Últimas indefectivações

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Lixívia 11

Tabela Anti-Lixívia
Benfica..... 23 (-5) = 28
Corruptos.. 27 (+11) = 16
Sporting... 25 (+11) = 14

A pouca vergonha continua, a grande velocidade e sem sinais de parar...

Com um Benfica fragilizado, levámos na Luz com um dos mais manhosos apitadeiros do Tugão: então a 1.ª parte foi uma aula de congelar o jogo... mostrou (bem) o amarelo ao Rafa logo no início da partida, e depois passou 90 minutos a 'avisar' os jogadores do Feirense!!!
Houve de tudo: lançamentos ao contrário; bolas fora mal assinaladas contra o Benfica, e não assinaladas ao Feirense; foras-de-jogo mal assinalados ao Benfica; pelo menos duas faltas a favor do Benfica em zona frontal da área...; o Fejsa podia ter levado um Amarelo, mas ao Feirense foram perdoados vários; a forma como demorou a permitir a entrada da equipa médica do Benfica na lesão do Jardel e depois a forma como adiou a reentrada do Jardel, só pode ter sido por maldade...; 'evitou' cantos a favor do Benfica...; tudo fez para o Benfica não ter contra-ataques; e tudo fez para o Feirense ter o máximo de Livres laterais...; e a cereja em cima do bolo, foi o penalty sobre o Pizzi... Admito que as imagens até não são completamente esclarecedoras, mas é penalty... A forma como nem sequer quis consultar o VAR, comprova, premeditação...!!!

No Bessa, mas um festival de má educação, e de condicionamento...
Não foi um, foram dois os penaltys que ficaram por marcar, com 0-0 na partida, sendo que no segundo, o Militão tinha que levar Vermelho, porque nem sequer tentou jogar a bola...
A forma como estes lances passaram despercebidos na crítica é completamente absurdo! Até os expert's no Nojo admitiram um deles, mas nas televisões nada... não se passou absolutamente nada!!! Se o Hugo Miguel até podia ter dúvidas em campo, o Veríssimo no VAR só não marcou porque não quis...
Aliás desde que chegou à I Liga, Veríssimo com os Corruptos, é sinónimo de penalty por marcar...!!!
A juntar a isto tudo: comportamento indecoroso no banco dos Corruptos, com mais umas multazinhas a caminho... e chuva de tudo e mais alguma coisa para cima da baliza do Boavista, com jogo interrompido, etc... Mas não se passará nada!!!

Hoje em Vila do Conde, mais uma decisão incompreensível... Penalty claro de Mathieu sobre o avançado do Rio Ave, com 1-2 na partida, o que na altura poderia ter dado o 2-2!!!
O francês toca na bola, mas muito depois de derrubar o avançado com os pés, além de o ter 'agarrado' pelo ombro... Este é um daqueles lances que normalmente é gravado e mostrado aos árbitros nas formações, para demonstrar a diferença entre um 'carrinho' que toca na bola e depois o contacto é inevitável (e mesmo assim, se a bola ficar jogável, pode ser penalty), e os 'carrinhos' onde se derruba o avançado e depois toca-se na bola...!!!
ADENDA: Mais dois lances que merecem destaque: 1.º golo dos Lagartos, após uma falta marcada ao contrário...; e o Acuña devia ter visto o 2.º Amarelo ainda na 1.ª parte!!!

O Benfica, a partir do jogo do Jamor com o Belenenses tem feito vários jogos fracos... Mas a classificação está totalmente adulterada... Uma vergonha...
O facto denunciado esta semana pela RTP é gravíssimo: o Conselho de Arbitragem está totalmente 'ilegal'!!!
Sem classificações dos árbitros da época anterior, subidas e descidas impugnadas... notas secretas... Nomeações a pedido dos Corruptos e dos Lagartos... Tudo isto só podia dar merda!!!

Anexo(I):
Benfica
1.ª-Guimarães(c), V(3-2), Pinheiro(Sousa), Nada a assinalar
2.ª-Boavista(f), V(0-2), Mota(Malheiro), Nada a assinalar
3.ª-Sporting(c), E(1-1), Godinho(Sousa), Prejudicados, (2-1), (-2 pontos)
4.ª-Nacional(f), V(0-4), Veríssimo(Xistra), Prejudicados, Beneficiados, (0-7), Sem influência no resultado
5.ª-Aves(c), V(2-0), Rui Costa(Paixão), Prejudicados, (3-0), Sem influência no resultado
6.ª-Chaves(f), E(2-2), Capela(Esteves), Prejudicados, (1-3), (-2 pontos)
7.ª-Corruptos(c), V(1-0), Veríssimo(Sousa), Prejudicados, (2-0), Sem influência no resultado
8.ª-Belenenses(f), D(2-0), Soares Dias (V. Ferreira), Prejudicados, (1-0), Impossível contabilizar
9.ª-Moreirense(c), D(1-3), Almeida(Esteves), Prejudicados, (3-3), (-1 ponto)
10.ª-Tondela(f), V(1-3), Pinheiro(Nobre), Prejudicados, (1-4), Sem influência no resultado
11.ª-Feirense(c), V(4-0), Rui Costa(Mota), Prejudicados, (5-0), Sem influência no resultado

Corruptos
1.ª-Chaves(c), V(5-0), Almeida(Vasco Santos), Beneficiados, Impossível contabilizar
2.ª-Belenenses(f), V(2-3), Xistra(Capela), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Guimarães(c), D(2-3), Veríssimo(Paixão), Beneficiados, Sem influência no resultado
4.ª-Moreirense(c), V(3-0), Malheiro(Ferreira), Beneficiados, Impossível contabilizar
5.ª-Setúbal(f), V(0-2), Manuel Oliveira(Vasco Santos), Beneficiados, Impossível contabilizar
6.ª-Tondela(c), V(1-0), Godinho(Malheiro), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
7.ª-Benfica(f), D(1-0), Veríssimo(Sousa), Beneficiados, (2-0), Sem influência no resultado
8.ª-Feirense(c), V(2-0), Rui Oliveira(Vasco Santos), Beneficiados, (1-1), (+2 pontos)
9.ª-Marítimo(f), V(0-2), Xistra(Sousa), Beneficiados, Sem influência no resultado
10.ª-Braga(c), V(1-0), Soares Dias(L. Ferreira), Beneficiados, (0-0), (+2 pontos)
11.ª-Boavista(f), V(0-1), Hugo Miguel(Veríssimo), Beneficiados, (2-1), (+3 pontos)

Sporting
1.ª-Moreirense(f), V(1-3), Martins(Miguel), Nada assinalar
2.ª-Setúbal(c), V(2-1), Manuel Oliveira(Ferreira), Beneficiados, (2-2), (+2 pontos)
3.ª-Benfica(f), E(1-1), Godinho(Sousa), Beneficiados, (2-1), (+1 ponto)
4.ª-Feirense(c), V(1-0), Rui Oliveira(Esteves), Beneficiados, (1-1), (+ 2 pontos)
5.ª-Braga(f), D(1-0), Soares Dias(Veríssimo), Beneficiados, Sem influência no resultado
6.ª-Marítimo(c), V(2-0), Almeida(Sousa), Beneficiados, (1-0), Impossível contabilizar
7.ª-Portimonense(f), D(4-2), Miguel(Ferreira), Nada a assinalar
8.ª-Boavista(c), V(3-0), Xistra(L. Ferreira), Beneficiados, Prejudicados, Sem influência no resultado
9.ª-Santa Clara(f), V(1-2), Mota(V. Ferreira), Beneficiados, (1-0), (+ 3 pontos)
10.ª-Chaves(c), V(2-1), Martins(M. Oliveira), Beneficiados, (0-1), (+ 3 pontos)
11.ª-Rio Ave(f), V(1-3), Xistra(Malheiro), Beneficiados, Prejudicados, (2-3), Impossível contabilizar

Anexo(II):
Benfica:
Sousa: 0 + 3 = 3
Pinheiro: 2 + 0 = 2
Rui Costa: 2 + 0 = 2
Esteves: 0 + 2 = 2
Mota: 1 + 1 = 2
Godinho: 1 + 0 = 1
Veríssimo: 1 + 0 = 1
Capela: 1 + 0 = 1
Veríssimo: 1 + 0 = 1
Soares Dias: 1 + 0 = 1
Almeida: 1 + 0 = 1
Malheiro: 0 + 1 = 1
Xistra: 0 + 1 = 1
Paixão: 0 + 1 = 1
V. Ferreira: 0 + 1 = 1
Nobre: 0 + 1 = 1

Corruptos:
Vasco Santos: 0 + 3 = 3
Veríssimo: 2 + 1 = 3
Xistra: 2 + 0 = 2
Malheiro: 1 + 1 = 2
Sousa: 0 + 2 = 2
L. Ferreira: 0 + 2 = 2
Almeida: 1 + 0 = 1
M. Oliveira: 1 + 0 = 1
Godinho: 1 + 0 = 1
Rui Oliveira: 1 + 0 = 1
Soares Dias: 1 + 0 = 0
Miguel: 1 + 0 = 1
Capela: 0 + 1 = 1
Paixão: 0 + 1 = 1

Sporting:
L. Ferreira: 0 + 3 = 3
Martins: 2 + 0 = 2
Xistra: 2 + 0 = 2
Miguel: 1 + 1 = 2
Sousa: 0 + 2 = 2
M. Oliveira: 1 + 1 = 2
Godinho: 1 + 0 = 1
Rui Oliveira: 1 + 0 = 1
Soares Dias: 1 + 0 = 1
Almeida: 1 + 0 = 1
Mota: 1 + 0 = 1
Esteves: 0 + 1 = 1
Veríssimo: 0 + 1 = 1
V. Ferreira: 0 + 1 = 1
Malheiro: 0 + 1 = 1
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segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

"Exigimos regras iguais para todos"

"O Sport Lisboa e Benfica vai enviar à Federação Portuguesa de Futebol e à Liga de Clubes uma exposição com um conjunto de erros de arbitragem "evidentes" que têm favorecido o FC Porto na Liga NOS. A revelação foi feita por Luís Bernardo, director de comunicação do Clube, em declarações ao programa "Bola Branca", da Rádio Renascença.

"O Benfica, pelos canais próprios, irá demonstrar, através de uma exposição, um conjunto de erros já identificados que, de tão exaustivos e evidentes, falarão por si só. Esperamos um critério de isenção por parte de quem manda na Federação, na Arbitragem e na Liga, para que haja uma correta análise e percepção, porque quem sofre com isto são as competições e a verdade desportiva", declarou Luís Bernardo.
No recente jogo do FC Porto no Estádio do Bessa, na noite de domingo, a equipa de arbitragem, liderada por Hugo Miguel, e o videoárbitro [VAR], Fábio Veríssimo, deixaram passar em claro uma falta para pontapé de penálti a favor do Boavista (infracção de Brahimi sobre Rochinha aos 70'). Os dragões venceriam a partida por 0-1, com o golo a ser apontado ao quinto minuto do tempo de compensação.
"O pior que pode acontecer é uma Liga que parece que tem já faixas encomendas para o campeão. Isso era no passado, de triste memória, que todos pensávamos que tinha terminado. Não pode acontecer, isto tem de acabar!", enfatizou Luís Bernardo.
Sérgio Conceição, treinador da equipa portista, e Luís Gonçalves, director-geral, foram expulsos no desafio com os axadrezados, uma recorrência no capítulo das infracções nas respectivas fichas disciplinares. "O que há é um grande sentimento de impunidade. Falou-me de um dirigente do FC Porto, que é conhecido por ter ameaçado um árbitro com a descida de divisão, árbitro esse que viria mesmo a ser despromovido. Onde estão esses castigos?", questionou Luís Bernardo.
"Nunca acontece! Sempre que surgem castigos em relação ao FC Porto são muito reduzidos, praticamente simbólicos", lembrou o director de comunicação do SL Benfica.
"Isto leva a que aconteça todo um ambiente de permanente coação, intimidação e ameaças – que, é bom lembrar, surgiram naquela célebre invasão do Centro de Treinos da Maia – sobre os agentes desportivos. Isso está a ter efeitos. Vamos esperar e analisar. Cabe às entidades competentes tomarem as decisões adequadas tendo em conta aquilo que se passou. Exigimos regras iguais para todos", apontou Luís Bernardo.
É momento de dizer "basta" a um conjunto de casos e de ocorrências que colocam em causa a verdade desportiva. "Ainda estamos a atingir o primeiro terço do Campeonato e o que verificamos é que em diversos jogos o FC Porto tem sido claramente beneficiado. Vamos ser objectivos: foi beneficiado ontem [domingo] – e todos, por unanimidade, viram de forma clara que houve um penálti, que não foi assinalado, a favor do Boavista; foi igualmente beneficiado na deslocação ao Jamor, contra o Belenenses, em Setúbal e em casa, frente ao Feirense. Há um conjunto de situações em que sistematicamente se verifica uma dualidade de critérios das equipas de arbitragem a favor de um clube, isto é, do FC Porto", aprofundou o responsável benfiquista.
"Há erros que são incompreensíveis. O penálti que ficou por assinalar no Bessa é um daqueles erros que não se percebe como acontecem. Que o árbitro pudesse não ter visto na altura, dentro do campo, ainda pomos essa possibilidade, agora o VAR, com os diversos ângulos que teve oportunidade de visualizar, é impossível que não tenha visto aquilo que toda a gente viu", frisou Luís Bernardo."

Cadomblé do Vata (especial aVARiado!!!)

"1. Sérgio Conceição foi novamente expulso e deve ter à sua espera uma pesada multa... nada que as moedas ontem atiradas pelo Super Dragões ao guarda redes do Boavista não consigam pagar.
2. Jorge Jesus afirma peremptoriamente que Bruno de Carvalho mentiu em tribunal... gostava de saber o que é que a casa da justiça tem assim de tão especial, para merecer mais destaque do que os outros lugares todos onde o ex. presidente do Sporting disse aldrabices.
3. Entendo perfeitamente as razões pelas quais o VAR não viu o lance do Brahimi e do Rochinha na área portista... tal como eles, a essa hora também eu estava a ver em loop repetições do pormenor técnico do Jonas no golo ao Feirense.
4. A uma semana do FC Porto - Portimonense, Jackson Martinez lesionou-se no tornozelo... as coincidências no futebol português sucedem-se a um ritmo tal, que se calhar vamos ter que rever o contrato com o Nhaga.
5. Portugal vai defrontar a Suiça e eu como bom benfiquista desejo um poker do Seferovic... era da maneira que o vendíamos inflacionado e que ninguém ia andar atrás do Rúben Dias durante o resto do verão."

Tugão maximus !!!

Salvar Vitória, culpar os jogadores

"Devo dizer que percebo muito bem Luís Filipe Vieira quando disse que, a meio de uma noite mal dormida, viu uma luz que lhe indicou o caminho certo: a permanência de Rui Vitória à frente da equipa principal do Benfica.

O mesmo me aconteceu várias vezes em cargos de direcção: perceber que ia tomar uma decisão errada e, no último momento, dar uma cambalhota e arrepiar caminho. E, em diversões ocasiões, fi-lo contra a opinião da maioria.
É, aliás, isto que define os líderes: tomarem decisões solitárias e contra aquilo que são as ‘evidências’. Se não fosse assim, se todas as decisões fossem tomadas por consenso, para que serviria o presidente? Só para ratificar a vontade maioritária?
Claro que este tipo de actuação expõe mais os líderes. Se começarem a enganar-se muito, os seus colaboradores perderão a confiança neles. Mas também, se acertarem com frequência, ganharão uma aura que lhes permitirá arrastarem multidões. É óbvio que Vieira ganhou – e muito – quando manteve Jesus contra a opinião da família benfiquista, e depois disso foi campeão.
Luís Filipe Vieira tem, portanto, a minha solidariedade.
Penso, porém, que seguiu um caminho errado quando atirou a responsabilidade pelos maus resultados para cima dos jogadores. Ou seja, para justificar a continuidade da aposta em Rui Vitória, o presidente do Benfica sugeriu que o mal não está nele mas na falta de empenho do plantel.
Ora, um presidente atacar os jogadores é uma estratégia que normalmente acaba mal, como vimos ainda recentemente no Sporting.
E Rui Vitória reforçou esta ideia, ao dizer que é preciso “mudar muita coisa” e que os jogadores têm de dignificar a camisola que vestem. Passando de réu a algoz, Vitória fez cara de mau, tirou o cavalo da chuva e apontou o dedo aos jogadores para explicar as más exibições.
“Eu sou bom, o presidente é bom, vocês é que não se empenham“ – foi mais ou menos isto o que disse Rui Vitória na sexta-feira, comentando os acontecimentos recentes e antecipando o futuro.
Um treinador não pode ir por aqui.
Em conclusão, Vieira fez bem em manter Rui Vitória – até porque a substituição de um treinador a meio da época é sempre muitíssimo problemática: há pouco por onde escolher, a pressão do tempo obriga a decisões rápidas e as indemnizações a pagar são em geral pesadas. Aliás, era o que o Sporting deveria ter feito com Peseiro: mantê-lo até ao fim da temporada.
Mas, para justificar a continuidade do treinador, Vieira e Vitória lavaram as mãos de responsabilidades e atiraram-nas para cima dos jogadores. E isto não foi nada bonito. O treinador tem de estar sempre ao lado dos atletas – e com intervenções destas Rui Vitória arrisca-se a perder a sua confiança.
Os 4-0 de sábado deram a ilusão de que já está tudo bem. O pior de tudo seria acreditar nisso. À primeira derrota, os lenços brancos voltarão."

Luís Filipe Vieira e o Sport Seixal e Ruifica

"Vieira aceitou a fama de ver mais à frente. O problema é que, na actual conjuntura, vê vários adversários à frente. Uma situação que não colhe junto dos simpatizantes do Benfica. Esses querem vitórias

Os episódios mais recentes da vida do Sport Lisboa e Benfica (SLB) devem ser vistos à luz de uma alcunha e de um apelido. As figuras do presidente e do treinador no centro do relvado. Por uma questão de hierarquia comecemos pelo presidente.
À primeira vista, a alcunha de infância – o Ventoinha – parecia premonitória de agitação permanente. Como decorre do senso comum, a ventoinha é uma espécie de catavento. Não para de rodar. Só que, como Adriano Moreira ensina em relação à política, o eixo acompanha o movimento da roda, mas não gira.
Ora, a ventoinha também dispõe de um mecanismo semelhante. É possível mantê-la na posição escolhida. Continua a fazer vento, mas sempre na mesma direcção. Foi o que aconteceu depois de, inicialmente, o ventoinha ter soprado para todos os lados. A única estratégia passível de secar o pântano de descrédito em que o SLB estava enterrado.
Passemos agora para o treinador. O apelido era apelativo. Vitória não é apenas o nome da águia que sabe poisar no emblema em dia de jogo. Lembra um passado de conquistas. Uma cultura de vencer que paralisava os adversários quando entravam no Estádio do Glorioso.
Verdade que o treinador ainda não tinha justificado plenamente o apelido quando o presidente o chamou. Houve quem olhasse com desconfiança o movimento do ventoinha. Seria que o parafuso se tinha avariado? A instabilidade surgiu como ameaça.
Porém, o presidente foi lesto na explicação. Estava em causa um novo paradigma. Rui Vitória era o homem certo para rentabilizar a mina de diamantes do Seixal. Jesus só sabia fazer milagres à custa de milhões. Bem vistas as coisas não eram milagres. Os títulos ficavam pela hora da morte.
Os primeiros meses de convívio da alcunha e do apelido não foram fáceis. Por isso, não faltaram mãos interessadas em desenroscar o parafuso da ventoinha. Debalde. Estava teimosamente preso à nova posição. O tempo e as vitórias, mais do que as exibições, fizeram o resto. Jesus passou a fazer parte do passado e não pelos melhores motivos. Os sócios não perdoavam a afronta da mudança para o outro lado da segunda circular.
Entretanto, o peso do Seixal ia crescendo na equipa principal e rendendo aos cofres, ao mesmo tempo que a selecção principal voltava a contar com jogadores benfiquistas. Não constituíam a base como o presidente prometera, mas enfim, sempre era melhor do que no passado recente quando as convocatórias não incluíam qualquer elemento do clube da Luz.
Porém, para desassossego do apelido, a alcunha insistia numa rentabilidade constante. A exigência passou a ser desmedida. A discrepância era inevitável. Prometer títulos, ainda por cima europeus, não era compatível com a venda dos melhores activos. Daí o fracasso do penta. Por isso a campanha desastrosa na Liga dos Campeões.
Como era de esperar, os sócios despejaram o descontentamento sobre o treinador. Esqueceram-se que não cumpria o apelido porque tinha aceitado ser um funcionário exemplar. Nunca tinha questionado. Tinha gerido, embora com erros tácticos, o plantel que lhe tinha sido colocado à disposição. O honesto pai de família aceitava ser o general prussiano de Vieira, embora fazendo questão de trocar o ar rude pela bonomia.
Face ao historial, é provável que não tenha sido a goleada de Munique e os lenços brancos semanais a ditar o afastamento e a posterior readmissão de Rui Vitória. O ventoinha parece estar com saudades da posição anterior. Um regresso dificilmente compatível com a aposta na formação. O passado como exemplo.
Vieira justificou a reversão da decisão com uma luz. Talvez um sinónimo de consciência. A racionalidade a mandar calar a emotividade. Uma excepção no mundo do futebol.
O presidente aceitou a fama de ver mais à frente. O problema é que, na conjuntura presente, vê vários adversários à frente. Uma situação que não colhe junto dos simpatizantes do clube da águia. Esses querem vitórias. Conquistadas por Vitória ou qualquer outro treinador. Não querem ouvir falar da situação do clube quando Vieira lá chegou. Querem a bola dentro da baliza dos adversários. De preferência muitas vezes. Sem isso, será esta pressão que vai ditar as mudanças no Sport Seixal e Ruifica.
A relação entre o apelido e a alcunha está refém do desempenho dos artistas. Uns mais do que outros. Penso eu de que."

Nova Competição Europeia de Clubes chega em 2021/22

"Os detalhes relacionados com o acesso à UEFA Europe League 2 só serão conhecidos no próximo ano.

A UEFA aprovou a criação de uma terceira competição de clubes que se junta à Liga dos Campeões e à Liga Europa. A UEFA Europe League 2 arranca na época 2021/22 e será disputada por 32 países com menos representatividade no futebol europeu.
"A nova competição fará com que as competições de clubes da UEFA sejam mais inclusivas que nunca. Vai haver mais jogos para mais clubes, com mais federações representadas na fase de grupos. Esta competição nasceu do constante diálogo com os clubes através da ECA (Associação Europeia de Clubes)”, explicou o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin.
A partir de 2021/22, 32 equipas vão disputar uma fase de grupos divididas em oito agrupamentos de quatro – numa prova cujo vencedor carimba o passaporte para a Liga Europa –, seguindo-se as fases a eliminar a partir dos oitavos de final. Uma eliminatória adicional será jogada antes dos oitavos de final, entre as equipas classificadas no segundo posto dos seus grupos e os terceiros classificados nos grupos da Liga Europa.
A UEFA Europe League 2 (Liga Europa 2) – prova com 141 jogos em 15 jornadas – será jogada às quintas-feiras. Já a Liga dos Campeões continuará a ser jogada às terça e quarta-feira, enquanto a UEFA Europa League e a nova prova serão jogadas na quinta-feira, com uma nova janela horária adicionada, em princípio para as 15h30 (hora de Portugal Continental).
O organismo que tutela o futebol europeu pretende ainda que as finais das três competições de clubes sejam jogadas na mesmo semana, devendo a da nova competição ser disputada na quarta-feira, a da Liga Europa na quinta, e a da Liga dos Campeões no sábado.
O formato da competição e a lista de acesso foram aprovados pelo Comité Executivo da UEFA, em Dublin, devendo os detalhes da distribuição de verbas e sistemas de solidariedade, bem como o nome da competição, sistema de coeficientes e estratégia comercial ser finalizados durante o próximo ano. 
"Há uma crescente procura por todos os clubes de possibilidades de poderem jogar com mais regularidade nas competições europeias. Isto foi conseguido através de uma abordagem estratégica, em conjunto com o objectivo da UEFA de ter tanto mais qualidade como mais inclusividade nas nossas competições de clubes”, esclareceu Aleksander Ceferin.
O que muda na Liga Europa?
Como parte no ciclo de competições 2021-2024, a Liga Europa irá também alinhar no novo formato. Actualmente, os terceiros classificados de cada um dos grupos da Liga dos Campeões que não se apuram para os oitavos de final da mesma prova ficam automaticamente qualificados para os 16 avos de final da Liga Europa.
No entanto, a partir de 2021, as regras vão mudar. Os terceiros classificados da Champions League não passam directamente para os actuais 16 avos da Liga Europa. A UEFA decidiu criar uma ronda adicional – jogada antes do sorteio dos oitavos de final – que vai opor os terceiros classificados da Liga dos Campeões aos segundos classificados da Liga Europa."

Estão a mostrar-nos o futebol do futuro e parece assustador

"Superfinal da Taça Libertadores é um aperitivo do futebol que aí vem sob a égide da FIFA e da UEFA. E os adeptos?

Esta final da Taça Libertadores transpirava problemas por todos os poros ainda antes de ser dado o pontapé de saída e por isso foi decidido que cada uma das duas mãos teria nas bancadas apenas os adeptos da equipa da casa. Isso não foi, como vimos, suficiente para se evitar o descalabro - inspirando, uma vez mais, a estranheza quase filosófica destes comportamentos extremos dos argentinos, povo afável no quotidiano e fanático como os mais fanáticos no futebol!
Aquilo que também vimos foi um pouco do que querem fazer do futebol no futuro - e parece assustador! Numa decisão incompreensível do ponto de vista desportivo, sobretudo na perspectiva dos adeptos, o jogo decisivo foi retirado da Argentina e arrematado como mera mercadoria ao lance mais elevado (e com mais influência nos corredores do poder). O Real Madrid quis juntar mais uma final à longa e prestigiada lista das que já tiveram como cenário o Santiago Bernabéu e, de súbito, toda esta improbabilidade mostrou-nos como a paixão dos adeptos conta cada vez menos face a um futebol-negócio mais preocupado em satisfazer patrocinadores e gente endinheirada.
Para lá do reduzido acesso que os adeptos residentes na Argentina passaram a ter aos bilhetes (cinco mil para cada clube), quantos poderão pagar os preços agora pedidos? Num país onde o salário médio ronda os 365 euros, a diferença que vai de ingressos entre 18 e 80 euros a ingressos entre 80 e 250 euros pode ser bem maior do que aquela que separa os continentes europeu e americano... Se pensarmos que, aproveitando a onda mediática e comercial, a organização deste encontro resolveu passar de 12 mil para 22 mil os bilhetes destinados a sponsors e autoridades (reduzindo os disponíveis para o público), percebe-se como também a distância entre o futebol e os próprios adeptos tenderá a alargar-se na proporção directa do crescimento do tal futebol-negócio como planeiam FIFA e UEFA.
Chame-se Superliga ou outra coisa qualquer, sejam competições europeias ou de selecções, futuramente talvez nos reste pouco mais do que um lamento semelhante ao de Gustavo Alfaro, treinador do Huracán, da Argentina, a propósito da final da Libertadores jogada fora do país: "Estão a roubar-nos algo argentino, como se amanhã nos dissessem que não podemos sequer dançar o tango". 
Como se amanhã nos dissessem que o futebol é só para alguns..."

Benfiquismo (MXXIII)

1906

TIC

"Nesta segunda oportunidade, a unidade de todo o Benfica é uma assumida exigência. Por respeito à história e à liberdade na diversidade

1. Ontem na Luz, o intervalo fez muito bem ao Benfica de Rui Vitória. Os primeiros minutos da segunda parte mostraram que as palavras do Presidente Luís Filipe Vieira chegaram ao balneário. O que era lento passou a ser rápido. O que era ansiedade passou a ser intensidade. Foram mais que quinze minutos à Benfica. E tínhamos saudades desta velocidade, de tanta criatividade, de momentos largos de verdadeira nota artística. Ontem, na Luz, renovou-se a confiança entre o relvado e as bancadas. E a grande segunda parte do Benfica fez sorrir Luís Filipe Vieira. O vendaval atacante benfiquista é um sinal animador neste arranque de um Dezembro redentor. Duplamente redentor. Para o Mundo cristão e para o mundo benfiquista. E, nesta segunda oportunidade, a unidade de todo o Benfica é uma assumida exigência. Por respeito à história e também por respeito à liberdade na diversidade que faz do Benfica uma instituição singular e única. E em cada divergência há, logo, uma extraordinária convergência. Agora é o Paços para uma Taça que, largas vezes, conquistámos. A alegria de ontem tem de ser replicada! Bem replicada! Para alegria de milhões que sentem o prazer e detestam a dor!

2. O Benfica, o Benfica da liberdade e da diversidade, do pluralismo e da agregação ao redor do símbolo identificador e do hino inspirador, vive momentos que, na inspiração do Professor Jorge Castelo, se sintetizam em três letras: TIC. Tempo. Ideias. Condições. O tempo em razão dos últimos resultados é um tempo curto. Este mês de Dezembro é um mês exigente e temos de fazer tudo manter - ou diminuir, o que seria fantástico! - a diferença pontual para o líder da Liga. Também é importante que as mudanças anunciadas se traduzam em novas ideias. E estas determinam séria convicção e forte adesão colectiva. É preciso que todos acreditem que é possível - que é essencial - que a reconquista da Liga se concretize já que ele é determinante para o projecto europeu do Benfica. E este projecto não pode ser uma utopia discursiva. Tem de ser um sonho que tem actos e factos que se sentem e que não apenas se pressentem. E daí as condições. E estas envolvem fiabilidade nas propostas - que não em projectos - e viabilidade nos projectos subjectivos que se desejam. Daí que a crítica seja salutar. Por vezes seja, na sua impetuosidade, dura. Mas, no final e afinal, está sempre o Benfica, sempre acima do nosso sentir. E este TIC é essencial neste mês de Dezembro. Há mais jogos difíceis, dentro e até fora dos relvados. No mais importa saudar vivamente os resultados económicos e financeiros da SAD - uma vez mais - e perceber que importa acautelar todos os talentos que o Seixal está, e bem, a projectar e a potenciar. Com a certeza aqui que esta Academia é a concretização de um sonho de Luís Filipe Vieira. E esta saudação, sempre permanente, não tem dias nem horas. É uma saudação em razão do enriquecimento do clube e da SAD e, logo, uma saudação que reflecte um outro TIC. O tempo da construção e da consolidação. A ideia e a sua concretização. Em infraestruturas e em recursos humanos qualificados. E condições para um contínuo crescimento e uma global afirmação e reconhecimento. E estes dois TIC's em dilema são, porventura, e na minha opinião - sempre modesta -, o dilema presente deste Benfica. Com a certeza que só os homens (mulheres) calados (as) é que nunca erram. Por mim assumo que já errei. E não esqueço nunca, acompanhando Edward Pheps, que «o homem que não comete erros geralmente não faz nada!» E no Benfica, nos últimos anos, muito, mas mesmo muito, foi feito!

3. Quando falta uma jornada para o fim da fase de grupos das duas competições europeias de clubes, três referências importa suscitar. A primeira é que já estão fora dos dezasseis e dos oitavos de final da Liga Europa e das Liga dos Campeões marcas importantes como o Mónaco, o Marselha, o PSV ou o Anderlecht. A supremacia do PSG no futebol francês começa a provocar efeitos negativos de contágio! A segunda é que a Rússia aumentou a sua vantagem em relação a Portugal no ranking da UEFA, ou seja, no ranking que determina o número de clubes que participam de forma directa na fase de grupos das competições europeias. O que implica que continuaremos a ter apenas o nosso campeão a entrar directamente na fase de grupos da Liga dos Campeões. A terceira para constatar que as grandes Ligas continuarão a dominar os dezasseis clubes que marcarão presença no sorteio dos oitavos de final da Liga dos Campeões. Onde entra, com todo o mérito, e como cabeça de série, o Futebol Clube do Porto, bem liderado e identificado com Sérgio Conceição. E, assim, se vai construindo uma Europa do futebol em que os grandes são cada mais os permanentes. Com todas as consequências. Também aqui vale o TIC. Tempo. Ideias. Condições!!! O futuro próximo das competições europeias de clubes também está em mudança. Diria que em mudanças.

4. Nestas vésperas de Natal uma das prendas que aprecio são livros. Tenho uma assumida paixão por livros. E lembro sempre a grande Marguerite Duras: «Caminhas em direcção da solidão. Eu não, eu tenho livros». Permitam-me que lhes sugira dois acabados de sair. Um de um Amigo. Um Amigo é aquele que dá a mão. E o livro do Professor Eduardo Barroso - «Sobreviver» -, com um sugestivo fundo em verde, é um retrato de uma paixão pela medicina e pela vida. Confessando que viveu Eduardo Barroso enaltece o SNS e ajuda-nos a sentir «a coragem, as dúvidas, as vitórias e as batalhas dentro e fora do bloco operatório». Lendo o livro ainda mais percebemos o homem e o cidadão e agradecemos o privilégio da sua Amizade. Um outro, em inglês, percorre-nos o Football Leaks. Leva-nos aos bastidores, bem profundos, deste «jogo tão bonito». Resulta da análise - de Rafael Busschmann e Michael Wulzinger - de 18,6 milhões de documentos. E como Voltaire poderemos dizer que «se um livro é mau, nada o pode desculpar; sendo bom, nem todos os réus o conseguem esmagar». Boas leituras!

5. O sorteio da Taça de Portugal levará em princípio no meio de Janeiro próximo o Benfica a Montalegre! Será a festa da Taça em estado puro! Será uma festa de Reis, poucos dias após o sugestivo e acarinhado Dia de Reis. Como será bonita esta festa da prova rainha do futebol português. E assim se conjugam Reis e Rainha. Quando se aproxima a chegada, sempre saudada e por vezes controversa, do Menino Jesus!"

Fernando Seara, in A Bola

domingo, 2 de dezembro de 2018

Em frente na Taça de Portugal...

Benfica 16 - 0 Torrense


Mais uma goleada, numa competição onde temos reais possibilidades de vencer...!!!

Mágico Jonas

"Benfica tem aquilo que muitas outras equipas não têm: um jogador que desbloqueie

Contexto complicado
1. Para o Benfica, este era o jogo de retoma de campeonato depois da Champions e este aspecto é importante porque estas paragens - por força das competições internacionais, não só de clubes mas também de selecções - tendem a multiplicar-se. O Benfica aparece num mau momento na Liga e depois do afastamento da Liga dos Campeões. Além disso, houve a incerteza e a certeza da alteração no comando técnico, que acabou com manutenção de Rui Vitória. Aliás, a estabilidade no comando técnico tem primado esta temporada - na época passada, à 10.ª jornada, já se tinham registado dez alterações nesta vamos apenas com duas. Este contexto fazia com que os jogadores encarnados estivessem com níveis de ansiedade muito acima do normal, acrescida duma notória falta de confiança. Depois, em termos de assistência, a Luz costuma registar molduras humanas interessantes e ontem estavam muitas cadeiras vazias.

Benfica incapaz
2. O Benfica entrou em campo muito conservador no modelo de 4x3x3 e na composição da equipa, pois apenas se registaram as saídas de Gabriel para a entrada de Gedson e a de Cervi por Zivkovic, além do regresso de Jardel por Conti. Os encarnados mostraram-se incapazes de fazer pressão alta, recuperando a bola muitas vezes em bloco baixo e recorrendo a faltas; o corredor central e o flanco direito mostraram-se muito incapazes. Do lado esquerdo, houve mais dinâmica e algumas combinações interessantes entre Rafa e Grimaldo. Do lado do Feirense, excelente organização defensiva, com o triângulo do meio-campo invertido a anular o trio intermediário das águias formado por Fejsa, Pizzi e Gedson. No entanto, aquilo que os fogaceiros mostravam em competência defensiva também o demonstravam em incompetência ofensiva.

Um golo que tudo altera
3. Na entrada do segundo tempo tudo se alterou completamente. Perante situação de equilíbrio num jogo, os grande têm aquilo que equipas de outra dimensão não dispõem: alguém que desbloqueie. Foi isso que Jonas fez em dois toques - fez um golo e contribuiu para o terceiro. A partir daí, o Feirense passou para 4x4x2, alongou as linhas e deu espaço ao Benfica, que materializou a superioridade em quatro golos. É preciso referir, no entanto, que não aconteceu pela melhoria colectiva, mas por um momento mágico de Jonas, que lhe acaba por proporcionar uma vitória folgada.

Destaques do encontro
4. Há que destacar neste jogo a boa organização defensiva do Feirense até ao primeiro golo do Benfica, o que significa que o treinador preparou muito bem o jogo. Notas positivas também para Jonas, pelo golo e pala participação decisiva no ataque, e para Rafa, que dinamizou o flanco direito."

Manuel Machado, in A Bola

Vieira e Vitória respiraram fundo

"A curiosidade maior vem da prova de que uma chicotada psicológica numa equipa de futebol não precisa, necessariamente, de uma mudança de treinador. Basta uma mudança de rotinas, um agitar de águas, uma demonstração cabal da absoluta necessidade de diferença.
Não raras vezes, a chamada chicotada psicológica ocorre quando se muda de treinador. É a solução habitual para problemas que precisam de uma resolução mais drástica. Muitas vezes, o presidente do clube tem vontade de mudar todos os jogadores da equipa, mas sendo, tal hipótese, uma impossibilidade prática, decide mudar de treinador. Não porque o treinador que vem, mas porque a mudança, em si mesma, é um catalisador psicológico, um estremeção na quietude de um grupo que não valida a urgência de mudar de atitude e de ajudar a encontrar uma saída para o beco estreito.
O jogo do Benfica com o Feirense era, mais do que um jogo, um desafio e um comprometimento da equipa do Benfica com o futuro. Estava em jogo a força e a credibilidade do presidente e a liderança do treinador. A resposta dos jogadores foi conclusiva: queremos escrever o obituário da crise.
Vieira respirou fundo, Rui Vitória suspirou de alívio. Claro que poderia apanhar um avião para qualquer outro lado, mas, manifestamente, não era isso que queria. E, assim, Vieira pode manter acesa a luz que lhe apareceu e manter em aberto duas excelentes hipóteses de sobrevivência. Ou a coisa corre bem com Vitória e saí em ombros pela porta grande, ou não corre assim tão bem, mas ganha tempo para lançar o plano B com Jorge Jesus."

Vítor Serpa, in A Bola

Rafa e o imensamente sublime

"Rafa demorou a aquecer. Mas, quando aqueceu, entrou em ebulição. E dilatou, dilatou, dilatou. (...)

Rafa demorou muito tempo a aquecer. Entrou no Benfica no verão de 2016, pouco depois de se ter sagrado campeão da Europa por Portugal, por ter jogado um minuto frente à Áustria. E foi aquecendo. Aqueceu, aqueceu, aqueceu, por vezes voltou a esfriar, depressa voltou a aquecer. E aqueceu, aqueceu, aqueceu. Aqueceu tanto que, quando se encontrava frente aos guarda-redes adversários, falhava sempre o remate. Havia Salvio, Zivkovic, Cervi, Gonçalo Guedes, além dos goleadores Jonas, Mitroglou e Jiménez. E Rafa jogou pouco e aqueceu muito: 1098 minutos na liga e apenas dois golos. Na segunda época, continuava a haver Salvio, Zivkovic, Cervi e (não havendo já Gonçalo Guedes) havia ainda os jovens João Carvalho e Diogo Gonçalves, além dos goleadores Jonas e Jiménez. Rafa continuou a jogar pouco e a aquecer muito: 1214 minutos na liga e apenas três golos. Até que Rafa se fartou de aquecer. Salvio, Cervi e Zivkovic mantinham-se no plantel, apareceu ainda João Félix, mas o corpo de Rafa estava em ebulição.

E como qualquer corpo em ebulição, dilatou. Dilatou tanto que passou a ser quase imprescindível para Rui Vitória. Excluindo a deslocação do Bessa, esteve em todos os jogos do Benfica para a Liga. E é o avançado mais utilizado pelos encarnados na Liga: 629 minutos, 5 golos. Sim, não é erro: 5 golos. É o melhor marcador da equipa com os tais 5 golos, mais um do que Pizzi e Jonas. Ninguém pedirá a Rafa que seja o melhor marcador do Benfica no final da época. Talvez lhe peçam que marque mais golos (muito mais) do que nas duas primeiras épocas de águia ao peito. Os benfiquistas exigir-lhe-ão, sim, que coloque sempre em campo a sua arma mais poderosa: a velocidade. Não há no Benfica jogador mais rápido do que Rafa. Serão raros, nas 18 equipas da Liga, os que o igualem em velocidade pura. Claro que futebol não é atletismo, nem sequer numa prova de 100 metros. Mas ser explosivo ajuda imenso. E se Rafa continuar a afinar (cada vez mais) o pé, ainda estará a tempo de ser um caso sério no futebol português.
(...)"

Rogério Azevedo, in A Bola

Da luz que iluminou Vieira

"No futebol são os resultados quem mais manda. Mandam, até, mais do que qualquer presidente Mesmo que se chame Luís Filipe Vieira

Não sei se a luz que Luís Filipe Vieira diz ter visto durante a madrugada de quinta-feira, na sua cama do Seixal, lhe disse que é Rui Vitória o homem certo no lugar certo. Ou se lhe disse apenas que, sem solução imediata, mais valia manter tudo como estava em vez de arriscar numa alternativa provisória que não garantiria, por si só, que as coisas melhorassem de imediato - guardando, assim, uma bala para gastar caso dela necessite. Nem isso é, tomada que está a decisão do presidente do Benfica, importante. O que importa, de facto, é que Vieira decidiu dar a mão a Vitória quando todos lhe exigiam o contrário. Teve a coragem de assumi-la assim mesmo: uma decisão exclusivamente sua, pela qual só ele terá de responder. Arriscou. Sim. De mais? O futuro dirá. Mas é por isso que Vieira é o presidente. Para decidir. E qualquer decisão envolve, sempre, uma dose de risco.
Rui Vitória ganhou, nessa aposta de Vieira, uma nova vida. Percebe-se. Admite-se que, na conversa que manteve com o presidente, também ele falou, admitindo - como assumiu na conferência de imprensa que antecedeu a recepção ao Feirense - a necessidade de mudar mas fazendo algumas exigências, em especial, decerto, o apoio que, nos últimos tempos, não teve de uma estrutura que até aqui se orgulhava de ser inabalável - e desde o Titanic se sabe que até essas abrem brechas. Esperemos para ver o que muda da parte de Vieira e da parte de Vitória para percebermos um pouco melhor o que muda realmente.
O primeiro teste - a Vitória e a Vieira - seria, sempre, o jogo de ontem, com o Feirense, no Estádio da Luz. Não se viram, ainda, muitas das mudanças prometidas pelo treinador, embora isso se perceba se tivermos em conta que só teve um treino entre a loucura que foi aquela quinta-feira e a partida de ontem. A verdade, ainda assim, é que correu bem. Nada melhor do que uma goleada para responder àquela que terá sido a semana mais agitada no Benfica em muitos anos. Os assobios, que ainda se chegaram a fazer ouvir bem ao intervalo, deram lugar aos aplausos e Vitória acabou, até, a dar autógrafos - se calhar num dos lenços brancos com que os adeptos têm exigido a sua demissão.
Significa isto que está tudo bem? Claro que não. Foi, afinal, apenas o primeiro de vários testes que Vitória terá este mês. E se os que antes o assobiavam ontem o aplaudiram graças a uma vitória, nada garante que amanhã, depois de um novo desaire, não lhe voltem a cair em cima. Porque é assim o futebol. Todos dependem dos resultados, que mandam mais do que qualquer presidente. Mesmo que este presidente seja Luís Vieira Vieira.

Bruno de Carvalho disse, no interrogatório a que foi submetido, precisar de ser uma pessoa muito desequilibrada para autorizar o ataque a Alcochete. Tem razão. E é, acrescento, também preciso que o vejam como pessoa francamente desequilibrada para acreditar que, como presidente do Sporting, mandasse ou, no mínimo, permitisse que um bando de malfeitores invadisse o balneário da equipa principal e desatasse a bater em jogadores e treinadores. É precisamente esse o grande problema de Bruno de Carvalho: olha-se para a loucura que foram os últimos meses da sua presidência em Alvalade e admite-se esse cenário. Isso, atenção, não faz dele culpado. Mas diz muito.

Ainda sobre Bruno de Carvalho: passa-se pelas redes sociais e parece que continua a ter 90 por cento dos sportinguistas e apoiá-lo. Chega-se à AG, para a qual se mobilizaram tantos brunistas, e percebe-se que não chegam para mais do que fazer barulho. Porque no meio de toda a confusão, a verdade é que na hora da verdade as contas passaram. Falam muito, falam muito alto, mas têm pouco (e cada vez menos) peso."

Ricardo Quaresma, in A Bola

Orçamento para o Desporto (II)

"O Orçamento de Estado para 2019 tem uma parte dedicada ao Desporto, que nos dedicada ao Desporto, que nos permite aferir do investimento do Governo neste sector da sociedade.
É previsto, desde logo, um aumento do orçamento para actividades e projectos na área do desporto de 43 milhões de euros para 51 milhões.
Diz o relatório do Orçamento para 2019 que o desporto é entendido «como uma área governativa relevante e transversal, e um dos mais poderosos instrumentos de desenvolvimento e integração dos cidadãos» e, assim sendo, definem-se, entre outras, as seguintes acções estratégicas: implementação de uma abordagem mais eficaz no que toca ao combate dos fenómenos de violência associados aos espectáculos e actividades desportivas, dando ênfase à recente criação da Autoridade para a Prevenção e o Combate à Violência no Desporto; Melhoria do apoio ao Desporto do Alto Rendimento com a redefinição (e equiparação) dos Projectos Olímpicos Olímpico e Paralímpico, aprovada em Janeiro de 2018; Reforço do Programa de Apoio às infraestruturas Desportivas, no seu terceiro ano de execução; Aposta na continuação da valorização da Educação Física em todos os ciclos de ensino e do Desporto na Escola; Reforço da formação de treinadores e dirigentes, através da reformulação da lei que regula o acesso à profissão de treinador; Consolidação da aposta no combate pela verdade no desporto; Continuação da promoção da dimensão internacional do desporto português do reforço da cooperação com os países da CPLP, Ibero-Americanos e da UE, potenciando-se o êxito das nossas Selecções e representações nacionais, bem como a organização em Portugal de grandes eventos desportivos."

Marta Vieira da Cruz, in A Bola

Cadomblé do Vata

"1. O mister prometeu mudanças e elas chegaram cedo... pontapé de saída e o Pizzi não chutou largo para a direita a ganhar terreno.
2. A coisa começou com mau aspecto mas os jogadores melhoraram a partir dos 30 minutos com o fim da greve das claques... foi uma Luz que lhes deu.
3. Seferovic continua com faro de golo apurado... não falta muito para Rui Vitória ter saudades dos tempos em que era criticado por o meter a titular.
4. Em relação aos últimos jogos melhoramos exibicionalmente e os adeptos agarraram-se outra vez à equipa... LFV pode-se ter tornado no pioneiro da "chicotada psicológica sem trocar de treinador".
5. No fim de uma semana de total bizarria, foi Jonas a tirar a equipa do buraco com um golão e festejo a condizer no meio dos adeptos... a diferença entre o Pistolas e LFV, é que enquanto um marca golos de antologia, o outro bebe golos de champanhe."

Benfiquismo (MXXII)

Anúncio... ou prenúncio...!!!

Vermelhão: Vitória...

Benfica 4 - 0 Feirense


Acabou bem, uma noite que se antevia complicada, após uma semana demasiado atribulada!!!
A 1.ª parte confirmou os problemas conhecidos: pouca velocidade, pouco jogo sem bola, sem pressão alta... Mesmo assim, o Feirense nunca conseguiu sair em contra-ataque, só chegou à nossa área, através dos livres assinalados pelo árbitro...!!!
Tudo mudou após o intervalo, o golo cedo ajudou, mas houve algumas 'alterações' importantes: a velocidade aumentou, começamos a ver passes no 'espaço', boa pressão após perda de bola... e até houve tempo para 'regressar' aqueles toques e toquezinhos irritantes em zona de remate, algo que ultimamente tinham 'desaparecido'...!!!
Se calhar a 'confiança' voltou, a ansiedade desapareceu com os golos... Muito sinceramente, a questão mental é importante, mas não me parece que o único problema do Benfica, seja a questão psicológica!
O regresso do Jardel foi importante, a troca do Zivko para a esquerda e o Rafa para a direita no 2.º tempo foi importante, pois o Sérvio 'ofereceu' espaço para o Grimaldo subir... e o Rafa soube jogar 'por dentro' nas costas do Jonas...

Este resultado é importante, mas temos que perceber que os problemas não desapareceram... O Feirense, não tem feito uma época ao nível do ano passado, e hoje não conseguiu executar uma combinação em contra-ataque (o Odysseias foi um autêntico espectador...).
Agora, ainda sem o Salvio é importante o Rafa confirmar a grande subida de forma, é importante o Zivko ser útil, é importante  Krovi começar a ganhar minutos... E será muito importante a dupla Dias/Jardel manter-se sem lesões nem castigos!!!
Vou guardar os pormenores mais picantes da actuação do apitadeiro Rui Costa para a Lixívia, mas foi desesperante! Mais uma vez...

Agora, é fundamental manter a 'onda' positiva, a começar pelo jogo de Quarta com o Paços de Ferreira para a Taça da Liga. Não é um jogo decisivo, mas é contra uma equipa da 2.ª Liga, com plantel de 1.º Liga, com um dos treinadores mais manhosos do Tugão... Se quisermos, terminar o ano civil em 'recuperação', não pode haver faltas de concentração...

Vitória na Catalunha...

Noia 1 - 2 Benfica
Adroher(2)

Vitória importante, num jogo onde começamos a perder, demos a volta, depois falhámos duas bolas paradas, e a 7 segundos do fim, o Noia beneficiou de um penalty, que o Pedrão defendeu!!!

PS: As nossas meninas, confirmaram o bom resultado obtido em França, e voltámos a ganhar na Luz, frente ao Coutras por 6-2...

Vitória em Vila do Conde...

Rio Ave 2 - 7 Benfica

Entrámos a ganhar... e nem quando os vilacondenses reduziram para 2-5 no início da 2.ª parte o jogo ficou fora de controle...!!!

Derrota no antro...

Corruptos 28 - 24 Benfica
(13-9)

Não vi o jogo, mas olhando para as estatísticas, parece que voltámos a perder um jogo aos '6 metros': 8/17!!! Contra 9/12 dos Corruptos !!!

Desperdício...

Setúbal 1 - 0 Benfica


Fizemos uma 2.ª parte fraquinha... e com a expulsão e golo aos 83' tudo ficou mais difícil, mesmo assim ainda fomos a tempo de desperdiçar um penalty que daria o empate!!!

Na Terça vamos ter derby no Seixal, provavelmente vamos ter uma equipa 'reforçada' com alguns jogadores mais habituais na B, e pelas últimas amostras estamos a precisar!!!
Ainda somos líderes (partilhado, mas temos menos um jogo...), mas podíamos ter uma vantagem muito maior...

sábado, 1 de dezembro de 2018

Benfiquismo (MXXI)

Limpinho...!!!

Uma Semana do Melhor... com o Antunes

Agarrado à esperança

"Com base na sua convicção e na sua intuição, Vieira manteve Vitória. Só os resultados podem validar a decisão, o tempo e o modo

Uma derrota pesada em Munique é menos grave do que a incapacidade de dar a volta a circunstancias que se parecem adensar.
Escrevo um artigo de opinião no último dia de Novembro, escrevo como adepto de um clube que luta pelo título nacional, assiste ao sorteio da Taça de Portugal para escolher o seu próximo adversário e joga quarta-feira contra o Paços de Ferreira um jogo importante para a conquista da Taça da Liga.
Sou adepto de um clube que dia 17 de Dezembro estará no sorteio da UEFA, com os olhos em Baku, bonita capital do Azerbeijão, e já faço cuidadosamente a lista de possíveis adversários, nesse caminho europeu.
A maior nuvem no Benfica não é o momento, mas a percepção que no momento se tem do futuro.
O Benfica está como na letra de Sérgio Godinho: «Hoje é o primeiro dia do resto da tua vida». E também como na letra da mesma música: «Luta-se por tudo o que se leva a peito... Enfim de uma escolha faz-se um desafio...»
Sou um mais adepto muito agarrado à esperança do que à convicção, mas pronto para não faltar no apoio contra o Feirense. Porque certo no Benfica só o benfiquismo dos seus adeptos, porque as vitórias, difíceis são as melhores e porque a história mostrou que não há impossíveis para o Benfica.
O presidente Luís Filipe Vieira deu uma conferência de imprensa em que explicou, com inegável coragem, as motivações e os fundamentos de uma decisão que assumiu como sua e que assumiu controversa.
Manter Rui Vitória e a sua equipa técnica foi uma opção que tomou com base na sua convicção e na sua intuição.
Esta clareza tem de ser elogiada e só os resultados podem validar a decisão, o tempo e o modo.
Mas no futebol é sempre assim, são os resultados a fazer a história e as estórias costumam ser arredondadas pelos golos e pelas vitórias.
Lugar comum para a generalidade dos benfiquistas, e para mim também, que o melhor treinador do mundo é sempre o do Benfica, quando ganha.
Esperamos pois que este seja o pior momento do resto da temporada..."

Sílvio Cervan, in A Bola