terça-feira, fevereiro 26, 2008

Scarlett e Natalie



A evolução da espécie humana acabou.
Chegámos ao fim.
Mas em grande estilo.



(Via The Sock Gap)

Da insegurança em Setúbal - II

E o que tem a dizer a Sra. Presidente da Câmara Municipal de Setúbal sobre a vaga de ataques às pessoas e aos bens dos setubalenses?
Da página da CMS (meus destaques):
Problemas de segurança não se resolvem à força

A presidente da Câmara Municipal afirmou, no dia 15, que a resolução dos problemas de insegurança em Setúbal não passa apenas pelo reforço do patrulhamento, em particular com os dois grupos do Corpo de Intervenção da PSP anunciados pelo Ministério da Administração Interna.

Maria das Dores Meira falava num encontro com jornalistas realizado no Espaço Aberto, a funcionar na Bela Vista, onde salientou que “não é à base da força que se combatem os problemas de segurança”.

A autarca referiu que as “recentes declarações dos vereadores eleitos pelo PSD a propósito da insegurança em Setúbal revelam, de forma assustadora, os complexos ideológicos que continuam presos à saudade de um passado autoritário em que os problemas sociais se resolviam à bastonada”.

O PSD e os seus vereadores, continuou, “quiseram, de forma demagógica e oportunista, capitalizar um sentimento de insegurança criado por alguns criminosos que não espelha, de forma alguma, a realidade do concelho de Setúbal”.

Os problemas de insegurança estão a montante, salientou a edil, acrescentando que se relacionam, nomeadamente, com o “crescimento do desemprego, os problemas sociais e económicos”.

O PSD, recordou a autarca, “teve, nos últimos 30 anos, responsabilidades governativas e é um dos principais responsáveis pelas dificuldades sociais que se vivem no País” as quais “estão na origem de muitos dos fenómenos da criminalidade”.

Da insegurança em Setúbal - I

Este fim de semana, trouxe mais exemplos da cada vez maior insegurança para pessoas e bens que existe em Setúbal.
Via Setubalense:
Uma vaga de assaltos assolou Setúbal no passado fim-de-semana. Quatro assaltos, dois dos quais à mão armada. Um supermercado, uma bomba de gasolina e dois estabelecimentos de restauração foram o alvo dos ladrões.
Até os criminosos menos profissionais se atrevem. Via Setubalense:
A loja de telemóveis “Hema Phone Telecomunicações”, sita na rua dos Correeiros, na baixa da cidade, foi assaltada em pleno dia, na passada quinta-feira pelas 16 horas(...)
Ora, quando a proprietária estava a emparelhar o auricular no telemóvel, o jovem que aparentava ter pouco mais de vinte anos, moreno e com barba rala, entrou dentro do balcão agarrou-a e disse que era um assalto. Numa fracção de segundos, roubou o dinheiro da caixa, na ordem dos 650 euros, e dois telemóveis.

Valeu a coragem da comerciante que conseguiu desprender-se e foi em direcção à rua para gritar por socorro e tentou fechar a porta do estabelecimento deixando o assaltante preso. Juntaram-se dezenas de comerciantes e pessoas e telefonaram para o 112, por três vezes, a solicitar a presença da polícia. No entanto, o rapaz, conseguiu fugir com os bens roubados em direcção à praça de Bocage, deixando pelo caminho os telemóveis, mas ficou com o dinheiro.

A comerciante queixa-se que foi dado o alerta para a polícia às 16 horas e este só chegaram às 16.40 horas, dando tempo que o assaltante fugisse perante a revolta das pessoas que se encontravam no local.

O curioso é que o assaltante deixou o seu telemóvel na loja, onde tinha gravadas várias fotografias suas e da família, permitindo que a comerciante o identificasse.

Raúl Castro eleito...


Tal como era esperado, Raúl Castro acabou por ser o escolhido.
Acompanhei parte do discurso na Cubavison, ordem e disciplina foram palavras repetidas em tempo de revolução institucionalizada.
No entanto, houve algo que me fez despertar da minha letargia (não culpo o tom monocórdico de Raúl, pois é costume ser esse o meu estado aos Domingos), pela dureza das palavras, enfim, porque não estava à espera de ouvir assim. Vou tentar reproduzir aquele excerto do discurso, recorrendo à minha memória: “… os milionários subsídios de que beneficiam alguns serviços, a distribuição igualitária da caderneta de racionamento/abastecimento, que, na actual conjuntura económica, resultam irracionais e insustentáveis”.
Ora, isto significa que vamos ter mudanças na esfera das políticas económicas e sociais, muito provavelmente inspiradas no exemplo chinês. Haverá mais mercado em Cuba e quem tem dólares deixará de ter acesso à famosa caderneta de racionamento. Aliás, uma das medidas que está na forja é a revalorização do peso, a moeda cubana, Raúl assumiu que os salários pagos aos trabalhadores do Estado não chegam para as necessidades, por este prisma esteve muito longe de ser um discurso autista ou do faz-de-conta. Depois, a descentralização enquanto meio de tornar a burocracia mais eficiente.
Enfim, prevêem-se mudanças na esfera da economia, mas não na natureza política do regime. Aqui, ecoam novamente as palavras ordem e disciplina, e a firmeza face ao exterior, recado evidentemente dirigido aos Estados unidos e aos exilados cubanos. É provável que estes pouco possam, até porque o famoso embargo americano, uma excrescência do tempo da Guerra Fria, é hoje cada vez menos uma arma contra o regime, num mundo menos unipolar. Aliás, a sua perpetuação deve-se mais às especificidades do sistema eleitoral americano, onde o Estado da Florida desempenha papel de relevo (por causa da poderosa comunidade cubana).
Problemas para o regime virão das transformações na esfera da vida material, que não deixarão de se fazer sentir, como diria Marx, na superstrutura. Em que moldes é que não sabemos. Mas uma coisa é certa, os poderes de que foi investido Raul Castro não se assemelharão aos que foram os de Fidel. O poder de Raul será mais de natureza colegial.

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

Ontem, no Bonfim

Candidato comunista vence no Chipre


Demestrius Christofias, do partido comunista Akel, venceu as eleições presidenciais no Chipre.
Christofias é partidário de uma aproximação aos cipriotas-turcos da autodenominada República Turca do Chipre do Norte.
Com a sua vitória renasce a esperança num Chipre reunificado. Sem muros.
O Akel é, como o nosso PC, um partido comunista com profundas raízes nacionais, mas talvez tenha sido temerário na abordagem do mundo pós-Guerra Fria. Infelizmente, não é possível dizer o mesmo do nosso PC, que tem sido mais um partido de resistência.

sábado, fevereiro 23, 2008

Dos Insurgentes

Afinal, parece que o texto tem marca insurgente, lá se vai a minha tese dos esquerdistas que são a vanguarda da informática. :(

Uma História do Mal

A luta continuará!

Não sei exactamente o que se está a passar com o Insurgente, mas dado o desaparecimento da página nos últimos dias, não me espanta o texto que lá se pode ler agora. É que o texto que lá aparece é, no mínimo, uma vergonhosa demonstração de que "eles andem aí".

Como já disse antes, eu vou continuar aqui pelo Office. E sei que, como eu, outros continuarão atentos.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Persepolis


Persepolis chegou às salas de cinema do nosso país.
Já, em Maio do ano passado, tínhamos feito eco, aqui no Office, da adaptação ao cinema da banda desenhada da iraniana Marjane Satrapi.

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Humor (quase) fúnebre

O Meia-Hora cita Albano Nunes, membro do Secretariado e Comissão Política do PCP, a propósito da passagem de poder entre os irmãos Castro, em Cuba:
O povo cubano e a revolução socialista devem muito a Fidel Castro. Teve um gigantesco papel na liberdade, na soberania do estado cubano e no prestígio de Cuba.
Mas esta gente não tem vergonha na cara?
De que liberdade estará este dirigente comunista a falar? Da mesma que permite a livre expressão de opiniões, da mesma que permite o multipartidarismo, da mesma que permite o livre movimento de pessoas?

E para que conste, antecipando-me a alguns argumentos, sou contra o embargo americano; nada como a liberdade económica (incluindo o livre comércio internacional, claro) para promover a liberdade política.

E acaso têm os palestinianos menos direito do que os albaneses kosovares?

Kosovo is not better than us. We deserve independence even before Kosovo, and we ask for the backing of the United States and the European Union for our independence
Yasser Abed Rabbo

P.S. Yasser Abed é um alto funcinário da Autoridade Palestiniana.

In BBC

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

A Transição



Cuba. Um outro olhar sobre a transição de poder que não é de hoje, que não é inaugurada com a renúncia oficial de Fidel. Ao invés, o velho líder já há algum tempo tinha lançado mão deste processo, com a constituição de um núcleo dirigente fiel aos princípios ideológicos da revolução, cujo discurso político sempre foi feito de uma simbiose entre marxismo e nacionalismo. Será uma espécie de órgão colegial, reunindo figuras de topo do regime, como Carlos Lage, arquitecto das reformas económicas nos duros anos noventa, ou Filipe Pérez Roque, ministro dos negócios estrangeiros. À frente deste órgão, temos Raúl Castro, que no entanto não desfrutará de poderes iguais aos de Fidel. Há nuances, e não poucas, em todo este processo. Raúl não vestirá a pele de um líder Todo-poderoso, como o foi Fidel.
Júlia E. Sweig fornece-nos, neste artigo da Foreign Affairs, uma análise fina da realidade política cubana, longe dos lugares-comuns que por este dias assolam os media, da escrita aos suportes audiovisual e imaterial, e que tudo pretendem resumir ao carisma de Fidel. Depois deste, o dilúvio…
Ao contrário, Julia sustenta que há muito de wishful thinking em tais análises, no ruir do regime, que poderá bem subsistir ao velho líder revolucionário. Ela não se coíbe de referir, em defesa da sua tese, o apoio de que o regime ainda conta entre as classes populares ou a solidez das instituições do Estado. O regime, como ela diz, está longe de ser uma democracia, mas não deixou de instituir mecanismos de escrutínio.

Cuba is far from a multiparty democracy, but it is a functioning country with highly opinionated citizens where locally elected officials (albeit all from one party) worry about issues such as garbage collection, public transportation, employment, education, health care, and safety. Although plagued by worsening corruption, Cuban institutions are staffed by an educated civil service, battle-tested military officers, a capable diplomatic corps, and a skilled work force. Cuban citizens are highly literate, cosmopolitan, endlessly entrepreneurial, and by global standards quite healthy.

Although the government's repression of dissent and tight control over the economy drove many out of the country and turned many others against the Castro regime, most Cubans came to expect the state to guarantee their welfare, deliver the international standing they regard as their cultural and historical destiny, and keep the United States at a healthy distance.

E o nacionalismo, substrato da revolução castrista, poderá funcionar como um poderoso combustível para a subsistência do regime num mundo que já lhe foi mais desfavorável.

O artigo pode ser lido aqui.

"O Insurgente" inacessível

Não sei se para dar descanso aos mais inquietos ou perturbados esquerdistas ou se algo menos normal se passa, mas o certo é que desde ontem o Insurgente está inacessível.
Espero que a situação seja controlada o mais rapidamente possível.
Eu continuarei a escrever, em mau português, aqui no Office.

Visto(s)

aaa

Um "vintage-retro" da dupla Rodriguez - Tarantino, uma espécie de irmão gémeo separado à nascença de "À Prova de Morte" de Quentin Tarantino.
Sou um fã incondicional das loucuras gráficas desta dupla, sendo que Rodriguez consegue sempre ir um pouco mais além. A não perder.

O segundo é uma obra que, ao que consta, está na lista para os óscares. Bom trabalho de Keira Knightley e de James McAvoy, mas a personagem marcante no filme é interpretada de forma muito convicente pela jovem Saoirse Ronan, uma "lolita" assustadora e manipuladora. Também com marca positiva, os cenários onde decorre o filme e o seu aproveitamento pela realização.
Vale bem a ida ao cinema.

O Senhor PIN Ambiente


Quase não se dá pelo nosso ministro do ambiente, ele que não parece ter outra missão a não ser avalizar os PINs, tal é a profusão de Projectos de interesse Nacional (dito de outro modo, betão e mais betão) em áreas protegidas, certamente um dos traços estruturantes do Governo de Sócrates.
Mas Francisco Nunes Correia parece ter ganho vida com as chuvas que se abateram sobre a Grande Lisboa, zurzindo nos autarcas que não limpam as latrinas e vielas, os grandes responsáveis pela calamidade de Segunda-feira.
Ainda não sei a que se deve o meu espanto, se ao conteúdo das declarações do ministro, se à forma; à pose de arrogância revelada. Em todo o caso, não deixei de me interrogar sobre quem é esta gente que nos dias de hoje chega a ministro… Porque os exemplos sucedem-se.
As chuvas ceifaram vidas e causaram grande prejuízo, mas nem uma palavra ou gesto de solidariedade de Francisco Nunes, que preferiu lançar culpas sobre os autarcas. E em matéria de culpa, eu creio que o melhor é sermos salomónicos, reparti-la irmãmente por autarcas, governantes e cidadãos, sem esquecer a Mãe Natureza, cujo poder não devemos subestimar.

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Um tal comentário

Um tal de Luis Rainha, comenta o texto de "um tal Luís A. Silva" que foi colocado no Insurgente (com algumas diferenças) e aqui no Office:
Neste texto, um tal Luís A. Silva congemina, por entre uns quantos erros de ortografia, uma fábula presciente em que adivinha reacções ao caso, oriundas de sindicalistas, juízes, autoridades, etc. O clímax da fantasia: «Sobre responsabilidade, nada.» Isto à mistura com uma insinuação crápula acerca da «língua de origem dos avós» das pequenas e impunes almas criminosas.

Afinal, a tal «esquerda portuguesa» já nem precisa de dizer disparates. Estes vates apatetados encarregam-se de a acusar daquilo que eles imaginam que ela poderia vir a dizer!
Pedindo desculpas a um tal de Luis Rainha pelo fraco uso da ortografia portuguesa, ainda assim lhe agradeço a confirmação das minhas suspeitas. Para muitos tal como para ele, uma situação como esta, não passa de um "triste caso".
No pasa nada.

domingo, fevereiro 17, 2008

A proclamação da independência

Foi proclamada a independência do Kosovo, com o beneplácito dos Estados Unidos e da maioria dos países da União Europeia (excepção feita à Espanha, Chipre, Roménia e Bulgária, que por razões óbvias nunca poderiam dar cobertura a este acto).
Foi a crónica de uma independência anunciada, mas este esperado desenlace está longe de ser o fim da História. Porque o quadro geopolítico de hoje é muito diferente do verificado anos nos noventa do século passado, cujas relações de força conduziram à ofensiva da Nato contra a Jugoslávia (à época constituída pela Sérvia e o Montenegro).
O mundo de hoje é menos unipolar, marcado pelas nações emergentes (Índia e China) e pelo ressurgimento da Rússia. A Rússia está a crescer, economicamente falando, e vem também modernizando o seu arsenal bélico (tendência que se acentuará no futuro, pois massa crítica é coisa que não lhe falta). Tudo isto não deixará de se fazer sentir no Kosovo e alhures.
É provável que a Sérvia passe muita rapidamente a incentivar a separação de facto dos enclaves sérvios, embora no plano discursivo mantenha a retórica de que o Kosovo é parte integrante e inviolável do seu território. Não se pode pedir aos sérvios kosovares que guardem obediência aos antigos líderes do UÇK, face ao lastro de violência por estes deixado. Porque nunca é demais lembrar que o Kosovo foi, sob os olhos dos militares de Nato, palco de uma limpeza étnica (animada pelos guerrilheiros do UÇK) que deixou a população sérvia reduzida a menos de metade do que era (antes da agressão Americana e Europeia) e que reduziu a quase nada a presença das restantes minorias étnicas que aí viviam (casos dos turcomanos ou dos ciganos). Não são por isso de levar a sério as boas intenções inscritas no discurso de independência proferido, no parlamento kosovar, por Hashim Thaci. Num Kosovo albanês dificilmente haverá lugar para os sérvios. Então como não reconhecer também o direito destes últimos à autodeterminação?
Enfim, tudo vai depender das relações de força, dado que a independência do Kosovo se processou à margem da legalidade internacional, em violação da Resolução 1244 do Conselho de Segurança da ONU, que garantia o respeito pelas fronteiras da então Jugoslávia (Sérvia e Montenegro; Reaffirming the commitment of all Member States to the sovereignty and territorial integrity of the Federal Republic of Yugoslavia and the other States of the region, as set out in the Helsinki Final Act and annex 2). Os europeus e americanos, lamentavelmente, esqueceram o que antes subscreveram, caindo numa espiral de ilegalidade. Perderam toda a legitimidade, só lhes sobrando a força para fazerem valer a sua vontade nos Balcãs. Resta saber por quanto tempo.
Vamos viver, receio, tempos interessantes, parafraseando um antigo ditado chinês.



P.S. Nas ruas de Pristina viam-se bandeiras albanesas, é que ao que consta o agora Estado independente do Kosovo ainda não tem bandeira.

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

O que faz falta é mais "social" - II

Lá teremos o espanto dos progenitores e familiares, ingenuamente incrédulos com a atitude do até agora tão-bom-menino-que-ele-era; os sindicalistas emitirão uma nota condenatória e exigirão mais acção social escolar e polícias dentro da escola; o ministério assobiará para o lado; as autoridades darão um raspanete ao "garoto", sendo que o juíz empregará palavras cujos significados não são de todo compreensíveis para a criatura que tem à frente (quem tem dúvidas que assim seja, do desfazamento dos magistrados em relação à real capacidade cognitiva de quem julga, que assista a algumas sessões em tribunal que envolvam cidadãos destas idades).
Não faltará quem diga que falta mais acção social escolar; que temos de compreender o contexto socio-familio-cultural do "garoto", apontando a necessidade de o Estado promover mais projectos-programas destinados a acolher e potenciar as capacidades ainda não captadas deste e doutros "miúdos". Aos pais deve ser facultada a possibilidade de descobrirem que têm filhos a seu cargo, subsidiando-lhes cursos de formação em Windows Vista (versão na língua de origem dos avós) e a oferta de PSP's que ajudarão a criar belas horas de entretenimento familiar.

Via O Setubalense:
Um aluno, de 14 anos de idade, agrediu fisicamente o presidente do Conselho Executivo da Escola D. Manuel Martins, sita na avenida António Sérgio, nas Manteigadas.

Os factos terão ocorrido anteontem de manhã, no recinto escolar, tendo o caso sido detectado por um agente da PSP do projecto Escola Segura. António Pina, o presidente, foi encaminhado para o Hospital de S. Bernardo onde recebeu tratamento ao ferimento que sofreu na face(...).

Quanto ao aluno, o mesmo foi entregue aos progenitores e desconhece-se qual o encaminhamento que a escola vai dar a este caso uma vez que o presidente do conselho executivo se recusou a falar ao nosso jornal.

Encarar a vida assim

Enjoy your worries, you may never have them again

The Books

The Lemon of Pink

Take Time

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Da avaliação dos professores e da engenharia social

No Público de hoje, a colunista Helena Matos debruça-se sobre a educação. Desta vez, o artigo é mesmo de recomendar, em particular o destaque conferido a um dos parâmetros que constará da futura avaliação dos professores; diga-se que este é bem representativo das vacuidades que grassam no imaculado reino dos arautos das ciências da educação:

«Promoção de um clima favorável à aprendizagem, ao bem-estar e ao desenvolvimento afectivo, emocional e social dos alunos?»

Quase se assemelha a uma redutora formulação de felicidade. E estes lugares-comuns passam agora por científicos e a fazer parte da avaliação dos docentes.

Quer dizer, ensinar não basta, aos professores exige-se agora que tomem nas suas mãos a felicidade dos alunos. É aquilo que deles parecem esperar os doutos cientistas da educação, que no conforto dos gabinetes da 5 de Outubro, ou no distante ambiente da Universidade, têm dado largas à sua imaginação, depressa vertida em engenharia social sobre a escola pública. Eles assemelham-se cada vez mais a uma corporação, imune a todo e qualquer escrutínio. É assim que muita ideologia passa por ciência, e que as escolas são inundadas de decretos e regulamentos, não tendo os professores mãos a medir. E nem mesmo o ensino da música escapou à sanha dos teóricos das ciências da educação, que propõem que se retire aos conservatórios as aulas de iniciação musical. Muitos alunos do primeiro ciclo irão assim ficar privados do ensino da música nos conservatórios. E no entanto dizem, os tais cientistas, que é tudo em nome da democratização do ensino das artes.

sábado, fevereiro 09, 2008

Che cosa sei? Rien que des mots...


Mina e Lupo


Dalida e Delon

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

O que faz falta é mais "social"

Via O Setubalense:
Dos três taxistas agredidos no último fim-de-semana no bairro da Bela Vista, um deles encontra-se em estado mais grave, uma vez que sofreu uma facada na zona lombar que lhe perfurou um dos pulmões.

Este caso, ocorrido pouco antes da meia-noite da última segunda-feira, teve lugar na rua da Figueira Grande (uma rua sem saída) artéria onde o taxista terminava o transporte de dois indivíduos, ambos com cerca de 18 anos. Depois de terem pago a deslocação e após terem saído do carro, o mesmo terá sido rodeado por um grupo de indivíduos que o tentaram retirar da viatura. No entanto, e como ofereceu resistência, acabou sendo esfaqueado na zona lombar, num corte que lhe perfurou um pulmão.(...)

É que, como se sabe, enquanto serviço público os taxistas não podem recusar prestar serviço o que os coloca perante situações que, neste caso, são uma ameaça para a sua integridade física.
Porque é que um taxista não se pode recusar prestar um serviço, escolhendo quer o cliente ou decidindo não conduzir até determinada zona? Porque raio há-de ser obrigado a colocar em risco a sua vida e os seus bens (ou os do seu empregador)?
Existe algum direito social ao transporte?
Provavelmente a resposta "Sim" vem dos mesmo que na discussão sobre a lei anti-fumo levantam o argumento do direito a fumar como a principal (única?) contestação à lei. Dos mesmos para quem uma empresa, se serve os seus clientes nas suas intalações, se torna um espaço público de propriedade partilhada (o mesmo para bens móveis como os táxis, claro).
Quanto a mim, que, infelizmente, também já tive amigos e familiares atacados enquanto passavam nesta zona da cidade, resta-me constatar a impunidade daqueles bandidos (curiosamente, quando trazidos perante o tribunal, são acompanhados por defensores oficiosos pagos pela comunidade contra a qual agiram).

Os mesmos idiotas que lhes defendem o direito social à habitação (paga com o dinheiro de todos os contribuintes), o directo social ao transporte, o direito social aos subsídios de indolência, são os mesmo que dizem que o problema está com todos os que não compreendem as suas dificuldades, a repressão cultural da sociedade e que pedem que lhes aceitemos a distinção de comportamentos. O que faz falta são mais políticas sociais, mais programas sociais, mais institutos sociais com mais orçamentos sociais, geridos por mais funcionários sociais.

Nós, cá continuaremos a pagar os direitos sociais, sujeitando-nos às obrigações dos "serviços públicos".

Adenda (via RR):
Uma mulher que aparenta ter cerca de 60 anos foi baleada quinta-feira à tarde por um indivíduo que tentou furtar-lhe uma mala.

Fonte policial disse à agência Lusa que "a vítima tentou impedir o furto e um dos dois assaltantes atingiu-a num braço com uma arma de fogo", disse a mesma fonte, adiantando que a mulher recebeu tratamento no local e foi transportada para o Hospital São Bernardo, onde permanece internada.

Os dois assaltantes colocaram-se em fuga numa moto, depois de terem disparado também sobre um transeunte, quando este ia em socorro da vítima, mas que acabou por escapar ileso.

quinta-feira, fevereiro 07, 2008

Super Tuesday


Da passada Super Terça-feira, confirma-se John McCain, cuja nomeação é quase certa. Só um terramoto político a poderá evitar. Mas é espantoso o seu percurso, há um mês atrás muito poucos acreditariam nas possibilidades deste veterano da política norte-americana. Ontem, McCain não ganhou assim tanto, mas viu esfumar-se a candidatura do seu mais directo adversário, Mitt Romney, que perdeu o voto conservadores religiosos e evangélicos para Mike Huckabee. É com este, que venceu nos estados do Sul, cruciais para os republicanos, que McCain terá de forjar um entendimento para a próxima eleição presidencial.
Mas se o horizonte de McCain já vai além das primárias, o mesmo não sucede entre os candidatos democratas, Hillary Clinton e Barack Obama, ainda envolvidos numa dura contenda para ver quem arrecada a tão ambicionada nomeação. Ambos obtiveram triunfos na noite de Terça-feira, Barack venceu num maior número de estados, mas Hillary triunfou em Nova Iorque, Nova Jersey e Califórnia, onde o voto hispânico foi decisivo. O Voto hispânico está a desequilibrar, a favor de Hillary Clinton. Talvez nele resida a chave da nomeação democrata. E a antiga primeira-dama está bem posicionada, graças às simpatias que colhe entre os latinos.

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

As eleições presidenciais na Sérvia

Duas ou três coisas sobre as eleições presidenciais que reconduziram Tadic no cargo.
A polarização é o traço dominante da paisagem política sérvia, muito por força de clivagens produto das guerra fratricidas que assolaram os últimos dias da Jugoslávia, mas também do lastro de pobreza e criminalidade que as reformas de cariz liberal engendraram. Ainda assim, a miragem da União Europeia possibilitou à justa a eleição do "moderado" Boris Tadic. Muitos eleitores acabaram por lhe dar o benefício da dúvida; por causa da União e do espectro do isolamento que a candidatura de Nikolic poderia representar. É legítimo pensar que com um candidato menos ultra, o resultado poderia ter sido outro, bem mais embaraçoso para os eurocratas e as consciências bem pensantes da nossa Europa.
Estas eleições vêm confirmar a força do campo nacionalista, o que não é de hoje. Paradoxalmente, começou a ressurgir das cinzas com o julgamento de Milosevic. A combatividade de Milosevic, a argúcia com que conduziu a sua defesa perante a acusação e os juízes do Tribunal de Haia, animou os nacionalistas sérvios. Foi o partido radical, de Nicolic e cujo líder enfrenta também a justiça de Haia, quem disso beneficiou, em face de um partido socialista desacreditado.

Boris Tadic (um desses homens do nosso tempo, para quem a vida se parece resumir ao livre jogo da oferta e da procura) não está verdadeiramente interessado na sorte dos sérvios do Kosovo, no entanto, não se pode dar ao luxo de ignorar esta questão, que poderá comprometer a sua lua-de-mel com a União Europeia. Porque os sinais que vêm da liderança do Kosovo (que outra coisa seria de esperar dos antigos guerrilheiros do UCK?) não são nada encorajadores para o futuro da minoria sérvia. Atente-se no sítio do ministério do comércio da ainda província da Sérvia. Aí se discorre sobre os monumentos que o território alberga, das heranças ilírio-albanesa (evidentemente uma ficção dos nacionalistas) e da presença bizantina. Mas nada, absolutamente nada, sobre a herança cultural sérvia. Assim se vai reescrevendo a História no Kosovo:

The names of certain Kosovo landmarks have been changed on an online presentation by the province’s Trade Ministry.

Among other changes, Mt. Šara has become "the Albanian Alps", while Orthodox monasteries and churches are portrayed as being a "part of Byzantine culture".


Visto


É sempre difícil avaliar um filme que tem a sua origem num musical se, como é o meu caso, não se conhece a versão de palco. Resta apreciá-lo como obra isolada.
Assim sendo, o universo de Burton está lá todo. Nenhuma surpresa.
A música é brilhante, mas essa deve-se a Stephen Sondheim. As interpretações são as esperadas - Depp e Bonham Carter competentes a cantar e a envolver de negro a vingança do barbeiro.
Mas então, porque é que saí do cinema um pouco desiludido?
Em todo o caso, recomendo, especialmente aos incondicionais de Burton, que vão ver.