Nenhum dia
Lisboa e Tejo/ Foto TL, 2008
Nenhum dia é cinzento quando a minha
mão sequiosa encontra no teu rosto
o alívio da dor e do desgosto
que desde há muito tempo mal continha.
Nenhum dia é cinzento quando a linha
que o teu olhar desenha é a meu gosto
e me incendeia como um fogo posto
lavrando à solta sobre erva daninha.
Nenhum dia é cinzento quando os meus
lábios sedentos se colam aos teus
e tudo à nossa volta ganha cor.
Nenhum dia é cinzento quando a chama
do meu corpo que o teu corpo reclama
só se traduz nesta palavra: amor.