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A mostrar mensagens com a etiqueta Salgado Maranhão

0 azul e as farpas

Sigo a sangrar, do peito ao vão das unhas, os dardos do amor: o que há sido e o que há. Naufragado ao vento de um cais sem mar o que serei se alia ao que me opunha. As farpas do desejo – esse tear das aranhas da dor e sua alcunha – fazem da luz do dia uma calúnia, cravam no azul da tarde o zen do azar. Tento amarrar o tempo e a corda é curta, tento medir o nada e nada ajusta. (Meus nervos tocam para os inimigos que chegam sob o som de uma mazurca.) Resta a mó do destino – o desabrigo – a devolver meu pão de volta ao trigo. Salgado Maranhão