terça-feira, maio 31, 2005

Onde esteve?

O mesmo presidente que assegurou a existência de vida para além do deficit àqueles que receavam que Barroso seguisse uma política que prejudicasse os que vivem à conta do OGE, surge agora a apelar aos portugueses, aos contribuintes (trabalhadores e empresas) para que façam o seu melhor na coordenação dos seus interesses para que a vida além deficit seja assegurada. Agora há que fazer scrífios para que o providente estado não nos falhe.
Sem vergonha nem arrependimento pelo papel que teve no apoio à continuação da engorda do "monstro" e na falta de apoio a que tentou (tibiamente) reformar as finanças públicas. Que descanse, porque, obviamente, ninguém lhe irá pedir contas da sua ausência na luta pelo "desígnio nacional" que agora propõe.

segunda-feira, maio 30, 2005

Non

Os franceses disseram não à Constituição Europeia por uma expressiva votação, num referendo muito participado.
Há a sensação de que esta Europa está a ser construída nas costas dos cidadãos por um directório de tecnocratas. Penso que o fosso que se aprofunda entre os europeus e os seus dirigentes pesou, e muito, no resultado.
Mas depois há o medo. O medo da mudança que se inscreve no horizonte e assombra o modelo social europeu; a baixa dos salários por acção da mão-de-obra que vem do Leste Europeu, argumento esgrimido, com sucesso, pelos partidários do não; a entrada da Turquia na União Europeia, o crescimento na galopante do Islão. Procuram os franceses uma solução no que resta do Estado-nação?
A esquerda votou, em larga medida, contra esta constituição, para muitos vista como o cavalo de Tróia do neoliberalismo, a espiral regressiva dos direitos sociais. Mas tem sido incapaz de propor alternativas, uma outra construção europeia.
Eu, pela minha parte, não sei se esta constituição é boa ou má. Creio apenas na necessidade de um aprofundamento da construção política europeia, desde que não seja feita ao arrepio da cidadania democrática. É cada vez mais necessária neste mundo globalizado.
Para voltar aos franceses, acho que o sentimento de desilusão em relação ao rumo desta Europa, a falta de esperança no futuro, selou o destino da Constituição Europeia (Giscard d'Estaing).

Obrigado

Este sócio, mais ou menos afónico, do Vitória, agradece ao Bruno, ao Nuno, ao Luciano, à Miss Pearls, ao JCD, ao Rodrigo e a todos os que por vários meios deram boa conta do triunfo sadino.
Bem hajam!

Os parabéns serão partilhados com mais alguns vitorianos na blogos.

Vitorianos civilizados

Jamor para trás, autoestrada fora a caminho do Bonfim, ouço na rádio que o trânsito está desafogado por todo o país, não há problemas nas várias entradas da capital e que na rotunda do Marquês se circula sem dificuldades.
Mais uma demonstração que os vitorianos são gente civilizada. Deixámos o marquês aos benfiquistas que quisessem continuar os festejos que fizeram com que os seus jogadores, felizmente, não pudessem com um gato pelo rabo e se arrastassem penosamente pelo relvado do Jamor. É que as grandes alegrias, demonstrações de felicidade e de enamoramento da cidade pelo seu clube foram celebradas no recato do lar. Por isso o mar de gente na Luísa Todi e no largo do Bocage.
Diz-me hoje uma amiga que "já estava tudo preparado para nova gritaria cá em Lisboa. Foi um sossego. Só temos a agradecer."
Mais uma dos quatro milhões que ontem torceram pelo VFC e que festejou no recato do lar. Gente civilizada.

Ainda me dói a garganta

sexta-feira, maio 27, 2005

Festroia

Amanhã, tem início o 21º Festroia, mostra de cinema dedicada às pequenas cinematografias, de países cuja produção não excede os trinta filmes por ano.
Sou um espectador habitual do evento, que já me proporcionou gratas surpresas, contacto com cinematografias distantes.
Foi neste festival que descobri, no ano de 1995, o cineasta canadiano Atom Egoyan, numa retrospectiva de toda a sua obra.
Este ano, saúda-se o regresso da secção dos independentes americanos.
Poderão consultar a programação aqui.

P.S. Luís, a tua presença contribuirá para um Festroia menos dependente das instituições estatais...

Mais Uma Vez o Défice

Mais uma vez o défice, a mesma encenação incessantemente repetida. Coube agora a Sócrates espantar-se com a realidade do défice, dizer-se apanhado de surpresa por tão negativo número.
O défice tem costas largas, serve para quebrar promessas eleitorais, do abortado choque fiscal de Barroso às garantias do nosso actual primeiro-ministro de que não iria subir os impostos, porque estes poderiam ter um efeito recessivo sobre a economia.
O símbolo da nossa duradoura depressão é numérico, tem três dígitos, a saber, 6,83, com centésimas e tudo. Representa o nosso futuro.
As medidas anunciadas assentam em grande parte na subida dos impostos indirectos (IVA, ISP e tabaco), delas se esperando um aumento substancial da receita a curto prazo. Subsistem dúvidas de que assim seja. Lembro que o acréscimo de receita resultante da subida da taxa do IVA de 17 para 19%, no tempo da Ferreira leite, foi modesto, aquém das expectativas da época. Além disso, tais medidas poderão agravar a saúde de muitas empresas, com o consequente aumento do desemprego.
Congela-se a progressão automática das carreiras da função pública, sobe-se a taxa do escalão superior do IRS e é decretado o fim do sigilo fiscal (no nosso caldo cultural, em que a fuga ao fisco não é vista como um comportamento socialmente reprovável, duvido que colhamos dividendos efectivos no combate à fraude).
Mas, enfim, muito pouco nos é dito sobre os privilégios da banca, o offshore da Madeira ou o fim do sigilo bancário. Também nem uma palavra sobre o faraónico projecto da OTA, tão do contentamento dos sectores empresarias que gravitam em torno do sector das obras públicas (é sabido que existem soluções mais baratas, como a extensão da base aérea do Montijo). No médio prazo, há o aumento da idade de reforma, caso para dizer “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”, pois ainda me lembro dos nossos políticos (os do bloco central) falarem da necessidade de antecipação das reformas como meio de rejuvenescimento da Administração Pública . Não me surpreenderia muito que no futuro regressássemos novamente à exigência de antecipação das reformas, perante um gerontocrático corpo de funcionários avesso à mudança.

segunda-feira, maio 23, 2005

American Music club

Example
Logo à noite, no Santiago Alquimista, os American Music Club dão um concerto.
Depois de um longo interregno (pelo menos para mim), estes americanos de São Francisco reapareceram o ano passado com “Songs for Patriots”, álbum a espelhar a arte de composição e escrita de canções de Mark Eitzel.
Muita se espera esta noite.

sexta-feira, maio 20, 2005

Urlaub

Quando começamos a pensar que o mundo pára, que os clientes não são servidos, que os planos para extorquir mais dinheiro ao proletariado não são implementados, enfim, que o mundo gira à nossa volta e que se formos de férias toda a organização entra num caos, é porque é mesmo altura de ir de férias. Parafraseando o nosso P.R., redescobrir que há vida para além do trabalho.
Por isso, durante uma semana vou investigar o crescimento de chaparros, saborear alguns sargos (ou o que vier ao prato), ler e ouvir música. E já agora, ir até lá baixo, à praia.

Example

Alicia

Alicia Keys

Que pena, "you don't know my name".

quinta-feira, maio 19, 2005

Subsídio vs. patrocínio

Mário Ventura Henriques, director do Festroia, queixa-se que "o Estado não tem o direito de tratar de forma vexatória todos aqueles que, por vezes com sérios prejuízos pessoais, de dedicam à causa pública". Isto porque não recebeu os subsídios que pediu e que achou que lhe eram devidos por conta dos prejuízos que a sua vida, e da restante organização certamente, mereciam.
Tenho sempre a sensação que quando se fala do Estado nestas circunstâncias, se fala de uma entidade que nada tem a ver com os portugueses, que existe para além destes. Esquecerá, porventura, este senhor (e outros) que são os portugueses que contribuem com parte do rendimento do seu trabalho para que ele se dedique ao que chama de "causa pública", como se de um chamamento divino se tratasse. Acaso não se terá dado conta que o estado já gasta mais do que aquilo que cobra aos contribuintes?
Curiosamente diz estas palavras no momento da assinatura de um acordo de patrocínio com o grupo Amorim, que pretendendo investir em Setúbal, pretende também contribuir para a sua cultura. Este devia ser o exemplo a seguir e a pedinchisse ao Estado a excepção.

Nova Setúbal

Continuo muito reticente em relação ao projecto imobiliário Nova Setúbal.
Parece-me uma repetição de erros do passado, a mesma fria lógica do crescimento a todo custo, da concentração urbana sem respeito pelos patrimónios natural e agrícola.
Em Setúbal, a história das últimas décadas fez–se de descaracterização urbanística, aglomerados habitacionais irromperam desordenadamente pelo território, com prejuízo para a vida das pessoas. Monte Belo ou o Bairro Afonso Costa são exemplos de intervenções desastrosas, acentuaram a suburbanização da vida social.
Creio que o gigantismo do projecto (7500 alojamentos para cerca de trinta mil habitantes) afectará o desenvolvimento sustentado do Concelho, pois assente na quantidade, filha de uma maximização do lucro (dos promotores imobiliários) lesiva do interesse colectivo. Atente-se nestes factos revelados pela Quercus : “Repare-se que do valor global de 54.216.837 euros que consta do Plano de Financiamento do Plano Pormenor, e que corresponde aos custos da urbanização geral, parques, zonas verdes e equipamentos, 40.508.873,62 euros (25.175.826 euros – Município de Setúbal, 15.333.047 – organismos públicos) serão custeados pelo erário público e apenas 12.295 368 euros pelos privados”. E, acrescentaria eu, os danos ambientais serão financiados com o dinheiro dos contribuintes; os lucros são privados, os prejuízos públicos.
Importa fazer da qualidade de vida um valor de primeira ordem, acima do imperativo da expansão urbano.

Finalista

Example

Uma pessoa fica chateada. Ah, pois fica...
Espero que a final do Jamor me deixe mais satisfeito. Tenho a certeza que deixará; a mim e a mais 4 milhões de portugueses.

quarta-feira, maio 18, 2005

Um muro de sobreiros

O BE, volta a levantar suspeitas sobre a aprovação por José Sócrates e por Capoulas Santos, no governo de Guterres, do projecto da Nova Setúbal (via Setúbal na Rede):
"A Quercus já tinha tornado pública a semelhança do caso de Setúbal com o de Benavente. Contudo, o Bloco reclama agora que já em 2001 a questão tinha sido levantada durante a campanha eleitoral para as legislativas. Albérico Afonso explica que “não há duvidas que a declaração de utilidade pública foi um favor político do Governo PS a Mata Cáceres”, que na altura estava em grandes dificuldades para ser reeleito. "

Já há algum tempo atrás, discuti por aqui o assunto Nova Setúbal com o Marvão. Do meu ponto de vista, restam poucas alternativas ao crescimento urbano da cidade:, a sul há o rio a norte tem Palmela e a oeste a Arrábida. Resta crescer (e aqui isso quer dizer construir) para este /nordeste. E em toda essa área se encontrarão sobreiros.
Dir-me-á o Marvão que em vez de construirmos mais podemos re-urbanizar o interior da cidade, recuperar o centro histórico, que já há muitos andares desocupados na cidade... Mesmo que por aí se começasse, eventualmente a expansão territorial da cidade será uma realidade, como o foi no passado.

Ter-se-ão de rever algumas limitações que a prazo deixarão de ter possibilidade de aplicação:
" O problema é que a aprovação colide com a existência de uma área de sobreiros que terão de ser cortados. Estes 700 sobreiros estão, de acordo com a Quercus, “abrangidos pelo Decreto-Lei 169 de 2001 que restringe as autorizações para corte ou arranque”. A própria Lei do Montado impede o abate numa zona superior a 10 hectares. A conversão de uma área de sobreiros só é permitida quando estão em causa equipamentos colectivos de imprescindível utilidade pública. Para que a utilidade pública seja concedida é preciso reunir provas de sustentabilidade e de inexistência de alternativas válidas. "

Para já, e descansando os mais preocupados, a PJ afirma que os dois nomes "não são suspeitos do crime de tráfico de influências no que toca ao despacho conjunto sobre o processo “Nova Setúbal”".

terça-feira, maio 17, 2005

Obrigado, Fernando.

Example
A morte privou-nos da tua presença.
Muito me deste a conhecer, a novos territórios da música me fizeste aportar. Mas acima de tudo conservo o teu humor corrosivo, aliado a uma desarmante simplicidade.
Tenho saudades dos jantares em Setúbal, onde o peixe, a música e o Sporting se mesclavam.

Muito obrigado e até sempre, Fernando Magalhães.

Politest - II

O meu amigo Marvão, reassegura-se das suas posições de esquerda lá ao fundo e surpreende-se por se descobrir pró tratado constitucional europeu.
Também eu fiz o teste e descobri que se fosse francês, tal como cá, não me sentiria representado politicamente. Eis os resultados, demonstrativos do contraditório no Office:

"Aucun parti ne correspond exactement à vos opinions.
Cependant, le parti dont vous êtes le plus proche :

l'UMP - Union pour un Mouvement Populaire (tendance libérale)
mais vous ne partagez pas la même opinion sur l'importance de la responsabilité personnelle des gens.
Cette tendance de l'UMP est plutôt POUR la Constitution européenne."

Politest

Por curiosidade, ou entretenimento, resolvi fazer o politest, que mediante a resposta um conjunto de questões nos posiciona à esquerda, ao centro ou à direita do espectro político francês.
Sem surpresa, situo-me à esquerda, mas não me julgava ecologista. Com efeito, estaria próximo dos verdes, em particular da tendência favorável à constituição europeia. Aqui começa a minha perplexidade, pois achava-me contrário a tal tratado constitucional. Pelo menos tem sido essa a minha inclinação, pouco fundada na razão, talvez demasiado sentimental. Será matéria para aprofundamento.
Mas o pior ainda estava para vir : a seguir aos verdes vem o partido socialista e, por causa da referida constituição, eu estaria com a ala direita. Não me imaginava situado em tal geografia política.
A terceira força política também não é muito famosa, o MRC (Mouvement Republican e Citoyen) de Jean Pierre Chevénement, conhecido pela defesa de políticas securitárias em relação à imigração.
Só então surge o Parti Radical de Gauche, do qual destoo um pouco porque não sou tão vanguardista em matéria de costumes.

Desesperadas

Example
Elas estão a chegar.

sexta-feira, maio 13, 2005

Trampolinadas

Penso ser altura de melhor designar os, já vários, desencontros de opinião (to say the least) entre membros do governo do Engenheiro José Sócrates ou com membros do partido da maioria, tendo também em conta que a legislatura ainda agora começou.O anterior executivo ficou famoso pelas inúmeras trapalhadas, tantas que o presidente da república se excusou a elencá-las aquando da dissolução do parlamento. Não está certo que o actual governo tenha as suas vicissitudes arrumadas no mesmo saco.

Proponho que se passe a usar o termo "trampolinada". No entanto deixo-vos à consideração outras palavras que, alternativamente, poderão ser usadas: bolandina, confusão, cegada, embrulhada, ensalsada, forrobodó, moxinifada, trapada e salgalhada.

Texto já antes colocado no Insurgente.

O som no Office

Example

Just lounging around the office.

Hoje devia estar de férias. Não estou. Garanto apenas os serviços mínimos.
Malditos capitalistas.

quinta-feira, maio 12, 2005

Como se pode ler neste artigo do New York Times, o sistema de pensões dos Estados Unidos anda muito longe da perfeição, um mundo distante das elegias liberais.
On Tuesday, when it received a federal bankruptcy court's permission to terminate its pension plans, United Airlines became the biggest pension defaulter in the history of corporate America. Analysts fear that Delta may also default, as well as other ailing airlines, followed by auto parts companies and perhaps even, in five years or so, the carmakers themselves.
When the court's decision is finalized, United will unload $6.6 billion of obligations onto the Pension Benefit Guaranty Corporation, the federal agency that insures corporate pensions. Some of the 134,000 employees and retirees of United will see little change in their retirement payouts because the government insures a big chunk of promised benefits - up to $45,614 this year for someone retiring at age 65. But for others, especially pilots, who typically accumulate six-figure pensions and must retire at age 60, the cuts will be draconian.

quarta-feira, maio 11, 2005

Não Esquecer

Tenho andado alheado da blogosfera, mas não podia deixar passar o acontecimento.
A semana foi marcada pelas comemorações dos sessenta anos que assinalaram o fim da Segunda Guerra mundial, tragédia maior na história do século XX.
Tiveram a Rússia como palco, onde vimos desfilar os veteranos de guerra, a cujo sacrifício devemos, em grande parte, a derrota dos exércitos de Hitler. A destruição do território russo e as perdas em vidas humanas foram atrozes, talvez nunca antes vistas na História.
Se pensarmos bem, sessenta anos representam quase nada em História, apenas uma frágil e fina camada do tempo. Mas a memória dos homens é curta e faz com que a paz que hoje desfrutamos na Europa pareça da ordem natural das coisas.
Por isso é importante recordar, contar a história às gerações vindouras, para que semelhante tragédia não volte a abater-se sobre os destinos da Humanidade.

Não te atrases, jovem!

Example
A Junta de freguesia de S. Julião, em Setúbal, dá relevo ao "16º Festival Mundial de la Juventud y los Estudiantes" a realizar na Venezuela. Quais os objectivos?
"Reflectir a riqueza e a diversidade das múltiplas manifestações do movimento juvenil/estudantil; Ser um espaço de troca de ideias/experiências; Constituir uma plataforma que coordene/intensifique as reevindicaçãoes dos jovens em cada dos seus países."

Example
Claro que o grande faroleiro dos povos livres e dos que lutam para também serem tão livres como os outros já são mesmo que não gostem, o querido Cmte. Hugo Chávez, não se podia abster de proferir algumas sábias palavras sobre o evento:

"Es muy justo que en su consigna, dijo, se planteen la lucha contra el imperialismo y la guerra. El mundo vira a la izquierda, recalcó tras asegurar que el capitalismo es el camino al infierno. Importantes señales se ven hoy en el mundo y particularmente en América Latina, de donde emergen nuevas ideas, insistió."

Jovem, não te atrases! Verifica o stock de mortalhas e reserva já o teu bilhete!
Como brinde poderás ter também uma camiseta com a foto do Che. Também tu poderás titilar o mamilo, como explica o Cmte Hugo!

terça-feira, maio 10, 2005

Uma cidade a cores

Example "Um golfinho insuflável, com 43 metros de comprimento, 15 de largura e 12 de altura, está na Praça de Bocage para bater um recorde mundial." Via CMS.
É assim que um golfinho azul vai ficar registado no livro Guinness dos records.

Um golfinho azul, na cidade do rio azul, capital da zona de turismo da costa azul, cidade do treinador que leva as equipas azuis à glória, onde a rádio é azul e consta que até há cravos azuis.
Curiosamente, os sadinos têm o coração a verde, como o do Vitória no Bonfim. Como o da Serra da Arrábida, recuperando do cinzento. Como o mar de Galapos, Creiro ou Figueirinha, visto lá do alto.

Na escola

Example

O candidato

Catarino Costa é o nome do cadidato do PS à Camara de Setúbal.
Entre as críticas que faz à actuação de Carlos Sousa (actual edil do PCP), está a decisão de mandar avançar os trabalhos de alcatroamento. Presumo que isso iguala o autarca ao seus colegas pelo país fora, incluindo aos colegas de partido de C. Costa. Diz este:

"É evidente, até porque estamos em ano de eleições autárquicas, que vão aparecer algumas ruas alcatroadas, de necessidade discutível, caso da avenida 5 de Outubro, que foi uma decisão tomada de uma forma leviana, sem um estudo rigoroso."

Não serei eu que irei defender quaisquer planos autárquicos de obras quando não há dinheiro para mandar cantar um cego e cujo o timing deixa no mínimo dúvidas quantos aos efeitos procurados. Mas como dizer que há uma "necessidade discutível" quando qualquer setubalino saberá que a dita avenida é das artérias que mais precisa ter o pavimento substituido? Quantas dezenas de anos terá aquela calçada, cheia de lombas provocadas por incontáveis aberturas de valas e pela circulação dos autocarros de passageiros (a estação fica aí)?

segunda-feira, maio 09, 2005

Meta-almoço

Caro Luciano, só tenho a acrescentar que penso que o almoço conspirativo atingiu a meta a que se propunha.

sexta-feira, maio 06, 2005

Estados de Alma

Hoje é assim que me sinto.
Acho que vivemos tristemente, buscando a felicidade nos artefactos de consumo que nos rodeiam.
Endividamo-nos para ter a casa ou o carro dos nossos sonhos, mas o desejo, uma vez realizado, rapidamente se transmuda em privação. Parafraseando Debord, a sociedade de consumo não eliminou a privação; tornou-a mais rica.
Escravizados pelos objectos que incessantemente perseguimos, razão última da nossa existência, acabamos reduzidos à condição de uma infância infeliz num presente perpétuo.

A Sombra do Iraque

A vitória de Tony Blair ficou aquém das previsões, estimativas apontam para que o labour terá perdido perto de cem lugares no parlamento.
Se a economia está em boa forma, pelo menos avaliar pelos elogios dos liberais cá da praça, que sugerem o muito que a Europa teria a aprender com a performance do primeiro-ministro britânico (vide o editorial de José Manuel Fernandes no Público de hoje), então podemos concluir que terá sido a guerra do Iraque, alicerçada em enganos e mentiras, a responsável pela descida eleitoral.
Convém dizer que a alternativa Blair era bem mais recomendável do que a protagonizada por Michael Howard, com uma campanha feita de ataques pessoais e a explorar demagogicamente o tema da imigração.

A lentidão do monstro

Há quase um ano que a estrada entre o Outão e Galapos foi encerrada, na sequência do grande incêndio da Arrábida. Este espaço de tempo não foi suficiente para que os organismos públicos envolvidos na recuperação da estrada fizessem alguma coisa.
Até agora a C.M. de Setúbal, o P.N. da Arrábida e a Estradas de Portugal não se conseguriam coordenar para que as milhentas autorizações recíprocas e e outros tantos estudos pudessem dar ínicio às obras.
Prejudicado por isso é quem procura as praias da serra e quem tinha a sua actividade comercial nessa zona. Os mesmos a quem o "monstro", que para isto é lento, costuma retirar, com rapidez e avidamente, os impostos que lhe garantem a existência.

Blogosfera no Público

O Público de hoje dedica duas páginas (15 e 16, sem link livre) aos blogs portugueses.
Entre os entrevistados esteve o Miguel Noronha, digno comandante do Insurgente - onde também colaboro.

quinta-feira, maio 05, 2005

Sporting

Example
Não costumo falar de futebol, mas hoje é um dia especial : o Sporting está na final da taça UEFA.
Foi uma vitória sofrida, com alguma sorte, com aquela sorte que protege os audazes.
Esforço, dedicação e glória.

24 meses

O José Pacheco Pereira colocou o Abrupto no ar há dois anos.
A ele tenho a agradecer o dia com maior número de visitas aqui ao Office.
Parabéns!

Serviço aos leitores

Ide ouvir isto.

Example

quarta-feira, maio 04, 2005

Coisas que me apoquentam

Se uma grande parte do "spam" que recebo no e-mail ali ao lado vier em caracteres chineses, devo pressupor que se trata de um grave ataque à indústria portuguesa, ou mesmo europeia, de correspondência electrónica não solicitada?
Nesse caso, terei de me preocupar com o desemprego dos servidores ("hardware", entenda-se) portugueses, ou mesmo europeus, que geram mensagens automáticas não solicitadas?
Se o spam oriental fôr mais poupadinho no espaço que ocupa, não deverei eu regozijar-me por dispôr de mais espaço no e-mail para receber certos e determinados .pps?
Será de esperar um acréscimo de produção de certos e determinados tipos de .pps, dando ocupação aos agora menos usados servidores europeus, situação, essa, incrementada pela utilização dos miraculosos produtos vendidos pelo spam oriental?
Haverá um aumento da procura de certas e determinadas fotografias para produzir esses .pps, onde pouco se recorre a resguardos têxteis, diminuindo a sua importação do oriente?

Deverá a indústria têxtil europeia promover a indústria de spam chinesa?

Texto já publicado no Insurgente.

Festroia

O 21º Festroia - Festival Internacional de Cinema de Setúbal, vai decorrer de 28 de Maio a 5 de Junho, tendo a produção cinematográfica finlandesa como destaque. Os filmes vão ser exibidos no Charlot, no Luísa Todi, no Auditório Fernando Lopes Graça, em Almada e no IPJ de Lisboa.

Uma novidade é a criação do "Festroiablog.com" para permitir aos cinéfilos deixarem as suas opiniões sobre o festival e a 7ª arte.

terça-feira, maio 03, 2005

RE: "As Autarquias e a tributaçã..."

Caro Marvão, se os contribuintes sentirem nos bolsos que estão a financiar as pretensões despesistas dos seus autarcas, provavelmente procurarão no mercado uma solução mais barata. Isto quer dizer duas coisas: que nas próximas eleições vão ponderar melhor as propostas de "fazer obra" dos candidatos ou que ponderarão a hipótese de mudar de residência para um município em que a carga fiscal seja mais baixa.
Concordo contigo quando pedes que nos sejam explicadas as formas como pretendem gastar o nosso dinheiro. Acrescento que devem também explicar em detalhe como as vão financiar. De preferência que o comecem a fazer antes das eleições autárquicas que se avizinham.

As Autarquias E A Tributação do Imobiliário

A reforma da tributação do património imobiliário poderá ter um efeito perverso, que é o de pôr os proprietários a financiar o grosso das despesas das autarquias, a braços com a falta de receitas.
Os Municípios não hesitarão, com efeito, em aplicar as taxas máximas, sobrecarregando os encargos habitacionais das famílias, endividadas por força dos créditos bancários de aquisição de casa própria, que muito pesam sobre os orçamentos familiares.
É um sistema que lançará ainda mais as Câmaras nos braços dos construtores, acentuando o processo de desfiguração das nossas cidades, transformadas cada vez mais em lugares tristes e suburbanos, legado do nosso poder local.
Importa desenvolver novas formas de financiamentos das autarquias para pôr termo a esta deriva.
Por fim, seria bom que nos dissessem que destino dão aos proventos assim obtidos, contribuindo para uma gestão local mais transparente e próxima dos cidadãos. Sobre este ponto, não sei se não estarei a pedir demasiado?

Um Mal Menor

O adiamento do referendo ao aborto é um mal menor. Pior seria termos novamente um referendo pouco participado pelo eleitorado urbano e com a vitória do “não” à despenalização da interrupção voluntária da gravidez a repetir-se. Não é um cenário descabido, se imaginarmos um fim-de-semana prolongado da época estival.
É preferível esperar mais algum tempo e escolher um calendário mais apropriado, em que estejam reunidas as condições para uma participação elevada. Se mesmo assim a participação ficar abaixo das expectativas, então o melhor é legislar através da Assembleia da República, como preconiza o PC.
Foi acertada a decisão do Presidente da República.

Black & 4 Whites

Example

Stephanie Seymour, Cindy Crawford, Christy Turlington, Tatjana Patitz, Naomi Campbell fotografadas por Herb Ritts.

segunda-feira, maio 02, 2005

Tédio

Vivemos cada vez mais imersos em informação, sem tempo para a reflexão.
Às vezes desejo refugiar-me deste mundo, das notícias de atentados no Iraque, de aiatolas à solta em Timor, das anedotas do Sr. Bush, do futebol luso e das suas dívidas ao fisco, enfim, da vertigem do acontecimento. Gostaria de suspender o tempo.
Hoje, soube que o CDS, num gesto cristão, perdoou Daniel Campelo, autarca de Ponte de Lima.
Nem tudo está perdido…

Lata e muita

Infelizmente, não tenho hipóteses de ser só um condutor de fim de semana. Tenho tido oportunidade de ver, bastas vezes, do que somos capazes (no pior sentido) quando nos sentamos ao volante. Triste é ver que os mesmos que legislam sobre condução, não dão exemplo a seguir.
Quem mora ou trabalha em Lisboa e por lá tem de andar de automóvel (ou mesmo a pé) já viu concerteza o lindo espectáculo de luz e som que é uma comitiva governamental. Antecedidos pelos batedores da PSP ou da GNR, sirenes ligadas, lá vão os nossos governantes, usufruindo da isenção ao código da estrada que o seu cargo lhes confere. As excelentes máquinas que os fabricantes alemães de automóveis produzem, foram feitas para andar a tais velocidades. Azar dos que não beneficiam da dita isenção. Andar depressa (voar baixinho é mais correcto), andar em contramão, passar semáforos vermelhos,... dá para tudo.

Por isso, para que o presidente da república venha agora mostrar pública indignação com a maneira como aceleram e ultrapassam o seus compatriotas, é preciso lata. E muita.
“O cumprimento das leis e das regras não é uma fraqueza, mas sim uma força”, disse o Presidente, depois de lembrar o “hábito” de alguns condutores de gabarem o (pouco) tempo que demoram a viajar entre lisboa e o Porto.

O candidato das meias palavras

No C.M.:
"O ex-treinador de futebol do FC Porto e Sporting, Octávio Machado, admite liderar a candidatura do PSD à Câmara Municipal de Palmela."
Examplevia Repórter Online.

Sessão do executivo camarário.
Fala o edil: "Vamos avançar com o... vocês sabem do que eu estou a falar...!!! Que isto só lá vai com muito trabalho, muito trabalho...!!! Qu'é p'ra aprenderem a não se meterem comigo!!"

Jandira Silva e trio

No sábado à noite, estive no Onda Jazz (ao Campo das Cebolas) a ouver o concerto da Jandira e do trio (bateria, baixo e piano) que a acompanhou. Excelentes músicos e excelente voz.
Se quiserem saber mais, leiam o relato de quem percebe do que escreve: o João Moreira dos Santos também esteve lá e ilustrou a sua crónica com várias fotos no "Jazz no país do improviso!".