatro e três não é apenas um. Quatro pontos - estes mesmos que levamos de vantagem - podem dispensar uma decisão dramática, num terreno hostil, onde valerá quase tudo. Para nos salvaguardarmos dessa eventualidade, dispomos agora de um caminho alternativo. Ele passa por cinco vitórias, em cinco “finais” que terão de ser encaradas como os jogos das nossas vidas.
Há um Newcastle para ultrapassar, que acredito estar ao alcance de um bom Benfica - onde jogadores menos utilizados como Aimar, Carlos Martins, Rodrigo, Luisinho, ou os dois jovens Andrés, podem muito bem caber. Mas, mais do que nunca, julgo que a prioridade absoluta terá de ser o Campeonato, que no passado Domingo nos piscou ostensivamente o olho.
Quem tudo quer, tudo perde, diz o povo com sabedoria. Queiramos pois, com muita força, este 33.º título. Se alguma coisa vier por acréscimo, tanto melhor."

Luís Fialho, in O Benfica

Sorteios da UEFA !!!

Quem faz batota nos sorteios, não fará batota para assegurar os resultados desportivos mais desejados?!!!

Tentativa de agressão ao Roderick


O que fazer com atrasados mentais com bandeiras na mão?!!! E este até estava na bancada central!!!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Normal


Castrense 0 - 29 Benfica

Resultado natural... em frente na Taça... próxima eliminatória, Oitavos-de-final, na Luz, dia 24 de Abril com a Ac. Espinho.

JJ e as toupeiras

"Os adversários do Benfica rezam, neste momento, para que Jesus deixe a Luz no fim da época. Independentemente de ser ou não ser campeão, já se percebeu que Jesus é o treinador que interessa ao Benfica. E que pode levar o Benfica, de novo, à hegemonia no futebol português.
Ganhar ou perder um título depende, às vezes, de muito pouco. O Manchester United perdeu há um ano a Liga para o Manchester City mercê de dois golos marcados nos descontos! Ora, Ferguson não passou, por isso, a ser pior treinador.
Neste momento, Jesus já deu todas as provas na Luz: conseguiu 70% de vitórias, levou sempre o Benfica aos quartos-de-final em competições europeias, ganhou quatro títulos (um campeonato e três Taças da Liga), construiu um ataque demolidor, pratica um futebol espectacular  valorizou jogadores, fez adaptações impensáveis. O que é preciso mais?
O Benfica até pode ainda vir a perder as provas onde está. Mas uma coisa é clara: o clube está no bom caminho. E não deve voltar para trás. Num momento em que Pinto da Costa parece dar sinais de quebra, o Benfica não pode conceder trunfos ao rival.
Isto é evidente para todos os que estão fora do clube, como eu. Só não o é para certos benfiquistas – que, fora e dentro da estrutura, continuam a torcer o nariz ao treinador. Os piores inimigos dos clubes são os insatisfeitos, os que querem sempre mais, os que não sabem valorizar o que têm. Esses acabam por, involuntariamente, entregar o jogo aos adversários. Funcionam como toupeiras, que minam o próprio terreno onde se movem. Luís Filipe Vieira, que se tem mostrado um homem sensato, saberá com certeza tomar a decisão certa."

Ninguém para (pára) o Benfica!

"Há mais de um ano, aqui escrevi sobre os insondáveis mistérios do tão depressa oficializado Acordo Ortográfico (AO). Volto a ele, porque umas poucas semanas atrás, o título de A BOLA sobre um jogo que o Benfica ganhou para a Liga rezava assim: «Ninguém para o Benfica...».
Confesso que fiquei assustado num primeiro instante. Ninguém para o Benfica? Deixou o meu clube de ser atractivo? Já não consegue seduzir nenhum bom jogador? Está o clube falido? Será que em vez de Benfica a referência era para um outro qualquer clube?
Nos momentos seguintes, lembrei-me do acordês e acordei do pesadelo. Afinal o que o título queria dizer era «Ninguém pára o Benfica». Como um singelo acento agudo tudo modifica! O que pôde um dito (des)acordo ortográfico suscitar no meu espírito!
Pensei até na eventualidade de ser um problema meu de natureza ótica, como se escreve no dito AO a palavra óptica. Acontece que, assim sendo, ótica (dos olhos) se escreve do mesmo modo que ótico (dos ouvidos), pelo que está lançada a confusão entre ser míope e bronco dos ouvidos.
Há quem nos media seja ainda mais acordista do que o próprio acordo. Isto é, não se limitam a segui-lo no que se pretende uniformizar na grafia, mas ultrapassam-no com excesso de zelo. Não raro, deparo agora com fato em vez de facto, como se em linguagem oral tivéssemos engolido o c entre fa e to. Assim, fato passa a representar o facto em Portugal substituído pelo terno no Brasil.
Ninguém para o Benfica de fato. Traduzindo: ninguém pára o Benfica, de facto.
Uma tristeza este acordês que, aliás, a presidente brasileira e suspendeu e Angola não assinou..."

Bagão Félix, in A Bola